Novo Mocotó abre na Vila Leopoldina a partir do próximo dia 13


Parmigiana pernambucana, fish sem chips, romeo e juliette – Paladar provou com exclusividade receitas inéditas de Rodrigo Oliveira

Por Fernanda Meneguetti
Atualização:

Rodrigo Oliveira não é só o inventor do dadinho de tapioca, é o visionário que tornou um botequim nas quebradas da Vila Medeiros, na zona norte profunda, em um dos restaurantes mais festejados do Brasil. Agora, ele leva o dito cujo à Vila Leopoldina, numa zona oeste ainda distante do hype.

O Mocotó já existia quando o mais novo jurado de MasterChef Brasil nasceu. Foi o que sempre o amarrou a Mulungu, cidadezinha natal de sua família, a uns 200 quilômetros de Recife. Graças às histórias daquele sertão, Rodrigo sonhou em ser arqueólogo, quase virou gestor ambiental, mas não resistiu à sua comida.

O Mocotó já existia quando o mais novo jurado de MasterChef Brasil nasceu Foto: Daniel Teixeira | Estadão
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Do próprio prato às panelas, na nova casa se permite pintar essa culinária com cores diferentes. Um exemplo? O ceviche de beijupirá. O pescado brasileiro de carne branquinha e sabor delicado ganha acidez com uma emulsão de umbu, crocância com casquinhas de mandioca e frescor com um punhado de coentro.

Outro peixe nativo, o pirarucu, dá origem a um fish sem chips. Se na receita inglesa a massa para empanar filés leva cerveja, na versão assertanejada, a bebida é substituída por um tucupi carbonatado, que ajuda a fritura a ser perigosa e irresistivelmente crocante.

O pescado brasileiro de carne branquinha ganha acidez com uma emulsão de umbu, crocância com casquinhas de mandioca Foto: Daniel Teixeira | Estadão
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Solícito, o chef entrega o segredo: “Estamos usando a carbonatação para fazer refrigerante caseiro de maracujá, em um negroni fizz que fica muito bom e pensei: por que não criar uma cerveja que não seja a cerveja?”.

Saindo das águas para a granja, Rodrigo acena com o mocoshuka. A homenagem ao clássico do Oriente Médio vem no capricho, molho de tomate bem condimentado, pimentão vermelho, iogurte caseiro, torresmo e ovos orgânicos.

“Esses ovos são muito especiais, vêm de Piracaia. Quem traz é o Rafael Camacho, que era do mercado financeiro, pirou e começou a criar codornas. Mas como todo mundo só se interessava pelos ovinhos, ele mudou para ovo de galinha, que ele alimenta com ração orgânica e prebióticos e trata com homeopatia e amor”, conta o anfitrião.

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Para chuchar as gemas alaranjadas, há pão de longa fermentação reforçado com farinha integral, que exerce a mesma função no molho de vinho do Vale do São Francisco que cola no fundo da panelinha de língua de boi braseada.

Incentivar os convidados a limparem o prato com o miolo é coisa de quem está confortável como anfitrião, mesmo que a mudança ainda implique uma ou outra bagunça espalhada pela sala.

Felizmente, nada que impeça de se apreciar a parede-empório com tapioqueiras de ferro, molhos de pimenta, farinhas artesanais e outros itens que estarão à venda a partir da próxima quinta-feira. Muito menos de recepcionar a atração principal, o novíssimo – e criminoso – PF (que no Mocotó é “Prato Formoso”) do galinheiro!

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Prato parmegiana de frango servido na nova unidade do restaurante Mocotó Foto: Daniel Teixeira | Estadão

“A gente queria um prato de frango que fosse familiar, mas tivesse a nossa cara. Pensamos num empanado no forno, que é um jeito muito legal de deixá-lo mais sequinho. Aí sim ele recebe as nossas especiarias, uma seleção dos queijos brasileiros que a gente adora, queijo minas, queijo mantiqueira e requeijão-do-norte, o arroz de cheiro-verde e a mandioquinha frita. É uma parmigiana pernambucana”, apresenta o cozinheiro.

