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Opinião|Petiscos de balcão: conheça os 3 botecos com as vitrines mais saborosas no Rio


Em suas estufas e balcões refrigerados, Adega Pérola, Real Chopp e Gato de Botas são estrelas da botecagem carioca

Por Bruno Agostini
Atualização:

 

Adega Pérola: são cerca de 60 petiscos frios Foto: Bruno Agostini / Estadão

Ir a Belo Horizonte é sempre uma alegria, especialmente pra quem gosta de comer, e sobretudo para botequeiros como eu. No ano passado eu já tinha feito um bate-volta, quando pude visitar o Mercado Novo, guiado por um amigo belo-horizontino, o meu xará Brunno Montolli, que se mostra um fissurado por estufas e balcões refrigerados, essas vitrines de acepipes que - a julgar pelo entusiasmo desse cruzeirense gente boa - está muito na moda em BH. Também podemos lembrar do Nenel, o jornalista Daniel Neto, do perfil Baixa Gastronomia (@baixagastronomia), outro entusiasta dessa modalidade gastronômica em que os acepipes ficam expostos no balcão, podendo ser quentes ou frios.

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Nessas idas e vindas à capital mineira, encontrei muitos representantes da categoria boteco com estufa, como o Pirex, de Caio Soter, a Cozinha Tupis e o Juramento 202, do chef Henrique Gilberto, e o Angu, novidade cujo o epíteto é "Bar de Estufa", não deixando dúvidas sobre a especialidade da casa.

Aqui no Rio essa também é uma prática muito tradicional dos botequins, e escolhemos, literalmente, a dedo os petiscos de lugares como Bracarense e Casa Clipper, por exemplo, onde podemos apontar o bolinho de aipim com camarão e catupiry que queremos, ou mesmo o joelho de porco que desejamos, respectivamente.

É comum encontrarmos bares que ostentam seus melhores bocados na vitrine, entre lugares tradicionais e novidades, como o Isca, recentemente resenhado aqui (para ler, clique no link) - lugar que expõe seus pintxos no balcão.

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Mas, alguns se destacam nessa categoria. Três deles, eu diria, são referências no assunto. Bem como são bares de referência na boêmia carioca, verdadeiros monumentos da cidade: a icônica Adega Pérola, e o Real Chopp, duas entidades de Copacabana; o bar Gato de Botas, em Vila Isabel, endereço obrigatório em qualquer roteiro gastronômico sério no Rio.

Vinagrete de polco, uma das estrelas da Adega Pérola Foto: Bruno Agostini / Estadão

Na Adega Pérola, as porções expostas são frias, contando umas 60, sim, SESSENTA, opções. Ontem parei para contar e eram 57, precisamente. Entre os meus preferidos estão:

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- Vinagrete de polvo - Alho espanhol no azeite - Sardinhas, de modo geral, em suas quatro versões disponíveis: rollmops, escabeche, portuguesa... - Arenque defumado - Ovas de tainha - Morcela - Carne de siri - Lagosta / Cavaquinha - Haddock - Linguiça ao vinho tinto (E reticências... porque ainda tem truta à escabeche, ostras, mexilhões, conserva de berinjela, salada de bacalhau...)

Dá para brincar. Tenho um amigo que pede para chapear as ovas com cebola e gorgonzola.

Fora as opções quentes... Destaque para os bolinhos de bacalhau e o caldinho de feijão, mas essas são preparadas na hora, não tem estufa na casa.

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Real Chopp: vitrines quente e fria Foto: Bruno Agostini / Estadão

Já o Real Chopp, não muito longe dali, tem menos opções, mas há quentes e frios. Podemos, neste caso, destacar o feioso, bolo de carne que faz jus ao nome, com a ressalva de que se trata de algo muito gostoso.

Alguns pratos do dia, inclusive, ficam expostos ali. Como a disputada rabada das terças, o peito de boi, das quartas, as almôndegas dos sábados e a moela ensopada e o bife à rolê, dos domingos, por exemplo. Diariamente, na parte aquecida, encontramos empadas, pastéis, pão de queijo, torresmo, perfil e carne assada, além de batatinhas calabresa que podem se converter em petisco ou a guarnição.

