Viagem a um certo Japão


Veja como é jantar no restaurante Mugui

Por José Orenstein

Ao ponto: o Mugui é bom, bonito e barato. Que mais pode-se querer de um restaurante? Serviço amável e uma experiência que não teria como reproduzir em casa – e isso o Mugui oferece também.

Mas antes que você se anime a ir nessa simpática casa no bairro da Liberdade, tem duas ou três coisas que precisa saber, ajuste aí suas expectativas. Primeiro: o lugar e a comida são simples (não tem sushi). Segundo: é um negócio familiar, tocado por três irmãs e um irmão – nisseis avessos a badalações. Fazer as imagens que ilustram esta página exigiu do editor de arte e fotógrafo Fernando Sciarra tenacidade de samurai. É, afinal, um restaurante de batian, vovó japonesa. Existe há mais de vinte anos.

Ir ao Mugui lembra muito a experiência de comer em bibocas pelo Japão, descontada a qualidade dos ingredientes, que aqui é pior, e uma certa delicadeza nos preparos, coisa comum por lá.

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FOTOS: Fernando Sciarra/Estadão

Para chegar ao restaurante, deve-se subir um lance de escadas ou tomar o elevador. O negócio funciona no prédio na Rua da Glória conhecido como Food Center, que abriga outros restaurantes. No Japão, é usual: os espaços exíguos da ilha asiática fazem com que o comércio não seja só no nível da rua.

No primeiro andar, então, desliza-se a porta que imita aquelas tradicionais nipônicas de madeira modulada e papel de arroz. Não se ouve o “irashaimassê”. Mas se vê um longo balcão de fórmica bege que encaracola pelo salão. Senhoras de feições japonesas movem-se com graça e calma por detrás dele e até as mesas.

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Quando entro no Mugui, sou lançado a algum lugar entre 1980 e 1990 – sensação que sempre me assaltava quando estive no Japão. É uma paz estranha. À mesa (em cadeiras com rodinhas) ou no balcão, um copo de chá quente é bom companheiro para decidir o que comer. É cortesia da casa.

As massas – lamen, udon, sobá – são as mais pedidas. Mas há também boas refeições no estilo teishoku, que vêm com um pote de arroz, uma conserva, uma cumbuca de missoshiro. Tudo é muito farto, dá para dividir os pratos no esquema dois para três, três para quatro. As donas da casa ou os dois garçons tiram as dúvidas de ocidentais e marinheiros de primeira viagem.

O udon, massa de grosso calibre e ensopada num caldo leve, é conforto líquido. O sobá, mais fino e marrom, de trigo sarraceno, vai bem no caldo. Mas recomendo pinçá-lo no Zaru-tem: sobá frio para mergulhar aos poucos num molho que você faz na hora misturando raiz forte, gengibre, nabo e cebolinha ao shoyu. Vem com tempurá de verduras e camarão, fritos corretamente. É mais difícil errar pedindo udon e sobá do que lamen, que, quando ensopado, passa do ponto, vira um emaranhado molengo.

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O MELHOR E O PIOR

Prove O curry rice, clássico do dia-a-dia nipônico. Arroz, legumes e frango no curry japonês. O oniguiri (bolinho de arroz puro recheado) para fechar a refeição. Para quem gosta, tem de umeboshi, ameixa em conserva superácida.

 O pudim, feito na casa, custa R$ 7. É delicioso e não tão doce.

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Evite O gyoza. Uma das especialidades da casa, muitos começam a refeição com ele. Mas, frito, é óleo puro. Peça o no vapor. Os guardanapos. Complicado evitar os guardanapos, eu sei, mas é que eles são do tipo que, em vez de limpar as mãos, sujam mais. Não absorvem a gordura. Por que eles ainda existem?

Mugui

Estilo de cozinha: japonesa, de pratos quentes – especialmente massas.Bom para: almoço, para quem trabalha na região, pertinho da Sé. O problema é que muita gente tem essa ideia e, durante a semana, o lugar fica lotado (de advogados, muitos deles). À noite o clima é mais tranquilo. Bom para jantar despretensioso.Vinho: não tem.Cerveja: triste cenário. Mas, lembre-se, é um restaurante tipo caseiro. Só Original ou Bohemia (R$ 9, 600 ml).Água e café: aqui o negócio é chá! Quente, é de graça, refilado à vontade. Gelado custa R$ 3. Água é R$ 4. Café não há.Preços: Entradas de R$ 3,50 a R$ 21. Pratos de R$ 19 a R$ 40. Sobremesas custam R$ 7 (só tem duas, pavê ou pudim).Vou voltar? Sim. De tempos em tempos. É, para mim, porto seguro.Onde: R. da Glória, 111, sala 11 (1º andar). 3106-8260. 11h30/14h30 e 19h/22h (fecha dom.). Estacionamento: R$ 8 (1h; no térreo). Só aceita cartão de débito (crédito acima de R$ 100). Ciclovia: na Av. da Liberdade (a 150 m). É possível parar a bicicleta no estacionamento.

