Histórias e experiências sobre o café

Opinião|O café, o Brasil e a imigração japonesa


O café foi o elemento catalizador da imigração japonesa no Brasil há 116 anos atrás.

Por Ensei Neto

18 de junho de 1908.

Nesse dia, as primeiras famílias vindas do Japão no navio Kasato Maru desembarcaram no porto de Santos com o propósito de "colher o ouro que dava em árvores", como dizia a propaganda oficial para cooptar trabalhadores para as fazendas de café.

Brasil & Japão. Arte: Daiana Takara, Reprodução.  
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Eram pouco menos de 800 pessoas que enfrentaram uma longa viagem maritma, vestidas com roupas ocidentais, diferentes dos quimonos usados em seu País do Sol Nascente, tradução literal dos ideogramas que podem ser lidos como Nihon (ni-rron) ou Japão, em português.

O Japão vinha de um período de guerra com a Coréia, que se traduziu no enfraquecimento de sua economia, tornando o movimento de imigração uma alternativa para muitas famílias.

A esperança de encontrar riqueza logo se desfez diante o duro trabalho de colheita de café, basicamente no Estado de São Paulo, onde as famílias japonesas se distribuíram em regiões como a Alta Paulista, Noroeste e Alta Mogiana.

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Aeropress, Vôo Intergalactico. Arte: Daniel Kondo.  

Apesar das dificuldades como a distância do país natal, do clima quente e da cultura muito diferente, muitos resolveram adotar o Brasil como seu novo lar, vindo a formar a maior comunidade de descendentes fora do Japão, hoje formada por pouco mais de 2 milhões de pessoas.

Se o café foi o catalizador da imigração japonesa, ele também se tornou moeda de contribuição dos descendentes no Brasil em áreas tão distintas como a cafeicultura, a indústria e comércio, além das belas artes.

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Muitas famílias continuam sua dedicação ao cultivo do café em várias regiões do Brasil, algumas realizando exportações para diversos países. Com a evolução da cafeicultura, que avançou por regiões do Planalto Central, a mecanização foi sendo incorporada massivamente, inclusive na colheita dos frutos. A primeira colheitadeira mecânica automotriz de café do mundo é da brasileira Jacto, fundada por Shunji Nishimura, em Pompéia, SP, tornando-se referência no mercado.

A partir da esquerda: Ensei Neto, Telma Shiraishi e Gilberto Sato, filho de Américo Sato. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal.

No final dos anos 1970, em São Paulo, surgiram as primeiras redes de cafeterias do Brasil, a Fran's Café e o Café do Ponto.

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O Café do Ponto era uma torrefação que tinha como sócio o visionário Américo Sato, cujo mérito foi o de criar uma rede de cafeterias muito avançada para a época, o Café do Ponto, ficando a sua icônica loja no Shopping Ibirapuera. Foi a primeira cafeteria do Brasil a apresentar cafés de diferentes regiões como a Alta Paulista, Sorocabana, Sul de Minas e Mogiana aos consumidores que se surpreendiam com a potente bebida dos espressos.

Na cultura, a colônia japonesa revelou grandes artistas como Manabu Mabe e Tomie Ohtake na pintura, Haruo Ohara na fotografia, Daniel Kondo nas artes gráficas e Hideko Honma na cerâmica.

Xícara Paracatu, Hideko Honma. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal.
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A culinária japonesa acabou se incorporando definitivamente no cardápio brasileiro, tanto com sua cozinha clássica como a de petiscos, cujas casas conhecidas como izakayas, equivalentes aos bons botecos brasileiros, se tornaram queridinhas em São Paulo.

A chef Telma Shiraishi, embaixatriz da culinária japonesa, é referência quando o tema é a culinária japonesa em padrão de gastronomia, também enveredou-se pelos caminhos do café ao abrir a cafeteria Aizomê, localizado na Japan House, centro oficial de difusão da cultura e arte do Japão instalado em seletos países, com uma unidade em São Paulo.

