Vamos beber e falar sobre cerveja

Bélgica, Estados Unidos ou República Tcheca? Veja onde beber boa cerveja nesses destinos


Conheça cervejarias abertas às visitas, mas se não puder viajar, veja onde encontrar, em São Paulo, as melhores cervejas desses três países

Por Heloisa Lupinacci
Atualização:

Clássico, novidadeiro ou exuberante? Você prefere ouvir quartetos de corda, rock ou jazz? Hitchcock, Tarantino ou Fellini? Se você respondeu clássico, quarteto e Hitchcock, seu destino cervejeiro é a República Tcheca.

Se escolheu novidadeiro, rock e Tarantino, vá aos EUA. Se prefere jazz, exuberância e Fellini, então vá para a Bélgica. E se não der para viajar para nenhum desses lugares, bem-vindo a bordo, a gente bebe mesmo assim, sem sair de casa.

Tem destino e cerveja pra todo mundo. Cuidado ao tirar as malas do compartimento acima de sua poltrona, equilibre-se direitinho e pense que seu vizinho pode estar de ressaca. 

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● Imperdível

Bélgica

Você desembarca do avião em Bruxelas, entra no carro e em 32 minutos está na frente do portão cinzento da fábrica da Cantillon. Parece que tem algo errado, o distrito é esquisito, será que é ali mesmo? Basta cruzar a portinha de entrada para se ver na fantástica fábrica de cerveja. A panela de fervura tem uma hélice e é meio dourada, o tanque de fermentação, rasinho e com janelas sempre abertas, tem uma aura mágica e os barris marcados com giz parecem tão surreais quanto os esquilos que abrem as nozes no filme do Willie Wonka. Aliás, Jean-Pierre van Roy está sempre por ali.

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Jean Van Roy, da tradicionalcervejaria Cantillon, em Bruxelas Foto: Yves Herman/Reuters

Visitar a Bélgica é entrar no País das Maravilhas cervejeiro. Tem cereja azeda e monges cobertos de mantos marrons, bebidas ácidas e leves e goles doces e pesadões. E em poucos dias ali, dá para entender quase tudo o que acontece nos EUA e um bom tanto do que rola na Europa. A Bélgica é uma escola tradicional mais solta, amada pelos beer geeks americanos (um amor difundido pelo mítico Michael Jackson, o escritor, não o cantor).

Dá para ser feliz apenas em Bruxelas e arredores, visitando a Cantillon e os bares Moeder Lambic – e se você for fã mesmo, esticando até Lot (a 14 km de Bruxelas) para visitar a Drie Fontainen. Para amantes de quadrupel e cervejas trapistas, não precisa se matar para comprar as duas caixinhas de Westvleteren na abadia de St. Sixtus. Dá para achar nos cafés de Bruxelas. E ainda dá para visitar a St. Bernardus, que também é trapista, tem uma quadrupel bem parecida e conta com hotel, bar e visitação facilitada.

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Aqui em SP. Não deu para voar para a Bélgica? Pegue um Uber até o Frangó e explore a carta de cervejas belgas. Tem Cantillon e St. Bernardus.

SERVIÇO Frangó Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, 168.

● Qualquer parada

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Estados Unidos

Qualquer viagem aos EUA é cervejeira, mesmo que seja uma breve escala em um aeroporto imenso. Digamos que você vá apenas ficar algumas horas no aeroporto de Atlanta, já pode escolher entre beber no bar da Samuel Adams ou da Blue Moon. E mesmo que vá a uma cidade minúscula e aparentemente desinteressante, vai ter uma pilha de microcervejarias a serem conhecidas e prontas para virar a favorita – as minhas escolhidas pessoais ficam em lugares assim, Fort Hill (MA) e Blue Mountain (VA).

Cervejaria Evil Twin, ao redor doQueens Foto: Cole Wilson/The New York Times
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Mas se a intenção da viagem for exclusivamente cervejeira, o destino certeiro é Boston, alugue um carro e passeie pela Nova Inglaterra. Primeira parada: Trillium, a cultíssima cervejaria sempre com fila na porta. Se a intenção da viagem for mista, pode voar para Nova York e visitar a Evil Twin no Brooklyn.

