Os sabores do mundo

Opinião|Onde comer peixes e frutos do mar em Lisboa - para além das marisqueiras!


Onde comer peixes e frutos do mar em Portugal? Confira nesta Viagem Gastronômica com o Paladar!

Por Gisele Rech
Atualização:

Quando os termômetros começam a subir em Portugal , é inevitável pensar nos dias mais longos, com aquele gostinho de mar, que vai muito além das praias. Nas minhas andanças pelo lado de cá, anotei lugares que vão além das tradicionais marisqueiras portuguesas e promovem uma experiência gastronômica com muito produto fresco e aquele twist que tanto gostamos.

Vista privilegiada

O ÀCosta homenageia a riqueza de ingredientes da costa portuguesa. Foto: Hayley Kelsing/ACosta
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O novo restaurante do multi facetado Olivier da Costa já prometia muito antes de ser inaugurado. Tive a oportunidade de saber da novidade assim que o espaço foi adquirido e, confesso, estava muito curiosa para ver o resultado. O lugar é mesmo privilegiado: ao pé do Terreiro do Paço, com um deck sobre o Tejo e uma estrutura toda envidraçada, que permite ver o rio de um lado e o colorido casario da Alfama do outro.

No menu, como o próprio nome da casa indica (em um jogo de palavras também com o sobrenome do restauranter), a matéria-prima principal vem do Atlântico. "Buscamos contato direto com produtores de pesacado da região", explica Olivier.

Na vitrine - ou montra, como dizem em Portugal - , os peixes do dia ficam à vista dos clientes. Mas, para quem quiser, também há o onipresente bacalhau e outros preparos com gostinho de mar. O arroz negro com lagavante é uma das maiores atrações da carta. No estilo malandrinho, ou seja, com muito caldo, casa-se perfeitamente com a carne tenra e adocicada desse primo da lagosta.

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Para quem preferir petiscar, as ostras estão sempre frescas e o patê de atum, servido com pão de fermentação natural. Para bebericar, tem carta de cocktails autorais, preparados com a "benção" de Netuno no bar todo em mármore. O copo de vinho sai por seis euros e o chope de 250ml custa 2,5 euros. Ou seja: tomar um copo a qualquer hora do dia pode ser uma boa ideia.

A carta do ÀCosta tem inclui muito peixe fresco e futros do mar. Foto: Hayley Kelsing/ÀCosta

Bom, bonito e barato

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A Chef Verónica Catarino vai todos os dias buscar peixes e mariscos frescos no mercado. Foto: Gisele Rech

O Mar & Nada é daquele lugares onde você entra e já sente-se em casa. Um pouco por alguns móveis e louça que lembram uma casa de vó. Do outro, o sorriso largo com o qual a chef Veronica Catarino e a simpatia do João Xisto, que faz as vezes de sommelier.

É no mercado da Ribeira que a chef busca sua matéria-prim diariamente, o que impacta diretamente no menu. "A gente cria muito em cima do que há de mais fresco no dia", explica. Não à toa, o menu é um quadro de acrílico onde é possível alterar a carta diariamente.

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Com alguma sorte, você pode provar a incrível raia com chips de pastinaca (um tubérculo cujo sabor lembra o da batata doce) e refogado de algas. Ou ainda se deparar com os super portugueses carapaus, que a chef prepara numa fritura sequinha e recobre com escabeche. Há ainda o prego de sarrajão, o típico sanduíche português em versão de peixe, com uma espécie abundante na costa.

A casa, que tem vinhos a copo em preços super acessíveis (tal como a comida), acaba de completar um ano e, é claro, desejamos vida longa!

Mar & Nada Rua da Boa Vista, 128 @marenadaboavista

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A raia com pastinaca (tubérculo popular em Portugal) e algas é um dos pratos do Mar & Nada. Foto: Gisele Rech

À bordo

Alexandra Sarabanda e Elísio Bernardes. Foto: Gisele Rech
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Meu primeiro contato com o Sea Me Next Door - a versão mais descolada do Sea Me Pexaria Moderna - foi naquelas situações em que se estica os olhos e o estômago chama, logo que vim viver em Portugal, em 2022. Os peixes e frutos do mar à vitrine e a cenografia em torno do universo marítimo chamaram-me a atenção. O que falar do teto revestido com uma rede de pesca e a porta do banheiro, que remete a uma porta de navio, com direito à escotilha?

A vibe do lugar só corrobora a vocação dos chefs Alexandra Sarabanda e Elísio Bernardes, que trabalham o produto fresco, mas recomendam começar pelas ostras ao natural. Na casa, são de quatro regiões de Portugal: Sado, Aveiro, Ria Formosa e Figueira da Foz. A ideia por aqui é dialogar com a linha de bar de tapas, com pequenas porções acompanhadas de um bom vinho ou por aquela cerveja gelada. Não à toa, o balcão é concorrido e as mesas altas com baquetas.

