Tem cara de hambúrguer, gosto de hambúrguer. Mas não é de carne


Primeiro hambúrguer 100% vegetal que imita carne feito no Brasil chega a lanchonetes e mercados. O 'Paladar' foi provar para avaliar o sabor e a textura

Por Renata Mesquita

Sabe aquele hambúrguer 100% vegetal desenvolvido por duas empresas de foodtech nos Estados Unidos, que tem textura de carne, “sangra” e está bombando? Pois já existe uma versão nacional e está chegando aos mercados e lanchonetes do País. É o futuro burguer 1.0, produzido pela startup Fazenda Futuro.

A partir do próximo dia 13, todos os hambúrgueres da Lanchonete da Cidade poderão ser pedidos na versão futuro burguer. E, a partir do dia 18, ele chega à rede Pão de Açúcar (vai ser vendido congelado, em bandejas de 2 unidades por R$ 17).

O produto nacional é uma combinação de proteínas de soja, de ervilha e de grão-de-bico, beterraba, aromatizantes e temperos naturais, cuja receita exata é mantida em segredo.

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X-salada feito com o futuro burguer 1.0: parece carne, mas é feito comproteínas de soja, de ervilha e de grão-de-bico. Foto: Gabriela Biló/Estadão

Como é a produção

É produzido em Volta Redonda, na Fazenda Futuro, que pertence aos empresários cariocas Marcos Leta de 37 anos, criador da sucos Do Bem, e seu sócio Alfredo Strechinsky. A ideia surgiu por acaso, diz Marcos. 

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Depois de vender a empresa de sucos para a Ambev, em 2016, os sócios buscavam um novo negócio. “De brincadeira demos um Google para ver quais eram as 10 maiores empresas brasileiras e duas delas eram de carne”, conta. “Considerando o pilar de sabor, sustentabilidade e saudabilidade, resolvemos fazer a carne vegetal”, diz. 

Importaram maquinário de frigorífico da Alemanha e fizeram adaptações, montaram um time com engenheiros de alimento e especialistas em tecnologia que soma 30 pessoas, e uma planta industrial com capacidade para produzir 2 mil toneladas de hambúrguer por mês. Trabalharam no desenvolvimento do produto por quase dois anos. “Fizemos nove versões até chegar a esta que chamamos de futuro burguer 1.0, porque vamos continuar aprimorando”, diz o empresário, que trouxe do Rio, na mala, um lote de hambúrgueres para a prova do Paladar em primeira mão na Lanchonete da Cidade.

“Nosso alvo não é o vegetariano e nem o vegano, é o consumidor de carne”, diz. E tem mais: a Fazenda Futuro já está desenvolvendo a salsicha vegetal, para uma nova geração de cachorros-quentes.

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Marcos Leta, 37 anos, é um dos empresárior por trás do futuro burguer 1.0. Foto: Gabriela Biló/Estadão

Tá, mas e o sabor?

* Crítica por Patrícia Ferraz, editora do Paladar *

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Por que raios uma pessoa que não quer comer carne tem que pedir um hambúrguer que pareça de carne? A pergunta não me saiu da cabeça desde o momento em que topei provar o LC Futuro 1.0, o primeiro hambúrguer de carne vegetal brasileiro (sei todas as implicações ambientais, ainda assim, por que imitar carne?).

É vegetal, mas tem cara de carne, textura de carne e cor de carne - o "sangue" é feito com beterraba. Foto: Patrícia Ferraz/Estadão

Mesmo sem entender exatamente o sentido, entrei na cozinha da Lanchonete da Cidade bem curiosa para acompanhar a preparação. Os discos foram ganhado cor na chapa e uma crostinha atraente. O chef colocou no pão e me deu para morder, ali mesmo. Na primeira dentada, pequena e desconfiada, a surpresa: tem gosto de carne. Dei mais uma mordida, notei os temperos, cebola e um defumado, bem intensos. Abri o sanduíche, apertei “a carne”, escorreu um liquido translúcido rosado, que imita o sangue (é feito de beterraba, mas não tem sabor).

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Na mesa, provei o sanduíche completo, um X-salada. E foi aí que cismei com a textura: falta firmeza, está mais perto do hambúrguer de caixinha que do artesanal. Mas esta é só a versão 1.0 do hambúrguer. Tem um time de engenheiros de alimento trabalhando para deixá-lo cada vez mais parecido com carne de verdade.