Picolé de manga coberto com chocolate branco e pó de “matchê”, ladeado por curd de limão-siciliano e cachaça Foto: Daniel Teixeira | Estadão
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Para adoçar os comensais, Rodrigo contou com ajuda de Alê Sotero. Enquanto o confeiteiro explicava a romeu e juliette (tarta cremosa de requeijão-do-norte, com goiabada artesanal feita com um toque de vinho), o chef mandava ver no mocolé (picolé de manga coberto com chocolate branco e pó de “matchê”, ladeado por curd de limão-siciliano e cachaça).

Embora o restaurante só inaugure em soft opening para almoço no dia 13 de abril, o mocoboy já brinda a fase criativa com caipirinhas – enquanto a temporada permitir, de seriguela e mexerica, por favor.

Serviço

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Rua Aroaba, 333, Vila Leopoldina. A partir de 13 de abril, todos os dias, das 12h às 17h. Tel.: (11) 3294-4814

Rodrigo Oliveira não é só o inventor do dadinho de tapioca, é o visionário que tornou um botequim nas quebradas da Vila Medeiros, na zona norte profunda, em um dos restaurantes mais festejados do Brasil. Agora, ele leva o dito cujo à Vila Leopoldina, numa zona oeste ainda distante do hype.

O Mocotó já existia quando o mais novo jurado de MasterChef Brasil nasceu. Foi o que sempre o amarrou a Mulungu, cidadezinha natal de sua família, a uns 200 quilômetros de Recife. Graças às histórias daquele sertão, Rodrigo sonhou em ser arqueólogo, quase virou gestor ambiental, mas não resistiu à sua comida.

O Mocotó já existia quando o mais novo jurado de MasterChef Brasil nasceu Foto: Daniel Teixeira | Estadão

Do próprio prato às panelas, na nova casa se permite pintar essa culinária com cores diferentes. Um exemplo? O ceviche de beijupirá. O pescado brasileiro de carne branquinha e sabor delicado ganha acidez com uma emulsão de umbu, crocância com casquinhas de mandioca e frescor com um punhado de coentro.

Outro peixe nativo, o pirarucu, dá origem a um fish sem chips. Se na receita inglesa a massa para empanar filés leva cerveja, na versão assertanejada, a bebida é substituída por um tucupi carbonatado, que ajuda a fritura a ser perigosa e irresistivelmente crocante.

O pescado brasileiro de carne branquinha ganha acidez com uma emulsão de umbu, crocância com casquinhas de mandioca Foto: Daniel Teixeira | Estadão

Solícito, o chef entrega o segredo: “Estamos usando a carbonatação para fazer refrigerante caseiro de maracujá, em um negroni fizz que fica muito bom e pensei: por que não criar uma cerveja que não seja a cerveja?”.

Saindo das águas para a granja, Rodrigo acena com o mocoshuka. A homenagem ao clássico do Oriente Médio vem no capricho, molho de tomate bem condimentado, pimentão vermelho, iogurte caseiro, torresmo e ovos orgânicos.

“Esses ovos são muito especiais, vêm de Piracaia. Quem traz é o Rafael Camacho, que era do mercado financeiro, pirou e começou a criar codornas. Mas como todo mundo só se interessava pelos ovinhos, ele mudou para ovo de galinha, que ele alimenta com ração orgânica e prebióticos e trata com homeopatia e amor”, conta o anfitrião.

Para chuchar as gemas alaranjadas, há pão de longa fermentação reforçado com farinha integral, que exerce a mesma função no molho de vinho do Vale do São Francisco que cola no fundo da panelinha de língua de boi braseada.

Incentivar os convidados a limparem o prato com o miolo é coisa de quem está confortável como anfitrião, mesmo que a mudança ainda implique uma ou outra bagunça espalhada pela sala.