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Já o lado refrigerado é um pouco mais modesto que o da Adega Pérola, mas o Real Chopp, originalmente uma casa de sucos, comprada em 1982 pelo seu Hermínio, personagem querido no bairro, tem muitas conservas na vitrine: de pimenta biquinho e palmito a champignon, tremoços, azeitonas, cebolinhas no vinagre, salada de bacalhau, ovas de tainha, jiló, ovo de codorna, tomate seco...

Gato de Botas: jovem clássico da Vila Foto: Bruno Agostini / Estadão

Caçula da turma, criado nos anos 2000, o Gato de Bota parece até um clássico veterano, tão identificado que é com o boêmio bairro de Vila Isabel e com a cultura botequeira da cidade. Isso acontece porque a casa herdou um sócio, vários petiscos e uma clientela fiel do Bar do Costa, que funcionou a uma quadra dali, na mesma Torres Homem.

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Ali o melhor a se fazer é explorar os petiscos da estufa, onde nos esbaldamos com língua, fígado de galinha, a moela, as almôndegas, e o famoso "trio amargoso", combinação entre maxixe, jiló e quiabo, temperados com cebola, azeitonas pretas e pimenta biquinho - este último, assim como o bolinho de vagem, era servido no Bar do Costa.

Tem muito mais: espere encontrar salgadinhos, como bolinho de feijoada, torresmo, linguiças (fina e calabresa), costelinha de porco, lombinho, joelho defumado, picanha de porco, tender, pernil...

Haja reticências para falar desses lugares.

Verdade seja dita: nos três casos, poder escolher fazendo análise visual dos petiscos é muito bom, mas causa certo sofrimento. Um conselho: vá em grupo.

Conservas no Real Chopp Foto: Bruno Agostini / Estadão

SERVIÇO Adega Pérola: Rua Siqueira Campos 138, Copacabana. Tel.: (21) 2255-9425. Instagram: @adegaperola Bar Gato de Botas: Rua Torres Homem 118, loja C, Vila Isabel. Tel.: (21) 98128-8252. Instagram: @bargatodebotas Real Chopp: Rua Barata Ribeiro 319, Copacabana. Tel.: (21) 2257-2645. Instagram: @realchopprj

 

 

Adega Pérola: são cerca de 60 petiscos frios Foto: Bruno Agostini / Estadão

Ir a Belo Horizonte é sempre uma alegria, especialmente pra quem gosta de comer, e sobretudo para botequeiros como eu. No ano passado eu já tinha feito um bate-volta, quando pude visitar o Mercado Novo, guiado por um amigo belo-horizontino, o meu xará Brunno Montolli, que se mostra um fissurado por estufas e balcões refrigerados, essas vitrines de acepipes que - a julgar pelo entusiasmo desse cruzeirense gente boa - está muito na moda em BH. Também podemos lembrar do Nenel, o jornalista Daniel Neto, do perfil Baixa Gastronomia (@baixagastronomia), outro entusiasta dessa modalidade gastronômica em que os acepipes ficam expostos no balcão, podendo ser quentes ou frios.

Nessas idas e vindas à capital mineira, encontrei muitos representantes da categoria boteco com estufa, como o Pirex, de Caio Soter, a Cozinha Tupis e o Juramento 202, do chef Henrique Gilberto, e o Angu, novidade cujo o epíteto é "Bar de Estufa", não deixando dúvidas sobre a especialidade da casa.

Aqui no Rio essa também é uma prática muito tradicional dos botequins, e escolhemos, literalmente, a dedo os petiscos de lugares como Bracarense e Casa Clipper, por exemplo, onde podemos apontar o bolinho de aipim com camarão e catupiry que queremos, ou mesmo o joelho de porco que desejamos, respectivamente.

É comum encontrarmos bares que ostentam seus melhores bocados na vitrine, entre lugares tradicionais e novidades, como o Isca, recentemente resenhado aqui (para ler, clique no link) - lugar que expõe seus pintxos no balcão.

