Notícias do mundo dos vinhos

Importadora de São Paulo põe à venda lote de vinhos do Hospices de Beaune 2016


Além das 12 garrafas que chegam ao Brasil em 2020, a Anima Vinum Brasil abre uma exposição de todas as cuvées produzidas na mítica vinícola francesa

Por Isabelle Moreira Lima
Atualização:

Já pensou ter uma garrafa do icônico Hospices de Beaune com seu nome impresso no rótulo? Se este é um sonho, você precisa de R$ 7,2 mil para realizá-lo. É o valor que pode bancar 12 garrafas da cuvée “mais em conta” feita pela vinícola do histórico hospital da Borgonha, o Savigny Les Beaune 1er Cru 2015. A mais cara sai a R$ 3.358, um Corton Charlemagne Grand Cru 2017. 

A partir de amanhã, a Anima Vinum Brasil, importadora que se dedica exclusivamente aos vinhos da Borgonha, abre ao público uma exposição de garrafas de todas as cuvées produzidas pela vinícola que tem 60 hectares de vinhas e promove o maior leilão beneficente do mundo todos os anos em novembro, única maneira de comprar esses vinhos.

O prédio original do hopital é hoje um museu e a sede do célebre leilão de vinhos realizado todos os anos desde 1851 no terceiro domingo de novembro. No pregão, é ofertada a produção dos vinhedos da instituição, doados por benfeitores ao hospital. Foto: Emmanuel Foudrot/Reuters
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Elas são fruto da paixão de Alaor Lino, dono da importadora, que compra lotes no leilão beneficente desde 2012. E especificamente neste ano, põe à venda caixas de 12 garrafas da safra 2016, que proporcionam a rotulagem especial. Para isso, é preciso encomendar até o fim de maio. E o comprador tem que ter paciência, porque as garrafas só chegam no fim do ano que vem – até lá ficam em “élevage”, última etapa da elaboração do vinho, quando maturam. 

A enóloga do Hospices há cinco anos, Ludivine Griveau, admite que é difícil escolher uma única seleção: “É uma questão de orçamento também. Recomendaria provar e seguir seu coração. Eu tenho os meus favoritos, mas eles nunca são os mesmos a cada ano, e também estou muito envolvida na vinificação para ser objetiva o suficiente”, diz (leia abaixo a entrevista completa). 

Provei dois vinhos do Hospices, da primeira safra de Ludivine. O Pommard Cuvée Suzanne Chaudron2015 (R$ 755), que traz aromas de cereja ácida, uma lembrança de carne curada e tabaco, com altíssima adstringência e potencial de salivação (fechei os olhos e imaginei como o par perfeito para um confit de pato); e o Saint-Romain Cuvée Joseph Memault 2015 (R$ 645), com aroma de damasco, um toque de baunilha e a promessa da acidez brilhante que entrega na boca. Longo e estruturado, ótimo com crustáceo.

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Prove e siga seu coração, recomenda enóloga 

Leia abaixo a entrevista da enóloga do Hospices de Beaune, Ludivine Griveau.

O ano de 2016 foi muito desafiador para a França. O que podemos esperar dos vinhos que vêm ao Brasil? O ano de 2016 teve uma pequena safra de produção em quantidade por causa da geada do final de abril. Os vinhos do Domaine des Hospices de Beaune em 2016 estão concentrados e frescos graças ao bom verão que tivemos depois de tudo. Os brancos oferecem uma grande variedade aromática dentro de frutas brancas e um suave toque de carvalho. Os tintos têm uma cor rubi profunda com muitos sabores de frutos vermelhos e taninos suaves.

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Você visita o Brasil quase uma vez por ano. Está se tornando um mercado importante para o Domaine?  O Brasil sempre foi voltado para os vinhos da Borgonha, em geral. Os amantes brasileiros do vinho sabem mais e mais sobre os maravilhosos vinhos da região. É um mercado importante para todos os comerciantes da Borgonha. O leilão de caridade do Domaine des Hospices de Beaune está cada vez mais voltado para compradores de fora e o Brasil está entre os nossos mais importantes mercados. 