Felizmente, nada que impeça de se apreciar a parede-empório com tapioqueiras de ferro, molhos de pimenta, farinhas artesanais e outros itens que estarão à venda a partir da próxima quinta-feira. Muito menos de recepcionar a atração principal, o novíssimo – e criminoso – PF (que no Mocotó é “Prato Formoso”) do galinheiro!

Prato parmegiana de frango servido na nova unidade do restaurante Mocotó Foto: Daniel Teixeira | Estadão

“A gente queria um prato de frango que fosse familiar, mas tivesse a nossa cara. Pensamos num empanado no forno, que é um jeito muito legal de deixá-lo mais sequinho. Aí sim ele recebe as nossas especiarias, uma seleção dos queijos brasileiros que a gente adora, queijo minas, queijo mantiqueira e requeijão-do-norte, o arroz de cheiro-verde e a mandioquinha frita. É uma parmigiana pernambucana”, apresenta o cozinheiro.

Picolé de manga coberto com chocolate branco e pó de “matchê”, ladeado por curd de limão-siciliano e cachaça Foto: Daniel Teixeira | Estadão

Para adoçar os comensais, Rodrigo contou com ajuda de Alê Sotero. Enquanto o confeiteiro explicava a romeu e juliette (tarta cremosa de requeijão-do-norte, com goiabada artesanal feita com um toque de vinho), o chef mandava ver no mocolé (picolé de manga coberto com chocolate branco e pó de “matchê”, ladeado por curd de limão-siciliano e cachaça).

Embora o restaurante só inaugure em soft opening para almoço no dia 13 de abril, o mocoboy já brinda a fase criativa com caipirinhas – enquanto a temporada permitir, de seriguela e mexerica, por favor.

Serviço

Rua Aroaba, 333, Vila Leopoldina. A partir de 13 de abril, todos os dias, das 12h às 17h. Tel.: (11) 3294-4814

Rodrigo Oliveira não é só o inventor do dadinho de tapioca, é o visionário que tornou um botequim nas quebradas da Vila Medeiros, na zona norte profunda, em um dos restaurantes mais festejados do Brasil. Agora, ele leva o dito cujo à Vila Leopoldina, numa zona oeste ainda distante do hype.

O Mocotó já existia quando o mais novo jurado de MasterChef Brasil nasceu. Foi o que sempre o amarrou a Mulungu, cidadezinha natal de sua família, a uns 200 quilômetros de Recife. Graças às histórias daquele sertão, Rodrigo sonhou em ser arqueólogo, quase virou gestor ambiental, mas não resistiu à sua comida.

O Mocotó já existia quando o mais novo jurado de MasterChef Brasil nasceu Foto: Daniel Teixeira | Estadão

Do próprio prato às panelas, na nova casa se permite pintar essa culinária com cores diferentes. Um exemplo? O ceviche de beijupirá. O pescado brasileiro de carne branquinha e sabor delicado ganha acidez com uma emulsão de umbu, crocância com casquinhas de mandioca e frescor com um punhado de coentro.

Outro peixe nativo, o pirarucu, dá origem a um fish sem chips. Se na receita inglesa a massa para empanar filés leva cerveja, na versão assertanejada, a bebida é substituída por um tucupi carbonatado, que ajuda a fritura a ser perigosa e irresistivelmente crocante.

O pescado brasileiro de carne branquinha ganha acidez com uma emulsão de umbu, crocância com casquinhas de mandioca Foto: Daniel Teixeira | Estadão

Solícito, o chef entrega o segredo: “Estamos usando a carbonatação para fazer refrigerante caseiro de maracujá, em um negroni fizz que fica muito bom e pensei: por que não criar uma cerveja que não seja a cerveja?”.

Saindo das águas para a granja, Rodrigo acena com o mocoshuka. A homenagem ao clássico do Oriente Médio vem no capricho, molho de tomate bem condimentado, pimentão vermelho, iogurte caseiro, torresmo e ovos orgânicos.

