Os sabores do mundo

Opinião|The Best Chef Awards com direito a muito axé


Brasil tem seis chefs entre os 100 melhores do mundo do The Best Chef Awards 2023. A dupla Lisiane Arouca e Fabrício Lemos são as novidades, na 74ª colocação.

Por Gisele Rech

Mérida, México - A lista dos 100 melhores chefs do mundo, do The Best Chef Awards foi divulgada nesta segunda-feira (20), em Mérida, Yucatán, no México e nossa Viagem Gastronômica, do Paladar, acompanhou todos os detalhes da premiação e do intenso programa que tomou conta da capital do Yucatán, um paraíso gastronômico de raízes maias e influências espanholas.

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Pelo terceiro ano consecutivo, deu Dabiz Muñoz, o espanhol à frente do DiverXo, do StreeXo e do GoXO. Aliás, os chefs da Espanha abocanharam 20% dos prêmios, mas, o Brasil chamou atenção pela presença da dupla Fabrício Lemos e Lisiane Arouca, do Origem, de Salvador.

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Eles se juntaram aos quatro brasileiros que ficaram entre os 100 no ano passado - e se mantiveram na lista, a saber: Helena Rizzo, Alberto Landgraf, Manu Buffara e Alex Atala. À exceção do veterano, todos subiram no ranking, destaque para a curitibana Manu, que salto de 48º para 19º e foi um dos destaques na programação de oradores da sétima edição do The Best Chef Awards.

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Confesso que, apesar de viver em Portugal já há algum tempo, ainda me emociono muito quando os brasileiros são anunciados neste tipo de premiação. E, não apenas a turma do Brasil: incluo na lista a América Latina e as mulheres, que cada vez ganham mais protagonismo: a eslovena Ana Ros foi eleita a terceira melhor chef do mundo e desnudou a verdade. "Para se destacar, vivemos um dilema em relação ao cuidados com os filhos e a necessidade da dedicação máxima à cozinha", disparou.

Mas, voltemos à dupla baiana, que apareceu entre os 100 novos candidatos e já entrou em 74º na lista. Vale lembrar que, dias atrás, o Origem apareceu na posição 76 de outro ranking, o Latin America The 50 Best Restaurants, que divulgou a lista parcial com os restaurantes latino-americanos entre os números 51 e 100.

Tão logo postei o resultado nos Stories, direto do auditório, os dois confessaram. "Estamos emocionados demais, ainda sem acreditar", garantiram, com a mais sincera modéstia.

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Momento do anúncio da dupla Fabrício Lemos e Lisiana Arouca entre os 100 melhores chefs do mundo. Foto: Gisele Rech

Cá entre nós, entendo um pouco a surpresa. À exceção de Manu Buffara, que mantém o seu Manu em Curitiba, no Paraná, o centro das atenções gastronômicas no Brasil recai sobre São Paulo e Rio que, dentre tantas questões, são os dois únicos estados a receber avaliadores do aclamado guia Michelin.

Por isso, ver dois chefs nordestinos figurarem entre os 100 melhores do mundo, jogou minha imparcialidade jornalística para o alto por alguns segundos e me fez vibrar, de modo totalmente solitário, no auditório lotado, tipo mãe de miss. Ficou claro que, grosso modo, a comida do Origem, que fica em Salvador, ainda precisa ser explorada pelos gringos.

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Por sorte, lá nos idos de 2021, quando a pandemia arrefeceu, tive a oportunidade de prova a comida dos chefs, que fazem um lindo trabalho com o movimento Slow Food e produtores baianos empenhados na preservação dos biomas da região (Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica, além das regiões costeiras).

Caruru: crispy de quiabo, pipoca, camarão, banana da terra, gema e feijão preto. Foto: Reprodução/Instagram

Infelizmente, no dia em que tinha disponibilidade, eles não estavam por lá. Compensamos com entrevista remota, que desvelou todo o apreço da dupla com os mínimos detalhes para transformar os ingredientes simples, como licuri, um tipo de castanha da caatinga baiana, ou a farinha de copioba.

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"Damos atenção a todos os biomas, mas, em especial, à caatinga, que costuma ser um bioma muito sofrido, tomado por temporadas de seca, mas que tem tesouros como a carne de bode, o licuri e o umbu (fruta típica)".

Com as matérias-primas que são um tesouro ainda pouco conhecido, Fabrício, formado pela Le Corden Bleu, e Lisiane, mesclam técnicas tradicionais - ou, nem tanto - para dar protagonismo aos ingredientes baianos que, ao que parece,  estão realmente ganhando o mundo.