Os pratos variam conforme a sazonalidade e a oferta de cada tipo de peixe. No verão, por exemplo, há um temaki de sardinha bem fresquinha. O robalo é outro destaque, que pela mão dos chefs ganha um sabor super defumado. Para acompanhar, risoto de ligueirão.

Sea Me Next Door Rua do Loreto, 59 @seame.nextdoor

Robalo defumado com arroz de ligueirão. Foto: Gisele Rech

Mar, fogo e sabor

O peixe do dia do Lota Sea & Fire . Foto: Gisele Rech

O Lota Sea and Fire, como o próprio nome entrega, promove o diálogo entre produtos do mar e o fogo, ou melhor, a brasa, uma das armas usadas pelo esquadrão do chef Hugo Candeias para entregar seus pratos de peixes e frutos do mar.

O menu é dividido entre preparos crus, como ceviche de lírio (peixe típico dos Açores) e emulsão de soja ou a batata raiz de cana  com caril verde e mexilhões. Na linha feita na brasa, tem raia com mollho de manteiga, garoupa com pil-pil e ovas e, não poderia faltar, o peie do dia: o chef convida o comensal a olhar a vitrine para escolher um peixe fresco (o preço é por quilo) e depois recebê-lo prontinho à mesa.

A decoração do Lota é toda com motivos navy, incluindo os pratos, a maioria com listras azuis, brancas e vermelhas. A casa também tem um balcão na entrada, onde o forte são os coquetéis autorais.

Batata raiz de cana, marisco e caril verde. Foto: Gisele Rech

Lota Sea & Fire Avenida Duque de Ávila, 42B @lota_seaandfire

Do mar à mesa

O chef Manuel Barreto está à frente da cozinha do Guelra. Foto: Gisele Rech

O Guelra, em Belém, com direito a um delicioso terraço - ou esplanada, como dizem os portugueses - tem aquele frescor no ar que vem da brisa marítima. E é essa vibe que o chef Manuel Barreto traz ao seu menu que, é claro, varia conforme as marés e a oferta de peixes do momento, tal como nas marisqueiras mais tradicionais.

Na linha de pratos a partilhar, tem Cavala Alimada (12EUR), com o peixe abundante no litoral português leva coentro e funcho, com picadinho à Algarvia. O choco, um primo da lula que faz muito sucesso deste lado do oceano, é servido em preparo com sua tinta e limão, bem fresquinho (8EUR). Já a Moreia Frita é servida com maionese sriracha (12EUR).

Na linha dos pratos principais, os preparos variam a cada dia, a depender do humor do mar e do trabalho dos pescadores. A recomendação é perguntar ao chef qual o peixe do dia  e se surpreender (os preços podem variar de 17.5EUR a 29EUR.

Guelra Rua de Belém, 35 @guelralisboa

Parte da carta do Guelra é pensada para a partilha, Foto: Gisele Rech

Toque Asiático

À primeira vista, quando se adentra a Soão Taberna Asiática, a impressão é estar em um mercado oriental, onde os peixes e mariscos são alguns dos produtos comercializados, entre muitos temperos

O espaço comandado pelo chef João Duarte tem muito mais depegada oriental do que, necessariamente, pinta de marisqueira. Mas entra na cena pelo frescor dos ingredientes usados pelo chef João Francisco,  que ficam expostos em um aquário na entrada da casa, tal como nas melhores marisqueiras de Lisboa.

Vale uma exploração a mais na carta de saquês da casa, que podem resultar em uma sintonia perfeita com a comida do chef. Fica a dica!

Soão Taberna Asiática Avenida de Roma, 100 @soao.tabernasiatica

Um pouco além

Para fechar a lista,  a gente faz um pequeno desvio a Cascais para visitar o Mare, o restaurante de peixes e mariscos frescos do premiado José Avillez. Em um endereço privilegiado no Guincho, com direito à vista do Atlântico, o chef aposta em uma carta dividida entre preparos crus, na brasa e no tacho - ou, na panela.No caso da corvina, por exemplo, pode ser marinada com cebola roxa (15EUR)  ou braseada em fatias e servida com azeite, cebolinha e limão (31EUR).

Na linha dos crus, também há o clássico tártaro de atum, abundante nos Açores. Na linha dos mariscos, há desde as tradicionais amêijoas a Bulhão Pato às "locais" bruxinhas de Cascais.

No tacho, uma das atrações é o arroz de carabineiros, caranguejo e amêijoas. Aliás, o crustáceo que está em alta na cena gastronômica também pode ser pedido em uma versão na brasa, com molho Maré (33EUR). E, que tal um pouco de tudo? O prato do mar, que serve duas pessoas (110EUR), leva carabineiro, robalo, lulas e amêijoas.