E se o objetivo da viagem for outro completamente diferente, digamos, fazer trilhas, é só entrar no site da Brewers Association e, lá no cantinho do alto à direita na tela, clicar em "find a brewery" e escolher o estado a que vai. Por exemplo, só no Alasca tem 45 cervejarias listadas. 

Aqui em SP. Se não der para ir para os EUA, escolha seu brewpub favorito mais perto da sua casa e peça a IPA da casa, a mais fresca que tiver. 

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● Tour legal

República Tcheca

Dá mais trabalho, mas para quem ama cervejas claras, clássicas, límpidas, perfeitas, faz todo sentido ir a Pilsen, a 95 km da capital Praga. Foi ali que nasceu o estilo, criado pelo mestre-cervejeiro alemão Josef Groll. Linda, dourada e borbulhante, virou sinônimo de cerveja (pivo!) na Tcheca e no mundo.

Fábrica da Pilsner Urquell, emPilsen, na República Tcheca Foto: David Cerny

E todas as homenagens a essa história são prestadas na fonte original, a fábrica da Pilsner Urquell. Não importa que a fábrica não seja mais independente, que tenha sido comprada pela SAB Miller e vendida à japonesa Asahi em 2017 depois do acordo da SAB com a AB-Inbev. O tour é legal e a cerveja é boa para caramba. Depois da visita, siga para o Na Parkánu para continuar bebendo Pilsner Urquell fresquíssima – inclusive a não-filtrada, que só tem ali. Se não der para ir a Pilsner, vá ao U Pinkasu, em Praga. Foi o primeiro bar na capital tcheca a servir a nova cerveja. 

Aqui em SP. Se não der para ir para a República Tcheca, a Pilsner Urquell tem torneira cativa no Empório Alto dos Pinheiros.

SERVIÇO Empório Alto dos Pinheiros R. Vupabussu, 305 - Pinheiros, São Paulo.

Clássico, novidadeiro ou exuberante? Você prefere ouvir quartetos de corda, rock ou jazz? Hitchcock, Tarantino ou Fellini? Se você respondeu clássico, quarteto e Hitchcock, seu destino cervejeiro é a República Tcheca.

Se escolheu novidadeiro, rock e Tarantino, vá aos EUA. Se prefere jazz, exuberância e Fellini, então vá para a Bélgica. E se não der para viajar para nenhum desses lugares, bem-vindo a bordo, a gente bebe mesmo assim, sem sair de casa.

Tem destino e cerveja pra todo mundo. Cuidado ao tirar as malas do compartimento acima de sua poltrona, equilibre-se direitinho e pense que seu vizinho pode estar de ressaca. 

● Imperdível

Bélgica

Você desembarca do avião em Bruxelas, entra no carro e em 32 minutos está na frente do portão cinzento da fábrica da Cantillon. Parece que tem algo errado, o distrito é esquisito, será que é ali mesmo? Basta cruzar a portinha de entrada para se ver na fantástica fábrica de cerveja. A panela de fervura tem uma hélice e é meio dourada, o tanque de fermentação, rasinho e com janelas sempre abertas, tem uma aura mágica e os barris marcados com giz parecem tão surreais quanto os esquilos que abrem as nozes no filme do Willie Wonka. Aliás, Jean-Pierre van Roy está sempre por ali.

Jean Van Roy, da tradicionalcervejaria Cantillon, em Bruxelas Foto: Yves Herman/Reuters

Visitar a Bélgica é entrar no País das Maravilhas cervejeiro. Tem cereja azeda e monges cobertos de mantos marrons, bebidas ácidas e leves e goles doces e pesadões. E em poucos dias ali, dá para entender quase tudo o que acontece nos EUA e um bom tanto do que rola na Europa. A Bélgica é uma escola tradicional mais solta, amada pelos beer geeks americanos (um amor difundido pelo mítico Michael Jackson, o escritor, não o cantor).

