Silêncio, 40 pratos e serviço 3 vezes na semana: conheça um dos lámens mais desejados de São Paulo


Brazil Lámen opera nos fundos de galeria na Liberdade, distribui apenas 40 senhas e não tem dia fixo para abertura

Por Beatriz Olivetti
Atualização:

Michihiko Shindo não está interessado em saber quem visita seu restaurante. O que ele quer de verdade é que todos experimentem seus pratos com entrega. Se possível, a mesma com que ele prepara o que hoje é um dos lámens mais cobiçados de São Paulo.

O estabelecimento pitoresco, decorado com luzes de natal, uma grande faixa escrito “lámen” em ideogramas japoneses e uma foto do pai do dono fica nos fundos da galeria de número 158 na rua Barão de Iguape, na Liberdade. Com o toldo recém-aberto, o japonês da cidade de Takasaki se prepara para iniciar o terceiro e último serviço da semana, que terá duração de cerca de três horas e 40 pratos.

Assim que a reportagem tenta se aproximar do cozinheiro por uma das laterais da barraca, ele aponta para fora, onde deseja que fiquemos.

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Vindo do Japão e falando apenas algumas palavras em português, Shindo prepara as refeições na frente dos clientes durante o período do serviço Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO CONTEUDO

“Ele é um pouco bravo. Não gosta de barulho e quer que respeitem o espaço dele, mas tem muito foco e bom coração. Ele cozinha com amor”, explica Kika Chen, responsável pelas locações de barracas na galeria, no exato momento em que o homem surge para reclamar do som alto do ventilador nos fundos do local.

É pelo Instagram que ele atualiza seu público sobre os dias e horários em que vai abrir, bem como os sabores de lámen disponíveis. Ele publica também uma série de imagens que gosta, sejam os melhores momentos de algum jogo de futebol ou produtos que estão à venda, as redes sociais refletem a personalidade do homem tatuado de 50 anos.

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A experiência no Brazil Lámen

Quem se senta ao balcão pouco fala com o cozinheiro, que somente pergunta qual o sabor do lámen desejado.

“Só dinheiro. Paga antecipado”, são as palavras que seguem após a confirmação do pedido, e alguns minutos depois a donburi decorada chega à frente de quem pediu, fumegando.

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O macarrão vem imerso no paitan, tipo de caldo utilizado por Shin na hora do preparo, e com toppings já conhecidos como lombo de porco, broto de feijão, cogumelos e cebolinhas japonesas silvestres. A versão vegana do prato vem acompanhada de cebolas fatiadas finas, tomates, cogumelos e até mesmo feijões. Ele ainda esclarece que não utiliza quaisquer aditivos no caldo, que fica por dias cozinhando, e aposta sempre em insumos frescos.

O cardápio muda toda semana, e Shin costuma oferecer dois sabores por serviço.  Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADÃO

A experiência da refeição começa pela decoração vistosa, nos quais todos os ingredientes parecem ser estrategicamente dispostos como em uma pintura, passando pelos aromas de gengibre e alho que se misturam dentro da tigela e fazem a boca salivar e segue na explosão de umami que se espalha por todo o paladar. Mas é só o começo, afinal, a tigela acabou de chegar.

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Quem recebe o prato devora-o até o fim. Na sequência, agradece a comida, levanta-se do balcão de barriga cheia e dá espaço para o próximo cliente.

Como surgiu o Brazil Lámen

Antes de ganhar a vida como cozinheiro, Shin trabalhou no mercado da moda e teve sua própria marca de roupas no Japão. Além disso, ele foi vocalista de uma banda de hardcore há cerca de 25 anos.

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Em 2009 ele chegou ao Brasil pela primeira vez e se deparou com um mercado de lámen ainda embrionário.

“Sempre gostei muito do Brasil. As pessoas daqui são muito sorridentes, mas o lámen não era delicioso quando eu cheguei. Foi assim que sonhei em cozinhar este prato aqui no país”, explica ele, que voltou ao Japão e trabalhou em dez restaurantes para aprender a receita ideal.

Em 2011, ele retornou ao Brasil para tentar vender seus aprendizados, mas não teve sucesso. Há 6 anos, ele começou a trabalhar em restaurantes brasileiros e desde 2019, toca o próprio negócio.

