Notícias do mundo dos vinhos

Dê uma nova chance aos vinhos do Dão


Região vinícola de Portugal passou a aproveitar melhor seu solo e suas vinhas velhas para fazer vinhos elegantes e frescos. Conheça seus produtores

Por Isabelle Moreira Lima
Atualização:

O Dão foi um dos primeiros estrangeiros a ocupar prateleiras de supermercados com suas bojudas garrafas borgonhesas. Quem provou no passado e não voltou a abrir as garrafas tem na cabeça um líquido rústico e superextraído. Acontece que o Dão, importante região vinícola de Portugal, se modificou. 

As antigas cooperativas que dominaram a região por anos e que faziam um vinho “difícil” ficaram para trás e hoje há modernas vinícolas fazendo um vinho muito diferente. O Dão passou a aproveitar seu solo granítico e arenoso, o ambiente protegido por montanhas – como a célebre Serra da Estrela – e suas vinhas velhas e castas autóctones para fazer vinhos elegantes e frescos. 

Vinhas velhas. Na Quinta do Passarella são comuns os troncos retorcidos das videiras antigas Foto: Solange Souza
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As principais uvas da região são as brancas Bical e Encruzado e as tintas Alfrocheiro, Jaen, Tinta Roriz e Touriga Nacional. Conhecida como a Borgonha portuguesa, o Dão é a região mais antiga demarcada para vinhos não-licorosos do país, desde 1908. 

CONHEÇA OS PRODUTORES DA REGIÃO 

Casa do Passarela

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A Casa da Passarella faz vinhos desde 1893, antes mesmo da demarcação da região. Quem está a frente da vinícola é Paulo Nunes, responsável por vinhos “fora da lei”, uma linha que não obedece as regras da demarcação, batizadas de Os Fugitivos. “Há muito abandono de vinhas velhas, por isso resolvemos trabalhar com viticultores velhinhos para que preservassem suas vinhas. Elegemos quatro que geraram 2 mil garrafas. Participaram inclusive da vinificação, escolheram lagar, decidiram extrair pouco das uvas”, afirma. Os vinhos estão à venda da Premium Wines. Prove também A Descoberta branco (R$ 134,17), feito com partes iguais de Malvasia Fina, Verdelho e Encruzado, que é aromático (ervas e cítricos) e fresco.

Quinta do Lemos

Comprada nos anos 1990 por um industrial têxtil, a Quinta de Lemos teve a primeira safra em 2005 e desde então faz vinhos com o cuidado de alta costura. No Brasil há cinco rótulos (alguns com mais de uma safra disponível) vendidos pela Belle Cave. São recomendados para que se entenda a graça das castas locais, pois, diferentemente da regra portuguesa para tintos, especialmente, aparecem como varietais. O Quinta de Lemos Alfrocheiro 2010 (R$ 260) apresenta a casta mais elegante, com um forte caráter floral, muita mineralidade e leveza. “Esse é o nosso Pinot Noir. Vai bem até com peixe”, diz o enólogo Hugo Chaves, um defensor dos varietais: “Muitas vezes é melhor banana que salada de frutas”. Se seu gosto for mais a salada, prove o Quinta de Lemos Dona Santana 2009 (R$ 169).

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  Foto: Belle Cave

 

Mob  

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Premiado pelos vinhos que faz no Douro em parceria com a mulher Sandra Tavares, o enólogo Jorge Serôdio Borges se apaixonou pelos vinhos delicados do Dão e criou um rótulo com os amigos Jorge Moreira e Francisco Olazabal. Ele conta que foi atraído pelos vinhos delicados, de enorme harmonia. “São vinhos de enorme harmonia, equilibrados, alegres e cuja elegância e sutileza são diferenciais.” Ele destaca o potencial de guarda: “Sempre que procurava vinhos antigos de Portugal era no Dão que encontrava a bebida mais surpreendente”. Com tudo isso em mente, em 2011 surgiu a oportunidade de alugar vinhas por lá. “Tudo encaixava perfeito, decidimos então arriscar juntos.” Nascia assim o MOB Dão (R$ 353,30 na Adega Alentejana). 