Mas, alguns se destacam nessa categoria. Três deles, eu diria, são referências no assunto. Bem como são bares de referência na boêmia carioca, verdadeiros monumentos da cidade: a icônica Adega Pérola, e o Real Chopp, duas entidades de Copacabana; o bar Gato de Botas, em Vila Isabel, endereço obrigatório em qualquer roteiro gastronômico sério no Rio.

Vinagrete de polco, uma das estrelas da Adega Pérola Foto: Bruno Agostini / Estadão

Na Adega Pérola, as porções expostas são frias, contando umas 60, sim, SESSENTA, opções. Ontem parei para contar e eram 57, precisamente. Entre os meus preferidos estão:

- Vinagrete de polvo - Alho espanhol no azeite - Sardinhas, de modo geral, em suas quatro versões disponíveis: rollmops, escabeche, portuguesa... - Arenque defumado - Ovas de tainha - Morcela - Carne de siri - Lagosta / Cavaquinha - Haddock - Linguiça ao vinho tinto (E reticências... porque ainda tem truta à escabeche, ostras, mexilhões, conserva de berinjela, salada de bacalhau...)

Dá para brincar. Tenho um amigo que pede para chapear as ovas com cebola e gorgonzola.

Fora as opções quentes... Destaque para os bolinhos de bacalhau e o caldinho de feijão, mas essas são preparadas na hora, não tem estufa na casa.

Real Chopp: vitrines quente e fria Foto: Bruno Agostini / Estadão

Já o Real Chopp, não muito longe dali, tem menos opções, mas há quentes e frios. Podemos, neste caso, destacar o feioso, bolo de carne que faz jus ao nome, com a ressalva de que se trata de algo muito gostoso.

Alguns pratos do dia, inclusive, ficam expostos ali. Como a disputada rabada das terças, o peito de boi, das quartas, as almôndegas dos sábados e a moela ensopada e o bife à rolê, dos domingos, por exemplo. Diariamente, na parte aquecida, encontramos empadas, pastéis, pão de queijo, torresmo, perfil e carne assada, além de batatinhas calabresa que podem se converter em petisco ou a guarnição.

Já o lado refrigerado é um pouco mais modesto que o da Adega Pérola, mas o Real Chopp, originalmente uma casa de sucos, comprada em 1982 pelo seu Hermínio, personagem querido no bairro, tem muitas conservas na vitrine: de pimenta biquinho e palmito a champignon, tremoços, azeitonas, cebolinhas no vinagre, salada de bacalhau, ovas de tainha, jiló, ovo de codorna, tomate seco...

Gato de Botas: jovem clássico da Vila Foto: Bruno Agostini / Estadão

Caçula da turma, criado nos anos 2000, o Gato de Bota parece até um clássico veterano, tão identificado que é com o boêmio bairro de Vila Isabel e com a cultura botequeira da cidade. Isso acontece porque a casa herdou um sócio, vários petiscos e uma clientela fiel do Bar do Costa, que funcionou a uma quadra dali, na mesma Torres Homem.

Ali o melhor a se fazer é explorar os petiscos da estufa, onde nos esbaldamos com língua, fígado de galinha, a moela, as almôndegas, e o famoso "trio amargoso", combinação entre maxixe, jiló e quiabo, temperados com cebola, azeitonas pretas e pimenta biquinho - este último, assim como o bolinho de vagem, era servido no Bar do Costa.

Tem muito mais: espere encontrar salgadinhos, como bolinho de feijoada, torresmo, linguiças (fina e calabresa), costelinha de porco, lombinho, joelho defumado, picanha de porco, tender, pernil...

Haja reticências para falar desses lugares.

Verdade seja dita: nos três casos, poder escolher fazendo análise visual dos petiscos é muito bom, mas causa certo sofrimento. Um conselho: vá em grupo.