Ah, não senti mais fome naquele dia. Saí da Lanchonete da Cidade, umas 14h30, saciada e leve. E não tive vontade de comer mais nada o resto do dia...

O hambúrguer vegetal é feito na grelha. Ganha cor e sabor de carne. Foto: Gabriela Biló/Estadão

Sabe aquele hambúrguer 100% vegetal desenvolvido por duas empresas de foodtech nos Estados Unidos, que tem textura de carne, “sangra” e está bombando? Pois já existe uma versão nacional e está chegando aos mercados e lanchonetes do País. É o futuro burguer 1.0, produzido pela startup Fazenda Futuro.

A partir do próximo dia 13, todos os hambúrgueres da Lanchonete da Cidade poderão ser pedidos na versão futuro burguer. E, a partir do dia 18, ele chega à rede Pão de Açúcar (vai ser vendido congelado, em bandejas de 2 unidades por R$ 17).

O produto nacional é uma combinação de proteínas de soja, de ervilha e de grão-de-bico, beterraba, aromatizantes e temperos naturais, cuja receita exata é mantida em segredo.

X-salada feito com o futuro burguer 1.0: parece carne, mas é feito comproteínas de soja, de ervilha e de grão-de-bico. Foto: Gabriela Biló/Estadão

Como é a produção

É produzido em Volta Redonda, na Fazenda Futuro, que pertence aos empresários cariocas Marcos Leta de 37 anos, criador da sucos Do Bem, e seu sócio Alfredo Strechinsky. A ideia surgiu por acaso, diz Marcos. 

Depois de vender a empresa de sucos para a Ambev, em 2016, os sócios buscavam um novo negócio. “De brincadeira demos um Google para ver quais eram as 10 maiores empresas brasileiras e duas delas eram de carne”, conta. “Considerando o pilar de sabor, sustentabilidade e saudabilidade, resolvemos fazer a carne vegetal”, diz. 

Importaram maquinário de frigorífico da Alemanha e fizeram adaptações, montaram um time com engenheiros de alimento e especialistas em tecnologia que soma 30 pessoas, e uma planta industrial com capacidade para produzir 2 mil toneladas de hambúrguer por mês. Trabalharam no desenvolvimento do produto por quase dois anos. “Fizemos nove versões até chegar a esta que chamamos de futuro burguer 1.0, porque vamos continuar aprimorando”, diz o empresário, que trouxe do Rio, na mala, um lote de hambúrgueres para a prova do Paladar em primeira mão na Lanchonete da Cidade.

“Nosso alvo não é o vegetariano e nem o vegano, é o consumidor de carne”, diz. E tem mais: a Fazenda Futuro já está desenvolvendo a salsicha vegetal, para uma nova geração de cachorros-quentes.

Marcos Leta, 37 anos, é um dos empresárior por trás do futuro burguer 1.0. Foto: Gabriela Biló/Estadão

Tá, mas e o sabor?

* Crítica por Patrícia Ferraz, editora do Paladar *

Por que raios uma pessoa que não quer comer carne tem que pedir um hambúrguer que pareça de carne? A pergunta não me saiu da cabeça desde o momento em que topei provar o LC Futuro 1.0, o primeiro hambúrguer de carne vegetal brasileiro (sei todas as implicações ambientais, ainda assim, por que imitar carne?).

É vegetal, mas tem cara de carne, textura de carne e cor de carne - o "sangue" é feito com beterraba. Foto: Patrícia Ferraz/Estadão

Mesmo sem entender exatamente o sentido, entrei na cozinha da Lanchonete da Cidade bem curiosa para acompanhar a preparação. Os discos foram ganhado cor na chapa e uma crostinha atraente. O chef colocou no pão e me deu para morder, ali mesmo. Na primeira dentada, pequena e desconfiada, a surpresa: tem gosto de carne. Dei mais uma mordida, notei os temperos, cebola e um defumado, bem intensos. Abri o sanduíche, apertei “a carne”, escorreu um liquido translúcido rosado, que imita o sangue (é feito de beterraba, mas não tem sabor).

Na mesa, provei o sanduíche completo, um X-salada. E foi aí que cismei com a textura: falta firmeza, está mais perto do hambúrguer de caixinha que do artesanal. Mas esta é só a versão 1.0 do hambúrguer. Tem um time de engenheiros de alimento trabalhando para deixá-lo cada vez mais parecido com carne de verdade.

Ah, não senti mais fome naquele dia. Saí da Lanchonete da Cidade, umas 14h30, saciada e leve. E não tive vontade de comer mais nada o resto do dia...