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Shin veio ao Brasil pela primeira vez em 2009, e não gostou das receitas de lámen que encontrou Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO CONTEUDO

“Nos meus primeiros meses residindo aqui, meu apartamento foi roubado, e levaram todo o meu dinheiro. Com a ajuda dos meus vizinhos consegui cozinhar e me reestruturar aos poucos”, relata o japonês, que conta sua história com um inglês sucinto.

Para os próximos anos, Shin planeja ampliar o espaço e, quem sabe, abrir um restaurante. Desta forma, mais e mais brasileiros poderão conhecer seu trabalho.

“O segredo para o lámen perfeito é cozinhar com todo o meu coração. As pessoas comem minha comida e ficam felizes, e isso basta”, conclui.

Serviço

Brazil Lámen

Contato: @brazilamen. Não há telefone.

Endereço: R. Barão de Iguape 158, Liberdade. Última barraca da galeria.

Funcionamento: Dias e horários divulgados semanalmente na @brazilamen

Leia também

Casas especializadas em lámen promovem jantares da Japan House

Por aí: Casas especializadas em lámen servem versões que combinam com o verão

Lámen é sucesso para os dias mais frios; veja onde pedir

Michihiko Shindo não está interessado em saber quem visita seu restaurante. O que ele quer de verdade é que todos experimentem seus pratos com entrega. Se possível, a mesma com que ele prepara o que hoje é um dos lámens mais cobiçados de São Paulo.

O estabelecimento pitoresco, decorado com luzes de natal, uma grande faixa escrito “lámen” em ideogramas japoneses e uma foto do pai do dono fica nos fundos da galeria de número 158 na rua Barão de Iguape, na Liberdade. Com o toldo recém-aberto, o japonês da cidade de Takasaki se prepara para iniciar o terceiro e último serviço da semana, que terá duração de cerca de três horas e 40 pratos.

Assim que a reportagem tenta se aproximar do cozinheiro por uma das laterais da barraca, ele aponta para fora, onde deseja que fiquemos.

Vindo do Japão e falando apenas algumas palavras em português, Shindo prepara as refeições na frente dos clientes durante o período do serviço Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO CONTEUDO

“Ele é um pouco bravo. Não gosta de barulho e quer que respeitem o espaço dele, mas tem muito foco e bom coração. Ele cozinha com amor”, explica Kika Chen, responsável pelas locações de barracas na galeria, no exato momento em que o homem surge para reclamar do som alto do ventilador nos fundos do local.

É pelo Instagram que ele atualiza seu público sobre os dias e horários em que vai abrir, bem como os sabores de lámen disponíveis. Ele publica também uma série de imagens que gosta, sejam os melhores momentos de algum jogo de futebol ou produtos que estão à venda, as redes sociais refletem a personalidade do homem tatuado de 50 anos.

A experiência no Brazil Lámen

Quem se senta ao balcão pouco fala com o cozinheiro, que somente pergunta qual o sabor do lámen desejado.

“Só dinheiro. Paga antecipado”, são as palavras que seguem após a confirmação do pedido, e alguns minutos depois a donburi decorada chega à frente de quem pediu, fumegando.

O macarrão vem imerso no paitan, tipo de caldo utilizado por Shin na hora do preparo, e com toppings já conhecidos como lombo de porco, broto de feijão, cogumelos e cebolinhas japonesas silvestres. A versão vegana do prato vem acompanhada de cebolas fatiadas finas, tomates, cogumelos e até mesmo feijões. Ele ainda esclarece que não utiliza quaisquer aditivos no caldo, que fica por dias cozinhando, e aposta sempre em insumos frescos.

O cardápio muda toda semana, e Shin costuma oferecer dois sabores por serviço.  Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADÃO

A experiência da refeição começa pela decoração vistosa, nos quais todos os ingredientes parecem ser estrategicamente dispostos como em uma pintura, passando pelos aromas de gengibre e alho que se misturam dentro da tigela e fazem a boca salivar e segue na explosão de umami que se espalha por todo o paladar. Mas é só o começo, afinal, a tigela acabou de chegar.

Quem recebe o prato devora-o até o fim. Na sequência, agradece a comida, levanta-se do balcão de barriga cheia e dá espaço para o próximo cliente.