Você comemora cinco anos no cargo neste ano. Qual foi a maior alegria e a maior dificuldade neste período? O começo foi difícil porque o Domaine não foi cuidado de maneira dinâmica e otimizada. Então, demorou para que se entendesse que ainda há muito a se executar e contribuir, não apenas manter as conquistas. Minha maior alegria é quando o Leilão de Caridade é bem-sucedido, porque mostra o quanto é importante trabalhar tanto para produzir bons vinhos.

Teremos 50 cuvées aqui no Brasil. Como está seu trabalho com cada um deles? É muito diferente um do outro? A primeira regra é que não há regra. Cada cuvée é único, assim como cada safra, que são tratadas individualmente sem receitas. Claro, para cada safra podemos seguir uma espécie de “direção criativa e científica”, mas nunca hesitamos em não produzir algo a depender do ano ou mesmo excluir alguma cuvée dentro de uma safra. Agora, nós tivemos safras tão diferentes nestes últimos anos que é fascinante.

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Você tem alguma dica para o consumidor sobre como escolher um cuvée? É uma escolha difícil porque está tão ligada ao gosto de cada um. E também é uma questão de orçamento. Eu recomendaria provar e seguir seu coração. Tenho os meus favoritos, mas eles nunca são os mesmos a cada ano, e também estou muito envolvida na vinificação para ser objetiva o suficiente.

Tradição

Hospices Civil de Beaune foi fundado em 1443 como um hospital para atender a população carente de Beaune, na Borgonha. O prédio original é hoje um museu e a sede do célebre leilão de vinhos realizado todos os anos desde 1851 no terceiro domingo de novembro. No pregão, é ofertada a produção dos vinhedos da instituição, doados por benfeitores ao hospital. São 41 cuvées vendidas em barris no mesmo ano em que as uvas são colhidas e vinificadas. Quem compra tem que decidir como vai “terminar o vinho”. 

Já pensou ter uma garrafa do icônico Hospices de Beaune com seu nome impresso no rótulo? Se este é um sonho, você precisa de R$ 7,2 mil para realizá-lo. É o valor que pode bancar 12 garrafas da cuvée “mais em conta” feita pela vinícola do histórico hospital da Borgonha, o Savigny Les Beaune 1er Cru 2015. A mais cara sai a R$ 3.358, um Corton Charlemagne Grand Cru 2017. 

A partir de amanhã, a Anima Vinum Brasil, importadora que se dedica exclusivamente aos vinhos da Borgonha, abre ao público uma exposição de garrafas de todas as cuvées produzidas pela vinícola que tem 60 hectares de vinhas e promove o maior leilão beneficente do mundo todos os anos em novembro, única maneira de comprar esses vinhos.

O prédio original do hopital é hoje um museu e a sede do célebre leilão de vinhos realizado todos os anos desde 1851 no terceiro domingo de novembro. No pregão, é ofertada a produção dos vinhedos da instituição, doados por benfeitores ao hospital. Foto: Emmanuel Foudrot/Reuters

Elas são fruto da paixão de Alaor Lino, dono da importadora, que compra lotes no leilão beneficente desde 2012. E especificamente neste ano, põe à venda caixas de 12 garrafas da safra 2016, que proporcionam a rotulagem especial. Para isso, é preciso encomendar até o fim de maio. E o comprador tem que ter paciência, porque as garrafas só chegam no fim do ano que vem – até lá ficam em “élevage”, última etapa da elaboração do vinho, quando maturam. 

A enóloga do Hospices há cinco anos, Ludivine Griveau, admite que é difícil escolher uma única seleção: “É uma questão de orçamento também. Recomendaria provar e seguir seu coração. Eu tenho os meus favoritos, mas eles nunca são os mesmos a cada ano, e também estou muito envolvida na vinificação para ser objetiva o suficiente”, diz (leia abaixo a entrevista completa). 

Provei dois vinhos do Hospices, da primeira safra de Ludivine. O Pommard Cuvée Suzanne Chaudron2015 (R$ 755), que traz aromas de cereja ácida, uma lembrança de carne curada e tabaco, com altíssima adstringência e potencial de salivação (fechei os olhos e imaginei como o par perfeito para um confit de pato); e o Saint-Romain Cuvée Joseph Memault 2015 (R$ 645), com aroma de damasco, um toque de baunilha e a promessa da acidez brilhante que entrega na boca. Longo e estruturado, ótimo com crustáceo.

Prove e siga seu coração, recomenda enóloga 

Leia abaixo a entrevista da enóloga do Hospices de Beaune, Ludivine Griveau.