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>>Veja a íntegra da edição do Paladar de 27/8/2015

Ao ponto: o Mugui é bom, bonito e barato. Que mais pode-se querer de um restaurante? Serviço amável e uma experiência que não teria como reproduzir em casa – e isso o Mugui oferece também.

Mas antes que você se anime a ir nessa simpática casa no bairro da Liberdade, tem duas ou três coisas que precisa saber, ajuste aí suas expectativas. Primeiro: o lugar e a comida são simples (não tem sushi). Segundo: é um negócio familiar, tocado por três irmãs e um irmão – nisseis avessos a badalações. Fazer as imagens que ilustram esta página exigiu do editor de arte e fotógrafo Fernando Sciarra tenacidade de samurai. É, afinal, um restaurante de batian, vovó japonesa. Existe há mais de vinte anos.

Ir ao Mugui lembra muito a experiência de comer em bibocas pelo Japão, descontada a qualidade dos ingredientes, que aqui é pior, e uma certa delicadeza nos preparos, coisa comum por lá.

FOTOS: Fernando Sciarra/Estadão

Para chegar ao restaurante, deve-se subir um lance de escadas ou tomar o elevador. O negócio funciona no prédio na Rua da Glória conhecido como Food Center, que abriga outros restaurantes. No Japão, é usual: os espaços exíguos da ilha asiática fazem com que o comércio não seja só no nível da rua.

No primeiro andar, então, desliza-se a porta que imita aquelas tradicionais nipônicas de madeira modulada e papel de arroz. Não se ouve o “irashaimassê”. Mas se vê um longo balcão de fórmica bege que encaracola pelo salão. Senhoras de feições japonesas movem-se com graça e calma por detrás dele e até as mesas.

Quando entro no Mugui, sou lançado a algum lugar entre 1980 e 1990 – sensação que sempre me assaltava quando estive no Japão. É uma paz estranha. À mesa (em cadeiras com rodinhas) ou no balcão, um copo de chá quente é bom companheiro para decidir o que comer. É cortesia da casa.

As massas – lamen, udon, sobá – são as mais pedidas. Mas há também boas refeições no estilo teishoku, que vêm com um pote de arroz, uma conserva, uma cumbuca de missoshiro. Tudo é muito farto, dá para dividir os pratos no esquema dois para três, três para quatro. As donas da casa ou os dois garçons tiram as dúvidas de ocidentais e marinheiros de primeira viagem.

O udon, massa de grosso calibre e ensopada num caldo leve, é conforto líquido. O sobá, mais fino e marrom, de trigo sarraceno, vai bem no caldo. Mas recomendo pinçá-lo no Zaru-tem: sobá frio para mergulhar aos poucos num molho que você faz na hora misturando raiz forte, gengibre, nabo e cebolinha ao shoyu. Vem com tempurá de verduras e camarão, fritos corretamente. É mais difícil errar pedindo udon e sobá do que lamen, que, quando ensopado, passa do ponto, vira um emaranhado molengo.

O MELHOR E O PIOR

Prove O curry rice, clássico do dia-a-dia nipônico. Arroz, legumes e frango no curry japonês. O oniguiri (bolinho de arroz puro recheado) para fechar a refeição. Para quem gosta, tem de umeboshi, ameixa em conserva superácida.

 O pudim, feito na casa, custa R$ 7. É delicioso e não tão doce.

Evite O gyoza. Uma das especialidades da casa, muitos começam a refeição com ele. Mas, frito, é óleo puro. Peça o no vapor. Os guardanapos. Complicado evitar os guardanapos, eu sei, mas é que eles são do tipo que, em vez de limpar as mãos, sujam mais. Não absorvem a gordura. Por que eles ainda existem?

Mugui

Estilo de cozinha: japonesa, de pratos quentes – especialmente massas.Bom para: almoço, para quem trabalha na região, pertinho da Sé. O problema é que muita gente tem essa ideia e, durante a semana, o lugar fica lotado (de advogados, muitos deles). À noite o clima é mais tranquilo. Bom para jantar despretensioso.Vinho: não tem.Cerveja: triste cenário. Mas, lembre-se, é um restaurante tipo caseiro. Só Original ou Bohemia (R$ 9, 600 ml).Água e café: aqui o negócio é chá! Quente, é de graça, refilado à vontade. Gelado custa R$ 3. Água é R$ 4. Café não há.Preços: Entradas de R$ 3,50 a R$ 21. Pratos de R$ 19 a R$ 40. Sobremesas custam R$ 7 (só tem duas, pavê ou pudim).Vou voltar? Sim. De tempos em tempos. É, para mim, porto seguro.Onde: R. da Glória, 111, sala 11 (1º andar). 3106-8260. 11h30/14h30 e 19h/22h (fecha dom.). Estacionamento: R$ 8 (1h; no térreo). Só aceita cartão de débito (crédito acima de R$ 100). Ciclovia: na Av. da Liberdade (a 150 m). É possível parar a bicicleta no estacionamento.