Quinta dos Carvalhais

A Encruzado é uma das castas mais emblemáticas do Dão, faz vinhos aromáticos, cheios de acidez, muita elegância e mineralidade, mas que são também untuosos e mais estruturados que outras castas brancas. Um grande Encruzado é feito pela Sogrape em sua Quinta dos Carvalhais, adquirida em 1988 e uma das líderes do renascimento da região. A Zahil vende o Encruzado 2014 (R$ 291), que tem aromas instigantes e complexos que unem flores e frutas a amêndoas e vai bem com pratos de bacalhau com natas, linguado com bacon e massas com manteiga. Para desembolsar menos, vale o Duque de Viseu (R$ 109), que tem a versão branco em que a Encruzado é mesclada a uma parte menor de Verdelho e de Bical; e a tinta, que traz Tinta Roriz, Touriga Nacional, Alfrocheiro e Jaen. 

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  Foto: Zahil

Magnum Wines

O enólogo Carlos Lucas é uma figura. Experiente (começou a produzir vinhos em 1992 e a liderar equipes em 1994) e reconhecido (foi o enólogo do ano de Portugal em 2008), resolveu começar do zero seu projeto próprio em 2011 e hoje não para de experimentar. Um exemplo é um vinho branco feito com borras de anos anteriores, batizado de Envelope. Outro é seu vinho natural, segundo ele uma alternativa a fazer uma tatuagem ou um piercing. Importados pela Winebrands, há oito rótulos disponíveis a partir de R$ 70, como o fresquíssimo Ribeiro Santo Pinha 2015. Há também o Ribeiro Santo Reserva 2014 (R$ 140), que, apesar de elegante, tem taninos firmes perfeitos para acompanhar um prato mais gordinho.

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  Foto: Winebrands

O Dão foi um dos primeiros estrangeiros a ocupar prateleiras de supermercados com suas bojudas garrafas borgonhesas. Quem provou no passado e não voltou a abrir as garrafas tem na cabeça um líquido rústico e superextraído. Acontece que o Dão, importante região vinícola de Portugal, se modificou. 

As antigas cooperativas que dominaram a região por anos e que faziam um vinho “difícil” ficaram para trás e hoje há modernas vinícolas fazendo um vinho muito diferente. O Dão passou a aproveitar seu solo granítico e arenoso, o ambiente protegido por montanhas – como a célebre Serra da Estrela – e suas vinhas velhas e castas autóctones para fazer vinhos elegantes e frescos. 

Vinhas velhas. Na Quinta do Passarella são comuns os troncos retorcidos das videiras antigas Foto: Solange Souza

As principais uvas da região são as brancas Bical e Encruzado e as tintas Alfrocheiro, Jaen, Tinta Roriz e Touriga Nacional. Conhecida como a Borgonha portuguesa, o Dão é a região mais antiga demarcada para vinhos não-licorosos do país, desde 1908. 

CONHEÇA OS PRODUTORES DA REGIÃO 

Casa do Passarela

A Casa da Passarella faz vinhos desde 1893, antes mesmo da demarcação da região. Quem está a frente da vinícola é Paulo Nunes, responsável por vinhos “fora da lei”, uma linha que não obedece as regras da demarcação, batizadas de Os Fugitivos. “Há muito abandono de vinhas velhas, por isso resolvemos trabalhar com viticultores velhinhos para que preservassem suas vinhas. Elegemos quatro que geraram 2 mil garrafas. Participaram inclusive da vinificação, escolheram lagar, decidiram extrair pouco das uvas”, afirma. Os vinhos estão à venda da Premium Wines. Prove também A Descoberta branco (R$ 134,17), feito com partes iguais de Malvasia Fina, Verdelho e Encruzado, que é aromático (ervas e cítricos) e fresco.