Dá para ser feliz apenas em Bruxelas e arredores, visitando a Cantillon e os bares Moeder Lambic – e se você for fã mesmo, esticando até Lot (a 14 km de Bruxelas) para visitar a Drie Fontainen. Para amantes de quadrupel e cervejas trapistas, não precisa se matar para comprar as duas caixinhas de Westvleteren na abadia de St. Sixtus. Dá para achar nos cafés de Bruxelas. E ainda dá para visitar a St. Bernardus, que também é trapista, tem uma quadrupel bem parecida e conta com hotel, bar e visitação facilitada.

Aqui em SP. Não deu para voar para a Bélgica? Pegue um Uber até o Frangó e explore a carta de cervejas belgas. Tem Cantillon e St. Bernardus.

SERVIÇO Frangó Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, 168.

● Qualquer parada

Estados Unidos

Qualquer viagem aos EUA é cervejeira, mesmo que seja uma breve escala em um aeroporto imenso. Digamos que você vá apenas ficar algumas horas no aeroporto de Atlanta, já pode escolher entre beber no bar da Samuel Adams ou da Blue Moon. E mesmo que vá a uma cidade minúscula e aparentemente desinteressante, vai ter uma pilha de microcervejarias a serem conhecidas e prontas para virar a favorita – as minhas escolhidas pessoais ficam em lugares assim, Fort Hill (MA) e Blue Mountain (VA).

Cervejaria Evil Twin, ao redor doQueens Foto: Cole Wilson/The New York Times

Mas se a intenção da viagem for exclusivamente cervejeira, o destino certeiro é Boston, alugue um carro e passeie pela Nova Inglaterra. Primeira parada: Trillium, a cultíssima cervejaria sempre com fila na porta. Se a intenção da viagem for mista, pode voar para Nova York e visitar a Evil Twin no Brooklyn.

E se o objetivo da viagem for outro completamente diferente, digamos, fazer trilhas, é só entrar no site da Brewers Association e, lá no cantinho do alto à direita na tela, clicar em "find a brewery" e escolher o estado a que vai. Por exemplo, só no Alasca tem 45 cervejarias listadas. 

Aqui em SP. Se não der para ir para os EUA, escolha seu brewpub favorito mais perto da sua casa e peça a IPA da casa, a mais fresca que tiver. 

● Tour legal

República Tcheca

Dá mais trabalho, mas para quem ama cervejas claras, clássicas, límpidas, perfeitas, faz todo sentido ir a Pilsen, a 95 km da capital Praga. Foi ali que nasceu o estilo, criado pelo mestre-cervejeiro alemão Josef Groll. Linda, dourada e borbulhante, virou sinônimo de cerveja (pivo!) na Tcheca e no mundo.

Fábrica da Pilsner Urquell, emPilsen, na República Tcheca Foto: David Cerny

E todas as homenagens a essa história são prestadas na fonte original, a fábrica da Pilsner Urquell. Não importa que a fábrica não seja mais independente, que tenha sido comprada pela SAB Miller e vendida à japonesa Asahi em 2017 depois do acordo da SAB com a AB-Inbev. O tour é legal e a cerveja é boa para caramba. Depois da visita, siga para o Na Parkánu para continuar bebendo Pilsner Urquell fresquíssima – inclusive a não-filtrada, que só tem ali. Se não der para ir a Pilsner, vá ao U Pinkasu, em Praga. Foi o primeiro bar na capital tcheca a servir a nova cerveja. 

Aqui em SP. Se não der para ir para a República Tcheca, a Pilsner Urquell tem torneira cativa no Empório Alto dos Pinheiros.

SERVIÇO Empório Alto dos Pinheiros R. Vupabussu, 305 - Pinheiros, São Paulo.

Clássico, novidadeiro ou exuberante? Você prefere ouvir quartetos de corda, rock ou jazz? Hitchcock, Tarantino ou Fellini? Se você respondeu clássico, quarteto e Hitchcock, seu destino cervejeiro é a República Tcheca.

Se escolheu novidadeiro, rock e Tarantino, vá aos EUA. Se prefere jazz, exuberância e Fellini, então vá para a Bélgica. E se não der para viajar para nenhum desses lugares, bem-vindo a bordo, a gente bebe mesmo assim, sem sair de casa.