“Esses ovos são muito especiais, vêm de Piracaia. Quem traz é o Rafael Camacho, que era do mercado financeiro, pirou e começou a criar codornas. Mas como todo mundo só se interessava pelos ovinhos, ele mudou para ovo de galinha, que ele alimenta com ração orgânica e prebióticos e trata com homeopatia e amor”, conta o anfitrião.

Para chuchar as gemas alaranjadas, há pão de longa fermentação reforçado com farinha integral, que exerce a mesma função no molho de vinho do Vale do São Francisco que cola no fundo da panelinha de língua de boi braseada.

Incentivar os convidados a limparem o prato com o miolo é coisa de quem está confortável como anfitrião, mesmo que a mudança ainda implique uma ou outra bagunça espalhada pela sala.

Felizmente, nada que impeça de se apreciar a parede-empório com tapioqueiras de ferro, molhos de pimenta, farinhas artesanais e outros itens que estarão à venda a partir da próxima quinta-feira. Muito menos de recepcionar a atração principal, o novíssimo – e criminoso – PF (que no Mocotó é “Prato Formoso”) do galinheiro!

Prato parmegiana de frango servido na nova unidade do restaurante Mocotó Foto: Daniel Teixeira | Estadão

“A gente queria um prato de frango que fosse familiar, mas tivesse a nossa cara. Pensamos num empanado no forno, que é um jeito muito legal de deixá-lo mais sequinho. Aí sim ele recebe as nossas especiarias, uma seleção dos queijos brasileiros que a gente adora, queijo minas, queijo mantiqueira e requeijão-do-norte, o arroz de cheiro-verde e a mandioquinha frita. É uma parmigiana pernambucana”, apresenta o cozinheiro.

Picolé de manga coberto com chocolate branco e pó de “matchê”, ladeado por curd de limão-siciliano e cachaça Foto: Daniel Teixeira | Estadão

Para adoçar os comensais, Rodrigo contou com ajuda de Alê Sotero. Enquanto o confeiteiro explicava a romeu e juliette (tarta cremosa de requeijão-do-norte, com goiabada artesanal feita com um toque de vinho), o chef mandava ver no mocolé (picolé de manga coberto com chocolate branco e pó de “matchê”, ladeado por curd de limão-siciliano e cachaça).

Embora o restaurante só inaugure em soft opening para almoço no dia 13 de abril, o mocoboy já brinda a fase criativa com caipirinhas – enquanto a temporada permitir, de seriguela e mexerica, por favor.

Serviço

Rua Aroaba, 333, Vila Leopoldina. A partir de 13 de abril, todos os dias, das 12h às 17h. Tel.: (11) 3294-4814

Rodrigo Oliveira não é só o inventor do dadinho de tapioca, é o visionário que tornou um botequim nas quebradas da Vila Medeiros, na zona norte profunda, em um dos restaurantes mais festejados do Brasil. Agora, ele leva o dito cujo à Vila Leopoldina, numa zona oeste ainda distante do hype.

O Mocotó já existia quando o mais novo jurado de MasterChef Brasil nasceu. Foi o que sempre o amarrou a Mulungu, cidadezinha natal de sua família, a uns 200 quilômetros de Recife. Graças às histórias daquele sertão, Rodrigo sonhou em ser arqueólogo, quase virou gestor ambiental, mas não resistiu à sua comida.

O Mocotó já existia quando o mais novo jurado de MasterChef Brasil nasceu Foto: Daniel Teixeira | Estadão

Do próprio prato às panelas, na nova casa se permite pintar essa culinária com cores diferentes. Um exemplo? O ceviche de beijupirá. O pescado brasileiro de carne branquinha e sabor delicado ganha acidez com uma emulsão de umbu, crocância com casquinhas de mandioca e frescor com um punhado de coentro.

Outro peixe nativo, o pirarucu, dá origem a um fish sem chips. Se na receita inglesa a massa para empanar filés leva cerveja, na versão assertanejada, a bebida é substituída por um tucupi carbonatado, que ajuda a fritura a ser perigosa e irresistivelmente crocante.

