Na dúvida, melhor não chamar o engenheiro Rudá Serra para um café – ele é capaz de levar seu próprio grão e o moedor até a sua casa (faz isso até em viagens). E foi esse paladar refinado que o levou até o vinho.
Virou winehunter, ofício que implica viagens com infinitas provas, tudo para garimpar pepitas que estimulem as papilas. Mas a coisa andou mesmo quando encontrou Vanessa Vasconcelos, a sócia que precisava para montar há um ano a importadora WineSommelier4U, cujo portfólio inclui o que ele chama de “vinhos de outro planeta” (slogan vetado pela importadora).
O lance da seleção desta pequena, mas esperta importadora é o paladar de Rudá. São, ao todo, 40 vinhos do Chile e Argentina, e até o fim do ano entram mais 15. “Não focamos em vinho natural, embora a maioria acabe sendo. Porém os mais elegantes são os convencionais”, diz. Dos que provei, posso dizer que Rudá gosta de alta acidez (fã de café brasileiro), boa fruta, elegância. É o caso do Chardonnay Loma Larga 2017 (R$ 120 o preço sugerido), de Casablanca, no Chile, com aromas de fruta branca e boa mineralidade, fresco e elegante; e do Loma Larga Quinteto 2017 (R$ 134), corte de Cabernet Franc, Syrah, Malbec, Merlot e Pinot Noir, que agrada com ataque aveludado seguido pela aparição da acidez e, por último, tanino fininho, tudo envolto por fruta exuberante. Há o MTB 2012 (R$ 152), projeto argentino orgânico e natural louco que foi garantido por uma criptomoeda, um vinhão de Malbec, Petit Verdot e Cabernet Sauvignon. E o Piegrande Malbec (R$ 169), de maceração carbônica, facílimo.
Os rótulos da importadora podem ser encontrados em endereços como Beverino, Cave Suíça, Winerie e Garage Wines, entre outros.