Tem destino e cerveja pra todo mundo. Cuidado ao tirar as malas do compartimento acima de sua poltrona, equilibre-se direitinho e pense que seu vizinho pode estar de ressaca. 

● Imperdível

Bélgica

Você desembarca do avião em Bruxelas, entra no carro e em 32 minutos está na frente do portão cinzento da fábrica da Cantillon. Parece que tem algo errado, o distrito é esquisito, será que é ali mesmo? Basta cruzar a portinha de entrada para se ver na fantástica fábrica de cerveja. A panela de fervura tem uma hélice e é meio dourada, o tanque de fermentação, rasinho e com janelas sempre abertas, tem uma aura mágica e os barris marcados com giz parecem tão surreais quanto os esquilos que abrem as nozes no filme do Willie Wonka. Aliás, Jean-Pierre van Roy está sempre por ali.

Jean Van Roy, da tradicionalcervejaria Cantillon, em Bruxelas Foto: Yves Herman/Reuters

Visitar a Bélgica é entrar no País das Maravilhas cervejeiro. Tem cereja azeda e monges cobertos de mantos marrons, bebidas ácidas e leves e goles doces e pesadões. E em poucos dias ali, dá para entender quase tudo o que acontece nos EUA e um bom tanto do que rola na Europa. A Bélgica é uma escola tradicional mais solta, amada pelos beer geeks americanos (um amor difundido pelo mítico Michael Jackson, o escritor, não o cantor).

Dá para ser feliz apenas em Bruxelas e arredores, visitando a Cantillon e os bares Moeder Lambic – e se você for fã mesmo, esticando até Lot (a 14 km de Bruxelas) para visitar a Drie Fontainen. Para amantes de quadrupel e cervejas trapistas, não precisa se matar para comprar as duas caixinhas de Westvleteren na abadia de St. Sixtus. Dá para achar nos cafés de Bruxelas. E ainda dá para visitar a St. Bernardus, que também é trapista, tem uma quadrupel bem parecida e conta com hotel, bar e visitação facilitada.

Aqui em SP. Não deu para voar para a Bélgica? Pegue um Uber até o Frangó e explore a carta de cervejas belgas. Tem Cantillon e St. Bernardus.

SERVIÇO Frangó Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, 168.

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Qualquer viagem aos EUA é cervejeira, mesmo que seja uma breve escala em um aeroporto imenso. Digamos que você vá apenas ficar algumas horas no aeroporto de Atlanta, já pode escolher entre beber no bar da Samuel Adams ou da Blue Moon. E mesmo que vá a uma cidade minúscula e aparentemente desinteressante, vai ter uma pilha de microcervejarias a serem conhecidas e prontas para virar a favorita – as minhas escolhidas pessoais ficam em lugares assim, Fort Hill (MA) e Blue Mountain (VA).

Cervejaria Evil Twin, ao redor doQueens Foto: Cole Wilson/The New York Times

Mas se a intenção da viagem for exclusivamente cervejeira, o destino certeiro é Boston, alugue um carro e passeie pela Nova Inglaterra. Primeira parada: Trillium, a cultíssima cervejaria sempre com fila na porta. Se a intenção da viagem for mista, pode voar para Nova York e visitar a Evil Twin no Brooklyn.

E se o objetivo da viagem for outro completamente diferente, digamos, fazer trilhas, é só entrar no site da Brewers Association e, lá no cantinho do alto à direita na tela, clicar em "find a brewery" e escolher o estado a que vai. Por exemplo, só no Alasca tem 45 cervejarias listadas. 

Aqui em SP. Se não der para ir para os EUA, escolha seu brewpub favorito mais perto da sua casa e peça a IPA da casa, a mais fresca que tiver. 

● Tour legal

República Tcheca

Dá mais trabalho, mas para quem ama cervejas claras, clássicas, límpidas, perfeitas, faz todo sentido ir a Pilsen, a 95 km da capital Praga. Foi ali que nasceu o estilo, criado pelo mestre-cervejeiro alemão Josef Groll. Linda, dourada e borbulhante, virou sinônimo de cerveja (pivo!) na Tcheca e no mundo.

