Histórias e experiências sobre o café

Opinião|A nova onda de cafés importados


A oferta de cafés importados está maior e com preços muito acessíveis.

Por Ensei Neto

Ter a possibilidade de beber a qualquer momento cafés de outros países sempre foi um desejo de muitos profissionais e coffeelovers, apesar da impressionante diversidade que o nosso país possui tanto em origens como nas variedades e processos de produção.

Cafés. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal.
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Todo mercado se desenvolve a partir de dois eixos muito importantes: o comercial, que é definido pelo tamanho do mercado global, e o de extratificação, quando faixas de consumo específicas são identificadas.

Até o início dos anos 1990, quando embrionariamente o movimento de cafés de alta qualidade começou no Brasil, para o público em geral, ainda sob efeito de uma desastrosa hiperinflação, que chegou a 3% ao dia (!), ter grãos de diferentes origens brasileiras foi um marco, desenhado na época pelo visionário Américo Sato, da então brasileira Café do Ponto e sua rede de cafeterias.

Ainda nessa década, os primeiros cafés de marcas estrangeiras começaram a surgir em restaurantes mais sofisticados, sendo duas italianas as mais ativas: a illy, que foi a pioneira mundial na instituição de concursos de qualidade de café, trazendo seus grãos nas exclusivas latas herméticas de 3 kg, e sua concorrente Lavazza, que possuía um sistema de cápsulas que tornava a operação bastante prática e eficiente.

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Deve se levar em conta que para a expansão do mercado, seja por faixas ou posicionamento de produto, é necessário um processo de educação do consumidor. É o consumidor consciente, isto é, aquele que adquiriu conhecimento suficiente, que aprende a diferenciar determinadas sutilezas nos métodos de preparo ou em suas experiências sensoriais, fazendo com que o mercado avance com consistência.

A Nespresso, divisão da gigante suíça Nestlé, criou um novo segmento de mercado, que é o de cápsulas em alumínio. Em meados dos anos 2.000, fincou bandeira no Brasil com uma proposta de educar o consumidor quanto às origens que oferece por meio de um impecável serviço focado na experiência de compra e praticidades como na hoje obrigatória logística reversa.

Viajar por diferentes países a cada xícara de café foi marcante para uma geração de pessoas que descobriu que havia um universo cafeinado a ser explorado, além de ter a companhia imaginária do ator George Clooney. Empregar uma escala de intensidade de sabor, que mescla sensações como corpo, devido principalmente aos açúcares, bem como suas variações devido ao blend e à torra foi muito inteligente, permitindo aos novos consumidores aprenderem com facilidade um novo parâmetro sensorial.

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Ainda a suíça Nestlé, por meio de sua divisão Nescafé Professional, trouxe ao final de 2021 um conceito ousado: oferecer ao consumidor a experiência de acompanhar a torra de um lote de sua escolha e, em seguida, levar para casa.

Sistema Roasterlier. Foto: divulgação.
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Trata-se do sistema Roastelier, que emprega um torrador de sistema "air roasting", similar a uma pipoqueira ao trabalhar com fluxo ascendente de ar quente. O conjunto foi preparado para trabalhar em pequenos espaços e sem criar problemas com fumaça.

Em sua fase inicial trabalha com três origens: Brasil, Colômbia e Etiópia.

O Brasil é um clássico café Tipo Santos, que é o café com mínimo de defeitos, geralmente Natural, e que é a base de blends e mesmo origem única para as principais empresas de torrefação ao redor do mundo. O café da Colômbia é um lavado com similaridades ao do Brasil ao ser escolhido o padrão para exportação denominado Supremo. O café etíope está em um patamar elevado, tratando-se da origem Heloom, com suas elegantes notas frutadas.

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Embalagem com grãos parcialmente torrados, Sistema Roastelier. Foto: Ensei Neto/Arquivo pessoal.

O lance genial é o fato dos lotes de café serem torrados parcialmente antes de serem enviados às cafeterias, de modo que a qualidade sensorial está garantida. Para o consumidor, ter a oportunidade de acompanhar a torra no momento que os grãos estão se expandindo e exalando os aromas do café é uma experiência inesquecível.