Quinta do Lemos

Comprada nos anos 1990 por um industrial têxtil, a Quinta de Lemos teve a primeira safra em 2005 e desde então faz vinhos com o cuidado de alta costura. No Brasil há cinco rótulos (alguns com mais de uma safra disponível) vendidos pela Belle Cave. São recomendados para que se entenda a graça das castas locais, pois, diferentemente da regra portuguesa para tintos, especialmente, aparecem como varietais. O Quinta de Lemos Alfrocheiro 2010 (R$ 260) apresenta a casta mais elegante, com um forte caráter floral, muita mineralidade e leveza. “Esse é o nosso Pinot Noir. Vai bem até com peixe”, diz o enólogo Hugo Chaves, um defensor dos varietais: “Muitas vezes é melhor banana que salada de frutas”. Se seu gosto for mais a salada, prove o Quinta de Lemos Dona Santana 2009 (R$ 169).

  Foto: Belle Cave

 

Mob  

Premiado pelos vinhos que faz no Douro em parceria com a mulher Sandra Tavares, o enólogo Jorge Serôdio Borges se apaixonou pelos vinhos delicados do Dão e criou um rótulo com os amigos Jorge Moreira e Francisco Olazabal. Ele conta que foi atraído pelos vinhos delicados, de enorme harmonia. “São vinhos de enorme harmonia, equilibrados, alegres e cuja elegância e sutileza são diferenciais.” Ele destaca o potencial de guarda: “Sempre que procurava vinhos antigos de Portugal era no Dão que encontrava a bebida mais surpreendente”. Com tudo isso em mente, em 2011 surgiu a oportunidade de alugar vinhas por lá. “Tudo encaixava perfeito, decidimos então arriscar juntos.” Nascia assim o MOB Dão (R$ 353,30 na Adega Alentejana). 

Quinta dos Carvalhais

A Encruzado é uma das castas mais emblemáticas do Dão, faz vinhos aromáticos, cheios de acidez, muita elegância e mineralidade, mas que são também untuosos e mais estruturados que outras castas brancas. Um grande Encruzado é feito pela Sogrape em sua Quinta dos Carvalhais, adquirida em 1988 e uma das líderes do renascimento da região. A Zahil vende o Encruzado 2014 (R$ 291), que tem aromas instigantes e complexos que unem flores e frutas a amêndoas e vai bem com pratos de bacalhau com natas, linguado com bacon e massas com manteiga. Para desembolsar menos, vale o Duque de Viseu (R$ 109), que tem a versão branco em que a Encruzado é mesclada a uma parte menor de Verdelho e de Bical; e a tinta, que traz Tinta Roriz, Touriga Nacional, Alfrocheiro e Jaen. 

  Foto: Zahil

Magnum Wines

O enólogo Carlos Lucas é uma figura. Experiente (começou a produzir vinhos em 1992 e a liderar equipes em 1994) e reconhecido (foi o enólogo do ano de Portugal em 2008), resolveu começar do zero seu projeto próprio em 2011 e hoje não para de experimentar. Um exemplo é um vinho branco feito com borras de anos anteriores, batizado de Envelope. Outro é seu vinho natural, segundo ele uma alternativa a fazer uma tatuagem ou um piercing. Importados pela Winebrands, há oito rótulos disponíveis a partir de R$ 70, como o fresquíssimo Ribeiro Santo Pinha 2015. Há também o Ribeiro Santo Reserva 2014 (R$ 140), que, apesar de elegante, tem taninos firmes perfeitos para acompanhar um prato mais gordinho.

  Foto: Winebrands

O Dão foi um dos primeiros estrangeiros a ocupar prateleiras de supermercados com suas bojudas garrafas borgonhesas. Quem provou no passado e não voltou a abrir as garrafas tem na cabeça um líquido rústico e superextraído. Acontece que o Dão, importante região vinícola de Portugal, se modificou. 

As antigas cooperativas que dominaram a região por anos e que faziam um vinho “difícil” ficaram para trás e hoje há modernas vinícolas fazendo um vinho muito diferente. O Dão passou a aproveitar seu solo granítico e arenoso, o ambiente protegido por montanhas – como a célebre Serra da Estrela – e suas vinhas velhas e castas autóctones para fazer vinhos elegantes e frescos. 