O pescado brasileiro de carne branquinha ganha acidez com uma emulsão de umbu, crocância com casquinhas de mandioca Foto: Daniel Teixeira | Estadão

Solícito, o chef entrega o segredo: “Estamos usando a carbonatação para fazer refrigerante caseiro de maracujá, em um negroni fizz que fica muito bom e pensei: por que não criar uma cerveja que não seja a cerveja?”.

Saindo das águas para a granja, Rodrigo acena com o mocoshuka. A homenagem ao clássico do Oriente Médio vem no capricho, molho de tomate bem condimentado, pimentão vermelho, iogurte caseiro, torresmo e ovos orgânicos.

“Esses ovos são muito especiais, vêm de Piracaia. Quem traz é o Rafael Camacho, que era do mercado financeiro, pirou e começou a criar codornas. Mas como todo mundo só se interessava pelos ovinhos, ele mudou para ovo de galinha, que ele alimenta com ração orgânica e prebióticos e trata com homeopatia e amor”, conta o anfitrião.

Para chuchar as gemas alaranjadas, há pão de longa fermentação reforçado com farinha integral, que exerce a mesma função no molho de vinho do Vale do São Francisco que cola no fundo da panelinha de língua de boi braseada.

Incentivar os convidados a limparem o prato com o miolo é coisa de quem está confortável como anfitrião, mesmo que a mudança ainda implique uma ou outra bagunça espalhada pela sala.

Felizmente, nada que impeça de se apreciar a parede-empório com tapioqueiras de ferro, molhos de pimenta, farinhas artesanais e outros itens que estarão à venda a partir da próxima quinta-feira. Muito menos de recepcionar a atração principal, o novíssimo – e criminoso – PF (que no Mocotó é “Prato Formoso”) do galinheiro!

Prato parmegiana de frango servido na nova unidade do restaurante Mocotó Foto: Daniel Teixeira | Estadão

“A gente queria um prato de frango que fosse familiar, mas tivesse a nossa cara. Pensamos num empanado no forno, que é um jeito muito legal de deixá-lo mais sequinho. Aí sim ele recebe as nossas especiarias, uma seleção dos queijos brasileiros que a gente adora, queijo minas, queijo mantiqueira e requeijão-do-norte, o arroz de cheiro-verde e a mandioquinha frita. É uma parmigiana pernambucana”, apresenta o cozinheiro.

Picolé de manga coberto com chocolate branco e pó de “matchê”, ladeado por curd de limão-siciliano e cachaça Foto: Daniel Teixeira | Estadão

Para adoçar os comensais, Rodrigo contou com ajuda de Alê Sotero. Enquanto o confeiteiro explicava a romeu e juliette (tarta cremosa de requeijão-do-norte, com goiabada artesanal feita com um toque de vinho), o chef mandava ver no mocolé (picolé de manga coberto com chocolate branco e pó de “matchê”, ladeado por curd de limão-siciliano e cachaça).

Embora o restaurante só inaugure em soft opening para almoço no dia 13 de abril, o mocoboy já brinda a fase criativa com caipirinhas – enquanto a temporada permitir, de seriguela e mexerica, por favor.

Serviço

Rua Aroaba, 333, Vila Leopoldina. A partir de 13 de abril, todos os dias, das 12h às 17h. Tel.: (11) 3294-4814

Rodrigo Oliveira não é só o inventor do dadinho de tapioca, é o visionário que tornou um botequim nas quebradas da Vila Medeiros, na zona norte profunda, em um dos restaurantes mais festejados do Brasil. Agora, ele leva o dito cujo à Vila Leopoldina, numa zona oeste ainda distante do hype.

O Mocotó já existia quando o mais novo jurado de MasterChef Brasil nasceu. Foi o que sempre o amarrou a Mulungu, cidadezinha natal de sua família, a uns 200 quilômetros de Recife. Graças às histórias daquele sertão, Rodrigo sonhou em ser arqueólogo, quase virou gestor ambiental, mas não resistiu à sua comida.