Maré Avenida Nossa Senhora do Cabo, 9.000 - Cascais @mare.joseavillez

Quando os termômetros começam a subir em Portugal , é inevitável pensar nos dias mais longos, com aquele gostinho de mar, que vai muito além das praias. Nas minhas andanças pelo lado de cá, anotei lugares que vão além das tradicionais marisqueiras portuguesas e promovem uma experiência gastronômica com muito produto fresco e aquele twist que tanto gostamos.

Vista privilegiada

O ÀCosta homenageia a riqueza de ingredientes da costa portuguesa. Foto: Hayley Kelsing/ACosta

O novo restaurante do multi facetado Olivier da Costa já prometia muito antes de ser inaugurado. Tive a oportunidade de saber da novidade assim que o espaço foi adquirido e, confesso, estava muito curiosa para ver o resultado. O lugar é mesmo privilegiado: ao pé do Terreiro do Paço, com um deck sobre o Tejo e uma estrutura toda envidraçada, que permite ver o rio de um lado e o colorido casario da Alfama do outro.

No menu, como o próprio nome da casa indica (em um jogo de palavras também com o sobrenome do restauranter), a matéria-prima principal vem do Atlântico. "Buscamos contato direto com produtores de pesacado da região", explica Olivier.

Na vitrine - ou montra, como dizem em Portugal - , os peixes do dia ficam à vista dos clientes. Mas, para quem quiser, também há o onipresente bacalhau e outros preparos com gostinho de mar. O arroz negro com lagavante é uma das maiores atrações da carta. No estilo malandrinho, ou seja, com muito caldo, casa-se perfeitamente com a carne tenra e adocicada desse primo da lagosta.

Para quem preferir petiscar, as ostras estão sempre frescas e o patê de atum, servido com pão de fermentação natural. Para bebericar, tem carta de cocktails autorais, preparados com a "benção" de Netuno no bar todo em mármore. O copo de vinho sai por seis euros e o chope de 250ml custa 2,5 euros. Ou seja: tomar um copo a qualquer hora do dia pode ser uma boa ideia.

A carta do ÀCosta tem inclui muito peixe fresco e futros do mar. Foto: Hayley Kelsing/ÀCosta

Bom, bonito e barato

A Chef Verónica Catarino vai todos os dias buscar peixes e mariscos frescos no mercado. Foto: Gisele Rech

O Mar & Nada é daquele lugares onde você entra e já sente-se em casa. Um pouco por alguns móveis e louça que lembram uma casa de vó. Do outro, o sorriso largo com o qual a chef Veronica Catarino e a simpatia do João Xisto, que faz as vezes de sommelier.

É no mercado da Ribeira que a chef busca sua matéria-prim diariamente, o que impacta diretamente no menu. "A gente cria muito em cima do que há de mais fresco no dia", explica. Não à toa, o menu é um quadro de acrílico onde é possível alterar a carta diariamente.

Com alguma sorte, você pode provar a incrível raia com chips de pastinaca (um tubérculo cujo sabor lembra o da batata doce) e refogado de algas. Ou ainda se deparar com os super portugueses carapaus, que a chef prepara numa fritura sequinha e recobre com escabeche. Há ainda o prego de sarrajão, o típico sanduíche português em versão de peixe, com uma espécie abundante na costa.

A casa, que tem vinhos a copo em preços super acessíveis (tal como a comida), acaba de completar um ano e, é claro, desejamos vida longa!

Mar & Nada Rua da Boa Vista, 128 @marenadaboavista

A raia com pastinaca (tubérculo popular em Portugal) e algas é um dos pratos do Mar & Nada. Foto: Gisele Rech

À bordo

Alexandra Sarabanda e Elísio Bernardes. Foto: Gisele Rech

Meu primeiro contato com o Sea Me Next Door - a versão mais descolada do Sea Me Pexaria Moderna - foi naquelas situações em que se estica os olhos e o estômago chama, logo que vim viver em Portugal, em 2022. Os peixes e frutos do mar à vitrine e a cenografia em torno do universo marítimo chamaram-me a atenção. O que falar do teto revestido com uma rede de pesca e a porta do banheiro, que remete a uma porta de navio, com direito à escotilha?

A vibe do lugar só corrobora a vocação dos chefs Alexandra Sarabanda e Elísio Bernardes, que trabalham o produto fresco, mas recomendam começar pelas ostras ao natural. Na casa, são de quatro regiões de Portugal: Sado, Aveiro, Ria Formosa e Figueira da Foz. A ideia por aqui é dialogar com a linha de bar de tapas, com pequenas porções acompanhadas de um bom vinho ou por aquela cerveja gelada. Não à toa, o balcão é concorrido e as mesas altas com baquetas.