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Desde o início deste mês de dezembro, a alemã Melitta passou a oferecer uma linha de cafés internacionais industrializadas pela Corsino Corsini, empresa que hoje faz parte do grupo e cuja planta industrial está localizada em Arezzo, Itália. Para este projeto, estão trabalhando com produtos da linha Compagnia Dell'Arabica, seleção de cafés de alta qualidade com torra voltada ao consumidor médio italiano, ou seja, a chamada torra média escura e de preços mais acessíveis, junto de uma boa logística de distribuição.

Assim como foi com sua linha Regiões Brasileiras, que praticamente inaugurou uma faixa de qualidade acima da Tradicional e que apresenta as três maiores origens do Brasil, Sul de Minas, Mogiana e Cerrado Mineiro, este lançamento tem função educativa para o consumidor médio brasileiro ao apresentar cafés importados para serem consumidos no dia a dia.

Linha Compagnia Dell'Arabica, Kenya. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal.

Estão disponíveis as seguintes origens, que literalmente fazem um giro pelo mundo: Kenya AA, India Malabar Monções, Costa Rica Tarrazu e Colômbia Medellin. São apresentadas já moídas e acondicionadas em alto vácuo, enquanto há, para o colombiano, uma versão em grãos torrados.

Compagnia Dell'Arabica, India. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal.

É importante observar que são cafés de ótima qualidade, equivalente à faixa de entrada dos Cafés de Especialidade ou Cafés Especiais, entre 80 e 84 pontos SCA na avaliação da matéria prima, servindo de um ótimo material didático para quem pretende conhecer cafés de uma das origens mais interessantes da África ou mesmo de um clássico centroamericano como o Tarrazu. A torra, apesar de intensa, é muito bem conduzida, mantendo as principais características de cada café como o amanteigado do colombiano ou a diferente composição de acidez dos grãos do Kenya.

Aproveito para desejar uma excelente passagem de ano a todos!

SERVIÇO:

illycaffè: www.illy.com

Lavazza: www.lavazza.com

Nespresso: www.nespresso.com

Nescafé/Roastelier: www.roasterlier.com.br

Melitta: www.melitta.com.br

 

 

 

 

Ter a possibilidade de beber a qualquer momento cafés de outros países sempre foi um desejo de muitos profissionais e coffeelovers, apesar da impressionante diversidade que o nosso país possui tanto em origens como nas variedades e processos de produção.

Cafés. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal.

Todo mercado se desenvolve a partir de dois eixos muito importantes: o comercial, que é definido pelo tamanho do mercado global, e o de extratificação, quando faixas de consumo específicas são identificadas.

Até o início dos anos 1990, quando embrionariamente o movimento de cafés de alta qualidade começou no Brasil, para o público em geral, ainda sob efeito de uma desastrosa hiperinflação, que chegou a 3% ao dia (!), ter grãos de diferentes origens brasileiras foi um marco, desenhado na época pelo visionário Américo Sato, da então brasileira Café do Ponto e sua rede de cafeterias.

Ainda nessa década, os primeiros cafés de marcas estrangeiras começaram a surgir em restaurantes mais sofisticados, sendo duas italianas as mais ativas: a illy, que foi a pioneira mundial na instituição de concursos de qualidade de café, trazendo seus grãos nas exclusivas latas herméticas de 3 kg, e sua concorrente Lavazza, que possuía um sistema de cápsulas que tornava a operação bastante prática e eficiente.

Deve se levar em conta que para a expansão do mercado, seja por faixas ou posicionamento de produto, é necessário um processo de educação do consumidor. É o consumidor consciente, isto é, aquele que adquiriu conhecimento suficiente, que aprende a diferenciar determinadas sutilezas nos métodos de preparo ou em suas experiências sensoriais, fazendo com que o mercado avance com consistência.

A Nespresso, divisão da gigante suíça Nestlé, criou um novo segmento de mercado, que é o de cápsulas em alumínio. Em meados dos anos 2.000, fincou bandeira no Brasil com uma proposta de educar o consumidor quanto às origens que oferece por meio de um impecável serviço focado na experiência de compra e praticidades como na hoje obrigatória logística reversa.

Viajar por diferentes países a cada xícara de café foi marcante para uma geração de pessoas que descobriu que havia um universo cafeinado a ser explorado, além de ter a companhia imaginária do ator George Clooney. Empregar uma escala de intensidade de sabor, que mescla sensações como corpo, devido principalmente aos açúcares, bem como suas variações devido ao blend e à torra foi muito inteligente, permitindo aos novos consumidores aprenderem com facilidade um novo parâmetro sensorial.