O hambúrguer vegetal é feito na grelha. Ganha cor e sabor de carne. Foto: Gabriela Biló/Estadão

Sabe aquele hambúrguer 100% vegetal desenvolvido por duas empresas de foodtech nos Estados Unidos, que tem textura de carne, “sangra” e está bombando? Pois já existe uma versão nacional e está chegando aos mercados e lanchonetes do País. É o futuro burguer 1.0, produzido pela startup Fazenda Futuro.

A partir do próximo dia 13, todos os hambúrgueres da Lanchonete da Cidade poderão ser pedidos na versão futuro burguer. E, a partir do dia 18, ele chega à rede Pão de Açúcar (vai ser vendido congelado, em bandejas de 2 unidades por R$ 17).

O produto nacional é uma combinação de proteínas de soja, de ervilha e de grão-de-bico, beterraba, aromatizantes e temperos naturais, cuja receita exata é mantida em segredo.

X-salada feito com o futuro burguer 1.0: parece carne, mas é feito comproteínas de soja, de ervilha e de grão-de-bico. Foto: Gabriela Biló/Estadão

Como é a produção

É produzido em Volta Redonda, na Fazenda Futuro, que pertence aos empresários cariocas Marcos Leta de 37 anos, criador da sucos Do Bem, e seu sócio Alfredo Strechinsky. A ideia surgiu por acaso, diz Marcos. 

Depois de vender a empresa de sucos para a Ambev, em 2016, os sócios buscavam um novo negócio. “De brincadeira demos um Google para ver quais eram as 10 maiores empresas brasileiras e duas delas eram de carne”, conta. “Considerando o pilar de sabor, sustentabilidade e saudabilidade, resolvemos fazer a carne vegetal”, diz. 

Importaram maquinário de frigorífico da Alemanha e fizeram adaptações, montaram um time com engenheiros de alimento e especialistas em tecnologia que soma 30 pessoas, e uma planta industrial com capacidade para produzir 2 mil toneladas de hambúrguer por mês. Trabalharam no desenvolvimento do produto por quase dois anos. “Fizemos nove versões até chegar a esta que chamamos de futuro burguer 1.0, porque vamos continuar aprimorando”, diz o empresário, que trouxe do Rio, na mala, um lote de hambúrgueres para a prova do Paladar em primeira mão na Lanchonete da Cidade.

“Nosso alvo não é o vegetariano e nem o vegano, é o consumidor de carne”, diz. E tem mais: a Fazenda Futuro já está desenvolvendo a salsicha vegetal, para uma nova geração de cachorros-quentes.

Marcos Leta, 37 anos, é um dos empresárior por trás do futuro burguer 1.0. Foto: Gabriela Biló/Estadão

Tá, mas e o sabor?

* Crítica por Patrícia Ferraz, editora do Paladar *

Por que raios uma pessoa que não quer comer carne tem que pedir um hambúrguer que pareça de carne? A pergunta não me saiu da cabeça desde o momento em que topei provar o LC Futuro 1.0, o primeiro hambúrguer de carne vegetal brasileiro (sei todas as implicações ambientais, ainda assim, por que imitar carne?).

É vegetal, mas tem cara de carne, textura de carne e cor de carne - o "sangue" é feito com beterraba. Foto: Patrícia Ferraz/Estadão

Mesmo sem entender exatamente o sentido, entrei na cozinha da Lanchonete da Cidade bem curiosa para acompanhar a preparação. Os discos foram ganhado cor na chapa e uma crostinha atraente. O chef colocou no pão e me deu para morder, ali mesmo. Na primeira dentada, pequena e desconfiada, a surpresa: tem gosto de carne. Dei mais uma mordida, notei os temperos, cebola e um defumado, bem intensos. Abri o sanduíche, apertei “a carne”, escorreu um liquido translúcido rosado, que imita o sangue (é feito de beterraba, mas não tem sabor).

Na mesa, provei o sanduíche completo, um X-salada. E foi aí que cismei com a textura: falta firmeza, está mais perto do hambúrguer de caixinha que do artesanal. Mas esta é só a versão 1.0 do hambúrguer. Tem um time de engenheiros de alimento trabalhando para deixá-lo cada vez mais parecido com carne de verdade.

Ah, não senti mais fome naquele dia. Saí da Lanchonete da Cidade, umas 14h30, saciada e leve. E não tive vontade de comer mais nada o resto do dia...