Ao se comemorar 116 anos do desembarque das primeiras famílias vindas do Japão, pode-se afirmar que a  fusão das duas culturas criou um amálgama único ao combinar a estética minimalista japonesa e o colorido ritmo brasileiro, que pode ser sintetizado num excelente café.

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18 de junho de 1908.

Nesse dia, as primeiras famílias vindas do Japão no navio Kasato Maru desembarcaram no porto de Santos com o propósito de "colher o ouro que dava em árvores", como dizia a propaganda oficial para cooptar trabalhadores para as fazendas de café.

Brasil & Japão. Arte: Daiana Takara, Reprodução.  

Eram pouco menos de 800 pessoas que enfrentaram uma longa viagem maritma, vestidas com roupas ocidentais, diferentes dos quimonos usados em seu País do Sol Nascente, tradução literal dos ideogramas que podem ser lidos como Nihon (ni-rron) ou Japão, em português.

O Japão vinha de um período de guerra com a Coréia, que se traduziu no enfraquecimento de sua economia, tornando o movimento de imigração uma alternativa para muitas famílias.

A esperança de encontrar riqueza logo se desfez diante o duro trabalho de colheita de café, basicamente no Estado de São Paulo, onde as famílias japonesas se distribuíram em regiões como a Alta Paulista, Noroeste e Alta Mogiana.

Aeropress, Vôo Intergalactico. Arte: Daniel Kondo.  

Apesar das dificuldades como a distância do país natal, do clima quente e da cultura muito diferente, muitos resolveram adotar o Brasil como seu novo lar, vindo a formar a maior comunidade de descendentes fora do Japão, hoje formada por pouco mais de 2 milhões de pessoas.

Se o café foi o catalizador da imigração japonesa, ele também se tornou moeda de contribuição dos descendentes no Brasil em áreas tão distintas como a cafeicultura, a indústria e comércio, além das belas artes.

Muitas famílias continuam sua dedicação ao cultivo do café em várias regiões do Brasil, algumas realizando exportações para diversos países. Com a evolução da cafeicultura, que avançou por regiões do Planalto Central, a mecanização foi sendo incorporada massivamente, inclusive na colheita dos frutos. A primeira colheitadeira mecânica automotriz de café do mundo é da brasileira Jacto, fundada por Shunji Nishimura, em Pompéia, SP, tornando-se referência no mercado.

A partir da esquerda: Ensei Neto, Telma Shiraishi e Gilberto Sato, filho de Américo Sato. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal.

No final dos anos 1970, em São Paulo, surgiram as primeiras redes de cafeterias do Brasil, a Fran's Café e o Café do Ponto.

O Café do Ponto era uma torrefação que tinha como sócio o visionário Américo Sato, cujo mérito foi o de criar uma rede de cafeterias muito avançada para a época, o Café do Ponto, ficando a sua icônica loja no Shopping Ibirapuera. Foi a primeira cafeteria do Brasil a apresentar cafés de diferentes regiões como a Alta Paulista, Sorocabana, Sul de Minas e Mogiana aos consumidores que se surpreendiam com a potente bebida dos espressos.

Na cultura, a colônia japonesa revelou grandes artistas como Manabu Mabe e Tomie Ohtake na pintura, Haruo Ohara na fotografia, Daniel Kondo nas artes gráficas e Hideko Honma na cerâmica.

Xícara Paracatu, Hideko Honma. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal.

A culinária japonesa acabou se incorporando definitivamente no cardápio brasileiro, tanto com sua cozinha clássica como a de petiscos, cujas casas conhecidas como izakayas, equivalentes aos bons botecos brasileiros, se tornaram queridinhas em São Paulo.

A chef Telma Shiraishi, embaixatriz da culinária japonesa, é referência quando o tema é a culinária japonesa em padrão de gastronomia, também enveredou-se pelos caminhos do café ao abrir a cafeteria Aizomê, localizado na Japan House, centro oficial de difusão da cultura e arte do Japão instalado em seletos países, com uma unidade em São Paulo.

Ao se comemorar 116 anos do desembarque das primeiras famílias vindas do Japão, pode-se afirmar que a  fusão das duas culturas criou um amálgama único ao combinar a estética minimalista japonesa e o colorido ritmo brasileiro, que pode ser sintetizado num excelente café.