Ainda a suíça Nestlé, por meio de sua divisão Nescafé Professional, trouxe ao final de 2021 um conceito ousado: oferecer ao consumidor a experiência de acompanhar a torra de um lote de sua escolha e, em seguida, levar para casa.

Sistema Roasterlier. Foto: divulgação.

Trata-se do sistema Roastelier, que emprega um torrador de sistema "air roasting", similar a uma pipoqueira ao trabalhar com fluxo ascendente de ar quente. O conjunto foi preparado para trabalhar em pequenos espaços e sem criar problemas com fumaça.

Em sua fase inicial trabalha com três origens: Brasil, Colômbia e Etiópia.

O Brasil é um clássico café Tipo Santos, que é o café com mínimo de defeitos, geralmente Natural, e que é a base de blends e mesmo origem única para as principais empresas de torrefação ao redor do mundo. O café da Colômbia é um lavado com similaridades ao do Brasil ao ser escolhido o padrão para exportação denominado Supremo. O café etíope está em um patamar elevado, tratando-se da origem Heloom, com suas elegantes notas frutadas.

Embalagem com grãos parcialmente torrados, Sistema Roastelier. Foto: Ensei Neto/Arquivo pessoal.

O lance genial é o fato dos lotes de café serem torrados parcialmente antes de serem enviados às cafeterias, de modo que a qualidade sensorial está garantida. Para o consumidor, ter a oportunidade de acompanhar a torra no momento que os grãos estão se expandindo e exalando os aromas do café é uma experiência inesquecível.

Desde o início deste mês de dezembro, a alemã Melitta passou a oferecer uma linha de cafés internacionais industrializadas pela Corsino Corsini, empresa que hoje faz parte do grupo e cuja planta industrial está localizada em Arezzo, Itália. Para este projeto, estão trabalhando com produtos da linha Compagnia Dell'Arabica, seleção de cafés de alta qualidade com torra voltada ao consumidor médio italiano, ou seja, a chamada torra média escura e de preços mais acessíveis, junto de uma boa logística de distribuição.

Assim como foi com sua linha Regiões Brasileiras, que praticamente inaugurou uma faixa de qualidade acima da Tradicional e que apresenta as três maiores origens do Brasil, Sul de Minas, Mogiana e Cerrado Mineiro, este lançamento tem função educativa para o consumidor médio brasileiro ao apresentar cafés importados para serem consumidos no dia a dia.

Linha Compagnia Dell'Arabica, Kenya. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal.

Estão disponíveis as seguintes origens, que literalmente fazem um giro pelo mundo: Kenya AA, India Malabar Monções, Costa Rica Tarrazu e Colômbia Medellin. São apresentadas já moídas e acondicionadas em alto vácuo, enquanto há, para o colombiano, uma versão em grãos torrados.

Compagnia Dell'Arabica, India. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal.

É importante observar que são cafés de ótima qualidade, equivalente à faixa de entrada dos Cafés de Especialidade ou Cafés Especiais, entre 80 e 84 pontos SCA na avaliação da matéria prima, servindo de um ótimo material didático para quem pretende conhecer cafés de uma das origens mais interessantes da África ou mesmo de um clássico centroamericano como o Tarrazu. A torra, apesar de intensa, é muito bem conduzida, mantendo as principais características de cada café como o amanteigado do colombiano ou a diferente composição de acidez dos grãos do Kenya.

Aproveito para desejar uma excelente passagem de ano a todos!

SERVIÇO:

illycaffè: www.illy.com

Lavazza: www.lavazza.com

Nespresso: www.nespresso.com

Nescafé/Roastelier: www.roasterlier.com.br

Melitta: www.melitta.com.br

 

 

 

 

Ter a possibilidade de beber a qualquer momento cafés de outros países sempre foi um desejo de muitos profissionais e coffeelovers, apesar da impressionante diversidade que o nosso país possui tanto em origens como nas variedades e processos de produção.

Cafés. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal.

Todo mercado se desenvolve a partir de dois eixos muito importantes: o comercial, que é definido pelo tamanho do mercado global, e o de extratificação, quando faixas de consumo específicas são identificadas.

Até o início dos anos 1990, quando embrionariamente o movimento de cafés de alta qualidade começou no Brasil, para o público em geral, ainda sob efeito de uma desastrosa hiperinflação, que chegou a 3% ao dia (!), ter grãos de diferentes origens brasileiras foi um marco, desenhado na época pelo visionário Américo Sato, da então brasileira Café do Ponto e sua rede de cafeterias.

