Nem só de pratos especiais é feita a ceia de Natal. A ocasião pede também bebidas à altura. E o ideal é que elas se combinem. A recomendação é buscar o terceiro sabor da harmonização perfeita e isso pode ser mais fácil do que se imagina, requer apenas um pouco de planejamento para decidir com certa antecedência que pratos vai preparar, assim você poderá comprar vinhos adequados. Minhas sugestões de vinhos para o Natal, a seguir, estão divididas por estilo em duas faixas de preço.
Vinhos brancos e espumantes
As entradas e saladas substanciosas da ceia (esqueça as folhas, pense em grãos e aves) vão bem com espumantes e brancos estruturados. Se sua turma curte as borbulhas, aqui vão algumas dicas: o Casa Valduga Sur Lie Nature (R$ 74,64 na loja da vinícola), bem diferentão, que não passa por processo de filtragem; o Crémant de Loire Carte Turquoise Brut Domaine Baumard (R$ 162,86 na Mistral), elaborado com castas pouco usuais para um espumante, como Chenin Blanc e Cabernet Franc, e traz aromas tostados deliciosos.
Se preferem os brancos gordinhos, eleja o francês Alain Brumont Petit Gaston 2013 (R$ 115,90 na Decanter), um corte de Petit Courbu, Petit Manseng, Gros Manseng, que tem uma estrutura perfeita para acompanhar tanto as saladas como as aves. Outra abordagem é apostar na mineralidade do Eric et Emmanuel Dampt Petit Chablis Vieilles Vignes 2014 (R$ 175 na Anima Vinum) um arrasa-quarteirão da Borgonha, que pode puxar o holofote da ceia para si. Se o orçamento está apertado, vá de Torrevento Pezzapiana (R$ 83 na La Pastina), versátil, de boa acidez e untuosidade.
Esses rótulos acompanham com louvor também o peru e o bacalhau.
Para o pernil, além deles, um Riesling ou outro clássico alemão fazem milagres. Duas ideias: o chileno Meli Riesling (R$ 75,90 na Vino Mundi), versão cítrica da cepa; e o Pfaffmann Pinot Gris (R$ 109 na Weinkeller), que tem a vantagem de ser uma garrafa de um litro, ideal para a festa.
Vinhos tintos
Aves natalinas podem ser combinadas por tintos, mas que sejam leves. Pinot Noir é um vencedor sempre e, se a ideia é impressionar, escolha um exemplar nascido no berço dessa casta, a Borgonha. Sugiro o Domaine Masse Givry Le Creuzot 2014 (R$ 285 na Anima Vinum), que faz entender porque a Pinot alcançou tamanha celebridade: é complexo, com camadas de aromas que vão da fruta às especiarias, com toques florais. Mais baratinho e mais simples, mas com a mesma pegada de frescor é o Coteaux Bourguignone (R$ 89 na Casa Flora), um Pinot que leva uma “pitada” de Gamay: pura fruta, é excelente para um Natal com calor.
Agora, se você é do time que curte mais intensidade e pratos mais substanciosos, o francês de corpo médio Château Bauvallon AC Bordeaux 2015 (R$ 102,33 na Premium) vai fazer bonito, com aromas de fruta madura e especiarias, além de ter ótimo custo-benefício. Vale também levar à mesa o californiano Motto Cabernet Sauvignon 2014 (R$ 134 na Winebrands), para acompanhar um tender. É um fruitbomb, mas é agradabilíssimo, com uma doçura atraente e superestrutura
Vinhos licorosos
E como é Natal, uma festa em que as sobremesas têm tanto peso quanto os pratos salgados, não perca chance de abrir um belo vinho doce. Para fugir do comum, sugiro dois rótulos: o Mavrodaphne Cambas (R$ 93,73 na Mistral) um grego licoroso feito com as castas Mavrodaphne e Mavri Corithiaki que segue a lógica do Porto Tawny e vai bem com os doces com castanhas e frutas secas; e o Domaine Nigri Jurançon Pas de Deux 2015 (R$ 240 na Belle Cave), que é feito com Gros Manseng e Petit Manseng passificadas e é perfeito para doces com frutas ou queijos azuis.
Como servir os vinhos
Fique esperto com a temperatura dos vinhos: ela pode matar ou salvar a bebida. Uma champanheira com gelo ajuda a manter a temperatura de espumantes, brancos e tintos leves. Os de sobremesa também devem ser bem frescos. E não pire nas taças. Um único modelo, grande, serve para todos.
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