O Mocotó já existia quando o mais novo jurado de MasterChef Brasil nasceu Foto: Daniel Teixeira | Estadão

Do próprio prato às panelas, na nova casa se permite pintar essa culinária com cores diferentes. Um exemplo? O ceviche de beijupirá. O pescado brasileiro de carne branquinha e sabor delicado ganha acidez com uma emulsão de umbu, crocância com casquinhas de mandioca e frescor com um punhado de coentro.

Outro peixe nativo, o pirarucu, dá origem a um fish sem chips. Se na receita inglesa a massa para empanar filés leva cerveja, na versão assertanejada, a bebida é substituída por um tucupi carbonatado, que ajuda a fritura a ser perigosa e irresistivelmente crocante.

O pescado brasileiro de carne branquinha ganha acidez com uma emulsão de umbu, crocância com casquinhas de mandioca Foto: Daniel Teixeira | Estadão

Solícito, o chef entrega o segredo: “Estamos usando a carbonatação para fazer refrigerante caseiro de maracujá, em um negroni fizz que fica muito bom e pensei: por que não criar uma cerveja que não seja a cerveja?”.

Saindo das águas para a granja, Rodrigo acena com o mocoshuka. A homenagem ao clássico do Oriente Médio vem no capricho, molho de tomate bem condimentado, pimentão vermelho, iogurte caseiro, torresmo e ovos orgânicos.

“Esses ovos são muito especiais, vêm de Piracaia. Quem traz é o Rafael Camacho, que era do mercado financeiro, pirou e começou a criar codornas. Mas como todo mundo só se interessava pelos ovinhos, ele mudou para ovo de galinha, que ele alimenta com ração orgânica e prebióticos e trata com homeopatia e amor”, conta o anfitrião.

Para chuchar as gemas alaranjadas, há pão de longa fermentação reforçado com farinha integral, que exerce a mesma função no molho de vinho do Vale do São Francisco que cola no fundo da panelinha de língua de boi braseada.

Incentivar os convidados a limparem o prato com o miolo é coisa de quem está confortável como anfitrião, mesmo que a mudança ainda implique uma ou outra bagunça espalhada pela sala.

Felizmente, nada que impeça de se apreciar a parede-empório com tapioqueiras de ferro, molhos de pimenta, farinhas artesanais e outros itens que estarão à venda a partir da próxima quinta-feira. Muito menos de recepcionar a atração principal, o novíssimo – e criminoso – PF (que no Mocotó é “Prato Formoso”) do galinheiro!

Prato parmegiana de frango servido na nova unidade do restaurante Mocotó Foto: Daniel Teixeira | Estadão

“A gente queria um prato de frango que fosse familiar, mas tivesse a nossa cara. Pensamos num empanado no forno, que é um jeito muito legal de deixá-lo mais sequinho. Aí sim ele recebe as nossas especiarias, uma seleção dos queijos brasileiros que a gente adora, queijo minas, queijo mantiqueira e requeijão-do-norte, o arroz de cheiro-verde e a mandioquinha frita. É uma parmigiana pernambucana”, apresenta o cozinheiro.

Picolé de manga coberto com chocolate branco e pó de “matchê”, ladeado por curd de limão-siciliano e cachaça Foto: Daniel Teixeira | Estadão

Para adoçar os comensais, Rodrigo contou com ajuda de Alê Sotero. Enquanto o confeiteiro explicava a romeu e juliette (tarta cremosa de requeijão-do-norte, com goiabada artesanal feita com um toque de vinho), o chef mandava ver no mocolé (picolé de manga coberto com chocolate branco e pó de “matchê”, ladeado por curd de limão-siciliano e cachaça).

Embora o restaurante só inaugure em soft opening para almoço no dia 13 de abril, o mocoboy já brinda a fase criativa com caipirinhas – enquanto a temporada permitir, de seriguela e mexerica, por favor.

Serviço

Rua Aroaba, 333, Vila Leopoldina. A partir de 13 de abril, todos os dias, das 12h às 17h. Tel.: (11) 3294-4814

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