Murakami abre seu restaurante nos Jardins


No salão da nova casa do premiado chef Tsuyoshi Murakami há apenas um balcão com 12 lugares; na cozinha, domínio da técnica e ousadia

Por Patrícia Ferraz

Tsuyoshi Murakami mudou o visual: trocou a dolmã pela camiseta básica preta, deixou o cabelo crescer para prender em um coque de samurai, comprou óculos redondinhos estilosos. E, agora, trabalha ao lado da mulher, Suzana, e do filho, Jun, em um restaurante com seu nome, com ambiente minimalista de muito bom gosto, que abre oficialmente nesta quinta-feira (5), nos Jardins.

O chef Tsuyoshi Murakami com sua mulher, Suzana, e seu filho, Jun. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Mas o Mura, como é conhecido, continua a mesma figura extrovertida que recebe efusivamente os clientes aos gritos de “Hai”. Adora um papo-cabeça sobre a vida e, dependendo do humor, solta a voz afinadíssima no salão – na segunda-feira, 2, terminado o serviço, fez dueto com a mezzo-soprano Joyce Tripiciano numa apresentação de Ave Maria, de Charles Gounod, uma bela maneira de encerrar a noite. Mas, acima de tudo, ele continua o mesmo itamai (cozinheiro japonês) talentoso, que domina a técnica, sabe combinar sabores e texturas e não tem medo de ousar. 

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A casa tem apenas um balcão de doze lugares (na verdade, são duas lindas mesas de bambu claro, baixas, cada uma com 5 metros de extensão). E, para se acomodar ali você tem que fazer uma reserva online. São dois horários, às 18h – a pedidos da colônia nipônica – e às 21h, mais ao gosto dos ocidentais. 

O salão minimalista possui apenas um balcão de doze lugares. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Murakami está visivelmente feliz, empolgado com a liberdade de servir “pratos sem nome” para os clientes, o que quer dizer receitas japonesas que não estão necessariamente na cartilha oficial. São cinco pratos por noite.

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Na segunda-feira, o serviço começou com dois potinhos, um dashi frio infusionado com cabeça de camarão e um dashi com camarão, cará, wakame e folhas de crisântemo. Delicado, reconfortante, com um toque cítrico. Em seguida, cubos de beijupirá marinados em missô e cubos de carapau marinados no vinagre, servidos com berinjela japonesa e goya. A marinada “cozinhou” os peixes e os sabores fazem uma harmonia interessante. Em seguida, bluefin com soja fermentada, ovas de salmão, ouriço e gema cozida em baixa temperatura. Espetacular. Vieiras empanadas em farinha panko e fritas, servidas com tonkatsu e mostarda japonesa abriram caminho para o último prato, que Jun preparou numa churrasqueira: ojo de bife e bife de chorizo, apenas selados, servidos frios, com legumes e língua grelhada. Tudo escoltado por molho ponzu. A chegada do mochi de chocolate belga feito por Suzana (desde os tempos do Kinoshita) trouxe ao mesmo tempo uma notícia boa e uma ruim. A boa, os bolinhos são deliciosos, a ruim: acabou o jantar.

Pratos do Murakami

1 | 6

Dashi

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
2 | 6

Carapau marinado

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
3 | 6

Atum bluefin

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
4 | 6

Vieiras

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
5 | 6

Sobremesa

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
6 | 6

Em família

Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Ah, quer saber se vai ter sushi? "Olha, se amanhã o Amaral (Antônio Amaral, peixeiro) trouxer um pargo e um buri e eu achar que – eu não, se o peixe me disser que quer virar sushi, aí eu faço". Em outras palavras, se quiser só sushi, vá a outro balcão. A degustação, sem bebida, custa R$300 por pessoa. 

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SERVIÇO 

Murakami 

Al. Lorena, 1.186, Jardim Paulista Tel.: 3064-8868 Horário de funcionamento: 18h ou 21h (fecha domingo), com reserva Reservas: só pelo site murakami.net.br Preço: R$ 300, menu-degustação sem bebidas

Tsuyoshi Murakami mudou o visual: trocou a dolmã pela camiseta básica preta, deixou o cabelo crescer para prender em um coque de samurai, comprou óculos redondinhos estilosos. E, agora, trabalha ao lado da mulher, Suzana, e do filho, Jun, em um restaurante com seu nome, com ambiente minimalista de muito bom gosto, que abre oficialmente nesta quinta-feira (5), nos Jardins.

O chef Tsuyoshi Murakami com sua mulher, Suzana, e seu filho, Jun. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Mas o Mura, como é conhecido, continua a mesma figura extrovertida que recebe efusivamente os clientes aos gritos de “Hai”. Adora um papo-cabeça sobre a vida e, dependendo do humor, solta a voz afinadíssima no salão – na segunda-feira, 2, terminado o serviço, fez dueto com a mezzo-soprano Joyce Tripiciano numa apresentação de Ave Maria, de Charles Gounod, uma bela maneira de encerrar a noite. Mas, acima de tudo, ele continua o mesmo itamai (cozinheiro japonês) talentoso, que domina a técnica, sabe combinar sabores e texturas e não tem medo de ousar. 

A casa tem apenas um balcão de doze lugares (na verdade, são duas lindas mesas de bambu claro, baixas, cada uma com 5 metros de extensão). E, para se acomodar ali você tem que fazer uma reserva online. São dois horários, às 18h – a pedidos da colônia nipônica – e às 21h, mais ao gosto dos ocidentais. 

O salão minimalista possui apenas um balcão de doze lugares. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Murakami está visivelmente feliz, empolgado com a liberdade de servir “pratos sem nome” para os clientes, o que quer dizer receitas japonesas que não estão necessariamente na cartilha oficial. São cinco pratos por noite.