Como surgiu o Brazil Lámen

Antes de ganhar a vida como cozinheiro, Shin trabalhou no mercado da moda e teve sua própria marca de roupas no Japão. Além disso, ele foi vocalista de uma banda de hardcore há cerca de 25 anos.

Em 2009 ele chegou ao Brasil pela primeira vez e se deparou com um mercado de lámen ainda embrionário.

“Sempre gostei muito do Brasil. As pessoas daqui são muito sorridentes, mas o lámen não era delicioso quando eu cheguei. Foi assim que sonhei em cozinhar este prato aqui no país”, explica ele, que voltou ao Japão e trabalhou em dez restaurantes para aprender a receita ideal.

Em 2011, ele retornou ao Brasil para tentar vender seus aprendizados, mas não teve sucesso. Há 6 anos, ele começou a trabalhar em restaurantes brasileiros e desde 2019, toca o próprio negócio.

Shin veio ao Brasil pela primeira vez em 2009, e não gostou das receitas de lámen que encontrou Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO CONTEUDO

“Nos meus primeiros meses residindo aqui, meu apartamento foi roubado, e levaram todo o meu dinheiro. Com a ajuda dos meus vizinhos consegui cozinhar e me reestruturar aos poucos”, relata o japonês, que conta sua história com um inglês sucinto.

Para os próximos anos, Shin planeja ampliar o espaço e, quem sabe, abrir um restaurante. Desta forma, mais e mais brasileiros poderão conhecer seu trabalho.

“O segredo para o lámen perfeito é cozinhar com todo o meu coração. As pessoas comem minha comida e ficam felizes, e isso basta”, conclui.

Serviço

Brazil Lámen

Contato: @brazilamen. Não há telefone.

Endereço: R. Barão de Iguape 158, Liberdade. Última barraca da galeria.

Funcionamento: Dias e horários divulgados semanalmente na @brazilamen

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Michihiko Shindo não está interessado em saber quem visita seu restaurante. O que ele quer de verdade é que todos experimentem seus pratos com entrega. Se possível, a mesma com que ele prepara o que hoje é um dos lámens mais cobiçados de São Paulo.

O estabelecimento pitoresco, decorado com luzes de natal, uma grande faixa escrito “lámen” em ideogramas japoneses e uma foto do pai do dono fica nos fundos da galeria de número 158 na rua Barão de Iguape, na Liberdade. Com o toldo recém-aberto, o japonês da cidade de Takasaki se prepara para iniciar o terceiro e último serviço da semana, que terá duração de cerca de três horas e 40 pratos.

Assim que a reportagem tenta se aproximar do cozinheiro por uma das laterais da barraca, ele aponta para fora, onde deseja que fiquemos.

Vindo do Japão e falando apenas algumas palavras em português, Shindo prepara as refeições na frente dos clientes durante o período do serviço Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO CONTEUDO

“Ele é um pouco bravo. Não gosta de barulho e quer que respeitem o espaço dele, mas tem muito foco e bom coração. Ele cozinha com amor”, explica Kika Chen, responsável pelas locações de barracas na galeria, no exato momento em que o homem surge para reclamar do som alto do ventilador nos fundos do local.

É pelo Instagram que ele atualiza seu público sobre os dias e horários em que vai abrir, bem como os sabores de lámen disponíveis. Ele publica também uma série de imagens que gosta, sejam os melhores momentos de algum jogo de futebol ou produtos que estão à venda, as redes sociais refletem a personalidade do homem tatuado de 50 anos.

A experiência no Brazil Lámen

Quem se senta ao balcão pouco fala com o cozinheiro, que somente pergunta qual o sabor do lámen desejado.

“Só dinheiro. Paga antecipado”, são as palavras que seguem após a confirmação do pedido, e alguns minutos depois a donburi decorada chega à frente de quem pediu, fumegando.

O macarrão vem imerso no paitan, tipo de caldo utilizado por Shin na hora do preparo, e com toppings já conhecidos como lombo de porco, broto de feijão, cogumelos e cebolinhas japonesas silvestres. A versão vegana do prato vem acompanhada de cebolas fatiadas finas, tomates, cogumelos e até mesmo feijões. Ele ainda esclarece que não utiliza quaisquer aditivos no caldo, que fica por dias cozinhando, e aposta sempre em insumos frescos.

