Histórias e experiências sobre o café

Opinião|A cápsula de café ficou nua


Como aposta ecológica, chegou ao mercado a “cápsula de café sem cápsula”.

Por Ensei Neto
Atualização:

O serviço de café como dose única foi estabelecido pelos italianos com o Espresso, onde um protocolo resumido por 4 “M” aponta para uma xícara que deve chegar à perfeição:

Miscela ou blend, representa os grãos de café e sua origem; Macinare ou o ato de moer o grão torrado, que define o tamanho médio das partículas; Macchina, que se refere à máquina de espresso, que deve ter arquitetura e construção de boa qualidade; e Mano ou mão, síntese da habilidade e conhecimento do elemento humano.

Espresso. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal
continua após a publicidade

Tal é a complexidade para se extrair um espresso numa chamada máquina de grupo que é o principal desafio dos baristas que competem no Campeonato Mundial de Barista, no qual o Brasil tem no Boram Um, da cafeteria Um Coffee Co., de São Paulo, o primeiro campeão mundial.

Se algo complicado é, sempre surgem pessoas que querem simplificar ou torná-lo mais acessível no dia a dia. E assim foi com o espresso.

continua após a publicidade

O primeiro desafio é o de se obter um padrão uniforme, que é o que se espera em termos de experiência sensorial. O blend é a combinação de grãos de diferentes origens que, em proporção correta, permite obter excelentes bebidas.

Uniformidade é questão estatística, por isso melhores resultados são obtidos em volumes maiores.

Por outro lado, embalagens que garantam a qualidade sensorial dos grãos torrados (entenda-se não ficar exposto ao ar ou, mais precisamente, aos efeitos do oxigênio...) passou a ser tema frequente para estudos e inovação. Neste quesito, a italiana illycaffè patenteou sistema em que os grãos torrados ficam acondicionados em potes metálicos hermeticamente fechados e que se tornou referência no mercado.

continua após a publicidade

É também dela a primeira tentativa de se dosar a quantidade de pó e dar padronização ao espresso com seu café em sachê de papel filtro, ainda nos anos 1990. Apresentava algumas deficiências, porém facilitou muito a operação em restaurantes e bares porque eliminou uma das grandes fontes de reclamações: o moinho e sua barulhenta operação.

reference

continua após a publicidade

A suíça Nestlé, proprietária do mais bem sucedido conceito de serviço monodose de café, criado em meados dos anos 1970, revolucionou o mercado, estabelecendo um novo segmento com a Nespresso e suas cápsulas, que se tornaram ícone de design minimalista. Associando conceitos inovadores como "conhecer diferentes países bebendo seus cafés", uma comunicação divertida e, ao mesmo tempo, sofisticada ao se conectar com a imagem do ator George Clooney, e, finalmente, ter uma extensa lista de utensílios para preparar coquetéis e até petiscos, Nespresso e sua cápsula ficaram reconhecidas como um preparo de café.

O vigor de um segmento de mercado pode ser medido pela quantidade de competidores e de variações de utensílios, o que se comprova claramente nesse caso. Mesmo grandes empresas internacionais acabaram capitulando ante à força da cápsula Nespresso e mantém as suas "compatíveis".

As críticas feitas ao sistema são ao fato de criar uma enorme quantidade de material após a extração e o emprego do alumínio na sua confecção, além da questão da qualidade sensorial.

continua após a publicidade

No quesito responsabilidade ecológica, é inegável o esforço da empresa com a instalação de centros de processamento das cápsulas usadas para reciclagem. Associações com diversas empresas famosas por seus produtos fizeram linhas, mesmo que para fins de demonstração, do reuso do alumínio para compor o corpo de lapiseiras da famosa Caran d'Ache e bicicletas. É um caminho, porém com ainda pequena reverberação.

CoffeeB by Café Royal/Keurig. Foto: Divulgação.

continua após a publicidade

Em setembro de 2022, a também suiça Migros, lançou um conceito ousado, que é o café para espresso no formato de esfera, coberto por resina natural: CoffeeB by Café Royal.