Os pratos variam conforme a sazonalidade e a oferta de cada tipo de peixe. No verão, por exemplo, há um temaki de sardinha bem fresquinha. O robalo é outro destaque, que pela mão dos chefs ganha um sabor super defumado. Para acompanhar, risoto de ligueirão.

Sea Me Next Door Rua do Loreto, 59 @seame.nextdoor

Robalo defumado com arroz de ligueirão. Foto: Gisele Rech

Mar, fogo e sabor

O peixe do dia do Lota Sea & Fire . Foto: Gisele Rech

O Lota Sea and Fire, como o próprio nome entrega, promove o diálogo entre produtos do mar e o fogo, ou melhor, a brasa, uma das armas usadas pelo esquadrão do chef Hugo Candeias para entregar seus pratos de peixes e frutos do mar.

O menu é dividido entre preparos crus, como ceviche de lírio (peixe típico dos Açores) e emulsão de soja ou a batata raiz de cana  com caril verde e mexilhões. Na linha feita na brasa, tem raia com mollho de manteiga, garoupa com pil-pil e ovas e, não poderia faltar, o peie do dia: o chef convida o comensal a olhar a vitrine para escolher um peixe fresco (o preço é por quilo) e depois recebê-lo prontinho à mesa.

A decoração do Lota é toda com motivos navy, incluindo os pratos, a maioria com listras azuis, brancas e vermelhas. A casa também tem um balcão na entrada, onde o forte são os coquetéis autorais.

Batata raiz de cana, marisco e caril verde. Foto: Gisele Rech

Lota Sea & Fire Avenida Duque de Ávila, 42B @lota_seaandfire

Do mar à mesa

O chef Manuel Barreto está à frente da cozinha do Guelra. Foto: Gisele Rech

O Guelra, em Belém, com direito a um delicioso terraço - ou esplanada, como dizem os portugueses - tem aquele frescor no ar que vem da brisa marítima. E é essa vibe que o chef Manuel Barreto traz ao seu menu que, é claro, varia conforme as marés e a oferta de peixes do momento, tal como nas marisqueiras mais tradicionais.

Na linha de pratos a partilhar, tem Cavala Alimada (12EUR), com o peixe abundante no litoral português leva coentro e funcho, com picadinho à Algarvia. O choco, um primo da lula que faz muito sucesso deste lado do oceano, é servido em preparo com sua tinta e limão, bem fresquinho (8EUR). Já a Moreia Frita é servida com maionese sriracha (12EUR).

Na linha dos pratos principais, os preparos variam a cada dia, a depender do humor do mar e do trabalho dos pescadores. A recomendação é perguntar ao chef qual o peixe do dia  e se surpreender (os preços podem variar de 17.5EUR a 29EUR.

Guelra Rua de Belém, 35 @guelralisboa

Parte da carta do Guelra é pensada para a partilha, Foto: Gisele Rech

Toque Asiático

À primeira vista, quando se adentra a Soão Taberna Asiática, a impressão é estar em um mercado oriental, onde os peixes e mariscos são alguns dos produtos comercializados, entre muitos temperos

O espaço comandado pelo chef João Duarte tem muito mais depegada oriental do que, necessariamente, pinta de marisqueira. Mas entra na cena pelo frescor dos ingredientes usados pelo chef João Francisco,  que ficam expostos em um aquário na entrada da casa, tal como nas melhores marisqueiras de Lisboa.

Vale uma exploração a mais na carta de saquês da casa, que podem resultar em uma sintonia perfeita com a comida do chef. Fica a dica!

Soão Taberna Asiática Avenida de Roma, 100 @soao.tabernasiatica

Um pouco além

Para fechar a lista,  a gente faz um pequeno desvio a Cascais para visitar o Mare, o restaurante de peixes e mariscos frescos do premiado José Avillez. Em um endereço privilegiado no Guincho, com direito à vista do Atlântico, o chef aposta em uma carta dividida entre preparos crus, na brasa e no tacho - ou, na panela.No caso da corvina, por exemplo, pode ser marinada com cebola roxa (15EUR)  ou braseada em fatias e servida com azeite, cebolinha e limão (31EUR).

Na linha dos crus, também há o clássico tártaro de atum, abundante nos Açores. Na linha dos mariscos, há desde as tradicionais amêijoas a Bulhão Pato às "locais" bruxinhas de Cascais.

No tacho, uma das atrações é o arroz de carabineiros, caranguejo e amêijoas. Aliás, o crustáceo que está em alta na cena gastronômica também pode ser pedido em uma versão na brasa, com molho Maré (33EUR). E, que tal um pouco de tudo? O prato do mar, que serve duas pessoas (110EUR), leva carabineiro, robalo, lulas e amêijoas.