Conservas no Real Chopp Foto: Bruno Agostini / Estadão

SERVIÇO Adega Pérola: Rua Siqueira Campos 138, Copacabana. Tel.: (21) 2255-9425. Instagram: @adegaperola Bar Gato de Botas: Rua Torres Homem 118, loja C, Vila Isabel. Tel.: (21) 98128-8252. Instagram: @bargatodebotas Real Chopp: Rua Barata Ribeiro 319, Copacabana. Tel.: (21) 2257-2645. Instagram: @realchopprj

 

 

Adega Pérola: são cerca de 60 petiscos frios Foto: Bruno Agostini / Estadão

Ir a Belo Horizonte é sempre uma alegria, especialmente pra quem gosta de comer, e sobretudo para botequeiros como eu. No ano passado eu já tinha feito um bate-volta, quando pude visitar o Mercado Novo, guiado por um amigo belo-horizontino, o meu xará Brunno Montolli, que se mostra um fissurado por estufas e balcões refrigerados, essas vitrines de acepipes que - a julgar pelo entusiasmo desse cruzeirense gente boa - está muito na moda em BH. Também podemos lembrar do Nenel, o jornalista Daniel Neto, do perfil Baixa Gastronomia (@baixagastronomia), outro entusiasta dessa modalidade gastronômica em que os acepipes ficam expostos no balcão, podendo ser quentes ou frios.

Nessas idas e vindas à capital mineira, encontrei muitos representantes da categoria boteco com estufa, como o Pirex, de Caio Soter, a Cozinha Tupis e o Juramento 202, do chef Henrique Gilberto, e o Angu, novidade cujo o epíteto é "Bar de Estufa", não deixando dúvidas sobre a especialidade da casa.

Aqui no Rio essa também é uma prática muito tradicional dos botequins, e escolhemos, literalmente, a dedo os petiscos de lugares como Bracarense e Casa Clipper, por exemplo, onde podemos apontar o bolinho de aipim com camarão e catupiry que queremos, ou mesmo o joelho de porco que desejamos, respectivamente.

É comum encontrarmos bares que ostentam seus melhores bocados na vitrine, entre lugares tradicionais e novidades, como o Isca, recentemente resenhado aqui (para ler, clique no link) - lugar que expõe seus pintxos no balcão.

Mas, alguns se destacam nessa categoria. Três deles, eu diria, são referências no assunto. Bem como são bares de referência na boêmia carioca, verdadeiros monumentos da cidade: a icônica Adega Pérola, e o Real Chopp, duas entidades de Copacabana; o bar Gato de Botas, em Vila Isabel, endereço obrigatório em qualquer roteiro gastronômico sério no Rio.

Vinagrete de polco, uma das estrelas da Adega Pérola Foto: Bruno Agostini / Estadão

Na Adega Pérola, as porções expostas são frias, contando umas 60, sim, SESSENTA, opções. Ontem parei para contar e eram 57, precisamente. Entre os meus preferidos estão:

- Vinagrete de polvo - Alho espanhol no azeite - Sardinhas, de modo geral, em suas quatro versões disponíveis: rollmops, escabeche, portuguesa... - Arenque defumado - Ovas de tainha - Morcela - Carne de siri - Lagosta / Cavaquinha - Haddock - Linguiça ao vinho tinto (E reticências... porque ainda tem truta à escabeche, ostras, mexilhões, conserva de berinjela, salada de bacalhau...)

Dá para brincar. Tenho um amigo que pede para chapear as ovas com cebola e gorgonzola.

Fora as opções quentes... Destaque para os bolinhos de bacalhau e o caldinho de feijão, mas essas são preparadas na hora, não tem estufa na casa.

Real Chopp: vitrines quente e fria Foto: Bruno Agostini / Estadão

Já o Real Chopp, não muito longe dali, tem menos opções, mas há quentes e frios. Podemos, neste caso, destacar o feioso, bolo de carne que faz jus ao nome, com a ressalva de que se trata de algo muito gostoso.

Alguns pratos do dia, inclusive, ficam expostos ali. Como a disputada rabada das terças, o peito de boi, das quartas, as almôndegas dos sábados e a moela ensopada e o bife à rolê, dos domingos, por exemplo. Diariamente, na parte aquecida, encontramos empadas, pastéis, pão de queijo, torresmo, perfil e carne assada, além de batatinhas calabresa que podem se converter em petisco ou a guarnição.