Vinhas velhas. Na Quinta do Passarella são comuns os troncos retorcidos das videiras antigas Foto: Solange Souza

As principais uvas da região são as brancas Bical e Encruzado e as tintas Alfrocheiro, Jaen, Tinta Roriz e Touriga Nacional. Conhecida como a Borgonha portuguesa, o Dão é a região mais antiga demarcada para vinhos não-licorosos do país, desde 1908. 

CONHEÇA OS PRODUTORES DA REGIÃO 

Casa do Passarela

A Casa da Passarella faz vinhos desde 1893, antes mesmo da demarcação da região. Quem está a frente da vinícola é Paulo Nunes, responsável por vinhos “fora da lei”, uma linha que não obedece as regras da demarcação, batizadas de Os Fugitivos. “Há muito abandono de vinhas velhas, por isso resolvemos trabalhar com viticultores velhinhos para que preservassem suas vinhas. Elegemos quatro que geraram 2 mil garrafas. Participaram inclusive da vinificação, escolheram lagar, decidiram extrair pouco das uvas”, afirma. Os vinhos estão à venda da Premium Wines. Prove também A Descoberta branco (R$ 134,17), feito com partes iguais de Malvasia Fina, Verdelho e Encruzado, que é aromático (ervas e cítricos) e fresco.

Quinta do Lemos

Comprada nos anos 1990 por um industrial têxtil, a Quinta de Lemos teve a primeira safra em 2005 e desde então faz vinhos com o cuidado de alta costura. No Brasil há cinco rótulos (alguns com mais de uma safra disponível) vendidos pela Belle Cave. São recomendados para que se entenda a graça das castas locais, pois, diferentemente da regra portuguesa para tintos, especialmente, aparecem como varietais. O Quinta de Lemos Alfrocheiro 2010 (R$ 260) apresenta a casta mais elegante, com um forte caráter floral, muita mineralidade e leveza. “Esse é o nosso Pinot Noir. Vai bem até com peixe”, diz o enólogo Hugo Chaves, um defensor dos varietais: “Muitas vezes é melhor banana que salada de frutas”. Se seu gosto for mais a salada, prove o Quinta de Lemos Dona Santana 2009 (R$ 169).

  Foto: Belle Cave

 

Mob  

Premiado pelos vinhos que faz no Douro em parceria com a mulher Sandra Tavares, o enólogo Jorge Serôdio Borges se apaixonou pelos vinhos delicados do Dão e criou um rótulo com os amigos Jorge Moreira e Francisco Olazabal. Ele conta que foi atraído pelos vinhos delicados, de enorme harmonia. “São vinhos de enorme harmonia, equilibrados, alegres e cuja elegância e sutileza são diferenciais.” Ele destaca o potencial de guarda: “Sempre que procurava vinhos antigos de Portugal era no Dão que encontrava a bebida mais surpreendente”. Com tudo isso em mente, em 2011 surgiu a oportunidade de alugar vinhas por lá. “Tudo encaixava perfeito, decidimos então arriscar juntos.” Nascia assim o MOB Dão (R$ 353,30 na Adega Alentejana). 

Quinta dos Carvalhais

A Encruzado é uma das castas mais emblemáticas do Dão, faz vinhos aromáticos, cheios de acidez, muita elegância e mineralidade, mas que são também untuosos e mais estruturados que outras castas brancas. Um grande Encruzado é feito pela Sogrape em sua Quinta dos Carvalhais, adquirida em 1988 e uma das líderes do renascimento da região. A Zahil vende o Encruzado 2014 (R$ 291), que tem aromas instigantes e complexos que unem flores e frutas a amêndoas e vai bem com pratos de bacalhau com natas, linguado com bacon e massas com manteiga. Para desembolsar menos, vale o Duque de Viseu (R$ 109), que tem a versão branco em que a Encruzado é mesclada a uma parte menor de Verdelho e de Bical; e a tinta, que traz Tinta Roriz, Touriga Nacional, Alfrocheiro e Jaen. 