O cardápio muda toda semana, e Shin costuma oferecer dois sabores por serviço.  Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADÃO

A experiência da refeição começa pela decoração vistosa, nos quais todos os ingredientes parecem ser estrategicamente dispostos como em uma pintura, passando pelos aromas de gengibre e alho que se misturam dentro da tigela e fazem a boca salivar e segue na explosão de umami que se espalha por todo o paladar. Mas é só o começo, afinal, a tigela acabou de chegar.

Quem recebe o prato devora-o até o fim. Na sequência, agradece a comida, levanta-se do balcão de barriga cheia e dá espaço para o próximo cliente.

Como surgiu o Brazil Lámen

Antes de ganhar a vida como cozinheiro, Shin trabalhou no mercado da moda e teve sua própria marca de roupas no Japão. Além disso, ele foi vocalista de uma banda de hardcore há cerca de 25 anos.

Em 2009 ele chegou ao Brasil pela primeira vez e se deparou com um mercado de lámen ainda embrionário.

“Sempre gostei muito do Brasil. As pessoas daqui são muito sorridentes, mas o lámen não era delicioso quando eu cheguei. Foi assim que sonhei em cozinhar este prato aqui no país”, explica ele, que voltou ao Japão e trabalhou em dez restaurantes para aprender a receita ideal.

Em 2011, ele retornou ao Brasil para tentar vender seus aprendizados, mas não teve sucesso. Há 6 anos, ele começou a trabalhar em restaurantes brasileiros e desde 2019, toca o próprio negócio.

Shin veio ao Brasil pela primeira vez em 2009, e não gostou das receitas de lámen que encontrou Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO CONTEUDO

“Nos meus primeiros meses residindo aqui, meu apartamento foi roubado, e levaram todo o meu dinheiro. Com a ajuda dos meus vizinhos consegui cozinhar e me reestruturar aos poucos”, relata o japonês, que conta sua história com um inglês sucinto.

Para os próximos anos, Shin planeja ampliar o espaço e, quem sabe, abrir um restaurante. Desta forma, mais e mais brasileiros poderão conhecer seu trabalho.

“O segredo para o lámen perfeito é cozinhar com todo o meu coração. As pessoas comem minha comida e ficam felizes, e isso basta”, conclui.

Serviço

Brazil Lámen

Contato: @brazilamen. Não há telefone.

Endereço: R. Barão de Iguape 158, Liberdade. Última barraca da galeria.

Funcionamento: Dias e horários divulgados semanalmente na @brazilamen

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Casas especializadas em lámen promovem jantares da Japan House

Por aí: Casas especializadas em lámen servem versões que combinam com o verão

Lámen é sucesso para os dias mais frios; veja onde pedir

Michihiko Shindo não está interessado em saber quem visita seu restaurante. O que ele quer de verdade é que todos experimentem seus pratos com entrega. Se possível, a mesma com que ele prepara o que hoje é um dos lámens mais cobiçados de São Paulo.

O estabelecimento pitoresco, decorado com luzes de natal, uma grande faixa escrito “lámen” em ideogramas japoneses e uma foto do pai do dono fica nos fundos da galeria de número 158 na rua Barão de Iguape, na Liberdade. Com o toldo recém-aberto, o japonês da cidade de Takasaki se prepara para iniciar o terceiro e último serviço da semana, que terá duração de cerca de três horas e 40 pratos.

Assim que a reportagem tenta se aproximar do cozinheiro por uma das laterais da barraca, ele aponta para fora, onde deseja que fiquemos.

Vindo do Japão e falando apenas algumas palavras em português, Shindo prepara as refeições na frente dos clientes durante o período do serviço Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO CONTEUDO

“Ele é um pouco bravo. Não gosta de barulho e quer que respeitem o espaço dele, mas tem muito foco e bom coração. Ele cozinha com amor”, explica Kika Chen, responsável pelas locações de barracas na galeria, no exato momento em que o homem surge para reclamar do som alto do ventilador nos fundos do local.

É pelo Instagram que ele atualiza seu público sobre os dias e horários em que vai abrir, bem como os sabores de lámen disponíveis. Ele publica também uma série de imagens que gosta, sejam os melhores momentos de algum jogo de futebol ou produtos que estão à venda, as redes sociais refletem a personalidade do homem tatuado de 50 anos.