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Parabéns a Bahia, ao nordeste e a diversidade da gastronomia brasileira. Aliás, o deslocamento do The Best Chef Awards para o México na sua sétima edição, foi emblemático por vários motivos. Mas, o que considero especial é poder explorar novos ingredientes, novas culturas e trazer novos ares à cena gastronômica.

Que venha o próximo! Certamente, estaremos com a Viagem Gastronômica do Paladar por lá, para acompanhar, cada vez mais, o processo de democratização de sabores e culturas no ranking dos melhores chefs do mundo.

E, em alguns dias, tem o Latin America The 50 Best Restaurants. Trago notícias!

Confira a lista dos 100 melhores do The Best Chef Awards

1 Dabiz Muñoz (Espanha)

2 Albert Adrià (Espanha)

3 Ana Ro (Eslovênia)

4 René Redzepi (Dinamarca)

5 Andoni Luis Aduriz (Espanha)

6 Rasmus Munk (Dinamarca)

7 Mateu Casañas, Oriol Castro & Eduard Xatruch - (Espanha)

8 Joan Roca (Espanha)

9 Junghyun Park (Coréia)

10 Rodolfo Guzmán (Chile)

11 Massimo Bottura (Itália)

12 Eric Vildgaard (Dinamarca)

13 Ángel León (Espanha)

14 Mitsuharu Tsumura (Peru)

15 Virgilio Martínez (Peru)

16 Danny Yip (China)

17 Alex Atala (DOM, Brasil)

18 Grant Achatz (EEUU)

19 Manu Buffara (Brasil)

20 Javier & Sergio Torres (Hermanos Torres, Espanha)

21 Anne-Sophie Pic (França)

22 Riccardo Camanini (Itália)

23 Jorge Vallejo (Quintonyl, México)

24 Yoshihiro Narisawa (Japão)

25 Daniel Calvert (Reino Unido)

26 Eneko Atxa (Espanha)

27 Himanshu Saini (Índia)

28 Enrico Crippa (Itália)

29 Natsuko Shoji (Japão)

30 Quique Dacosta (Denia, España)

31 Mauro Colagreco (Argentina)

32 Josh Niland (Australia)

33 José Avillez (Belcanto e Encanto, Portugal)

34 Álvaro Clavijo (Colômbia)