Ainda nessa década, os primeiros cafés de marcas estrangeiras começaram a surgir em restaurantes mais sofisticados, sendo duas italianas as mais ativas: a illy, que foi a pioneira mundial na instituição de concursos de qualidade de café, trazendo seus grãos nas exclusivas latas herméticas de 3 kg, e sua concorrente Lavazza, que possuía um sistema de cápsulas que tornava a operação bastante prática e eficiente.

Deve se levar em conta que para a expansão do mercado, seja por faixas ou posicionamento de produto, é necessário um processo de educação do consumidor. É o consumidor consciente, isto é, aquele que adquiriu conhecimento suficiente, que aprende a diferenciar determinadas sutilezas nos métodos de preparo ou em suas experiências sensoriais, fazendo com que o mercado avance com consistência.

A Nespresso, divisão da gigante suíça Nestlé, criou um novo segmento de mercado, que é o de cápsulas em alumínio. Em meados dos anos 2.000, fincou bandeira no Brasil com uma proposta de educar o consumidor quanto às origens que oferece por meio de um impecável serviço focado na experiência de compra e praticidades como na hoje obrigatória logística reversa.

Viajar por diferentes países a cada xícara de café foi marcante para uma geração de pessoas que descobriu que havia um universo cafeinado a ser explorado, além de ter a companhia imaginária do ator George Clooney. Empregar uma escala de intensidade de sabor, que mescla sensações como corpo, devido principalmente aos açúcares, bem como suas variações devido ao blend e à torra foi muito inteligente, permitindo aos novos consumidores aprenderem com facilidade um novo parâmetro sensorial.

Ainda a suíça Nestlé, por meio de sua divisão Nescafé Professional, trouxe ao final de 2021 um conceito ousado: oferecer ao consumidor a experiência de acompanhar a torra de um lote de sua escolha e, em seguida, levar para casa.

Sistema Roasterlier. Foto: divulgação.

Trata-se do sistema Roastelier, que emprega um torrador de sistema "air roasting", similar a uma pipoqueira ao trabalhar com fluxo ascendente de ar quente. O conjunto foi preparado para trabalhar em pequenos espaços e sem criar problemas com fumaça.

Em sua fase inicial trabalha com três origens: Brasil, Colômbia e Etiópia.

O Brasil é um clássico café Tipo Santos, que é o café com mínimo de defeitos, geralmente Natural, e que é a base de blends e mesmo origem única para as principais empresas de torrefação ao redor do mundo. O café da Colômbia é um lavado com similaridades ao do Brasil ao ser escolhido o padrão para exportação denominado Supremo. O café etíope está em um patamar elevado, tratando-se da origem Heloom, com suas elegantes notas frutadas.

Embalagem com grãos parcialmente torrados, Sistema Roastelier. Foto: Ensei Neto/Arquivo pessoal.

O lance genial é o fato dos lotes de café serem torrados parcialmente antes de serem enviados às cafeterias, de modo que a qualidade sensorial está garantida. Para o consumidor, ter a oportunidade de acompanhar a torra no momento que os grãos estão se expandindo e exalando os aromas do café é uma experiência inesquecível.

Desde o início deste mês de dezembro, a alemã Melitta passou a oferecer uma linha de cafés internacionais industrializadas pela Corsino Corsini, empresa que hoje faz parte do grupo e cuja planta industrial está localizada em Arezzo, Itália. Para este projeto, estão trabalhando com produtos da linha Compagnia Dell'Arabica, seleção de cafés de alta qualidade com torra voltada ao consumidor médio italiano, ou seja, a chamada torra média escura e de preços mais acessíveis, junto de uma boa logística de distribuição.

Assim como foi com sua linha Regiões Brasileiras, que praticamente inaugurou uma faixa de qualidade acima da Tradicional e que apresenta as três maiores origens do Brasil, Sul de Minas, Mogiana e Cerrado Mineiro, este lançamento tem função educativa para o consumidor médio brasileiro ao apresentar cafés importados para serem consumidos no dia a dia.

Linha Compagnia Dell'Arabica, Kenya. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal.