Fábrica da Pilsner Urquell, emPilsen, na República Tcheca Foto: David Cerny

E todas as homenagens a essa história são prestadas na fonte original, a fábrica da Pilsner Urquell. Não importa que a fábrica não seja mais independente, que tenha sido comprada pela SAB Miller e vendida à japonesa Asahi em 2017 depois do acordo da SAB com a AB-Inbev. O tour é legal e a cerveja é boa para caramba. Depois da visita, siga para o Na Parkánu para continuar bebendo Pilsner Urquell fresquíssima – inclusive a não-filtrada, que só tem ali. Se não der para ir a Pilsner, vá ao U Pinkasu, em Praga. Foi o primeiro bar na capital tcheca a servir a nova cerveja. 

Aqui em SP. Se não der para ir para a República Tcheca, a Pilsner Urquell tem torneira cativa no Empório Alto dos Pinheiros.

SERVIÇO Empório Alto dos Pinheiros R. Vupabussu, 305 - Pinheiros, São Paulo.

Clássico, novidadeiro ou exuberante? Você prefere ouvir quartetos de corda, rock ou jazz? Hitchcock, Tarantino ou Fellini? Se você respondeu clássico, quarteto e Hitchcock, seu destino cervejeiro é a República Tcheca.

Se escolheu novidadeiro, rock e Tarantino, vá aos EUA. Se prefere jazz, exuberância e Fellini, então vá para a Bélgica. E se não der para viajar para nenhum desses lugares, bem-vindo a bordo, a gente bebe mesmo assim, sem sair de casa.

Tem destino e cerveja pra todo mundo. Cuidado ao tirar as malas do compartimento acima de sua poltrona, equilibre-se direitinho e pense que seu vizinho pode estar de ressaca. 

● Imperdível

Bélgica

Você desembarca do avião em Bruxelas, entra no carro e em 32 minutos está na frente do portão cinzento da fábrica da Cantillon. Parece que tem algo errado, o distrito é esquisito, será que é ali mesmo? Basta cruzar a portinha de entrada para se ver na fantástica fábrica de cerveja. A panela de fervura tem uma hélice e é meio dourada, o tanque de fermentação, rasinho e com janelas sempre abertas, tem uma aura mágica e os barris marcados com giz parecem tão surreais quanto os esquilos que abrem as nozes no filme do Willie Wonka. Aliás, Jean-Pierre van Roy está sempre por ali.

Jean Van Roy, da tradicionalcervejaria Cantillon, em Bruxelas Foto: Yves Herman/Reuters

Visitar a Bélgica é entrar no País das Maravilhas cervejeiro. Tem cereja azeda e monges cobertos de mantos marrons, bebidas ácidas e leves e goles doces e pesadões. E em poucos dias ali, dá para entender quase tudo o que acontece nos EUA e um bom tanto do que rola na Europa. A Bélgica é uma escola tradicional mais solta, amada pelos beer geeks americanos (um amor difundido pelo mítico Michael Jackson, o escritor, não o cantor).

Dá para ser feliz apenas em Bruxelas e arredores, visitando a Cantillon e os bares Moeder Lambic – e se você for fã mesmo, esticando até Lot (a 14 km de Bruxelas) para visitar a Drie Fontainen. Para amantes de quadrupel e cervejas trapistas, não precisa se matar para comprar as duas caixinhas de Westvleteren na abadia de St. Sixtus. Dá para achar nos cafés de Bruxelas. E ainda dá para visitar a St. Bernardus, que também é trapista, tem uma quadrupel bem parecida e conta com hotel, bar e visitação facilitada.

Aqui em SP. Não deu para voar para a Bélgica? Pegue um Uber até o Frangó e explore a carta de cervejas belgas. Tem Cantillon e St. Bernardus.

SERVIÇO Frangó Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, 168.

● Qualquer parada

Estados Unidos

Qualquer viagem aos EUA é cervejeira, mesmo que seja uma breve escala em um aeroporto imenso. Digamos que você vá apenas ficar algumas horas no aeroporto de Atlanta, já pode escolher entre beber no bar da Samuel Adams ou da Blue Moon. E mesmo que vá a uma cidade minúscula e aparentemente desinteressante, vai ter uma pilha de microcervejarias a serem conhecidas e prontas para virar a favorita – as minhas escolhidas pessoais ficam em lugares assim, Fort Hill (MA) e Blue Mountain (VA).