Já o lado refrigerado é um pouco mais modesto que o da Adega Pérola, mas o Real Chopp, originalmente uma casa de sucos, comprada em 1982 pelo seu Hermínio, personagem querido no bairro, tem muitas conservas na vitrine: de pimenta biquinho e palmito a champignon, tremoços, azeitonas, cebolinhas no vinagre, salada de bacalhau, ovas de tainha, jiló, ovo de codorna, tomate seco...

Gato de Botas: jovem clássico da Vila Foto: Bruno Agostini / Estadão

Caçula da turma, criado nos anos 2000, o Gato de Bota parece até um clássico veterano, tão identificado que é com o boêmio bairro de Vila Isabel e com a cultura botequeira da cidade. Isso acontece porque a casa herdou um sócio, vários petiscos e uma clientela fiel do Bar do Costa, que funcionou a uma quadra dali, na mesma Torres Homem.

Ali o melhor a se fazer é explorar os petiscos da estufa, onde nos esbaldamos com língua, fígado de galinha, a moela, as almôndegas, e o famoso "trio amargoso", combinação entre maxixe, jiló e quiabo, temperados com cebola, azeitonas pretas e pimenta biquinho - este último, assim como o bolinho de vagem, era servido no Bar do Costa.

Tem muito mais: espere encontrar salgadinhos, como bolinho de feijoada, torresmo, linguiças (fina e calabresa), costelinha de porco, lombinho, joelho defumado, picanha de porco, tender, pernil...

Haja reticências para falar desses lugares.

Verdade seja dita: nos três casos, poder escolher fazendo análise visual dos petiscos é muito bom, mas causa certo sofrimento. Um conselho: vá em grupo.

Conservas no Real Chopp Foto: Bruno Agostini / Estadão

SERVIÇO Adega Pérola: Rua Siqueira Campos 138, Copacabana. Tel.: (21) 2255-9425. Instagram: @adegaperola Bar Gato de Botas: Rua Torres Homem 118, loja C, Vila Isabel. Tel.: (21) 98128-8252. Instagram: @bargatodebotas Real Chopp: Rua Barata Ribeiro 319, Copacabana. Tel.: (21) 2257-2645. Instagram: @realchopprj

 

 

Adega Pérola: são cerca de 60 petiscos frios Foto: Bruno Agostini / Estadão

Ir a Belo Horizonte é sempre uma alegria, especialmente pra quem gosta de comer, e sobretudo para botequeiros como eu. No ano passado eu já tinha feito um bate-volta, quando pude visitar o Mercado Novo, guiado por um amigo belo-horizontino, o meu xará Brunno Montolli, que se mostra um fissurado por estufas e balcões refrigerados, essas vitrines de acepipes que - a julgar pelo entusiasmo desse cruzeirense gente boa - está muito na moda em BH. Também podemos lembrar do Nenel, o jornalista Daniel Neto, do perfil Baixa Gastronomia (@baixagastronomia), outro entusiasta dessa modalidade gastronômica em que os acepipes ficam expostos no balcão, podendo ser quentes ou frios.

Nessas idas e vindas à capital mineira, encontrei muitos representantes da categoria boteco com estufa, como o Pirex, de Caio Soter, a Cozinha Tupis e o Juramento 202, do chef Henrique Gilberto, e o Angu, novidade cujo o epíteto é "Bar de Estufa", não deixando dúvidas sobre a especialidade da casa.

Aqui no Rio essa também é uma prática muito tradicional dos botequins, e escolhemos, literalmente, a dedo os petiscos de lugares como Bracarense e Casa Clipper, por exemplo, onde podemos apontar o bolinho de aipim com camarão e catupiry que queremos, ou mesmo o joelho de porco que desejamos, respectivamente.

É comum encontrarmos bares que ostentam seus melhores bocados na vitrine, entre lugares tradicionais e novidades, como o Isca, recentemente resenhado aqui (para ler, clique no link) - lugar que expõe seus pintxos no balcão.

Mas, alguns se destacam nessa categoria. Três deles, eu diria, são referências no assunto. Bem como são bares de referência na boêmia carioca, verdadeiros monumentos da cidade: a icônica Adega Pérola, e o Real Chopp, duas entidades de Copacabana; o bar Gato de Botas, em Vila Isabel, endereço obrigatório em qualquer roteiro gastronômico sério no Rio.