  Foto: Zahil

Magnum Wines

O enólogo Carlos Lucas é uma figura. Experiente (começou a produzir vinhos em 1992 e a liderar equipes em 1994) e reconhecido (foi o enólogo do ano de Portugal em 2008), resolveu começar do zero seu projeto próprio em 2011 e hoje não para de experimentar. Um exemplo é um vinho branco feito com borras de anos anteriores, batizado de Envelope. Outro é seu vinho natural, segundo ele uma alternativa a fazer uma tatuagem ou um piercing. Importados pela Winebrands, há oito rótulos disponíveis a partir de R$ 70, como o fresquíssimo Ribeiro Santo Pinha 2015. Há também o Ribeiro Santo Reserva 2014 (R$ 140), que, apesar de elegante, tem taninos firmes perfeitos para acompanhar um prato mais gordinho.

  Foto: Winebrands

O Dão foi um dos primeiros estrangeiros a ocupar prateleiras de supermercados com suas bojudas garrafas borgonhesas. Quem provou no passado e não voltou a abrir as garrafas tem na cabeça um líquido rústico e superextraído. Acontece que o Dão, importante região vinícola de Portugal, se modificou. 

As antigas cooperativas que dominaram a região por anos e que faziam um vinho “difícil” ficaram para trás e hoje há modernas vinícolas fazendo um vinho muito diferente. O Dão passou a aproveitar seu solo granítico e arenoso, o ambiente protegido por montanhas – como a célebre Serra da Estrela – e suas vinhas velhas e castas autóctones para fazer vinhos elegantes e frescos. 

Vinhas velhas. Na Quinta do Passarella são comuns os troncos retorcidos das videiras antigas Foto: Solange Souza

As principais uvas da região são as brancas Bical e Encruzado e as tintas Alfrocheiro, Jaen, Tinta Roriz e Touriga Nacional. Conhecida como a Borgonha portuguesa, o Dão é a região mais antiga demarcada para vinhos não-licorosos do país, desde 1908. 

CONHEÇA OS PRODUTORES DA REGIÃO 

Casa do Passarela

A Casa da Passarella faz vinhos desde 1893, antes mesmo da demarcação da região. Quem está a frente da vinícola é Paulo Nunes, responsável por vinhos “fora da lei”, uma linha que não obedece as regras da demarcação, batizadas de Os Fugitivos. “Há muito abandono de vinhas velhas, por isso resolvemos trabalhar com viticultores velhinhos para que preservassem suas vinhas. Elegemos quatro que geraram 2 mil garrafas. Participaram inclusive da vinificação, escolheram lagar, decidiram extrair pouco das uvas”, afirma. Os vinhos estão à venda da Premium Wines. Prove também A Descoberta branco (R$ 134,17), feito com partes iguais de Malvasia Fina, Verdelho e Encruzado, que é aromático (ervas e cítricos) e fresco.

Quinta do Lemos

Comprada nos anos 1990 por um industrial têxtil, a Quinta de Lemos teve a primeira safra em 2005 e desde então faz vinhos com o cuidado de alta costura. No Brasil há cinco rótulos (alguns com mais de uma safra disponível) vendidos pela Belle Cave. São recomendados para que se entenda a graça das castas locais, pois, diferentemente da regra portuguesa para tintos, especialmente, aparecem como varietais. O Quinta de Lemos Alfrocheiro 2010 (R$ 260) apresenta a casta mais elegante, com um forte caráter floral, muita mineralidade e leveza. “Esse é o nosso Pinot Noir. Vai bem até com peixe”, diz o enólogo Hugo Chaves, um defensor dos varietais: “Muitas vezes é melhor banana que salada de frutas”. Se seu gosto for mais a salada, prove o Quinta de Lemos Dona Santana 2009 (R$ 169).