Agora, integrando o portolio da gigante norte americana Keurig Dr. Pepper, que é dona da importante torrefação Green Mountain Coffee Roasters, originalmente de Vermont, USA, o CoffeeB se intitula como uma cápsula sem plásticos e alumínio de design ultra minimalista, uma simples e perfeita esfera.

Posso dizer que a expectativa para conhecer o produto é bastante grande.

O serviço de café como dose única foi estabelecido pelos italianos com o Espresso, onde um protocolo resumido por 4 “M” aponta para uma xícara que deve chegar à perfeição:

Miscela ou blend, representa os grãos de café e sua origem; Macinare ou o ato de moer o grão torrado, que define o tamanho médio das partículas; Macchina, que se refere à máquina de espresso, que deve ter arquitetura e construção de boa qualidade; e Mano ou mão, síntese da habilidade e conhecimento do elemento humano.

Espresso. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal

Tal é a complexidade para se extrair um espresso numa chamada máquina de grupo que é o principal desafio dos baristas que competem no Campeonato Mundial de Barista, no qual o Brasil tem no Boram Um, da cafeteria Um Coffee Co., de São Paulo, o primeiro campeão mundial.

Se algo complicado é, sempre surgem pessoas que querem simplificar ou torná-lo mais acessível no dia a dia. E assim foi com o espresso.

O primeiro desafio é o de se obter um padrão uniforme, que é o que se espera em termos de experiência sensorial. O blend é a combinação de grãos de diferentes origens que, em proporção correta, permite obter excelentes bebidas.

Uniformidade é questão estatística, por isso melhores resultados são obtidos em volumes maiores.

Por outro lado, embalagens que garantam a qualidade sensorial dos grãos torrados (entenda-se não ficar exposto ao ar ou, mais precisamente, aos efeitos do oxigênio...) passou a ser tema frequente para estudos e inovação. Neste quesito, a italiana illycaffè patenteou sistema em que os grãos torrados ficam acondicionados em potes metálicos hermeticamente fechados e que se tornou referência no mercado.

É também dela a primeira tentativa de se dosar a quantidade de pó e dar padronização ao espresso com seu café em sachê de papel filtro, ainda nos anos 1990. Apresentava algumas deficiências, porém facilitou muito a operação em restaurantes e bares porque eliminou uma das grandes fontes de reclamações: o moinho e sua barulhenta operação.

reference

A suíça Nestlé, proprietária do mais bem sucedido conceito de serviço monodose de café, criado em meados dos anos 1970, revolucionou o mercado, estabelecendo um novo segmento com a Nespresso e suas cápsulas, que se tornaram ícone de design minimalista. Associando conceitos inovadores como "conhecer diferentes países bebendo seus cafés", uma comunicação divertida e, ao mesmo tempo, sofisticada ao se conectar com a imagem do ator George Clooney, e, finalmente, ter uma extensa lista de utensílios para preparar coquetéis e até petiscos, Nespresso e sua cápsula ficaram reconhecidas como um preparo de café.

O vigor de um segmento de mercado pode ser medido pela quantidade de competidores e de variações de utensílios, o que se comprova claramente nesse caso. Mesmo grandes empresas internacionais acabaram capitulando ante à força da cápsula Nespresso e mantém as suas "compatíveis".

As críticas feitas ao sistema são ao fato de criar uma enorme quantidade de material após a extração e o emprego do alumínio na sua confecção, além da questão da qualidade sensorial.

No quesito responsabilidade ecológica, é inegável o esforço da empresa com a instalação de centros de processamento das cápsulas usadas para reciclagem. Associações com diversas empresas famosas por seus produtos fizeram linhas, mesmo que para fins de demonstração, do reuso do alumínio para compor o corpo de lapiseiras da famosa Caran d'Ache e bicicletas. É um caminho, porém com ainda pequena reverberação.

CoffeeB by Café Royal/Keurig. Foto: Divulgação.

Em setembro de 2022, a também suiça Migros, lançou um conceito ousado, que é o café para espresso no formato de esfera, coberto por resina natural: CoffeeB by Café Royal.

Agora, integrando o portolio da gigante norte americana Keurig Dr. Pepper, que é dona da importante torrefação Green Mountain Coffee Roasters, originalmente de Vermont, USA, o CoffeeB se intitula como uma cápsula sem plásticos e alumínio de design ultra minimalista, uma simples e perfeita esfera.