Vinagrete de polco, uma das estrelas da Adega Pérola Foto: Bruno Agostini / Estadão

Na Adega Pérola, as porções expostas são frias, contando umas 60, sim, SESSENTA, opções. Ontem parei para contar e eram 57, precisamente. Entre os meus preferidos estão:

- Vinagrete de polvo - Alho espanhol no azeite - Sardinhas, de modo geral, em suas quatro versões disponíveis: rollmops, escabeche, portuguesa... - Arenque defumado - Ovas de tainha - Morcela - Carne de siri - Lagosta / Cavaquinha - Haddock - Linguiça ao vinho tinto (E reticências... porque ainda tem truta à escabeche, ostras, mexilhões, conserva de berinjela, salada de bacalhau...)

Dá para brincar. Tenho um amigo que pede para chapear as ovas com cebola e gorgonzola.

Fora as opções quentes... Destaque para os bolinhos de bacalhau e o caldinho de feijão, mas essas são preparadas na hora, não tem estufa na casa.

Real Chopp: vitrines quente e fria Foto: Bruno Agostini / Estadão

Já o Real Chopp, não muito longe dali, tem menos opções, mas há quentes e frios. Podemos, neste caso, destacar o feioso, bolo de carne que faz jus ao nome, com a ressalva de que se trata de algo muito gostoso.

Alguns pratos do dia, inclusive, ficam expostos ali. Como a disputada rabada das terças, o peito de boi, das quartas, as almôndegas dos sábados e a moela ensopada e o bife à rolê, dos domingos, por exemplo. Diariamente, na parte aquecida, encontramos empadas, pastéis, pão de queijo, torresmo, perfil e carne assada, além de batatinhas calabresa que podem se converter em petisco ou a guarnição.

Já o lado refrigerado é um pouco mais modesto que o da Adega Pérola, mas o Real Chopp, originalmente uma casa de sucos, comprada em 1982 pelo seu Hermínio, personagem querido no bairro, tem muitas conservas na vitrine: de pimenta biquinho e palmito a champignon, tremoços, azeitonas, cebolinhas no vinagre, salada de bacalhau, ovas de tainha, jiló, ovo de codorna, tomate seco...

Gato de Botas: jovem clássico da Vila Foto: Bruno Agostini / Estadão

Caçula da turma, criado nos anos 2000, o Gato de Bota parece até um clássico veterano, tão identificado que é com o boêmio bairro de Vila Isabel e com a cultura botequeira da cidade. Isso acontece porque a casa herdou um sócio, vários petiscos e uma clientela fiel do Bar do Costa, que funcionou a uma quadra dali, na mesma Torres Homem.

Ali o melhor a se fazer é explorar os petiscos da estufa, onde nos esbaldamos com língua, fígado de galinha, a moela, as almôndegas, e o famoso "trio amargoso", combinação entre maxixe, jiló e quiabo, temperados com cebola, azeitonas pretas e pimenta biquinho - este último, assim como o bolinho de vagem, era servido no Bar do Costa.

Tem muito mais: espere encontrar salgadinhos, como bolinho de feijoada, torresmo, linguiças (fina e calabresa), costelinha de porco, lombinho, joelho defumado, picanha de porco, tender, pernil...

Haja reticências para falar desses lugares.

Verdade seja dita: nos três casos, poder escolher fazendo análise visual dos petiscos é muito bom, mas causa certo sofrimento. Um conselho: vá em grupo.

Conservas no Real Chopp Foto: Bruno Agostini / Estadão

SERVIÇO Adega Pérola: Rua Siqueira Campos 138, Copacabana. Tel.: (21) 2255-9425. Instagram: @adegaperola Bar Gato de Botas: Rua Torres Homem 118, loja C, Vila Isabel. Tel.: (21) 98128-8252. Instagram: @bargatodebotas Real Chopp: Rua Barata Ribeiro 319, Copacabana. Tel.: (21) 2257-2645. Instagram: @realchopprj

 

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