O hambúrguer vegetal é feito na grelha. Ganha cor e sabor de carne. Foto: Gabriela Biló/Estadão

Sabe aquele hambúrguer 100% vegetal desenvolvido por duas empresas de foodtech nos Estados Unidos, que tem textura de carne, “sangra” e está bombando? Pois já existe uma versão nacional e está chegando aos mercados e lanchonetes do País. É o futuro burguer 1.0, produzido pela startup Fazenda Futuro.

A partir do próximo dia 13, todos os hambúrgueres da Lanchonete da Cidade poderão ser pedidos na versão futuro burguer. E, a partir do dia 18, ele chega à rede Pão de Açúcar (vai ser vendido congelado, em bandejas de 2 unidades por R$ 17).

O produto nacional é uma combinação de proteínas de soja, de ervilha e de grão-de-bico, beterraba, aromatizantes e temperos naturais, cuja receita exata é mantida em segredo.

X-salada feito com o futuro burguer 1.0: parece carne, mas é feito comproteínas de soja, de ervilha e de grão-de-bico. Foto: Gabriela Biló/Estadão

Como é a produção

É produzido em Volta Redonda, na Fazenda Futuro, que pertence aos empresários cariocas Marcos Leta de 37 anos, criador da sucos Do Bem, e seu sócio Alfredo Strechinsky. A ideia surgiu por acaso, diz Marcos. 

Depois de vender a empresa de sucos para a Ambev, em 2016, os sócios buscavam um novo negócio. “De brincadeira demos um Google para ver quais eram as 10 maiores empresas brasileiras e duas delas eram de carne”, conta. “Considerando o pilar de sabor, sustentabilidade e saudabilidade, resolvemos fazer a carne vegetal”, diz. 

Importaram maquinário de frigorífico da Alemanha e fizeram adaptações, montaram um time com engenheiros de alimento e especialistas em tecnologia que soma 30 pessoas, e uma planta industrial com capacidade para produzir 2 mil toneladas de hambúrguer por mês. Trabalharam no desenvolvimento do produto por quase dois anos. “Fizemos nove versões até chegar a esta que chamamos de futuro burguer 1.0, porque vamos continuar aprimorando”, diz o empresário, que trouxe do Rio, na mala, um lote de hambúrgueres para a prova do Paladar em primeira mão na Lanchonete da Cidade.

“Nosso alvo não é o vegetariano e nem o vegano, é o consumidor de carne”, diz. E tem mais: a Fazenda Futuro já está desenvolvendo a salsicha vegetal, para uma nova geração de cachorros-quentes.

Marcos Leta, 37 anos, é um dos empresárior por trás do futuro burguer 1.0. Foto: Gabriela Biló/Estadão

Tá, mas e o sabor?

* Crítica por Patrícia Ferraz, editora do Paladar *

Por que raios uma pessoa que não quer comer carne tem que pedir um hambúrguer que pareça de carne? A pergunta não me saiu da cabeça desde o momento em que topei provar o LC Futuro 1.0, o primeiro hambúrguer de carne vegetal brasileiro (sei todas as implicações ambientais, ainda assim, por que imitar carne?).

É vegetal, mas tem cara de carne, textura de carne e cor de carne - o "sangue" é feito com beterraba. Foto: Patrícia Ferraz/Estadão

Mesmo sem entender exatamente o sentido, entrei na cozinha da Lanchonete da Cidade bem curiosa para acompanhar a preparação. Os discos foram ganhado cor na chapa e uma crostinha atraente. O chef colocou no pão e me deu para morder, ali mesmo. Na primeira dentada, pequena e desconfiada, a surpresa: tem gosto de carne. Dei mais uma mordida, notei os temperos, cebola e um defumado, bem intensos. Abri o sanduíche, apertei “a carne”, escorreu um liquido translúcido rosado, que imita o sangue (é feito de beterraba, mas não tem sabor).

Na mesa, provei o sanduíche completo, um X-salada. E foi aí que cismei com a textura: falta firmeza, está mais perto do hambúrguer de caixinha que do artesanal. Mas esta é só a versão 1.0 do hambúrguer. Tem um time de engenheiros de alimento trabalhando para deixá-lo cada vez mais parecido com carne de verdade.

Ah, não senti mais fome naquele dia. Saí da Lanchonete da Cidade, umas 14h30, saciada e leve. E não tive vontade de comer mais nada o resto do dia...