Posso dizer que a expectativa para conhecer o produto é bastante grande.

O serviço de café como dose única foi estabelecido pelos italianos com o Espresso, onde um protocolo resumido por 4 “M” aponta para uma xícara que deve chegar à perfeição:

Miscela ou blend, representa os grãos de café e sua origem; Macinare ou o ato de moer o grão torrado, que define o tamanho médio das partículas; Macchina, que se refere à máquina de espresso, que deve ter arquitetura e construção de boa qualidade; e Mano ou mão, síntese da habilidade e conhecimento do elemento humano.

Espresso. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal

Tal é a complexidade para se extrair um espresso numa chamada máquina de grupo que é o principal desafio dos baristas que competem no Campeonato Mundial de Barista, no qual o Brasil tem no Boram Um, da cafeteria Um Coffee Co., de São Paulo, o primeiro campeão mundial.

Se algo complicado é, sempre surgem pessoas que querem simplificar ou torná-lo mais acessível no dia a dia. E assim foi com o espresso.

O primeiro desafio é o de se obter um padrão uniforme, que é o que se espera em termos de experiência sensorial. O blend é a combinação de grãos de diferentes origens que, em proporção correta, permite obter excelentes bebidas.

Uniformidade é questão estatística, por isso melhores resultados são obtidos em volumes maiores.

Por outro lado, embalagens que garantam a qualidade sensorial dos grãos torrados (entenda-se não ficar exposto ao ar ou, mais precisamente, aos efeitos do oxigênio...) passou a ser tema frequente para estudos e inovação. Neste quesito, a italiana illycaffè patenteou sistema em que os grãos torrados ficam acondicionados em potes metálicos hermeticamente fechados e que se tornou referência no mercado.

É também dela a primeira tentativa de se dosar a quantidade de pó e dar padronização ao espresso com seu café em sachê de papel filtro, ainda nos anos 1990. Apresentava algumas deficiências, porém facilitou muito a operação em restaurantes e bares porque eliminou uma das grandes fontes de reclamações: o moinho e sua barulhenta operação.

reference

A suíça Nestlé, proprietária do mais bem sucedido conceito de serviço monodose de café, criado em meados dos anos 1970, revolucionou o mercado, estabelecendo um novo segmento com a Nespresso e suas cápsulas, que se tornaram ícone de design minimalista. Associando conceitos inovadores como "conhecer diferentes países bebendo seus cafés", uma comunicação divertida e, ao mesmo tempo, sofisticada ao se conectar com a imagem do ator George Clooney, e, finalmente, ter uma extensa lista de utensílios para preparar coquetéis e até petiscos, Nespresso e sua cápsula ficaram reconhecidas como um preparo de café.

O vigor de um segmento de mercado pode ser medido pela quantidade de competidores e de variações de utensílios, o que se comprova claramente nesse caso. Mesmo grandes empresas internacionais acabaram capitulando ante à força da cápsula Nespresso e mantém as suas "compatíveis".

As críticas feitas ao sistema são ao fato de criar uma enorme quantidade de material após a extração e o emprego do alumínio na sua confecção, além da questão da qualidade sensorial.

No quesito responsabilidade ecológica, é inegável o esforço da empresa com a instalação de centros de processamento das cápsulas usadas para reciclagem. Associações com diversas empresas famosas por seus produtos fizeram linhas, mesmo que para fins de demonstração, do reuso do alumínio para compor o corpo de lapiseiras da famosa Caran d'Ache e bicicletas. É um caminho, porém com ainda pequena reverberação.

CoffeeB by Café Royal/Keurig. Foto: Divulgação.

Em setembro de 2022, a também suiça Migros, lançou um conceito ousado, que é o café para espresso no formato de esfera, coberto por resina natural: CoffeeB by Café Royal.

Agora, integrando o portolio da gigante norte americana Keurig Dr. Pepper, que é dona da importante torrefação Green Mountain Coffee Roasters, originalmente de Vermont, USA, o CoffeeB se intitula como uma cápsula sem plásticos e alumínio de design ultra minimalista, uma simples e perfeita esfera.