Estão disponíveis as seguintes origens, que literalmente fazem um giro pelo mundo: Kenya AA, India Malabar Monções, Costa Rica Tarrazu e Colômbia Medellin. São apresentadas já moídas e acondicionadas em alto vácuo, enquanto há, para o colombiano, uma versão em grãos torrados.

Compagnia Dell'Arabica, India. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal.

É importante observar que são cafés de ótima qualidade, equivalente à faixa de entrada dos Cafés de Especialidade ou Cafés Especiais, entre 80 e 84 pontos SCA na avaliação da matéria prima, servindo de um ótimo material didático para quem pretende conhecer cafés de uma das origens mais interessantes da África ou mesmo de um clássico centroamericano como o Tarrazu. A torra, apesar de intensa, é muito bem conduzida, mantendo as principais características de cada café como o amanteigado do colombiano ou a diferente composição de acidez dos grãos do Kenya.

Aproveito para desejar uma excelente passagem de ano a todos!

SERVIÇO:

illycaffè: www.illy.com

Lavazza: www.lavazza.com

Nespresso: www.nespresso.com

Nescafé/Roastelier: www.roasterlier.com.br

Melitta: www.melitta.com.br

 

 

 

 

Ter a possibilidade de beber a qualquer momento cafés de outros países sempre foi um desejo de muitos profissionais e coffeelovers, apesar da impressionante diversidade que o nosso país possui tanto em origens como nas variedades e processos de produção.

Cafés. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal.

Todo mercado se desenvolve a partir de dois eixos muito importantes: o comercial, que é definido pelo tamanho do mercado global, e o de extratificação, quando faixas de consumo específicas são identificadas.

Até o início dos anos 1990, quando embrionariamente o movimento de cafés de alta qualidade começou no Brasil, para o público em geral, ainda sob efeito de uma desastrosa hiperinflação, que chegou a 3% ao dia (!), ter grãos de diferentes origens brasileiras foi um marco, desenhado na época pelo visionário Américo Sato, da então brasileira Café do Ponto e sua rede de cafeterias.

Ainda nessa década, os primeiros cafés de marcas estrangeiras começaram a surgir em restaurantes mais sofisticados, sendo duas italianas as mais ativas: a illy, que foi a pioneira mundial na instituição de concursos de qualidade de café, trazendo seus grãos nas exclusivas latas herméticas de 3 kg, e sua concorrente Lavazza, que possuía um sistema de cápsulas que tornava a operação bastante prática e eficiente.

Deve se levar em conta que para a expansão do mercado, seja por faixas ou posicionamento de produto, é necessário um processo de educação do consumidor. É o consumidor consciente, isto é, aquele que adquiriu conhecimento suficiente, que aprende a diferenciar determinadas sutilezas nos métodos de preparo ou em suas experiências sensoriais, fazendo com que o mercado avance com consistência.

A Nespresso, divisão da gigante suíça Nestlé, criou um novo segmento de mercado, que é o de cápsulas em alumínio. Em meados dos anos 2.000, fincou bandeira no Brasil com uma proposta de educar o consumidor quanto às origens que oferece por meio de um impecável serviço focado na experiência de compra e praticidades como na hoje obrigatória logística reversa.

Viajar por diferentes países a cada xícara de café foi marcante para uma geração de pessoas que descobriu que havia um universo cafeinado a ser explorado, além de ter a companhia imaginária do ator George Clooney. Empregar uma escala de intensidade de sabor, que mescla sensações como corpo, devido principalmente aos açúcares, bem como suas variações devido ao blend e à torra foi muito inteligente, permitindo aos novos consumidores aprenderem com facilidade um novo parâmetro sensorial.

Ainda a suíça Nestlé, por meio de sua divisão Nescafé Professional, trouxe ao final de 2021 um conceito ousado: oferecer ao consumidor a experiência de acompanhar a torra de um lote de sua escolha e, em seguida, levar para casa.

Sistema Roasterlier. Foto: divulgação.

Trata-se do sistema Roastelier, que emprega um torrador de sistema "air roasting", similar a uma pipoqueira ao trabalhar com fluxo ascendente de ar quente. O conjunto foi preparado para trabalhar em pequenos espaços e sem criar problemas com fumaça.

Em sua fase inicial trabalha com três origens: Brasil, Colômbia e Etiópia.