Cervejaria Evil Twin, ao redor doQueens Foto: Cole Wilson/The New York Times

Mas se a intenção da viagem for exclusivamente cervejeira, o destino certeiro é Boston, alugue um carro e passeie pela Nova Inglaterra. Primeira parada: Trillium, a cultíssima cervejaria sempre com fila na porta. Se a intenção da viagem for mista, pode voar para Nova York e visitar a Evil Twin no Brooklyn.

E se o objetivo da viagem for outro completamente diferente, digamos, fazer trilhas, é só entrar no site da Brewers Association e, lá no cantinho do alto à direita na tela, clicar em "find a brewery" e escolher o estado a que vai. Por exemplo, só no Alasca tem 45 cervejarias listadas. 

Aqui em SP. Se não der para ir para os EUA, escolha seu brewpub favorito mais perto da sua casa e peça a IPA da casa, a mais fresca que tiver. 

● Tour legal

República Tcheca

Dá mais trabalho, mas para quem ama cervejas claras, clássicas, límpidas, perfeitas, faz todo sentido ir a Pilsen, a 95 km da capital Praga. Foi ali que nasceu o estilo, criado pelo mestre-cervejeiro alemão Josef Groll. Linda, dourada e borbulhante, virou sinônimo de cerveja (pivo!) na Tcheca e no mundo.

Fábrica da Pilsner Urquell, emPilsen, na República Tcheca Foto: David Cerny

E todas as homenagens a essa história são prestadas na fonte original, a fábrica da Pilsner Urquell. Não importa que a fábrica não seja mais independente, que tenha sido comprada pela SAB Miller e vendida à japonesa Asahi em 2017 depois do acordo da SAB com a AB-Inbev. O tour é legal e a cerveja é boa para caramba. Depois da visita, siga para o Na Parkánu para continuar bebendo Pilsner Urquell fresquíssima – inclusive a não-filtrada, que só tem ali. Se não der para ir a Pilsner, vá ao U Pinkasu, em Praga. Foi o primeiro bar na capital tcheca a servir a nova cerveja. 

Aqui em SP. Se não der para ir para a República Tcheca, a Pilsner Urquell tem torneira cativa no Empório Alto dos Pinheiros.

SERVIÇO Empório Alto dos Pinheiros R. Vupabussu, 305 - Pinheiros, São Paulo.

Clássico, novidadeiro ou exuberante? Você prefere ouvir quartetos de corda, rock ou jazz? Hitchcock, Tarantino ou Fellini? Se você respondeu clássico, quarteto e Hitchcock, seu destino cervejeiro é a República Tcheca.

Se escolheu novidadeiro, rock e Tarantino, vá aos EUA. Se prefere jazz, exuberância e Fellini, então vá para a Bélgica. E se não der para viajar para nenhum desses lugares, bem-vindo a bordo, a gente bebe mesmo assim, sem sair de casa.

Tem destino e cerveja pra todo mundo. Cuidado ao tirar as malas do compartimento acima de sua poltrona, equilibre-se direitinho e pense que seu vizinho pode estar de ressaca. 

● Imperdível

Bélgica

Você desembarca do avião em Bruxelas, entra no carro e em 32 minutos está na frente do portão cinzento da fábrica da Cantillon. Parece que tem algo errado, o distrito é esquisito, será que é ali mesmo? Basta cruzar a portinha de entrada para se ver na fantástica fábrica de cerveja. A panela de fervura tem uma hélice e é meio dourada, o tanque de fermentação, rasinho e com janelas sempre abertas, tem uma aura mágica e os barris marcados com giz parecem tão surreais quanto os esquilos que abrem as nozes no filme do Willie Wonka. Aliás, Jean-Pierre van Roy está sempre por ali.