Posso dizer que a expectativa para conhecer o produto é bastante grande.

O serviço de café como dose única foi estabelecido pelos italianos com o Espresso, onde um protocolo resumido por 4 “M” aponta para uma xícara que deve chegar à perfeição:

Miscela ou blend, representa os grãos de café e sua origem; Macinare ou o ato de moer o grão torrado, que define o tamanho médio das partículas; Macchina, que se refere à máquina de espresso, que deve ter arquitetura e construção de boa qualidade; e Mano ou mão, síntese da habilidade e conhecimento do elemento humano.

Espresso. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal

Tal é a complexidade para se extrair um espresso numa chamada máquina de grupo que é o principal desafio dos baristas que competem no Campeonato Mundial de Barista, no qual o Brasil tem no Boram Um, da cafeteria Um Coffee Co., de São Paulo, o primeiro campeão mundial.

Se algo complicado é, sempre surgem pessoas que querem simplificar ou torná-lo mais acessível no dia a dia. E assim foi com o espresso.

O primeiro desafio é o de se obter um padrão uniforme, que é o que se espera em termos de experiência sensorial. O blend é a combinação de grãos de diferentes origens que, em proporção correta, permite obter excelentes bebidas.

Uniformidade é questão estatística, por isso melhores resultados são obtidos em volumes maiores.

Por outro lado, embalagens que garantam a qualidade sensorial dos grãos torrados (entenda-se não ficar exposto ao ar ou, mais precisamente, aos efeitos do oxigênio...) passou a ser tema frequente para estudos e inovação. Neste quesito, a italiana illycaffè patenteou sistema em que os grãos torrados ficam acondicionados em potes metálicos hermeticamente fechados e que se tornou referência no mercado.

É também dela a primeira tentativa de se dosar a quantidade de pó e dar padronização ao espresso com seu café em sachê de papel filtro, ainda nos anos 1990. Apresentava algumas deficiências, porém facilitou muito a operação em restaurantes e bares porque eliminou uma das grandes fontes de reclamações: o moinho e sua barulhenta operação.

reference

A suíça Nestlé, proprietária do mais bem sucedido conceito de serviço monodose de café, criado em meados dos anos 1970, revolucionou o mercado, estabelecendo um novo segmento com a Nespresso e suas cápsulas, que se tornaram ícone de design minimalista. Associando conceitos inovadores como "conhecer diferentes países bebendo seus cafés", uma comunicação divertida e, ao mesmo tempo, sofisticada ao se conectar com a imagem do ator George Clooney, e, finalmente, ter uma extensa lista de utensílios para preparar coquetéis e até petiscos, Nespresso e sua cápsula ficaram reconhecidas como um preparo de café.

O vigor de um segmento de mercado pode ser medido pela quantidade de competidores e de variações de utensílios, o que se comprova claramente nesse caso. Mesmo grandes empresas internacionais acabaram capitulando ante à força da cápsula Nespresso e mantém as suas "compatíveis".

As críticas feitas ao sistema são ao fato de criar uma enorme quantidade de material após a extração e o emprego do alumínio na sua confecção, além da questão da qualidade sensorial.

No quesito responsabilidade ecológica, é inegável o esforço da empresa com a instalação de centros de processamento das cápsulas usadas para reciclagem. Associações com diversas empresas famosas por seus produtos fizeram linhas, mesmo que para fins de demonstração, do reuso do alumínio para compor o corpo de lapiseiras da famosa Caran d'Ache e bicicletas. É um caminho, porém com ainda pequena reverberação.

CoffeeB by Café Royal/Keurig. Foto: Divulgação.

Em setembro de 2022, a também suiça Migros, lançou um conceito ousado, que é o café para espresso no formato de esfera, coberto por resina natural: CoffeeB by Café Royal.

Agora, integrando o portolio da gigante norte americana Keurig Dr. Pepper, que é dona da importante torrefação Green Mountain Coffee Roasters, originalmente de Vermont, USA, o CoffeeB se intitula como uma cápsula sem plásticos e alumínio de design ultra minimalista, uma simples e perfeita esfera.

Posso dizer que a expectativa para conhecer o produto é bastante grande.

Tudo Sobre
Opinião por Ensei Neto

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.