Sabe aqueles copos abarrotados de minipães de queijo, comuns em redes de cafeterias? Bem que a chef Telma Shiraishi poderia pegar essa inspiração para vender o seu mocheese, assim, em grandes copos ou baldes (por que não?!). Definitivamente, a porção com doze unidades é insuficiente para aplacar o vício que esse quitute meio mineiro, meio japonês pode provocar.
Para entender, a melhor maneira é provar, claro, mas vou tentar descrever essa maravilhosidade: trata-se de uma versão de pão de queijo, feita com queijo da serra da Canastra. Até aqui, tudo nos conformes. Mas daí a chef resolveu colocar, junto com o tradicional polvilho, um tanto de farinha de arroz, a mesma que faz o mochi - o que garantiu aquela textura puxa-puxa característica, muito bem-vinda num pão de queijo. Pense num trem oishii (delicioso, em japonês).
Se ficou com vontade de devorar uma porção do tal mocheese (R$ 15), você vai encontrá-la no novo Aizomê Café, instalado no térreo da Japan House, na Paulista, onde Telma mantém o restaurante homônimo desde 2019, no último piso. O negócio pega carona na mais recente onda de cafeterias japonesas, que levam a sério a apreciação do café, investindo em técnicas modernas e utensílios - não é de hoje, aliás, que o Japão, um dos maiores importadores de café do mundo, debruça-se sobre a bebida. A história começa lá no século XX com a proliferação dos clássicos kissaten.
Toda essa volta para dizer que você pode degustar o seu mocheese com uma xícara de catuaí vermelho coado na V60, um café com alta doçura e acidez controlada - os grãos são fornecidos pela Fazenda Baú, produtora de cafés especiais do Cerrado -, ou, quem sabe, com um koke latte quente e cremoso (calma, na Japan House tem ar condicionado!), que combina leite (pode ser vegetal), café, cacau e matchá. Prefere uma alternativa gelada? Peça o muguicha (R$ 14) ou chá de cevada.
Na ala dos salgados, o cardápio também sugere os korokkes (R$ 14), croquetes no estilo japonês, de milho com queijo ou de carne com batata, e o karepan (R$ 14), pãozinho japonês frito e recheado com karê (cozido de carne com legumes ao curry).
Os doces, que não ficam atrás, seguem a linha yogashi, com suas versões japonesas de receitas ocidentais. Sim, tem choux cream (a partir de R$ 13), com direito à casquinha crocante e recheio leve e abundante de baunilha, matchá, maçã com caramelo de missô ou frutas vermelhas, mas tente dar uma chance a pedidas mais criativas, como o bolo floresta verde (R$ 27 a fatia), que intercala camadas da massa de matchá e da ganache de chocolate branco com cereja amarena e cramberries ao umeshu (licor de ameixa japonesa).
O soufflé cheesecake (R$ 18) tem textura diferente da versão norte-americana. A massa lembra mais um bolo leve e aerado e tem um toque cítrico de limão-siciliano. Já o brownie (R$ 18) é outra opção imperdível para os “mochi lovers”. Sem glúten e feito com farinha de mochi, tem textura bem puxa, além de ser bem “chocolatudo”.
Depois de comer (ou antes, se sua fome deixar), aproveite para visitar a exposição Convivendo com Robôs, em cartaz na Japan House até o dia 31 de março. A entrada é gratuita.
Serviço
Aizomê Café - Japan House São Paulo
Onde: av. Paulista, 52, piso térreo
Funcionamento: 10h/18h (sáb. 9h/19h; dom. 9h/18h; fecha 2ª)