 

 

18 de junho de 1908.

Nesse dia, as primeiras famílias vindas do Japão no navio Kasato Maru desembarcaram no porto de Santos com o propósito de "colher o ouro que dava em árvores", como dizia a propaganda oficial para cooptar trabalhadores para as fazendas de café.

Brasil & Japão. Arte: Daiana Takara, Reprodução.  

Eram pouco menos de 800 pessoas que enfrentaram uma longa viagem maritma, vestidas com roupas ocidentais, diferentes dos quimonos usados em seu País do Sol Nascente, tradução literal dos ideogramas que podem ser lidos como Nihon (ni-rron) ou Japão, em português.

O Japão vinha de um período de guerra com a Coréia, que se traduziu no enfraquecimento de sua economia, tornando o movimento de imigração uma alternativa para muitas famílias.

A esperança de encontrar riqueza logo se desfez diante o duro trabalho de colheita de café, basicamente no Estado de São Paulo, onde as famílias japonesas se distribuíram em regiões como a Alta Paulista, Noroeste e Alta Mogiana.

Aeropress, Vôo Intergalactico. Arte: Daniel Kondo.  

Apesar das dificuldades como a distância do país natal, do clima quente e da cultura muito diferente, muitos resolveram adotar o Brasil como seu novo lar, vindo a formar a maior comunidade de descendentes fora do Japão, hoje formada por pouco mais de 2 milhões de pessoas.

Se o café foi o catalizador da imigração japonesa, ele também se tornou moeda de contribuição dos descendentes no Brasil em áreas tão distintas como a cafeicultura, a indústria e comércio, além das belas artes.

Muitas famílias continuam sua dedicação ao cultivo do café em várias regiões do Brasil, algumas realizando exportações para diversos países. Com a evolução da cafeicultura, que avançou por regiões do Planalto Central, a mecanização foi sendo incorporada massivamente, inclusive na colheita dos frutos. A primeira colheitadeira mecânica automotriz de café do mundo é da brasileira Jacto, fundada por Shunji Nishimura, em Pompéia, SP, tornando-se referência no mercado.

A partir da esquerda: Ensei Neto, Telma Shiraishi e Gilberto Sato, filho de Américo Sato. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal.

No final dos anos 1970, em São Paulo, surgiram as primeiras redes de cafeterias do Brasil, a Fran's Café e o Café do Ponto.

O Café do Ponto era uma torrefação que tinha como sócio o visionário Américo Sato, cujo mérito foi o de criar uma rede de cafeterias muito avançada para a época, o Café do Ponto, ficando a sua icônica loja no Shopping Ibirapuera. Foi a primeira cafeteria do Brasil a apresentar cafés de diferentes regiões como a Alta Paulista, Sorocabana, Sul de Minas e Mogiana aos consumidores que se surpreendiam com a potente bebida dos espressos.

Na cultura, a colônia japonesa revelou grandes artistas como Manabu Mabe e Tomie Ohtake na pintura, Haruo Ohara na fotografia, Daniel Kondo nas artes gráficas e Hideko Honma na cerâmica.

Xícara Paracatu, Hideko Honma. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal.

A culinária japonesa acabou se incorporando definitivamente no cardápio brasileiro, tanto com sua cozinha clássica como a de petiscos, cujas casas conhecidas como izakayas, equivalentes aos bons botecos brasileiros, se tornaram queridinhas em São Paulo.

A chef Telma Shiraishi, embaixatriz da culinária japonesa, é referência quando o tema é a culinária japonesa em padrão de gastronomia, também enveredou-se pelos caminhos do café ao abrir a cafeteria Aizomê, localizado na Japan House, centro oficial de difusão da cultura e arte do Japão instalado em seletos países, com uma unidade em São Paulo.

Ao se comemorar 116 anos do desembarque das primeiras famílias vindas do Japão, pode-se afirmar que a  fusão das duas culturas criou um amálgama único ao combinar a estética minimalista japonesa e o colorido ritmo brasileiro, que pode ser sintetizado num excelente café.