Maré Avenida Nossa Senhora do Cabo, 9.000 - Cascais @mare.joseavillez

Quando os termômetros começam a subir em Portugal , é inevitável pensar nos dias mais longos, com aquele gostinho de mar, que vai muito além das praias. Nas minhas andanças pelo lado de cá, anotei lugares que vão além das tradicionais marisqueiras portuguesas e promovem uma experiência gastronômica com muito produto fresco e aquele twist que tanto gostamos.

Vista privilegiada

O ÀCosta homenageia a riqueza de ingredientes da costa portuguesa. Foto: Hayley Kelsing/ACosta

O novo restaurante do multi facetado Olivier da Costa já prometia muito antes de ser inaugurado. Tive a oportunidade de saber da novidade assim que o espaço foi adquirido e, confesso, estava muito curiosa para ver o resultado. O lugar é mesmo privilegiado: ao pé do Terreiro do Paço, com um deck sobre o Tejo e uma estrutura toda envidraçada, que permite ver o rio de um lado e o colorido casario da Alfama do outro.

No menu, como o próprio nome da casa indica (em um jogo de palavras também com o sobrenome do restauranter), a matéria-prima principal vem do Atlântico. "Buscamos contato direto com produtores de pesacado da região", explica Olivier.

Na vitrine - ou montra, como dizem em Portugal - , os peixes do dia ficam à vista dos clientes. Mas, para quem quiser, também há o onipresente bacalhau e outros preparos com gostinho de mar. O arroz negro com lagavante é uma das maiores atrações da carta. No estilo malandrinho, ou seja, com muito caldo, casa-se perfeitamente com a carne tenra e adocicada desse primo da lagosta.

Para quem preferir petiscar, as ostras estão sempre frescas e o patê de atum, servido com pão de fermentação natural. Para bebericar, tem carta de cocktails autorais, preparados com a "benção" de Netuno no bar todo em mármore. O copo de vinho sai por seis euros e o chope de 250ml custa 2,5 euros. Ou seja: tomar um copo a qualquer hora do dia pode ser uma boa ideia.

A carta do ÀCosta tem inclui muito peixe fresco e futros do mar. Foto: Hayley Kelsing/ÀCosta

Bom, bonito e barato

A Chef Verónica Catarino vai todos os dias buscar peixes e mariscos frescos no mercado. Foto: Gisele Rech

O Mar & Nada é daquele lugares onde você entra e já sente-se em casa. Um pouco por alguns móveis e louça que lembram uma casa de vó. Do outro, o sorriso largo com o qual a chef Veronica Catarino e a simpatia do João Xisto, que faz as vezes de sommelier.

É no mercado da Ribeira que a chef busca sua matéria-prim diariamente, o que impacta diretamente no menu. "A gente cria muito em cima do que há de mais fresco no dia", explica. Não à toa, o menu é um quadro de acrílico onde é possível alterar a carta diariamente.

Com alguma sorte, você pode provar a incrível raia com chips de pastinaca (um tubérculo cujo sabor lembra o da batata doce) e refogado de algas. Ou ainda se deparar com os super portugueses carapaus, que a chef prepara numa fritura sequinha e recobre com escabeche. Há ainda o prego de sarrajão, o típico sanduíche português em versão de peixe, com uma espécie abundante na costa.

A casa, que tem vinhos a copo em preços super acessíveis (tal como a comida), acaba de completar um ano e, é claro, desejamos vida longa!

Mar & Nada Rua da Boa Vista, 128 @marenadaboavista

A raia com pastinaca (tubérculo popular em Portugal) e algas é um dos pratos do Mar & Nada. Foto: Gisele Rech

À bordo

Alexandra Sarabanda e Elísio Bernardes. Foto: Gisele Rech

Meu primeiro contato com o Sea Me Next Door - a versão mais descolada do Sea Me Pexaria Moderna - foi naquelas situações em que se estica os olhos e o estômago chama, logo que vim viver em Portugal, em 2022. Os peixes e frutos do mar à vitrine e a cenografia em torno do universo marítimo chamaram-me a atenção. O que falar do teto revestido com uma rede de pesca e a porta do banheiro, que remete a uma porta de navio, com direito à escotilha?

A vibe do lugar só corrobora a vocação dos chefs Alexandra Sarabanda e Elísio Bernardes, que trabalham o produto fresco, mas recomendam começar pelas ostras ao natural. Na casa, são de quatro regiões de Portugal: Sado, Aveiro, Ria Formosa e Figueira da Foz. A ideia por aqui é dialogar com a linha de bar de tapas, com pequenas porções acompanhadas de um bom vinho ou por aquela cerveja gelada. Não à toa, o balcão é concorrido e as mesas altas com baquetas.