O ano de 2016 foi muito desafiador para a França. O que podemos esperar dos vinhos que vêm ao Brasil? O ano de 2016 teve uma pequena safra de produção em quantidade por causa da geada do final de abril. Os vinhos do Domaine des Hospices de Beaune em 2016 estão concentrados e frescos graças ao bom verão que tivemos depois de tudo. Os brancos oferecem uma grande variedade aromática dentro de frutas brancas e um suave toque de carvalho. Os tintos têm uma cor rubi profunda com muitos sabores de frutos vermelhos e taninos suaves.

Você visita o Brasil quase uma vez por ano. Está se tornando um mercado importante para o Domaine?  O Brasil sempre foi voltado para os vinhos da Borgonha, em geral. Os amantes brasileiros do vinho sabem mais e mais sobre os maravilhosos vinhos da região. É um mercado importante para todos os comerciantes da Borgonha. O leilão de caridade do Domaine des Hospices de Beaune está cada vez mais voltado para compradores de fora e o Brasil está entre os nossos mais importantes mercados. 

Você comemora cinco anos no cargo neste ano. Qual foi a maior alegria e a maior dificuldade neste período? O começo foi difícil porque o Domaine não foi cuidado de maneira dinâmica e otimizada. Então, demorou para que se entendesse que ainda há muito a se executar e contribuir, não apenas manter as conquistas. Minha maior alegria é quando o Leilão de Caridade é bem-sucedido, porque mostra o quanto é importante trabalhar tanto para produzir bons vinhos.

Teremos 50 cuvées aqui no Brasil. Como está seu trabalho com cada um deles? É muito diferente um do outro? A primeira regra é que não há regra. Cada cuvée é único, assim como cada safra, que são tratadas individualmente sem receitas. Claro, para cada safra podemos seguir uma espécie de “direção criativa e científica”, mas nunca hesitamos em não produzir algo a depender do ano ou mesmo excluir alguma cuvée dentro de uma safra. Agora, nós tivemos safras tão diferentes nestes últimos anos que é fascinante.

Você tem alguma dica para o consumidor sobre como escolher um cuvée? É uma escolha difícil porque está tão ligada ao gosto de cada um. E também é uma questão de orçamento. Eu recomendaria provar e seguir seu coração. Tenho os meus favoritos, mas eles nunca são os mesmos a cada ano, e também estou muito envolvida na vinificação para ser objetiva o suficiente.

Tradição

Hospices Civil de Beaune foi fundado em 1443 como um hospital para atender a população carente de Beaune, na Borgonha. O prédio original é hoje um museu e a sede do célebre leilão de vinhos realizado todos os anos desde 1851 no terceiro domingo de novembro. No pregão, é ofertada a produção dos vinhedos da instituição, doados por benfeitores ao hospital. São 41 cuvées vendidas em barris no mesmo ano em que as uvas são colhidas e vinificadas. Quem compra tem que decidir como vai “terminar o vinho”. 

Já pensou ter uma garrafa do icônico Hospices de Beaune com seu nome impresso no rótulo? Se este é um sonho, você precisa de R$ 7,2 mil para realizá-lo. É o valor que pode bancar 12 garrafas da cuvée “mais em conta” feita pela vinícola do histórico hospital da Borgonha, o Savigny Les Beaune 1er Cru 2015. A mais cara sai a R$ 3.358, um Corton Charlemagne Grand Cru 2017. 

A partir de amanhã, a Anima Vinum Brasil, importadora que se dedica exclusivamente aos vinhos da Borgonha, abre ao público uma exposição de garrafas de todas as cuvées produzidas pela vinícola que tem 60 hectares de vinhas e promove o maior leilão beneficente do mundo todos os anos em novembro, única maneira de comprar esses vinhos.

O prédio original do hopital é hoje um museu e a sede do célebre leilão de vinhos realizado todos os anos desde 1851 no terceiro domingo de novembro. No pregão, é ofertada a produção dos vinhedos da instituição, doados por benfeitores ao hospital. Foto: Emmanuel Foudrot/Reuters

Elas são fruto da paixão de Alaor Lino, dono da importadora, que compra lotes no leilão beneficente desde 2012. E especificamente neste ano, põe à venda caixas de 12 garrafas da safra 2016, que proporcionam a rotulagem especial. Para isso, é preciso encomendar até o fim de maio. E o comprador tem que ter paciência, porque as garrafas só chegam no fim do ano que vem – até lá ficam em “élevage”, última etapa da elaboração do vinho, quando maturam. 