35 Vicky Cheng (China)

36 Andreas Caminada (Suíça)

37 Dominique Crenn (Francia)

38 Santiago Lastra (México)

39 Grégoire Berger (França)

40 Alberto Landgraf (Oteque, Brasil)

41 Björn Frantzén (Suécia)

42 Diego Guerrero (Espanha)

43 Rasmus Kofoed (Dinamarca)

44 Vaughan Mabee (Nueva Zelândia)

45 Leonor "Leo" Espinosa (Colômbia)

46 Agustin Balbi (Argentina)

47 Alain Passard (França)

48 Paolo Casagrande (Espanha)

49 Heston Blumenthal (Reino Unido)

50 Jonnie Boer (Países Baixos)

51 Bittor Arguinzoniz (Espanha)

52 Niko Romito (Itália)

53 Vicky Lau (China)

54 Christian Bau (Alemanha)

55 César Ramirez (Estados Unidos)

56 Yannick Alléno (França)

57 Julien Royer (Singapura)

58 Mauro Uliassi (Itália)

59 Karime López e Takahiko Kondo (México)

60 Paco Roncero (Espanha)

61 Dave Pynt (Austrália)

62 Clare Smyth (Reino Unido)

63 Tala Bashmi (Bahrein)

64 Bruno Verjus (França)

65 Pía Salazar e Alejandro Chamorro (Equador)

66 Gaggan Anand (Índia)

67 Daniel Humm (Suíça)

68 Tristin Farmer (Reino Unido)

69 Hiroyasu Kawate (Japão)

70 Francisco Ruano (México)

71 Hans Nuener (Ocean, Portugal)

72 Guillaume Galliot (França)

73 Peter Gilmore (Austrália)

74 Lisiane Arouca e Fabrício Lemos (Origem, Brasil)

75 Jaime Rodríguez Camacho (Colômbia)

76 Debora Fadul (Guatemala)

77 Pía León (Kjolle, Peru)

78 Corey Lee (Estados Unidos)

79 Marco Müller (Alemanha)

80 Mingoo Kang (Coréia do Sul)

81 Jason Liu (China)

82 Paco Morales (Espanha)

83 Joris Bijdendijk (Países Baixos)

84 Floriano Pellegrino (Itália)

85 Besele Moses Moloi (África do Sul)

86 Chudaree "Tam" Debhakam (Tailândia)

87 Amaury Bouhours (França)

88 Maksut Akar (Turquia)

89 Gonzalo Aramburu (Argentina)

90 Antonia Klugmann (Itália)

91 Fina Puigdevall & Martina Puigvert (Espanha)

92 Clemens Rambichler (Alemanha)

93 Szilárd Tóth (Hungrria)

94 Helena Rizzo (Brasil)

95 Pichaya "Pam" Utharntharm (Tailândia)

96 Kanji Kobayashi (Japão)

97 Supaksorn "Ice" Jongsiri (Tailândia)

98 Atsushi Tanaka (Japão)

99 Matteo Baronetto (Itália)

100 João Oliveira (Portugal)

Mérida, México - A lista dos 100 melhores chefs do mundo, do The Best Chef Awards foi divulgada nesta segunda-feira (20), em Mérida, Yucatán, no México e nossa Viagem Gastronômica, do Paladar, acompanhou todos os detalhes da premiação e do intenso programa que tomou conta da capital do Yucatán, um paraíso gastronômico de raízes maias e influências espanholas.

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Pelo terceiro ano consecutivo, deu Dabiz Muñoz, o espanhol à frente do DiverXo, do StreeXo e do GoXO. Aliás, os chefs da Espanha abocanharam 20% dos prêmios, mas, o Brasil chamou atenção pela presença da dupla Fabrício Lemos e Lisiane Arouca, do Origem, de Salvador.

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Eles se juntaram aos quatro brasileiros que ficaram entre os 100 no ano passado - e se mantiveram na lista, a saber: Helena Rizzo, Alberto Landgraf, Manu Buffara e Alex Atala. À exceção do veterano, todos subiram no ranking, destaque para a curitibana Manu, que salto de 48º para 19º e foi um dos destaques na programação de oradores da sétima edição do The Best Chef Awards.

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Confesso que, apesar de viver em Portugal já há algum tempo, ainda me emociono muito quando os brasileiros são anunciados neste tipo de premiação. E, não apenas a turma do Brasil: incluo na lista a América Latina e as mulheres, que cada vez ganham mais protagonismo: a eslovena Ana Ros foi eleita a terceira melhor chef do mundo e desnudou a verdade. "Para se destacar, vivemos um dilema em relação ao cuidados com os filhos e a necessidade da dedicação máxima à cozinha", disparou.

Mas, voltemos à dupla baiana, que apareceu entre os 100 novos candidatos e já entrou em 74º na lista. Vale lembrar que, dias atrás, o Origem apareceu na posição 76 de outro ranking, o Latin America The 50 Best Restaurants, que divulgou a lista parcial com os restaurantes latino-americanos entre os números 51 e 100.

Tão logo postei o resultado nos Stories, direto do auditório, os dois confessaram. "Estamos emocionados demais, ainda sem acreditar", garantiram, com a mais sincera modéstia.

Momento do anúncio da dupla Fabrício Lemos e Lisiana Arouca entre os 100 melhores chefs do mundo. Foto: Gisele Rech

Cá entre nós, entendo um pouco a surpresa. À exceção de Manu Buffara, que mantém o seu Manu em Curitiba, no Paraná, o centro das atenções gastronômicas no Brasil recai sobre São Paulo e Rio que, dentre tantas questões, são os dois únicos estados a receber avaliadores do aclamado guia Michelin.

Por isso, ver dois chefs nordestinos figurarem entre os 100 melhores do mundo, jogou minha imparcialidade jornalística para o alto por alguns segundos e me fez vibrar, de modo totalmente solitário, no auditório lotado, tipo mãe de miss. Ficou claro que, grosso modo, a comida do Origem, que fica em Salvador, ainda precisa ser explorada pelos gringos.

Por sorte, lá nos idos de 2021, quando a pandemia arrefeceu, tive a oportunidade de prova a comida dos chefs, que fazem um lindo trabalho com o movimento Slow Food e produtores baianos empenhados na preservação dos biomas da região (Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica, além das regiões costeiras).

Caruru: crispy de quiabo, pipoca, camarão, banana da terra, gema e feijão preto. Foto: Reprodução/Instagram

Infelizmente, no dia em que tinha disponibilidade, eles não estavam por lá. Compensamos com entrevista remota, que desvelou todo o apreço da dupla com os mínimos detalhes para transformar os ingredientes simples, como licuri, um tipo de castanha da caatinga baiana, ou a farinha de copioba.

"Damos atenção a todos os biomas, mas, em especial, à caatinga, que costuma ser um bioma muito sofrido, tomado por temporadas de seca, mas que tem tesouros como a carne de bode, o licuri e o umbu (fruta típica)".