Os pratos variam conforme a sazonalidade e a oferta de cada tipo de peixe. No verão, por exemplo, há um temaki de sardinha bem fresquinha. O robalo é outro destaque, que pela mão dos chefs ganha um sabor super defumado. Para acompanhar, risoto de ligueirão.

Sea Me Next Door Rua do Loreto, 59 @seame.nextdoor

Robalo defumado com arroz de ligueirão. Foto: Gisele Rech

Mar, fogo e sabor

O peixe do dia do Lota Sea & Fire . Foto: Gisele Rech

O Lota Sea and Fire, como o próprio nome entrega, promove o diálogo entre produtos do mar e o fogo, ou melhor, a brasa, uma das armas usadas pelo esquadrão do chef Hugo Candeias para entregar seus pratos de peixes e frutos do mar.

O menu é dividido entre preparos crus, como ceviche de lírio (peixe típico dos Açores) e emulsão de soja ou a batata raiz de cana  com caril verde e mexilhões. Na linha feita na brasa, tem raia com mollho de manteiga, garoupa com pil-pil e ovas e, não poderia faltar, o peie do dia: o chef convida o comensal a olhar a vitrine para escolher um peixe fresco (o preço é por quilo) e depois recebê-lo prontinho à mesa.

A decoração do Lota é toda com motivos navy, incluindo os pratos, a maioria com listras azuis, brancas e vermelhas. A casa também tem um balcão na entrada, onde o forte são os coquetéis autorais.

Batata raiz de cana, marisco e caril verde. Foto: Gisele Rech

Lota Sea & Fire Avenida Duque de Ávila, 42B @lota_seaandfire

Do mar à mesa

O chef Manuel Barreto está à frente da cozinha do Guelra. Foto: Gisele Rech

O Guelra, em Belém, com direito a um delicioso terraço - ou esplanada, como dizem os portugueses - tem aquele frescor no ar que vem da brisa marítima. E é essa vibe que o chef Manuel Barreto traz ao seu menu que, é claro, varia conforme as marés e a oferta de peixes do momento, tal como nas marisqueiras mais tradicionais.

Na linha de pratos a partilhar, tem Cavala Alimada (12EUR), com o peixe abundante no litoral português leva coentro e funcho, com picadinho à Algarvia. O choco, um primo da lula que faz muito sucesso deste lado do oceano, é servido em preparo com sua tinta e limão, bem fresquinho (8EUR). Já a Moreia Frita é servida com maionese sriracha (12EUR).

Na linha dos pratos principais, os preparos variam a cada dia, a depender do humor do mar e do trabalho dos pescadores. A recomendação é perguntar ao chef qual o peixe do dia  e se surpreender (os preços podem variar de 17.5EUR a 29EUR.

Guelra Rua de Belém, 35 @guelralisboa

Parte da carta do Guelra é pensada para a partilha, Foto: Gisele Rech

Toque Asiático

À primeira vista, quando se adentra a Soão Taberna Asiática, a impressão é estar em um mercado oriental, onde os peixes e mariscos são alguns dos produtos comercializados, entre muitos temperos

O espaço comandado pelo chef João Duarte tem muito mais depegada oriental do que, necessariamente, pinta de marisqueira. Mas entra na cena pelo frescor dos ingredientes usados pelo chef João Francisco,  que ficam expostos em um aquário na entrada da casa, tal como nas melhores marisqueiras de Lisboa.

Vale uma exploração a mais na carta de saquês da casa, que podem resultar em uma sintonia perfeita com a comida do chef. Fica a dica!

Soão Taberna Asiática Avenida de Roma, 100 @soao.tabernasiatica

Um pouco além

Para fechar a lista,  a gente faz um pequeno desvio a Cascais para visitar o Mare, o restaurante de peixes e mariscos frescos do premiado José Avillez. Em um endereço privilegiado no Guincho, com direito à vista do Atlântico, o chef aposta em uma carta dividida entre preparos crus, na brasa e no tacho - ou, na panela.No caso da corvina, por exemplo, pode ser marinada com cebola roxa (15EUR)  ou braseada em fatias e servida com azeite, cebolinha e limão (31EUR).

Na linha dos crus, também há o clássico tártaro de atum, abundante nos Açores. Na linha dos mariscos, há desde as tradicionais amêijoas a Bulhão Pato às "locais" bruxinhas de Cascais.

No tacho, uma das atrações é o arroz de carabineiros, caranguejo e amêijoas. Aliás, o crustáceo que está em alta na cena gastronômica também pode ser pedido em uma versão na brasa, com molho Maré (33EUR). E, que tal um pouco de tudo? O prato do mar, que serve duas pessoas (110EUR), leva carabineiro, robalo, lulas e amêijoas.