A enóloga do Hospices há cinco anos, Ludivine Griveau, admite que é difícil escolher uma única seleção: “É uma questão de orçamento também. Recomendaria provar e seguir seu coração. Eu tenho os meus favoritos, mas eles nunca são os mesmos a cada ano, e também estou muito envolvida na vinificação para ser objetiva o suficiente”, diz (leia abaixo a entrevista completa). 

Provei dois vinhos do Hospices, da primeira safra de Ludivine. O Pommard Cuvée Suzanne Chaudron2015 (R$ 755), que traz aromas de cereja ácida, uma lembrança de carne curada e tabaco, com altíssima adstringência e potencial de salivação (fechei os olhos e imaginei como o par perfeito para um confit de pato); e o Saint-Romain Cuvée Joseph Memault 2015 (R$ 645), com aroma de damasco, um toque de baunilha e a promessa da acidez brilhante que entrega na boca. Longo e estruturado, ótimo com crustáceo.

Prove e siga seu coração, recomenda enóloga 

Leia abaixo a entrevista da enóloga do Hospices de Beaune, Ludivine Griveau.

O ano de 2016 foi muito desafiador para a França. O que podemos esperar dos vinhos que vêm ao Brasil? O ano de 2016 teve uma pequena safra de produção em quantidade por causa da geada do final de abril. Os vinhos do Domaine des Hospices de Beaune em 2016 estão concentrados e frescos graças ao bom verão que tivemos depois de tudo. Os brancos oferecem uma grande variedade aromática dentro de frutas brancas e um suave toque de carvalho. Os tintos têm uma cor rubi profunda com muitos sabores de frutos vermelhos e taninos suaves.

Você visita o Brasil quase uma vez por ano. Está se tornando um mercado importante para o Domaine?  O Brasil sempre foi voltado para os vinhos da Borgonha, em geral. Os amantes brasileiros do vinho sabem mais e mais sobre os maravilhosos vinhos da região. É um mercado importante para todos os comerciantes da Borgonha. O leilão de caridade do Domaine des Hospices de Beaune está cada vez mais voltado para compradores de fora e o Brasil está entre os nossos mais importantes mercados. 

Você comemora cinco anos no cargo neste ano. Qual foi a maior alegria e a maior dificuldade neste período? O começo foi difícil porque o Domaine não foi cuidado de maneira dinâmica e otimizada. Então, demorou para que se entendesse que ainda há muito a se executar e contribuir, não apenas manter as conquistas. Minha maior alegria é quando o Leilão de Caridade é bem-sucedido, porque mostra o quanto é importante trabalhar tanto para produzir bons vinhos.

Teremos 50 cuvées aqui no Brasil. Como está seu trabalho com cada um deles? É muito diferente um do outro? A primeira regra é que não há regra. Cada cuvée é único, assim como cada safra, que são tratadas individualmente sem receitas. Claro, para cada safra podemos seguir uma espécie de “direção criativa e científica”, mas nunca hesitamos em não produzir algo a depender do ano ou mesmo excluir alguma cuvée dentro de uma safra. Agora, nós tivemos safras tão diferentes nestes últimos anos que é fascinante.

Você tem alguma dica para o consumidor sobre como escolher um cuvée? É uma escolha difícil porque está tão ligada ao gosto de cada um. E também é uma questão de orçamento. Eu recomendaria provar e seguir seu coração. Tenho os meus favoritos, mas eles nunca são os mesmos a cada ano, e também estou muito envolvida na vinificação para ser objetiva o suficiente.

Tradição

Hospices Civil de Beaune foi fundado em 1443 como um hospital para atender a população carente de Beaune, na Borgonha. O prédio original é hoje um museu e a sede do célebre leilão de vinhos realizado todos os anos desde 1851 no terceiro domingo de novembro. No pregão, é ofertada a produção dos vinhedos da instituição, doados por benfeitores ao hospital. São 41 cuvées vendidas em barris no mesmo ano em que as uvas são colhidas e vinificadas. Quem compra tem que decidir como vai “terminar o vinho”. 

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