O hambúrguer vegetal é feito na grelha. Ganha cor e sabor de carne. Foto: Gabriela Biló/Estadão

Sabe aquele hambúrguer 100% vegetal desenvolvido por duas empresas de foodtech nos Estados Unidos, que tem textura de carne, “sangra” e está bombando? Pois já existe uma versão nacional e está chegando aos mercados e lanchonetes do País. É o futuro burguer 1.0, produzido pela startup Fazenda Futuro.

A partir do próximo dia 13, todos os hambúrgueres da Lanchonete da Cidade poderão ser pedidos na versão futuro burguer. E, a partir do dia 18, ele chega à rede Pão de Açúcar (vai ser vendido congelado, em bandejas de 2 unidades por R$ 17).

O produto nacional é uma combinação de proteínas de soja, de ervilha e de grão-de-bico, beterraba, aromatizantes e temperos naturais, cuja receita exata é mantida em segredo.

X-salada feito com o futuro burguer 1.0: parece carne, mas é feito comproteínas de soja, de ervilha e de grão-de-bico. Foto: Gabriela Biló/Estadão

Como é a produção

É produzido em Volta Redonda, na Fazenda Futuro, que pertence aos empresários cariocas Marcos Leta de 37 anos, criador da sucos Do Bem, e seu sócio Alfredo Strechinsky. A ideia surgiu por acaso, diz Marcos. 

Depois de vender a empresa de sucos para a Ambev, em 2016, os sócios buscavam um novo negócio. “De brincadeira demos um Google para ver quais eram as 10 maiores empresas brasileiras e duas delas eram de carne”, conta. “Considerando o pilar de sabor, sustentabilidade e saudabilidade, resolvemos fazer a carne vegetal”, diz. 

Importaram maquinário de frigorífico da Alemanha e fizeram adaptações, montaram um time com engenheiros de alimento e especialistas em tecnologia que soma 30 pessoas, e uma planta industrial com capacidade para produzir 2 mil toneladas de hambúrguer por mês. Trabalharam no desenvolvimento do produto por quase dois anos. “Fizemos nove versões até chegar a esta que chamamos de futuro burguer 1.0, porque vamos continuar aprimorando”, diz o empresário, que trouxe do Rio, na mala, um lote de hambúrgueres para a prova do Paladar em primeira mão na Lanchonete da Cidade.

“Nosso alvo não é o vegetariano e nem o vegano, é o consumidor de carne”, diz. E tem mais: a Fazenda Futuro já está desenvolvendo a salsicha vegetal, para uma nova geração de cachorros-quentes.

Marcos Leta, 37 anos, é um dos empresárior por trás do futuro burguer 1.0. Foto: Gabriela Biló/Estadão

Tá, mas e o sabor?

* Crítica por Patrícia Ferraz, editora do Paladar *

Por que raios uma pessoa que não quer comer carne tem que pedir um hambúrguer que pareça de carne? A pergunta não me saiu da cabeça desde o momento em que topei provar o LC Futuro 1.0, o primeiro hambúrguer de carne vegetal brasileiro (sei todas as implicações ambientais, ainda assim, por que imitar carne?).

É vegetal, mas tem cara de carne, textura de carne e cor de carne - o "sangue" é feito com beterraba. Foto: Patrícia Ferraz/Estadão

Mesmo sem entender exatamente o sentido, entrei na cozinha da Lanchonete da Cidade bem curiosa para acompanhar a preparação. Os discos foram ganhado cor na chapa e uma crostinha atraente. O chef colocou no pão e me deu para morder, ali mesmo. Na primeira dentada, pequena e desconfiada, a surpresa: tem gosto de carne. Dei mais uma mordida, notei os temperos, cebola e um defumado, bem intensos. Abri o sanduíche, apertei “a carne”, escorreu um liquido translúcido rosado, que imita o sangue (é feito de beterraba, mas não tem sabor).

Na mesa, provei o sanduíche completo, um X-salada. E foi aí que cismei com a textura: falta firmeza, está mais perto do hambúrguer de caixinha que do artesanal. Mas esta é só a versão 1.0 do hambúrguer. Tem um time de engenheiros de alimento trabalhando para deixá-lo cada vez mais parecido com carne de verdade.

Ah, não senti mais fome naquele dia. Saí da Lanchonete da Cidade, umas 14h30, saciada e leve. E não tive vontade de comer mais nada o resto do dia...

O hambúrguer vegetal é feito na grelha. Ganha cor e sabor de carne. Foto: Gabriela Biló/Estadão

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