 

 

18 de junho de 1908.

Nesse dia, as primeiras famílias vindas do Japão no navio Kasato Maru desembarcaram no porto de Santos com o propósito de "colher o ouro que dava em árvores", como dizia a propaganda oficial para cooptar trabalhadores para as fazendas de café.

Brasil & Japão. Arte: Daiana Takara, Reprodução.  

Eram pouco menos de 800 pessoas que enfrentaram uma longa viagem maritma, vestidas com roupas ocidentais, diferentes dos quimonos usados em seu País do Sol Nascente, tradução literal dos ideogramas que podem ser lidos como Nihon (ni-rron) ou Japão, em português.

O Japão vinha de um período de guerra com a Coréia, que se traduziu no enfraquecimento de sua economia, tornando o movimento de imigração uma alternativa para muitas famílias.

A esperança de encontrar riqueza logo se desfez diante o duro trabalho de colheita de café, basicamente no Estado de São Paulo, onde as famílias japonesas se distribuíram em regiões como a Alta Paulista, Noroeste e Alta Mogiana.

Aeropress, Vôo Intergalactico. Arte: Daniel Kondo.  

Apesar das dificuldades como a distância do país natal, do clima quente e da cultura muito diferente, muitos resolveram adotar o Brasil como seu novo lar, vindo a formar a maior comunidade de descendentes fora do Japão, hoje formada por pouco mais de 2 milhões de pessoas.

Se o café foi o catalizador da imigração japonesa, ele também se tornou moeda de contribuição dos descendentes no Brasil em áreas tão distintas como a cafeicultura, a indústria e comércio, além das belas artes.

Muitas famílias continuam sua dedicação ao cultivo do café em várias regiões do Brasil, algumas realizando exportações para diversos países. Com a evolução da cafeicultura, que avançou por regiões do Planalto Central, a mecanização foi sendo incorporada massivamente, inclusive na colheita dos frutos. A primeira colheitadeira mecânica automotriz de café do mundo é da brasileira Jacto, fundada por Shunji Nishimura, em Pompéia, SP, tornando-se referência no mercado.

A partir da esquerda: Ensei Neto, Telma Shiraishi e Gilberto Sato, filho de Américo Sato. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal.

No final dos anos 1970, em São Paulo, surgiram as primeiras redes de cafeterias do Brasil, a Fran's Café e o Café do Ponto.

O Café do Ponto era uma torrefação que tinha como sócio o visionário Américo Sato, cujo mérito foi o de criar uma rede de cafeterias muito avançada para a época, o Café do Ponto, ficando a sua icônica loja no Shopping Ibirapuera. Foi a primeira cafeteria do Brasil a apresentar cafés de diferentes regiões como a Alta Paulista, Sorocabana, Sul de Minas e Mogiana aos consumidores que se surpreendiam com a potente bebida dos espressos.

Na cultura, a colônia japonesa revelou grandes artistas como Manabu Mabe e Tomie Ohtake na pintura, Haruo Ohara na fotografia, Daniel Kondo nas artes gráficas e Hideko Honma na cerâmica.

Xícara Paracatu, Hideko Honma. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal.

A culinária japonesa acabou se incorporando definitivamente no cardápio brasileiro, tanto com sua cozinha clássica como a de petiscos, cujas casas conhecidas como izakayas, equivalentes aos bons botecos brasileiros, se tornaram queridinhas em São Paulo.

A chef Telma Shiraishi, embaixatriz da culinária japonesa, é referência quando o tema é a culinária japonesa em padrão de gastronomia, também enveredou-se pelos caminhos do café ao abrir a cafeteria Aizomê, localizado na Japan House, centro oficial de difusão da cultura e arte do Japão instalado em seletos países, com uma unidade em São Paulo.

Ao se comemorar 116 anos do desembarque das primeiras famílias vindas do Japão, pode-se afirmar que a  fusão das duas culturas criou um amálgama único ao combinar a estética minimalista japonesa e o colorido ritmo brasileiro, que pode ser sintetizado num excelente café.

 

 

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