Novo Cora, do chef Pablo Inca, se debruça sobre o Minhocão com menu do campo


Chef argentino, pupilo de Paola Carosella, estreia sua cozinha de ingredientes em moderno terraço de prédio revitalizado no Centro, com vista para o Copan

Por Renata Mesquita

São raros os restaurantes que conseguem unir uma bela vista com comida realmente gostosa -- é comum nesses casos a segunda ficar de escanteio. O novo Cora parece ter conseguido conjugar muito bem os dois. Inaugurado nesta quinta (22), a casa ocupa o topo de um prédio da década de 70, recém-revitalizado, na Rua Amaral Gurgel – o mesmo que já abriga no térreo a pizzaria Divina Increnca e a livraria Gato Sem Rabo –, bem ao lado do Minhocão. No comando da casa estão Rafael Capobianco, do Caracol Bar, e o chef argentino Pablo Inca, que trabalhou ao lado de Paola Carosella, no Arturito, e, em seguida, no Mangiare, restaurante dos mesmos sócios, que fechou as portas na pandemia. 

Terraço do novo Cora, na Vila Buarque, com vista para cartões postais do centro da cidade Foto: Eduardo Magalhães

De baixo, olhando da rua, ele pode até passar despercebido, o luminoso que indica a entrada do restaurante é discreto, mas está lá, entre pichações e lambe-lambes – o que já dá o tom do que está por vir. No hall do prédio, é necessário pegar o elevador até o 6º andar. A porta abre direto para o salão, ou melhor para o bar. Inteiramente reconstruída para receber o restaurante, a laje conta, em uma das pontas, com um salão coberto por um teto retrátil e uma cozinha aberta que o interliga a um grande e agradável terraço, com vista para um dos mais emblemáticos cartões postais do centro da cidade, o Copan – e se você for até o parapeito, o Minhocão está logo ali. 

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Luminoso que indica a entrada do restaurante no térreo do edifício da década de 70 recém-revitalizado Foto: Eduardo Magalhães

O cardápio criado por Inca nasce no campo, ele trouxe de suas origens – a região de Jujuy, no norte da Argentina – a inspiração para as receitas, que seguem uma proposta que anda em alta nos últimos tempos: tudo para compartilhar. Não há divisões no cardápio, a ideia é ir pedindo conforme a fome permitir. Mas aqui algumas sugestões para trilhar esse caminho: não deixe de começar pelo pão da casa (R$ 18), que chega acompanhado, não por manteiga ou azeite, mas uma sedosa e intensa banha de porco levemente temperada – não torça o nariz antes de provar. Siga o trajeto com as empanadas (R$ 38), douradinhas, de massa fina e extracrocantes, recheadas com cordeiro desfiado, molhadinhas e no tamanho perfeito para continuar a explorar o menu.

Couvert. Manteiga de banha de porco com pão da casa Foto: Brejo
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O porco é a principal proteína na cozinha do Cora – Pablo busca usar o porco de criação própria de forma integral. Ele aparece no queso de chancho (R$ 25), um embutido feito a partir da cabeça e dos miúdos, cheio de colágeno, que dá textura de queijo (por isso o nome) – uma entrada para os iniciados no estilo. No pan achatado, uma espécie de minipizza para dobrar e comer com as mãos, o lardo artesanal levemente aquecido é disposto sobre verdes e gema mole (R$ 22). 

Queso de chancho, tradicional embutido de miolos de porco da região de Inca Foto: Brejo

A cozinha de ingredientes e com poucas intervenções de Pablo se comprova na couve-flor assada inteira, com purê de abóbora e crocantes de grão de bico, finalizada com tahine (R$ 40), é garfar um pouco de tudo e ver que os vegetarianos também são felizes ali. Faz bom par com a posta de peixe (R$ 52), grelhada com cavolo nero e favas brancas. Do mar, também vale provar a tortilha de lula e pimenta (R$ 38). 