>>Veja a íntegra da edição do Paladar de 27/8/2015

Ao ponto: o Mugui é bom, bonito e barato. Que mais pode-se querer de um restaurante? Serviço amável e uma experiência que não teria como reproduzir em casa – e isso o Mugui oferece também.

Mas antes que você se anime a ir nessa simpática casa no bairro da Liberdade, tem duas ou três coisas que precisa saber, ajuste aí suas expectativas. Primeiro: o lugar e a comida são simples (não tem sushi). Segundo: é um negócio familiar, tocado por três irmãs e um irmão – nisseis avessos a badalações. Fazer as imagens que ilustram esta página exigiu do editor de arte e fotógrafo Fernando Sciarra tenacidade de samurai. É, afinal, um restaurante de batian, vovó japonesa. Existe há mais de vinte anos.

Ir ao Mugui lembra muito a experiência de comer em bibocas pelo Japão, descontada a qualidade dos ingredientes, que aqui é pior, e uma certa delicadeza nos preparos, coisa comum por lá.

FOTOS: Fernando Sciarra/Estadão

Para chegar ao restaurante, deve-se subir um lance de escadas ou tomar o elevador. O negócio funciona no prédio na Rua da Glória conhecido como Food Center, que abriga outros restaurantes. No Japão, é usual: os espaços exíguos da ilha asiática fazem com que o comércio não seja só no nível da rua.

No primeiro andar, então, desliza-se a porta que imita aquelas tradicionais nipônicas de madeira modulada e papel de arroz. Não se ouve o “irashaimassê”. Mas se vê um longo balcão de fórmica bege que encaracola pelo salão. Senhoras de feições japonesas movem-se com graça e calma por detrás dele e até as mesas.

Quando entro no Mugui, sou lançado a algum lugar entre 1980 e 1990 – sensação que sempre me assaltava quando estive no Japão. É uma paz estranha. À mesa (em cadeiras com rodinhas) ou no balcão, um copo de chá quente é bom companheiro para decidir o que comer. É cortesia da casa.

As massas – lamen, udon, sobá – são as mais pedidas. Mas há também boas refeições no estilo teishoku, que vêm com um pote de arroz, uma conserva, uma cumbuca de missoshiro. Tudo é muito farto, dá para dividir os pratos no esquema dois para três, três para quatro. As donas da casa ou os dois garçons tiram as dúvidas de ocidentais e marinheiros de primeira viagem.

O udon, massa de grosso calibre e ensopada num caldo leve, é conforto líquido. O sobá, mais fino e marrom, de trigo sarraceno, vai bem no caldo. Mas recomendo pinçá-lo no Zaru-tem: sobá frio para mergulhar aos poucos num molho que você faz na hora misturando raiz forte, gengibre, nabo e cebolinha ao shoyu. Vem com tempurá de verduras e camarão, fritos corretamente. É mais difícil errar pedindo udon e sobá do que lamen, que, quando ensopado, passa do ponto, vira um emaranhado molengo.

O MELHOR E O PIOR

Prove O curry rice, clássico do dia-a-dia nipônico. Arroz, legumes e frango no curry japonês. O oniguiri (bolinho de arroz puro recheado) para fechar a refeição. Para quem gosta, tem de umeboshi, ameixa em conserva superácida.

 O pudim, feito na casa, custa R$ 7. É delicioso e não tão doce.

Evite O gyoza. Uma das especialidades da casa, muitos começam a refeição com ele. Mas, frito, é óleo puro. Peça o no vapor. Os guardanapos. Complicado evitar os guardanapos, eu sei, mas é que eles são do tipo que, em vez de limpar as mãos, sujam mais. Não absorvem a gordura. Por que eles ainda existem?

Mugui

Estilo de cozinha: japonesa, de pratos quentes – especialmente massas.Bom para: almoço, para quem trabalha na região, pertinho da Sé. O problema é que muita gente tem essa ideia e, durante a semana, o lugar fica lotado (de advogados, muitos deles). À noite o clima é mais tranquilo. Bom para jantar despretensioso.Vinho: não tem.Cerveja: triste cenário. Mas, lembre-se, é um restaurante tipo caseiro. Só Original ou Bohemia (R$ 9, 600 ml).Água e café: aqui o negócio é chá! Quente, é de graça, refilado à vontade. Gelado custa R$ 3. Água é R$ 4. Café não há.Preços: Entradas de R$ 3,50 a R$ 21. Pratos de R$ 19 a R$ 40. Sobremesas custam R$ 7 (só tem duas, pavê ou pudim).Vou voltar? Sim. De tempos em tempos. É, para mim, porto seguro.Onde: R. da Glória, 111, sala 11 (1º andar). 3106-8260. 11h30/14h30 e 19h/22h (fecha dom.). Estacionamento: R$ 8 (1h; no térreo). Só aceita cartão de débito (crédito acima de R$ 100). Ciclovia: na Av. da Liberdade (a 150 m). É possível parar a bicicleta no estacionamento.

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