Maré Avenida Nossa Senhora do Cabo, 9.000 - Cascais @mare.joseavillez

Quando os termômetros começam a subir em Portugal , é inevitável pensar nos dias mais longos, com aquele gostinho de mar, que vai muito além das praias. Nas minhas andanças pelo lado de cá, anotei lugares que vão além das tradicionais marisqueiras portuguesas e promovem uma experiência gastronômica com muito produto fresco e aquele twist que tanto gostamos.

Vista privilegiada

O ÀCosta homenageia a riqueza de ingredientes da costa portuguesa. Foto: Hayley Kelsing/ACosta

O novo restaurante do multi facetado Olivier da Costa já prometia muito antes de ser inaugurado. Tive a oportunidade de saber da novidade assim que o espaço foi adquirido e, confesso, estava muito curiosa para ver o resultado. O lugar é mesmo privilegiado: ao pé do Terreiro do Paço, com um deck sobre o Tejo e uma estrutura toda envidraçada, que permite ver o rio de um lado e o colorido casario da Alfama do outro.

No menu, como o próprio nome da casa indica (em um jogo de palavras também com o sobrenome do restauranter), a matéria-prima principal vem do Atlântico. "Buscamos contato direto com produtores de pesacado da região", explica Olivier.

Na vitrine - ou montra, como dizem em Portugal - , os peixes do dia ficam à vista dos clientes. Mas, para quem quiser, também há o onipresente bacalhau e outros preparos com gostinho de mar. O arroz negro com lagavante é uma das maiores atrações da carta. No estilo malandrinho, ou seja, com muito caldo, casa-se perfeitamente com a carne tenra e adocicada desse primo da lagosta.

Para quem preferir petiscar, as ostras estão sempre frescas e o patê de atum, servido com pão de fermentação natural. Para bebericar, tem carta de cocktails autorais, preparados com a "benção" de Netuno no bar todo em mármore. O copo de vinho sai por seis euros e o chope de 250ml custa 2,5 euros. Ou seja: tomar um copo a qualquer hora do dia pode ser uma boa ideia.

A carta do ÀCosta tem inclui muito peixe fresco e futros do mar. Foto: Hayley Kelsing/ÀCosta

Bom, bonito e barato

A Chef Verónica Catarino vai todos os dias buscar peixes e mariscos frescos no mercado. Foto: Gisele Rech

O Mar & Nada é daquele lugares onde você entra e já sente-se em casa. Um pouco por alguns móveis e louça que lembram uma casa de vó. Do outro, o sorriso largo com o qual a chef Veronica Catarino e a simpatia do João Xisto, que faz as vezes de sommelier.

É no mercado da Ribeira que a chef busca sua matéria-prim diariamente, o que impacta diretamente no menu. "A gente cria muito em cima do que há de mais fresco no dia", explica. Não à toa, o menu é um quadro de acrílico onde é possível alterar a carta diariamente.

Com alguma sorte, você pode provar a incrível raia com chips de pastinaca (um tubérculo cujo sabor lembra o da batata doce) e refogado de algas. Ou ainda se deparar com os super portugueses carapaus, que a chef prepara numa fritura sequinha e recobre com escabeche. Há ainda o prego de sarrajão, o típico sanduíche português em versão de peixe, com uma espécie abundante na costa.

A casa, que tem vinhos a copo em preços super acessíveis (tal como a comida), acaba de completar um ano e, é claro, desejamos vida longa!

Mar & Nada Rua da Boa Vista, 128 @marenadaboavista

A raia com pastinaca (tubérculo popular em Portugal) e algas é um dos pratos do Mar & Nada. Foto: Gisele Rech

À bordo

Alexandra Sarabanda e Elísio Bernardes. Foto: Gisele Rech

Meu primeiro contato com o Sea Me Next Door - a versão mais descolada do Sea Me Pexaria Moderna - foi naquelas situações em que se estica os olhos e o estômago chama, logo que vim viver em Portugal, em 2022. Os peixes e frutos do mar à vitrine e a cenografia em torno do universo marítimo chamaram-me a atenção. O que falar do teto revestido com uma rede de pesca e a porta do banheiro, que remete a uma porta de navio, com direito à escotilha?

A vibe do lugar só corrobora a vocação dos chefs Alexandra Sarabanda e Elísio Bernardes, que trabalham o produto fresco, mas recomendam começar pelas ostras ao natural. Na casa, são de quatro regiões de Portugal: Sado, Aveiro, Ria Formosa e Figueira da Foz. A ideia por aqui é dialogar com a linha de bar de tapas, com pequenas porções acompanhadas de um bom vinho ou por aquela cerveja gelada. Não à toa, o balcão é concorrido e as mesas altas com baquetas.