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Para adoçar, e se ainda sobrar apetite, prove a panna cotta de caramelo com flor de sal, café e tangerina (R$ 24). Ou siga direto para o café, um coado especial da torrefação Tocaya, que trabalha com pequenos produtores da Mantiqueira mineira, e pode, como deve, ser acompanhado dos minialfajores (R$ 18) com massa amanteigada, sem cobertura de chocolate, com generoso recheio de doce de leite e polvilhado com lascas fininhas de coco fresco. 

Do mar.Tortilha de lula e pimenta Foto: Brejo

Para acompanhar tudo isso, ou simplesmente para apreciar a vista da varanda seja de dia ou à noite, a carta de vinhos elaborada pela sommelière Gabriela Monteleone apresenta rótulos frescos com bons preços, ou coquetéis assinados por Gunter Sarfert, que também desenvolveu a carta do Caracol Bar, que vão dos clássicos aos autorais. 

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Serviço 

Cora 

R. Amaral Gurgel, 344, 6º andar, Vila Buarque Horário de funcionamento: 5ª e 6ª 19h/23h (sáb. 12h/23h; dom., 12h/17h)

São raros os restaurantes que conseguem unir uma bela vista com comida realmente gostosa -- é comum nesses casos a segunda ficar de escanteio. O novo Cora parece ter conseguido conjugar muito bem os dois. Inaugurado nesta quinta (22), a casa ocupa o topo de um prédio da década de 70, recém-revitalizado, na Rua Amaral Gurgel – o mesmo que já abriga no térreo a pizzaria Divina Increnca e a livraria Gato Sem Rabo –, bem ao lado do Minhocão. No comando da casa estão Rafael Capobianco, do Caracol Bar, e o chef argentino Pablo Inca, que trabalhou ao lado de Paola Carosella, no Arturito, e, em seguida, no Mangiare, restaurante dos mesmos sócios, que fechou as portas na pandemia. 

Terraço do novo Cora, na Vila Buarque, com vista para cartões postais do centro da cidade Foto: Eduardo Magalhães

De baixo, olhando da rua, ele pode até passar despercebido, o luminoso que indica a entrada do restaurante é discreto, mas está lá, entre pichações e lambe-lambes – o que já dá o tom do que está por vir. No hall do prédio, é necessário pegar o elevador até o 6º andar. A porta abre direto para o salão, ou melhor para o bar. Inteiramente reconstruída para receber o restaurante, a laje conta, em uma das pontas, com um salão coberto por um teto retrátil e uma cozinha aberta que o interliga a um grande e agradável terraço, com vista para um dos mais emblemáticos cartões postais do centro da cidade, o Copan – e se você for até o parapeito, o Minhocão está logo ali. 

Luminoso que indica a entrada do restaurante no térreo do edifício da década de 70 recém-revitalizado Foto: Eduardo Magalhães

O cardápio criado por Inca nasce no campo, ele trouxe de suas origens – a região de Jujuy, no norte da Argentina – a inspiração para as receitas, que seguem uma proposta que anda em alta nos últimos tempos: tudo para compartilhar. Não há divisões no cardápio, a ideia é ir pedindo conforme a fome permitir. Mas aqui algumas sugestões para trilhar esse caminho: não deixe de começar pelo pão da casa (R$ 18), que chega acompanhado, não por manteiga ou azeite, mas uma sedosa e intensa banha de porco levemente temperada – não torça o nariz antes de provar. Siga o trajeto com as empanadas (R$ 38), douradinhas, de massa fina e extracrocantes, recheadas com cordeiro desfiado, molhadinhas e no tamanho perfeito para continuar a explorar o menu.

Couvert. Manteiga de banha de porco com pão da casa Foto: Brejo

O porco é a principal proteína na cozinha do Cora – Pablo busca usar o porco de criação própria de forma integral. Ele aparece no queso de chancho (R$ 25), um embutido feito a partir da cabeça e dos miúdos, cheio de colágeno, que dá textura de queijo (por isso o nome) – uma entrada para os iniciados no estilo. No pan achatado, uma espécie de minipizza para dobrar e comer com as mãos, o lardo artesanal levemente aquecido é disposto sobre verdes e gema mole (R$ 22). 