Na segunda-feira, o serviço começou com dois potinhos, um dashi frio infusionado com cabeça de camarão e um dashi com camarão, cará, wakame e folhas de crisântemo. Delicado, reconfortante, com um toque cítrico. Em seguida, cubos de beijupirá marinados em missô e cubos de carapau marinados no vinagre, servidos com berinjela japonesa e goya. A marinada “cozinhou” os peixes e os sabores fazem uma harmonia interessante. Em seguida, bluefin com soja fermentada, ovas de salmão, ouriço e gema cozida em baixa temperatura. Espetacular. Vieiras empanadas em farinha panko e fritas, servidas com tonkatsu e mostarda japonesa abriram caminho para o último prato, que Jun preparou numa churrasqueira: ojo de bife e bife de chorizo, apenas selados, servidos frios, com legumes e língua grelhada. Tudo escoltado por molho ponzu. A chegada do mochi de chocolate belga feito por Suzana (desde os tempos do Kinoshita) trouxe ao mesmo tempo uma notícia boa e uma ruim. A boa, os bolinhos são deliciosos, a ruim: acabou o jantar.

Pratos do Murakami

1 | 6

Dashi

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
2 | 6

Carapau marinado

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
3 | 6

Atum bluefin

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
4 | 6

Vieiras

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
5 | 6

Sobremesa

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
6 | 6

Em família

Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Ah, quer saber se vai ter sushi? "Olha, se amanhã o Amaral (Antônio Amaral, peixeiro) trouxer um pargo e um buri e eu achar que – eu não, se o peixe me disser que quer virar sushi, aí eu faço". Em outras palavras, se quiser só sushi, vá a outro balcão. A degustação, sem bebida, custa R$300 por pessoa. 

SERVIÇO 

Murakami 

Al. Lorena, 1.186, Jardim Paulista Tel.: 3064-8868 Horário de funcionamento: 18h ou 21h (fecha domingo), com reserva Reservas: só pelo site murakami.net.br Preço: R$ 300, menu-degustação sem bebidas

Tsuyoshi Murakami mudou o visual: trocou a dolmã pela camiseta básica preta, deixou o cabelo crescer para prender em um coque de samurai, comprou óculos redondinhos estilosos. E, agora, trabalha ao lado da mulher, Suzana, e do filho, Jun, em um restaurante com seu nome, com ambiente minimalista de muito bom gosto, que abre oficialmente nesta quinta-feira (5), nos Jardins.

O chef Tsuyoshi Murakami com sua mulher, Suzana, e seu filho, Jun. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Mas o Mura, como é conhecido, continua a mesma figura extrovertida que recebe efusivamente os clientes aos gritos de “Hai”. Adora um papo-cabeça sobre a vida e, dependendo do humor, solta a voz afinadíssima no salão – na segunda-feira, 2, terminado o serviço, fez dueto com a mezzo-soprano Joyce Tripiciano numa apresentação de Ave Maria, de Charles Gounod, uma bela maneira de encerrar a noite. Mas, acima de tudo, ele continua o mesmo itamai (cozinheiro japonês) talentoso, que domina a técnica, sabe combinar sabores e texturas e não tem medo de ousar. 

A casa tem apenas um balcão de doze lugares (na verdade, são duas lindas mesas de bambu claro, baixas, cada uma com 5 metros de extensão). E, para se acomodar ali você tem que fazer uma reserva online. São dois horários, às 18h – a pedidos da colônia nipônica – e às 21h, mais ao gosto dos ocidentais. 

O salão minimalista possui apenas um balcão de doze lugares. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Murakami está visivelmente feliz, empolgado com a liberdade de servir “pratos sem nome” para os clientes, o que quer dizer receitas japonesas que não estão necessariamente na cartilha oficial. São cinco pratos por noite.

Na segunda-feira, o serviço começou com dois potinhos, um dashi frio infusionado com cabeça de camarão e um dashi com camarão, cará, wakame e folhas de crisântemo. Delicado, reconfortante, com um toque cítrico. Em seguida, cubos de beijupirá marinados em missô e cubos de carapau marinados no vinagre, servidos com berinjela japonesa e goya. A marinada “cozinhou” os peixes e os sabores fazem uma harmonia interessante. Em seguida, bluefin com soja fermentada, ovas de salmão, ouriço e gema cozida em baixa temperatura. Espetacular. Vieiras empanadas em farinha panko e fritas, servidas com tonkatsu e mostarda japonesa abriram caminho para o último prato, que Jun preparou numa churrasqueira: ojo de bife e bife de chorizo, apenas selados, servidos frios, com legumes e língua grelhada. Tudo escoltado por molho ponzu. A chegada do mochi de chocolate belga feito por Suzana (desde os tempos do Kinoshita) trouxe ao mesmo tempo uma notícia boa e uma ruim. A boa, os bolinhos são deliciosos, a ruim: acabou o jantar.

Pratos do Murakami

1 | 6

Dashi

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
2 | 6

Carapau marinado

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
3 | 6

Atum bluefin

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
4 | 6

Vieiras

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
5 | 6

Sobremesa

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
6 | 6

Em família

Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Ah, quer saber se vai ter sushi? "Olha, se amanhã o Amaral (Antônio Amaral, peixeiro) trouxer um pargo e um buri e eu achar que – eu não, se o peixe me disser que quer virar sushi, aí eu faço". Em outras palavras, se quiser só sushi, vá a outro balcão. A degustação, sem bebida, custa R$300 por pessoa. 

SERVIÇO 

Murakami 

Al. Lorena, 1.186, Jardim Paulista Tel.: 3064-8868 Horário de funcionamento: 18h ou 21h (fecha domingo), com reserva Reservas: só pelo site murakami.net.br Preço: R$ 300, menu-degustação sem bebidas

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