Jean Van Roy, da tradicionalcervejaria Cantillon, em Bruxelas Foto: Yves Herman/Reuters

Visitar a Bélgica é entrar no País das Maravilhas cervejeiro. Tem cereja azeda e monges cobertos de mantos marrons, bebidas ácidas e leves e goles doces e pesadões. E em poucos dias ali, dá para entender quase tudo o que acontece nos EUA e um bom tanto do que rola na Europa. A Bélgica é uma escola tradicional mais solta, amada pelos beer geeks americanos (um amor difundido pelo mítico Michael Jackson, o escritor, não o cantor).

Dá para ser feliz apenas em Bruxelas e arredores, visitando a Cantillon e os bares Moeder Lambic – e se você for fã mesmo, esticando até Lot (a 14 km de Bruxelas) para visitar a Drie Fontainen. Para amantes de quadrupel e cervejas trapistas, não precisa se matar para comprar as duas caixinhas de Westvleteren na abadia de St. Sixtus. Dá para achar nos cafés de Bruxelas. E ainda dá para visitar a St. Bernardus, que também é trapista, tem uma quadrupel bem parecida e conta com hotel, bar e visitação facilitada.

Aqui em SP. Não deu para voar para a Bélgica? Pegue um Uber até o Frangó e explore a carta de cervejas belgas. Tem Cantillon e St. Bernardus.

SERVIÇO Frangó Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, 168.

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Estados Unidos

Qualquer viagem aos EUA é cervejeira, mesmo que seja uma breve escala em um aeroporto imenso. Digamos que você vá apenas ficar algumas horas no aeroporto de Atlanta, já pode escolher entre beber no bar da Samuel Adams ou da Blue Moon. E mesmo que vá a uma cidade minúscula e aparentemente desinteressante, vai ter uma pilha de microcervejarias a serem conhecidas e prontas para virar a favorita – as minhas escolhidas pessoais ficam em lugares assim, Fort Hill (MA) e Blue Mountain (VA).

Cervejaria Evil Twin, ao redor doQueens Foto: Cole Wilson/The New York Times

Mas se a intenção da viagem for exclusivamente cervejeira, o destino certeiro é Boston, alugue um carro e passeie pela Nova Inglaterra. Primeira parada: Trillium, a cultíssima cervejaria sempre com fila na porta. Se a intenção da viagem for mista, pode voar para Nova York e visitar a Evil Twin no Brooklyn.

E se o objetivo da viagem for outro completamente diferente, digamos, fazer trilhas, é só entrar no site da Brewers Association e, lá no cantinho do alto à direita na tela, clicar em "find a brewery" e escolher o estado a que vai. Por exemplo, só no Alasca tem 45 cervejarias listadas. 

Aqui em SP. Se não der para ir para os EUA, escolha seu brewpub favorito mais perto da sua casa e peça a IPA da casa, a mais fresca que tiver. 

● Tour legal

República Tcheca

Dá mais trabalho, mas para quem ama cervejas claras, clássicas, límpidas, perfeitas, faz todo sentido ir a Pilsen, a 95 km da capital Praga. Foi ali que nasceu o estilo, criado pelo mestre-cervejeiro alemão Josef Groll. Linda, dourada e borbulhante, virou sinônimo de cerveja (pivo!) na Tcheca e no mundo.

Fábrica da Pilsner Urquell, emPilsen, na República Tcheca Foto: David Cerny

E todas as homenagens a essa história são prestadas na fonte original, a fábrica da Pilsner Urquell. Não importa que a fábrica não seja mais independente, que tenha sido comprada pela SAB Miller e vendida à japonesa Asahi em 2017 depois do acordo da SAB com a AB-Inbev. O tour é legal e a cerveja é boa para caramba. Depois da visita, siga para o Na Parkánu para continuar bebendo Pilsner Urquell fresquíssima – inclusive a não-filtrada, que só tem ali. Se não der para ir a Pilsner, vá ao U Pinkasu, em Praga. Foi o primeiro bar na capital tcheca a servir a nova cerveja. 

Aqui em SP. Se não der para ir para a República Tcheca, a Pilsner Urquell tem torneira cativa no Empório Alto dos Pinheiros.

SERVIÇO Empório Alto dos Pinheiros R. Vupabussu, 305 - Pinheiros, São Paulo.

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