Queso de chancho, tradicional embutido de miolos de porco da região de Inca Foto: Brejo

A cozinha de ingredientes e com poucas intervenções de Pablo se comprova na couve-flor assada inteira, com purê de abóbora e crocantes de grão de bico, finalizada com tahine (R$ 40), é garfar um pouco de tudo e ver que os vegetarianos também são felizes ali. Faz bom par com a posta de peixe (R$ 52), grelhada com cavolo nero e favas brancas. Do mar, também vale provar a tortilha de lula e pimenta (R$ 38). 

Para adoçar, e se ainda sobrar apetite, prove a panna cotta de caramelo com flor de sal, café e tangerina (R$ 24). Ou siga direto para o café, um coado especial da torrefação Tocaya, que trabalha com pequenos produtores da Mantiqueira mineira, e pode, como deve, ser acompanhado dos minialfajores (R$ 18) com massa amanteigada, sem cobertura de chocolate, com generoso recheio de doce de leite e polvilhado com lascas fininhas de coco fresco. 

Do mar.Tortilha de lula e pimenta Foto: Brejo

Para acompanhar tudo isso, ou simplesmente para apreciar a vista da varanda seja de dia ou à noite, a carta de vinhos elaborada pela sommelière Gabriela Monteleone apresenta rótulos frescos com bons preços, ou coquetéis assinados por Gunter Sarfert, que também desenvolveu a carta do Caracol Bar, que vão dos clássicos aos autorais. 

Serviço 

Cora 

R. Amaral Gurgel, 344, 6º andar, Vila Buarque Horário de funcionamento: 5ª e 6ª 19h/23h (sáb. 12h/23h; dom., 12h/17h)

São raros os restaurantes que conseguem unir uma bela vista com comida realmente gostosa -- é comum nesses casos a segunda ficar de escanteio. O novo Cora parece ter conseguido conjugar muito bem os dois. Inaugurado nesta quinta (22), a casa ocupa o topo de um prédio da década de 70, recém-revitalizado, na Rua Amaral Gurgel – o mesmo que já abriga no térreo a pizzaria Divina Increnca e a livraria Gato Sem Rabo –, bem ao lado do Minhocão. No comando da casa estão Rafael Capobianco, do Caracol Bar, e o chef argentino Pablo Inca, que trabalhou ao lado de Paola Carosella, no Arturito, e, em seguida, no Mangiare, restaurante dos mesmos sócios, que fechou as portas na pandemia. 

Terraço do novo Cora, na Vila Buarque, com vista para cartões postais do centro da cidade Foto: Eduardo Magalhães

De baixo, olhando da rua, ele pode até passar despercebido, o luminoso que indica a entrada do restaurante é discreto, mas está lá, entre pichações e lambe-lambes – o que já dá o tom do que está por vir. No hall do prédio, é necessário pegar o elevador até o 6º andar. A porta abre direto para o salão, ou melhor para o bar. Inteiramente reconstruída para receber o restaurante, a laje conta, em uma das pontas, com um salão coberto por um teto retrátil e uma cozinha aberta que o interliga a um grande e agradável terraço, com vista para um dos mais emblemáticos cartões postais do centro da cidade, o Copan – e se você for até o parapeito, o Minhocão está logo ali. 

Luminoso que indica a entrada do restaurante no térreo do edifício da década de 70 recém-revitalizado Foto: Eduardo Magalhães

O cardápio criado por Inca nasce no campo, ele trouxe de suas origens – a região de Jujuy, no norte da Argentina – a inspiração para as receitas, que seguem uma proposta que anda em alta nos últimos tempos: tudo para compartilhar. Não há divisões no cardápio, a ideia é ir pedindo conforme a fome permitir. Mas aqui algumas sugestões para trilhar esse caminho: não deixe de começar pelo pão da casa (R$ 18), que chega acompanhado, não por manteiga ou azeite, mas uma sedosa e intensa banha de porco levemente temperada – não torça o nariz antes de provar. Siga o trajeto com as empanadas (R$ 38), douradinhas, de massa fina e extracrocantes, recheadas com cordeiro desfiado, molhadinhas e no tamanho perfeito para continuar a explorar o menu.