O Brasil é um clássico café Tipo Santos, que é o café com mínimo de defeitos, geralmente Natural, e que é a base de blends e mesmo origem única para as principais empresas de torrefação ao redor do mundo. O café da Colômbia é um lavado com similaridades ao do Brasil ao ser escolhido o padrão para exportação denominado Supremo. O café etíope está em um patamar elevado, tratando-se da origem Heloom, com suas elegantes notas frutadas.

Embalagem com grãos parcialmente torrados, Sistema Roastelier. Foto: Ensei Neto/Arquivo pessoal.

O lance genial é o fato dos lotes de café serem torrados parcialmente antes de serem enviados às cafeterias, de modo que a qualidade sensorial está garantida. Para o consumidor, ter a oportunidade de acompanhar a torra no momento que os grãos estão se expandindo e exalando os aromas do café é uma experiência inesquecível.

Desde o início deste mês de dezembro, a alemã Melitta passou a oferecer uma linha de cafés internacionais industrializadas pela Corsino Corsini, empresa que hoje faz parte do grupo e cuja planta industrial está localizada em Arezzo, Itália. Para este projeto, estão trabalhando com produtos da linha Compagnia Dell'Arabica, seleção de cafés de alta qualidade com torra voltada ao consumidor médio italiano, ou seja, a chamada torra média escura e de preços mais acessíveis, junto de uma boa logística de distribuição.

Assim como foi com sua linha Regiões Brasileiras, que praticamente inaugurou uma faixa de qualidade acima da Tradicional e que apresenta as três maiores origens do Brasil, Sul de Minas, Mogiana e Cerrado Mineiro, este lançamento tem função educativa para o consumidor médio brasileiro ao apresentar cafés importados para serem consumidos no dia a dia.

Linha Compagnia Dell'Arabica, Kenya. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal.

Estão disponíveis as seguintes origens, que literalmente fazem um giro pelo mundo: Kenya AA, India Malabar Monções, Costa Rica Tarrazu e Colômbia Medellin. São apresentadas já moídas e acondicionadas em alto vácuo, enquanto há, para o colombiano, uma versão em grãos torrados.

Compagnia Dell'Arabica, India. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal.

É importante observar que são cafés de ótima qualidade, equivalente à faixa de entrada dos Cafés de Especialidade ou Cafés Especiais, entre 80 e 84 pontos SCA na avaliação da matéria prima, servindo de um ótimo material didático para quem pretende conhecer cafés de uma das origens mais interessantes da África ou mesmo de um clássico centroamericano como o Tarrazu. A torra, apesar de intensa, é muito bem conduzida, mantendo as principais características de cada café como o amanteigado do colombiano ou a diferente composição de acidez dos grãos do Kenya.

Aproveito para desejar uma excelente passagem de ano a todos!

SERVIÇO:

illycaffè: www.illy.com

Lavazza: www.lavazza.com

Nespresso: www.nespresso.com

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Melitta: www.melitta.com.br

 

 

 

 

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Cafés. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal.

Todo mercado se desenvolve a partir de dois eixos muito importantes: o comercial, que é definido pelo tamanho do mercado global, e o de extratificação, quando faixas de consumo específicas são identificadas.

Até o início dos anos 1990, quando embrionariamente o movimento de cafés de alta qualidade começou no Brasil, para o público em geral, ainda sob efeito de uma desastrosa hiperinflação, que chegou a 3% ao dia (!), ter grãos de diferentes origens brasileiras foi um marco, desenhado na época pelo visionário Américo Sato, da então brasileira Café do Ponto e sua rede de cafeterias.

Ainda nessa década, os primeiros cafés de marcas estrangeiras começaram a surgir em restaurantes mais sofisticados, sendo duas italianas as mais ativas: a illy, que foi a pioneira mundial na instituição de concursos de qualidade de café, trazendo seus grãos nas exclusivas latas herméticas de 3 kg, e sua concorrente Lavazza, que possuía um sistema de cápsulas que tornava a operação bastante prática e eficiente.

Deve se levar em conta que para a expansão do mercado, seja por faixas ou posicionamento de produto, é necessário um processo de educação do consumidor. É o consumidor consciente, isto é, aquele que adquiriu conhecimento suficiente, que aprende a diferenciar determinadas sutilezas nos métodos de preparo ou em suas experiências sensoriais, fazendo com que o mercado avance com consistência.