A experiência no Brazil Lámen

Quem se senta ao balcão pouco fala com o cozinheiro, que somente pergunta qual o sabor do lámen desejado.

“Só dinheiro. Paga antecipado”, são as palavras que seguem após a confirmação do pedido, e alguns minutos depois a donburi decorada chega à frente de quem pediu, fumegando.

O macarrão vem imerso no paitan, tipo de caldo utilizado por Shin na hora do preparo, e com toppings já conhecidos como lombo de porco, broto de feijão, cogumelos e cebolinhas japonesas silvestres. A versão vegana do prato vem acompanhada de cebolas fatiadas finas, tomates, cogumelos e até mesmo feijões. Ele ainda esclarece que não utiliza quaisquer aditivos no caldo, que fica por dias cozinhando, e aposta sempre em insumos frescos.

O cardápio muda toda semana, e Shin costuma oferecer dois sabores por serviço.  Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADÃO

A experiência da refeição começa pela decoração vistosa, nos quais todos os ingredientes parecem ser estrategicamente dispostos como em uma pintura, passando pelos aromas de gengibre e alho que se misturam dentro da tigela e fazem a boca salivar e segue na explosão de umami que se espalha por todo o paladar. Mas é só o começo, afinal, a tigela acabou de chegar.

Quem recebe o prato devora-o até o fim. Na sequência, agradece a comida, levanta-se do balcão de barriga cheia e dá espaço para o próximo cliente.

Como surgiu o Brazil Lámen

Antes de ganhar a vida como cozinheiro, Shin trabalhou no mercado da moda e teve sua própria marca de roupas no Japão. Além disso, ele foi vocalista de uma banda de hardcore há cerca de 25 anos.

Em 2009 ele chegou ao Brasil pela primeira vez e se deparou com um mercado de lámen ainda embrionário.

“Sempre gostei muito do Brasil. As pessoas daqui são muito sorridentes, mas o lámen não era delicioso quando eu cheguei. Foi assim que sonhei em cozinhar este prato aqui no país”, explica ele, que voltou ao Japão e trabalhou em dez restaurantes para aprender a receita ideal.

Em 2011, ele retornou ao Brasil para tentar vender seus aprendizados, mas não teve sucesso. Há 6 anos, ele começou a trabalhar em restaurantes brasileiros e desde 2019, toca o próprio negócio.

Shin veio ao Brasil pela primeira vez em 2009, e não gostou das receitas de lámen que encontrou Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO CONTEUDO

“Nos meus primeiros meses residindo aqui, meu apartamento foi roubado, e levaram todo o meu dinheiro. Com a ajuda dos meus vizinhos consegui cozinhar e me reestruturar aos poucos”, relata o japonês, que conta sua história com um inglês sucinto.

Para os próximos anos, Shin planeja ampliar o espaço e, quem sabe, abrir um restaurante. Desta forma, mais e mais brasileiros poderão conhecer seu trabalho.

“O segredo para o lámen perfeito é cozinhar com todo o meu coração. As pessoas comem minha comida e ficam felizes, e isso basta”, conclui.

Serviço

Brazil Lámen

Contato: @brazilamen. Não há telefone.

Endereço: R. Barão de Iguape 158, Liberdade. Última barraca da galeria.

Funcionamento: Dias e horários divulgados semanalmente na @brazilamen

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Casas especializadas em lámen promovem jantares da Japan House

Por aí: Casas especializadas em lámen servem versões que combinam com o verão

Lámen é sucesso para os dias mais frios; veja onde pedir

Michihiko Shindo não está interessado em saber quem visita seu restaurante. O que ele quer de verdade é que todos experimentem seus pratos com entrega. Se possível, a mesma com que ele prepara o que hoje é um dos lámens mais cobiçados de São Paulo.

O estabelecimento pitoresco, decorado com luzes de natal, uma grande faixa escrito “lámen” em ideogramas japoneses e uma foto do pai do dono fica nos fundos da galeria de número 158 na rua Barão de Iguape, na Liberdade. Com o toldo recém-aberto, o japonês da cidade de Takasaki se prepara para iniciar o terceiro e último serviço da semana, que terá duração de cerca de três horas e 40 pratos.