Couvert. Manteiga de banha de porco com pão da casa Foto: Brejo

O porco é a principal proteína na cozinha do Cora – Pablo busca usar o porco de criação própria de forma integral. Ele aparece no queso de chancho (R$ 25), um embutido feito a partir da cabeça e dos miúdos, cheio de colágeno, que dá textura de queijo (por isso o nome) – uma entrada para os iniciados no estilo. No pan achatado, uma espécie de minipizza para dobrar e comer com as mãos, o lardo artesanal levemente aquecido é disposto sobre verdes e gema mole (R$ 22). 

Queso de chancho, tradicional embutido de miolos de porco da região de Inca Foto: Brejo

A cozinha de ingredientes e com poucas intervenções de Pablo se comprova na couve-flor assada inteira, com purê de abóbora e crocantes de grão de bico, finalizada com tahine (R$ 40), é garfar um pouco de tudo e ver que os vegetarianos também são felizes ali. Faz bom par com a posta de peixe (R$ 52), grelhada com cavolo nero e favas brancas. Do mar, também vale provar a tortilha de lula e pimenta (R$ 38). 

Para adoçar, e se ainda sobrar apetite, prove a panna cotta de caramelo com flor de sal, café e tangerina (R$ 24). Ou siga direto para o café, um coado especial da torrefação Tocaya, que trabalha com pequenos produtores da Mantiqueira mineira, e pode, como deve, ser acompanhado dos minialfajores (R$ 18) com massa amanteigada, sem cobertura de chocolate, com generoso recheio de doce de leite e polvilhado com lascas fininhas de coco fresco. 

Do mar.Tortilha de lula e pimenta Foto: Brejo

Para acompanhar tudo isso, ou simplesmente para apreciar a vista da varanda seja de dia ou à noite, a carta de vinhos elaborada pela sommelière Gabriela Monteleone apresenta rótulos frescos com bons preços, ou coquetéis assinados por Gunter Sarfert, que também desenvolveu a carta do Caracol Bar, que vão dos clássicos aos autorais. 

Serviço 

Cora 

R. Amaral Gurgel, 344, 6º andar, Vila Buarque Horário de funcionamento: 5ª e 6ª 19h/23h (sáb. 12h/23h; dom., 12h/17h)

São raros os restaurantes que conseguem unir uma bela vista com comida realmente gostosa -- é comum nesses casos a segunda ficar de escanteio. O novo Cora parece ter conseguido conjugar muito bem os dois. Inaugurado nesta quinta (22), a casa ocupa o topo de um prédio da década de 70, recém-revitalizado, na Rua Amaral Gurgel – o mesmo que já abriga no térreo a pizzaria Divina Increnca e a livraria Gato Sem Rabo –, bem ao lado do Minhocão. No comando da casa estão Rafael Capobianco, do Caracol Bar, e o chef argentino Pablo Inca, que trabalhou ao lado de Paola Carosella, no Arturito, e, em seguida, no Mangiare, restaurante dos mesmos sócios, que fechou as portas na pandemia. 

Terraço do novo Cora, na Vila Buarque, com vista para cartões postais do centro da cidade Foto: Eduardo Magalhães

De baixo, olhando da rua, ele pode até passar despercebido, o luminoso que indica a entrada do restaurante é discreto, mas está lá, entre pichações e lambe-lambes – o que já dá o tom do que está por vir. No hall do prédio, é necessário pegar o elevador até o 6º andar. A porta abre direto para o salão, ou melhor para o bar. Inteiramente reconstruída para receber o restaurante, a laje conta, em uma das pontas, com um salão coberto por um teto retrátil e uma cozinha aberta que o interliga a um grande e agradável terraço, com vista para um dos mais emblemáticos cartões postais do centro da cidade, o Copan – e se você for até o parapeito, o Minhocão está logo ali. 