  Foto: Belle Cave

 

Mob  

Premiado pelos vinhos que faz no Douro em parceria com a mulher Sandra Tavares, o enólogo Jorge Serôdio Borges se apaixonou pelos vinhos delicados do Dão e criou um rótulo com os amigos Jorge Moreira e Francisco Olazabal. Ele conta que foi atraído pelos vinhos delicados, de enorme harmonia. “São vinhos de enorme harmonia, equilibrados, alegres e cuja elegância e sutileza são diferenciais.” Ele destaca o potencial de guarda: “Sempre que procurava vinhos antigos de Portugal era no Dão que encontrava a bebida mais surpreendente”. Com tudo isso em mente, em 2011 surgiu a oportunidade de alugar vinhas por lá. “Tudo encaixava perfeito, decidimos então arriscar juntos.” Nascia assim o MOB Dão (R$ 353,30 na Adega Alentejana). 

Quinta dos Carvalhais

A Encruzado é uma das castas mais emblemáticas do Dão, faz vinhos aromáticos, cheios de acidez, muita elegância e mineralidade, mas que são também untuosos e mais estruturados que outras castas brancas. Um grande Encruzado é feito pela Sogrape em sua Quinta dos Carvalhais, adquirida em 1988 e uma das líderes do renascimento da região. A Zahil vende o Encruzado 2014 (R$ 291), que tem aromas instigantes e complexos que unem flores e frutas a amêndoas e vai bem com pratos de bacalhau com natas, linguado com bacon e massas com manteiga. Para desembolsar menos, vale o Duque de Viseu (R$ 109), que tem a versão branco em que a Encruzado é mesclada a uma parte menor de Verdelho e de Bical; e a tinta, que traz Tinta Roriz, Touriga Nacional, Alfrocheiro e Jaen. 

  Foto: Zahil

Magnum Wines

O enólogo Carlos Lucas é uma figura. Experiente (começou a produzir vinhos em 1992 e a liderar equipes em 1994) e reconhecido (foi o enólogo do ano de Portugal em 2008), resolveu começar do zero seu projeto próprio em 2011 e hoje não para de experimentar. Um exemplo é um vinho branco feito com borras de anos anteriores, batizado de Envelope. Outro é seu vinho natural, segundo ele uma alternativa a fazer uma tatuagem ou um piercing. Importados pela Winebrands, há oito rótulos disponíveis a partir de R$ 70, como o fresquíssimo Ribeiro Santo Pinha 2015. Há também o Ribeiro Santo Reserva 2014 (R$ 140), que, apesar de elegante, tem taninos firmes perfeitos para acompanhar um prato mais gordinho.

  Foto: Winebrands

O Dão foi um dos primeiros estrangeiros a ocupar prateleiras de supermercados com suas bojudas garrafas borgonhesas. Quem provou no passado e não voltou a abrir as garrafas tem na cabeça um líquido rústico e superextraído. Acontece que o Dão, importante região vinícola de Portugal, se modificou. 

As antigas cooperativas que dominaram a região por anos e que faziam um vinho “difícil” ficaram para trás e hoje há modernas vinícolas fazendo um vinho muito diferente. O Dão passou a aproveitar seu solo granítico e arenoso, o ambiente protegido por montanhas – como a célebre Serra da Estrela – e suas vinhas velhas e castas autóctones para fazer vinhos elegantes e frescos. 

Vinhas velhas. Na Quinta do Passarella são comuns os troncos retorcidos das videiras antigas Foto: Solange Souza

As principais uvas da região são as brancas Bical e Encruzado e as tintas Alfrocheiro, Jaen, Tinta Roriz e Touriga Nacional. Conhecida como a Borgonha portuguesa, o Dão é a região mais antiga demarcada para vinhos não-licorosos do país, desde 1908. 

