“Foi um sucesso, vendemos 2.300 kg de queijo, iogurte e doce de leite em dois dias,”, comemora Mariane Takahashi, assessora de comunicação do coletivo que tem 17 produtores de queijo no Estado de São Paulo (ver lista abaixo).
A 4ª edição da Feira do Caminho do Queijo Artesanal Paulista atraiu 6.000 pessoas na Casa Panamericana, Alto de Pinheiros (SP), onde foi também o lançamento da campanha “Coma mais queijo paulista”.
Além dos queijos, bebidas fermentadas, cervejas, vinhos, embutidos e alimentos artesanais para comer no local de 22 expositores, todos com a mesma ideologia de valorizar ingredientes locais e processos artesanais. Um quarteto de chorinho alegrou a tarde, assim como os preços mais em conta que os praticados pelas lojas.
"Estamos felizes de ver que o Caminho do Queijo Paulista aponta a direção da inovação e excelência para produção rural. Se em 2017 quando o grupo se formava o cenário, tanto da produção como do mercado ainda estava fermentando, hoje já podemos dizer que o nicho para produtos com alto valor agregado conseguiu coagular e está entrando na forma," disse Lucas Borges, da Poli Artesanal, distribuidora em São Paulo de queijos de alguns produtores do coletivo.
"A quarta feira do Caminho reflete bem a situação atual, conseguimos reunir com certa facilidade 22 convidados entre cafés, meles, cervejas, pães até chás com uma unicidade no quesito inovação. Além de um momento festivo, foi também uma oportunidade dos clientes conhecerem mais sobre o queijo e nossas produções," disse Lucas.
A campanha “Coma Mais Queijo Paulista” pretende engajar queijistas, restaurantes e chefs de cozinha. Mesas redondas nos dois dias do evento trataram de assuntos sobre pré-história do queijo artesanal, as particularidades da produção e consumo de queijos mofados em um país tropical.
Queijarias do Caminho
Cabanha Mulekinha (Ibiúna)
Luzita e Airton produzem queijos artesanais de leite de Jersey desde 2010, receitas da família, originária da Galícia, no norte da Espanha, maturados em câmara fria.
Capril do Bosque (Joanópolis)
A pioneira dos queijos de cabra no Brasil Heloisa Collins lançou sua nova Linha Mantiqueira: 7 queijos de 2 leites.
Fazenda Atalaia (Amparo)
Que faz o famoso tulha em uma fazenda do século 19, e mais uma gama de queijos autorais.
Fazenda Santa Luzia (Itapetininga)
A fazenda fundada em 1976 fez fama com a criação de gado da raça Simental e é uma das pioneiras no Brasil com uma gama de 20 tipos diferentes queijos finos, criações do casal Maristela Nicolellis e Martin Breuer .
Jeito de Mato (Fernandópolis)
No noroeste paulista, a queijaria faz queijo frescal, requeijão caipira com ou sem raspa do tacho, o queijo de casca florida orvalho e o queijo de massa dura bem curado campeiro.
Lano-Alto (Catucaba)
A fazenda experimental idealizada por Yentl Delanhesi e Paulo Lemos faz queijos com leite cru de vacas Jersey criadas a pasto, e com técnicas e fermentos naturais.
Laticínio Montezuma (São João da Boa Vista)
Na divisa com o sul de Minas Gerais e a Serra da Mantiqueira, Fábio Pimentel faz queijos de úfala. São 24 variedades, incluindo ricotas.
Leiteria Santa Paula (São José do Rio Pardo)
Há 30 anos, Paula Florence Vergueiro faz queijos de leite de vacas Girolanda criadas soltas à pasto, sem aplicação de hormônios e com bezerros ao pé das mães. Destaque para as bolinhas super cremosas do Fermier.
Nata da Serra (Serra Negra)
Queijos feitos com coalho de origem vegetal, livre de agrotóxicos, antibióticos, aditivos químicos e hormônios. Com certificados Kosher e Halai.
Pardinho Artesanal (Pardinho)
Queijos de leite cru de vacas Gir maturados em caves subterrâneas da Fazenda Sant’Anna, como o macio e adocicado Cuesta, curado por oito meses, com notas amendoadas, baixa acidez e sal na medida.
Pé do Morro (Cabreúva)
Ao pé da Serra do Japi, Érico Koyla fa o queijo sol do Japi, de massa semi-cozida inspirado nos queijos alpinos, mas adaptado ao clima brasileiro. Curado por três, seis ou nove meses.
Q.JO Martina (Boituva)
Desde 2019 Martina Sgarbi faz queijos com curas especiais, como o amadeirado pinho, de mofo branco e que fica envolto 21 dias na casca de pinho.
Queijaria Belafazenda (Bofete)
Carolina Vilhena faz queijos de leite de Jersey na região Oeste do Estado, como o azul de Bofete e o bem Brasil, de casca mofada, ambos de massa mole e maturados por 60 dias.
Queijaria Rima (Porto Feliz)
O casal Ricardo Rettmann e Maria Clara Serra faz queijo de leite de ovelhas criadas no sítio da família, além de iogurte, coalhada seca e doce de leite cremoso, todos sem conservantes e espessantes.
Queijaria Santa Vitória (Queluz)
Faz queijo com leite de vacas Girolando e Jersey curados com ramos de alecrim ou tomilho na casca.
Terra Límpida (Cássia dos Coqueiros)
Criada por um grupo de agricultores italianos que reproduz no Brasil a mesma filosofia de trabalho orgânico e biodinâmica feito desde 1988, na Toscana, a fazenda produz de queijo fresco e burrata a mussarela e o querciola curado 12 meses.