Luminoso que indica a entrada do restaurante no térreo do edifício da década de 70 recém-revitalizado Foto: Eduardo Magalhães

O cardápio criado por Inca nasce no campo, ele trouxe de suas origens – a região de Jujuy, no norte da Argentina – a inspiração para as receitas, que seguem uma proposta que anda em alta nos últimos tempos: tudo para compartilhar. Não há divisões no cardápio, a ideia é ir pedindo conforme a fome permitir. Mas aqui algumas sugestões para trilhar esse caminho: não deixe de começar pelo pão da casa (R$ 18), que chega acompanhado, não por manteiga ou azeite, mas uma sedosa e intensa banha de porco levemente temperada – não torça o nariz antes de provar. Siga o trajeto com as empanadas (R$ 38), douradinhas, de massa fina e extracrocantes, recheadas com cordeiro desfiado, molhadinhas e no tamanho perfeito para continuar a explorar o menu.

Couvert. Manteiga de banha de porco com pão da casa Foto: Brejo

O porco é a principal proteína na cozinha do Cora – Pablo busca usar o porco de criação própria de forma integral. Ele aparece no queso de chancho (R$ 25), um embutido feito a partir da cabeça e dos miúdos, cheio de colágeno, que dá textura de queijo (por isso o nome) – uma entrada para os iniciados no estilo. No pan achatado, uma espécie de minipizza para dobrar e comer com as mãos, o lardo artesanal levemente aquecido é disposto sobre verdes e gema mole (R$ 22). 

Queso de chancho, tradicional embutido de miolos de porco da região de Inca Foto: Brejo

A cozinha de ingredientes e com poucas intervenções de Pablo se comprova na couve-flor assada inteira, com purê de abóbora e crocantes de grão de bico, finalizada com tahine (R$ 40), é garfar um pouco de tudo e ver que os vegetarianos também são felizes ali. Faz bom par com a posta de peixe (R$ 52), grelhada com cavolo nero e favas brancas. Do mar, também vale provar a tortilha de lula e pimenta (R$ 38). 

Para adoçar, e se ainda sobrar apetite, prove a panna cotta de caramelo com flor de sal, café e tangerina (R$ 24). Ou siga direto para o café, um coado especial da torrefação Tocaya, que trabalha com pequenos produtores da Mantiqueira mineira, e pode, como deve, ser acompanhado dos minialfajores (R$ 18) com massa amanteigada, sem cobertura de chocolate, com generoso recheio de doce de leite e polvilhado com lascas fininhas de coco fresco. 

Do mar.Tortilha de lula e pimenta Foto: Brejo

Para acompanhar tudo isso, ou simplesmente para apreciar a vista da varanda seja de dia ou à noite, a carta de vinhos elaborada pela sommelière Gabriela Monteleone apresenta rótulos frescos com bons preços, ou coquetéis assinados por Gunter Sarfert, que também desenvolveu a carta do Caracol Bar, que vão dos clássicos aos autorais. 

Serviço 

Cora 

R. Amaral Gurgel, 344, 6º andar, Vila Buarque Horário de funcionamento: 5ª e 6ª 19h/23h (sáb. 12h/23h; dom., 12h/17h)

São raros os restaurantes que conseguem unir uma bela vista com comida realmente gostosa -- é comum nesses casos a segunda ficar de escanteio. O novo Cora parece ter conseguido conjugar muito bem os dois. Inaugurado nesta quinta (22), a casa ocupa o topo de um prédio da década de 70, recém-revitalizado, na Rua Amaral Gurgel – o mesmo que já abriga no térreo a pizzaria Divina Increnca e a livraria Gato Sem Rabo –, bem ao lado do Minhocão. No comando da casa estão Rafael Capobianco, do Caracol Bar, e o chef argentino Pablo Inca, que trabalhou ao lado de Paola Carosella, no Arturito, e, em seguida, no Mangiare, restaurante dos mesmos sócios, que fechou as portas na pandemia. 