Assim que a reportagem tenta se aproximar do cozinheiro por uma das laterais da barraca, ele aponta para fora, onde deseja que fiquemos.

Vindo do Japão e falando apenas algumas palavras em português, Shindo prepara as refeições na frente dos clientes durante o período do serviço Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO CONTEUDO

“Ele é um pouco bravo. Não gosta de barulho e quer que respeitem o espaço dele, mas tem muito foco e bom coração. Ele cozinha com amor”, explica Kika Chen, responsável pelas locações de barracas na galeria, no exato momento em que o homem surge para reclamar do som alto do ventilador nos fundos do local.

É pelo Instagram que ele atualiza seu público sobre os dias e horários em que vai abrir, bem como os sabores de lámen disponíveis. Ele publica também uma série de imagens que gosta, sejam os melhores momentos de algum jogo de futebol ou produtos que estão à venda, as redes sociais refletem a personalidade do homem tatuado de 50 anos.

A experiência no Brazil Lámen

Quem se senta ao balcão pouco fala com o cozinheiro, que somente pergunta qual o sabor do lámen desejado.

“Só dinheiro. Paga antecipado”, são as palavras que seguem após a confirmação do pedido, e alguns minutos depois a donburi decorada chega à frente de quem pediu, fumegando.

O macarrão vem imerso no paitan, tipo de caldo utilizado por Shin na hora do preparo, e com toppings já conhecidos como lombo de porco, broto de feijão, cogumelos e cebolinhas japonesas silvestres. A versão vegana do prato vem acompanhada de cebolas fatiadas finas, tomates, cogumelos e até mesmo feijões. Ele ainda esclarece que não utiliza quaisquer aditivos no caldo, que fica por dias cozinhando, e aposta sempre em insumos frescos.

O cardápio muda toda semana, e Shin costuma oferecer dois sabores por serviço.  Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADÃO

A experiência da refeição começa pela decoração vistosa, nos quais todos os ingredientes parecem ser estrategicamente dispostos como em uma pintura, passando pelos aromas de gengibre e alho que se misturam dentro da tigela e fazem a boca salivar e segue na explosão de umami que se espalha por todo o paladar. Mas é só o começo, afinal, a tigela acabou de chegar.

Quem recebe o prato devora-o até o fim. Na sequência, agradece a comida, levanta-se do balcão de barriga cheia e dá espaço para o próximo cliente.

Como surgiu o Brazil Lámen

Antes de ganhar a vida como cozinheiro, Shin trabalhou no mercado da moda e teve sua própria marca de roupas no Japão. Além disso, ele foi vocalista de uma banda de hardcore há cerca de 25 anos.

Em 2009 ele chegou ao Brasil pela primeira vez e se deparou com um mercado de lámen ainda embrionário.

“Sempre gostei muito do Brasil. As pessoas daqui são muito sorridentes, mas o lámen não era delicioso quando eu cheguei. Foi assim que sonhei em cozinhar este prato aqui no país”, explica ele, que voltou ao Japão e trabalhou em dez restaurantes para aprender a receita ideal.

Em 2011, ele retornou ao Brasil para tentar vender seus aprendizados, mas não teve sucesso. Há 6 anos, ele começou a trabalhar em restaurantes brasileiros e desde 2019, toca o próprio negócio.

Shin veio ao Brasil pela primeira vez em 2009, e não gostou das receitas de lámen que encontrou Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO CONTEUDO

“Nos meus primeiros meses residindo aqui, meu apartamento foi roubado, e levaram todo o meu dinheiro. Com a ajuda dos meus vizinhos consegui cozinhar e me reestruturar aos poucos”, relata o japonês, que conta sua história com um inglês sucinto.

Para os próximos anos, Shin planeja ampliar o espaço e, quem sabe, abrir um restaurante. Desta forma, mais e mais brasileiros poderão conhecer seu trabalho.

“O segredo para o lámen perfeito é cozinhar com todo o meu coração. As pessoas comem minha comida e ficam felizes, e isso basta”, conclui.

Serviço

Brazil Lámen

Contato: @brazilamen. Não há telefone.

Endereço: R. Barão de Iguape 158, Liberdade. Última barraca da galeria.

Funcionamento: Dias e horários divulgados semanalmente na @brazilamen

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