A Nespresso, divisão da gigante suíça Nestlé, criou um novo segmento de mercado, que é o de cápsulas em alumínio. Em meados dos anos 2.000, fincou bandeira no Brasil com uma proposta de educar o consumidor quanto às origens que oferece por meio de um impecável serviço focado na experiência de compra e praticidades como na hoje obrigatória logística reversa.

Viajar por diferentes países a cada xícara de café foi marcante para uma geração de pessoas que descobriu que havia um universo cafeinado a ser explorado, além de ter a companhia imaginária do ator George Clooney. Empregar uma escala de intensidade de sabor, que mescla sensações como corpo, devido principalmente aos açúcares, bem como suas variações devido ao blend e à torra foi muito inteligente, permitindo aos novos consumidores aprenderem com facilidade um novo parâmetro sensorial.

Ainda a suíça Nestlé, por meio de sua divisão Nescafé Professional, trouxe ao final de 2021 um conceito ousado: oferecer ao consumidor a experiência de acompanhar a torra de um lote de sua escolha e, em seguida, levar para casa.

Sistema Roasterlier. Foto: divulgação.

Trata-se do sistema Roastelier, que emprega um torrador de sistema "air roasting", similar a uma pipoqueira ao trabalhar com fluxo ascendente de ar quente. O conjunto foi preparado para trabalhar em pequenos espaços e sem criar problemas com fumaça.

Em sua fase inicial trabalha com três origens: Brasil, Colômbia e Etiópia.

O Brasil é um clássico café Tipo Santos, que é o café com mínimo de defeitos, geralmente Natural, e que é a base de blends e mesmo origem única para as principais empresas de torrefação ao redor do mundo. O café da Colômbia é um lavado com similaridades ao do Brasil ao ser escolhido o padrão para exportação denominado Supremo. O café etíope está em um patamar elevado, tratando-se da origem Heloom, com suas elegantes notas frutadas.

Embalagem com grãos parcialmente torrados, Sistema Roastelier. Foto: Ensei Neto/Arquivo pessoal.

O lance genial é o fato dos lotes de café serem torrados parcialmente antes de serem enviados às cafeterias, de modo que a qualidade sensorial está garantida. Para o consumidor, ter a oportunidade de acompanhar a torra no momento que os grãos estão se expandindo e exalando os aromas do café é uma experiência inesquecível.

Desde o início deste mês de dezembro, a alemã Melitta passou a oferecer uma linha de cafés internacionais industrializadas pela Corsino Corsini, empresa que hoje faz parte do grupo e cuja planta industrial está localizada em Arezzo, Itália. Para este projeto, estão trabalhando com produtos da linha Compagnia Dell'Arabica, seleção de cafés de alta qualidade com torra voltada ao consumidor médio italiano, ou seja, a chamada torra média escura e de preços mais acessíveis, junto de uma boa logística de distribuição.

Assim como foi com sua linha Regiões Brasileiras, que praticamente inaugurou uma faixa de qualidade acima da Tradicional e que apresenta as três maiores origens do Brasil, Sul de Minas, Mogiana e Cerrado Mineiro, este lançamento tem função educativa para o consumidor médio brasileiro ao apresentar cafés importados para serem consumidos no dia a dia.

Linha Compagnia Dell'Arabica, Kenya. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal.

Estão disponíveis as seguintes origens, que literalmente fazem um giro pelo mundo: Kenya AA, India Malabar Monções, Costa Rica Tarrazu e Colômbia Medellin. São apresentadas já moídas e acondicionadas em alto vácuo, enquanto há, para o colombiano, uma versão em grãos torrados.

Compagnia Dell'Arabica, India. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal.

É importante observar que são cafés de ótima qualidade, equivalente à faixa de entrada dos Cafés de Especialidade ou Cafés Especiais, entre 80 e 84 pontos SCA na avaliação da matéria prima, servindo de um ótimo material didático para quem pretende conhecer cafés de uma das origens mais interessantes da África ou mesmo de um clássico centroamericano como o Tarrazu. A torra, apesar de intensa, é muito bem conduzida, mantendo as principais características de cada café como o amanteigado do colombiano ou a diferente composição de acidez dos grãos do Kenya.

Aproveito para desejar uma excelente passagem de ano a todos!

SERVIÇO:

illycaffè: www.illy.com

Lavazza: www.lavazza.com

Nespresso: www.nespresso.com

Nescafé/Roastelier: www.roasterlier.com.br

Melitta: www.melitta.com.br

 

 

 

 

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