Terraço do novo Cora, na Vila Buarque, com vista para cartões postais do centro da cidade Foto: Eduardo Magalhães

De baixo, olhando da rua, ele pode até passar despercebido, o luminoso que indica a entrada do restaurante é discreto, mas está lá, entre pichações e lambe-lambes – o que já dá o tom do que está por vir. No hall do prédio, é necessário pegar o elevador até o 6º andar. A porta abre direto para o salão, ou melhor para o bar. Inteiramente reconstruída para receber o restaurante, a laje conta, em uma das pontas, com um salão coberto por um teto retrátil e uma cozinha aberta que o interliga a um grande e agradável terraço, com vista para um dos mais emblemáticos cartões postais do centro da cidade, o Copan – e se você for até o parapeito, o Minhocão está logo ali. 

Luminoso que indica a entrada do restaurante no térreo do edifício da década de 70 recém-revitalizado Foto: Eduardo Magalhães

O cardápio criado por Inca nasce no campo, ele trouxe de suas origens – a região de Jujuy, no norte da Argentina – a inspiração para as receitas, que seguem uma proposta que anda em alta nos últimos tempos: tudo para compartilhar. Não há divisões no cardápio, a ideia é ir pedindo conforme a fome permitir. Mas aqui algumas sugestões para trilhar esse caminho: não deixe de começar pelo pão da casa (R$ 18), que chega acompanhado, não por manteiga ou azeite, mas uma sedosa e intensa banha de porco levemente temperada – não torça o nariz antes de provar. Siga o trajeto com as empanadas (R$ 38), douradinhas, de massa fina e extracrocantes, recheadas com cordeiro desfiado, molhadinhas e no tamanho perfeito para continuar a explorar o menu.

Couvert. Manteiga de banha de porco com pão da casa Foto: Brejo

O porco é a principal proteína na cozinha do Cora – Pablo busca usar o porco de criação própria de forma integral. Ele aparece no queso de chancho (R$ 25), um embutido feito a partir da cabeça e dos miúdos, cheio de colágeno, que dá textura de queijo (por isso o nome) – uma entrada para os iniciados no estilo. No pan achatado, uma espécie de minipizza para dobrar e comer com as mãos, o lardo artesanal levemente aquecido é disposto sobre verdes e gema mole (R$ 22). 

Queso de chancho, tradicional embutido de miolos de porco da região de Inca Foto: Brejo

A cozinha de ingredientes e com poucas intervenções de Pablo se comprova na couve-flor assada inteira, com purê de abóbora e crocantes de grão de bico, finalizada com tahine (R$ 40), é garfar um pouco de tudo e ver que os vegetarianos também são felizes ali. Faz bom par com a posta de peixe (R$ 52), grelhada com cavolo nero e favas brancas. Do mar, também vale provar a tortilha de lula e pimenta (R$ 38). 

Para adoçar, e se ainda sobrar apetite, prove a panna cotta de caramelo com flor de sal, café e tangerina (R$ 24). Ou siga direto para o café, um coado especial da torrefação Tocaya, que trabalha com pequenos produtores da Mantiqueira mineira, e pode, como deve, ser acompanhado dos minialfajores (R$ 18) com massa amanteigada, sem cobertura de chocolate, com generoso recheio de doce de leite e polvilhado com lascas fininhas de coco fresco. 

Do mar.Tortilha de lula e pimenta Foto: Brejo

Para acompanhar tudo isso, ou simplesmente para apreciar a vista da varanda seja de dia ou à noite, a carta de vinhos elaborada pela sommelière Gabriela Monteleone apresenta rótulos frescos com bons preços, ou coquetéis assinados por Gunter Sarfert, que também desenvolveu a carta do Caracol Bar, que vão dos clássicos aos autorais. 

Serviço 

Cora 

R. Amaral Gurgel, 344, 6º andar, Vila Buarque Horário de funcionamento: 5ª e 6ª 19h/23h (sáb. 12h/23h; dom., 12h/17h)

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