CONHEÇA OS PRODUTORES DA REGIÃO 

Casa do Passarela

A Casa da Passarella faz vinhos desde 1893, antes mesmo da demarcação da região. Quem está a frente da vinícola é Paulo Nunes, responsável por vinhos “fora da lei”, uma linha que não obedece as regras da demarcação, batizadas de Os Fugitivos. “Há muito abandono de vinhas velhas, por isso resolvemos trabalhar com viticultores velhinhos para que preservassem suas vinhas. Elegemos quatro que geraram 2 mil garrafas. Participaram inclusive da vinificação, escolheram lagar, decidiram extrair pouco das uvas”, afirma. Os vinhos estão à venda da Premium Wines. Prove também A Descoberta branco (R$ 134,17), feito com partes iguais de Malvasia Fina, Verdelho e Encruzado, que é aromático (ervas e cítricos) e fresco.

Quinta do Lemos

Comprada nos anos 1990 por um industrial têxtil, a Quinta de Lemos teve a primeira safra em 2005 e desde então faz vinhos com o cuidado de alta costura. No Brasil há cinco rótulos (alguns com mais de uma safra disponível) vendidos pela Belle Cave. São recomendados para que se entenda a graça das castas locais, pois, diferentemente da regra portuguesa para tintos, especialmente, aparecem como varietais. O Quinta de Lemos Alfrocheiro 2010 (R$ 260) apresenta a casta mais elegante, com um forte caráter floral, muita mineralidade e leveza. “Esse é o nosso Pinot Noir. Vai bem até com peixe”, diz o enólogo Hugo Chaves, um defensor dos varietais: “Muitas vezes é melhor banana que salada de frutas”. Se seu gosto for mais a salada, prove o Quinta de Lemos Dona Santana 2009 (R$ 169).

  Foto: Belle Cave

 

Mob  

Premiado pelos vinhos que faz no Douro em parceria com a mulher Sandra Tavares, o enólogo Jorge Serôdio Borges se apaixonou pelos vinhos delicados do Dão e criou um rótulo com os amigos Jorge Moreira e Francisco Olazabal. Ele conta que foi atraído pelos vinhos delicados, de enorme harmonia. “São vinhos de enorme harmonia, equilibrados, alegres e cuja elegância e sutileza são diferenciais.” Ele destaca o potencial de guarda: “Sempre que procurava vinhos antigos de Portugal era no Dão que encontrava a bebida mais surpreendente”. Com tudo isso em mente, em 2011 surgiu a oportunidade de alugar vinhas por lá. “Tudo encaixava perfeito, decidimos então arriscar juntos.” Nascia assim o MOB Dão (R$ 353,30 na Adega Alentejana). 

Quinta dos Carvalhais

A Encruzado é uma das castas mais emblemáticas do Dão, faz vinhos aromáticos, cheios de acidez, muita elegância e mineralidade, mas que são também untuosos e mais estruturados que outras castas brancas. Um grande Encruzado é feito pela Sogrape em sua Quinta dos Carvalhais, adquirida em 1988 e uma das líderes do renascimento da região. A Zahil vende o Encruzado 2014 (R$ 291), que tem aromas instigantes e complexos que unem flores e frutas a amêndoas e vai bem com pratos de bacalhau com natas, linguado com bacon e massas com manteiga. Para desembolsar menos, vale o Duque de Viseu (R$ 109), que tem a versão branco em que a Encruzado é mesclada a uma parte menor de Verdelho e de Bical; e a tinta, que traz Tinta Roriz, Touriga Nacional, Alfrocheiro e Jaen. 

  Foto: Zahil

Magnum Wines

O enólogo Carlos Lucas é uma figura. Experiente (começou a produzir vinhos em 1992 e a liderar equipes em 1994) e reconhecido (foi o enólogo do ano de Portugal em 2008), resolveu começar do zero seu projeto próprio em 2011 e hoje não para de experimentar. Um exemplo é um vinho branco feito com borras de anos anteriores, batizado de Envelope. Outro é seu vinho natural, segundo ele uma alternativa a fazer uma tatuagem ou um piercing. Importados pela Winebrands, há oito rótulos disponíveis a partir de R$ 70, como o fresquíssimo Ribeiro Santo Pinha 2015. Há também o Ribeiro Santo Reserva 2014 (R$ 140), que, apesar de elegante, tem taninos firmes perfeitos para acompanhar um prato mais gordinho.

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