Os pratos variam conforme a sazonalidade e a oferta de cada tipo de peixe. No verão, por exemplo, há um temaki de sardinha bem fresquinha. O robalo é outro destaque, que pela mão dos chefs ganha um sabor super defumado. Para acompanhar, risoto de ligueirão.

Sea Me Next Door Rua do Loreto, 59 @seame.nextdoor

Robalo defumado com arroz de ligueirão. Foto: Gisele Rech

Mar, fogo e sabor

O peixe do dia do Lota Sea & Fire . Foto: Gisele Rech

O Lota Sea and Fire, como o próprio nome entrega, promove o diálogo entre produtos do mar e o fogo, ou melhor, a brasa, uma das armas usadas pelo esquadrão do chef Hugo Candeias para entregar seus pratos de peixes e frutos do mar.

O menu é dividido entre preparos crus, como ceviche de lírio (peixe típico dos Açores) e emulsão de soja ou a batata raiz de cana  com caril verde e mexilhões. Na linha feita na brasa, tem raia com mollho de manteiga, garoupa com pil-pil e ovas e, não poderia faltar, o peie do dia: o chef convida o comensal a olhar a vitrine para escolher um peixe fresco (o preço é por quilo) e depois recebê-lo prontinho à mesa.

A decoração do Lota é toda com motivos navy, incluindo os pratos, a maioria com listras azuis, brancas e vermelhas. A casa também tem um balcão na entrada, onde o forte são os coquetéis autorais.

Batata raiz de cana, marisco e caril verde. Foto: Gisele Rech

Lota Sea & Fire Avenida Duque de Ávila, 42B @lota_seaandfire

Do mar à mesa

O chef Manuel Barreto está à frente da cozinha do Guelra. Foto: Gisele Rech

O Guelra, em Belém, com direito a um delicioso terraço - ou esplanada, como dizem os portugueses - tem aquele frescor no ar que vem da brisa marítima. E é essa vibe que o chef Manuel Barreto traz ao seu menu que, é claro, varia conforme as marés e a oferta de peixes do momento, tal como nas marisqueiras mais tradicionais.

Na linha de pratos a partilhar, tem Cavala Alimada (12EUR), com o peixe abundante no litoral português leva coentro e funcho, com picadinho à Algarvia. O choco, um primo da lula que faz muito sucesso deste lado do oceano, é servido em preparo com sua tinta e limão, bem fresquinho (8EUR). Já a Moreia Frita é servida com maionese sriracha (12EUR).

Na linha dos pratos principais, os preparos variam a cada dia, a depender do humor do mar e do trabalho dos pescadores. A recomendação é perguntar ao chef qual o peixe do dia  e se surpreender (os preços podem variar de 17.5EUR a 29EUR.

Guelra Rua de Belém, 35 @guelralisboa

Parte da carta do Guelra é pensada para a partilha, Foto: Gisele Rech

Toque Asiático

À primeira vista, quando se adentra a Soão Taberna Asiática, a impressão é estar em um mercado oriental, onde os peixes e mariscos são alguns dos produtos comercializados, entre muitos temperos

O espaço comandado pelo chef João Duarte tem muito mais depegada oriental do que, necessariamente, pinta de marisqueira. Mas entra na cena pelo frescor dos ingredientes usados pelo chef João Francisco,  que ficam expostos em um aquário na entrada da casa, tal como nas melhores marisqueiras de Lisboa.

Vale uma exploração a mais na carta de saquês da casa, que podem resultar em uma sintonia perfeita com a comida do chef. Fica a dica!

Soão Taberna Asiática Avenida de Roma, 100 @soao.tabernasiatica

Um pouco além

Para fechar a lista,  a gente faz um pequeno desvio a Cascais para visitar o Mare, o restaurante de peixes e mariscos frescos do premiado José Avillez. Em um endereço privilegiado no Guincho, com direito à vista do Atlântico, o chef aposta em uma carta dividida entre preparos crus, na brasa e no tacho - ou, na panela.No caso da corvina, por exemplo, pode ser marinada com cebola roxa (15EUR)  ou braseada em fatias e servida com azeite, cebolinha e limão (31EUR).

Na linha dos crus, também há o clássico tártaro de atum, abundante nos Açores. Na linha dos mariscos, há desde as tradicionais amêijoas a Bulhão Pato às "locais" bruxinhas de Cascais.

No tacho, uma das atrações é o arroz de carabineiros, caranguejo e amêijoas. Aliás, o crustáceo que está em alta na cena gastronômica também pode ser pedido em uma versão na brasa, com molho Maré (33EUR). E, que tal um pouco de tudo? O prato do mar, que serve duas pessoas (110EUR), leva carabineiro, robalo, lulas e amêijoas.

Maré Avenida Nossa Senhora do Cabo, 9.000 - Cascais @mare.joseavillez

Opinião por Gisele Rech

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