Precisamos falar sobre Portugal. Passada a efervescência da premiação do The Best Chef Awards, em Dubai, onde os brasileiros fizeram história, foco as minhas palavras na gastronomia lusa, que teve 13 chefs premiados.
Nos últimos dois anos, tenho tido o privilégio de imergir na cena gastronômica lusa para a além das tasquinhas. E posso garantir: todo o holofote que tem se voltado a Portugal é merecidíssimo. Só para mencionar dois prêmios mais recentes, o país foi eleito o destino gastronômico da Europa de 2024 pelo La Liste e Lisboa a cidade de melhor gastronomia do mundo. Fora o fato de ter recebido, em março, uma edição do Michelin exclusiva do país - antes, Portugal dividia a premiação com Espanha.
O diferencial do The Best Chef Awards é que o prêmio é humanizado, é para as pessoas por trás da comida. E testemunhar a alegria de tantos rostos conhecidos festejando a conquista histórica, fez o coração ficar quentinho. Ainda mais ao ver a linda sintonia entre os chefs "zucas e tugas". É bom demais ver dois países que partilham tanto em comum na gastronomia brilharem juntos.
Tal como o Brasil, com Alex Atala (D.O.M) e Manu Buffara (Manu), Portugal teve dois chefs com três facas, a classificação máxima na nova metodologia de votação do The Best Chef Awards. Puxa a lista o chef José Avillez, à frente do Belcanto (duas estrelas Michelin) e do Grupo Avillez (Cantinho do Avillez, Mare, Bairro do Avillez, Tasca Chic, entre outros).
Aliás, uma curiosidade: Avillez tem uma estrela com a Tasca by José Avillez, em Dubai. No entanto, Esse velho conhecido dos brasileiros, que já foi jurado do Mestre do Sabor, apresentado por Claude Troisgros na Rede Globo, não pode estar na cerimônia por estar envolvido no Prêmio Jovem Talento da Gastronomia da São Pellegrino, em Lisboa.
O outro nome a receber três facas foi Hans Neuner, do Ocean, situado dentro do complexo Vila Vita Park, em Porches, no Algarve. Com mais de dez anos em terras portuguesas, o austríaco acredita que Portugal experimenta, de fato, o seu melhor momento. "É muito especial ver que toda evolução da nossa alta gastronomia está a ser reconhecida. E é só o começo", afirma Hans. Aliás, você sabia que ele fez um menu degustação dedicado ao Brasil no ano passado? Logo conto mais!
No time das duas facas, os veteranos Henrique Sá Pessoa (Alma, Tapisco e Balcão, além de outros no exterior) e Ricardo Costa (The Yeatman e Mira Mira, Porto), puxam nomes da nova e talentosa geração de chefs portugueses, que tem João Oliveira (Vista, Albufeira, Algarve), Pedro Pena Bastos (Cura, Lisboa) e Vasco Coelho dos Santos (Euskaduna, Porto).
referencePara João Oliveira, que entrou na lista dos 100 melhores do The Best Chef Awards no ano passado, em Yucatán, México, ver mais 12 colegas serem homenageados no novo sistema, que vai de uma a três facas, foi mais do que justo. "Começamos com dois, subimos pra quatro no ano passado e agora entrou mais gente, o que significa muito para o desenvolvimento cada vez maior da gastronomia portuguesa. O portuense Vasco Coelho dos Santos endossa as palavras do colega. "É um incentivo a mais para que as pessoas venham provar a nossa gastronomia".
referenceConfira a lista dos melhores chefs portugueses no The Best Chef Awards
Três Facas
José Avillez (Belcanto, Lisboa) Hans Neuner (Ocean, Porches, Algarve)
Duas Facas
Henrique Sá Pessoa (Alma, Lisboa) João Oliveira (Vista, Albufeira, Algarve) Pedro Pena Bastos (Cura, Lisboa) Ricardo Costa (The Yeatman, Porto) Vasco Coelho dos Sangos (Euskaduna, Porto)
Uma faca Carlos Albuquerque Teixeira (Esporão, Reguengos de Monsaraz) Dieter Koshina (Vila Joya, Portimão, Algarve) George McLeod - e Lara Espírito Santo (SEM, Lisboa) Marlene Vieira (Marlene, e Zunzum) Rui Paula (Casa de Chá da Boa Nova Vitor Matos (Antiqvum, Porto, e 2 Monkeys, Lisboa)