Com as matérias-primas que são um tesouro ainda pouco conhecido, Fabrício, formado pela Le Corden Bleu, e Lisiane, mesclam técnicas tradicionais - ou, nem tanto - para dar protagonismo aos ingredientes baianos que, ao que parece,  estão realmente ganhando o mundo.

Parabéns a Bahia, ao nordeste e a diversidade da gastronomia brasileira. Aliás, o deslocamento do The Best Chef Awards para o México na sua sétima edição, foi emblemático por vários motivos. Mas, o que considero especial é poder explorar novos ingredientes, novas culturas e trazer novos ares à cena gastronômica.

Que venha o próximo! Certamente, estaremos com a Viagem Gastronômica do Paladar por lá, para acompanhar, cada vez mais, o processo de democratização de sabores e culturas no ranking dos melhores chefs do mundo.

E, em alguns dias, tem o Latin America The 50 Best Restaurants. Trago notícias!

Confira a lista dos 100 melhores do The Best Chef Awards

1 Dabiz Muñoz (Espanha)

2 Albert Adrià (Espanha)

3 Ana Ro (Eslovênia)

4 René Redzepi (Dinamarca)

5 Andoni Luis Aduriz (Espanha)

6 Rasmus Munk (Dinamarca)

7 Mateu Casañas, Oriol Castro & Eduard Xatruch - (Espanha)

8 Joan Roca (Espanha)

9 Junghyun Park (Coréia)

10 Rodolfo Guzmán (Chile)

11 Massimo Bottura (Itália)

12 Eric Vildgaard (Dinamarca)

13 Ángel León (Espanha)

14 Mitsuharu Tsumura (Peru)

15 Virgilio Martínez (Peru)

16 Danny Yip (China)

17 Alex Atala (DOM, Brasil)

18 Grant Achatz (EEUU)

19 Manu Buffara (Brasil)

20 Javier & Sergio Torres (Hermanos Torres, Espanha)

21 Anne-Sophie Pic (França)

22 Riccardo Camanini (Itália)

23 Jorge Vallejo (Quintonyl, México)

24 Yoshihiro Narisawa (Japão)

25 Daniel Calvert (Reino Unido)

26 Eneko Atxa (Espanha)

27 Himanshu Saini (Índia)

28 Enrico Crippa (Itália)

29 Natsuko Shoji (Japão)

30 Quique Dacosta (Denia, España)

31 Mauro Colagreco (Argentina)

32 Josh Niland (Australia)

33 José Avillez (Belcanto e Encanto, Portugal)

34 Álvaro Clavijo (Colômbia)

35 Vicky Cheng (China)

36 Andreas Caminada (Suíça)

37 Dominique Crenn (Francia)

38 Santiago Lastra (México)

39 Grégoire Berger (França)

40 Alberto Landgraf (Oteque, Brasil)

41 Björn Frantzén (Suécia)

42 Diego Guerrero (Espanha)

43 Rasmus Kofoed (Dinamarca)

44 Vaughan Mabee (Nueva Zelândia)

45 Leonor "Leo" Espinosa (Colômbia)

46 Agustin Balbi (Argentina)

47 Alain Passard (França)

48 Paolo Casagrande (Espanha)

49 Heston Blumenthal (Reino Unido)

50 Jonnie Boer (Países Baixos)

51 Bittor Arguinzoniz (Espanha)

52 Niko Romito (Itália)

53 Vicky Lau (China)

54 Christian Bau (Alemanha)

55 César Ramirez (Estados Unidos)

56 Yannick Alléno (França)

57 Julien Royer (Singapura)

58 Mauro Uliassi (Itália)

59 Karime López e Takahiko Kondo (México)

60 Paco Roncero (Espanha)

61 Dave Pynt (Austrália)

62 Clare Smyth (Reino Unido)

63 Tala Bashmi (Bahrein)

64 Bruno Verjus (França)

65 Pía Salazar e Alejandro Chamorro (Equador)

66 Gaggan Anand (Índia)

67 Daniel Humm (Suíça)

68 Tristin Farmer (Reino Unido)

69 Hiroyasu Kawate (Japão)

70 Francisco Ruano (México)

71 Hans Nuener (Ocean, Portugal)

72 Guillaume Galliot (França)

73 Peter Gilmore (Austrália)

74 Lisiane Arouca e Fabrício Lemos (Origem, Brasil)

75 Jaime Rodríguez Camacho (Colômbia)

76 Debora Fadul (Guatemala)

77 Pía León (Kjolle, Peru)

78 Corey Lee (Estados Unidos)

79 Marco Müller (Alemanha)

80 Mingoo Kang (Coréia do Sul)

81 Jason Liu (China)

82 Paco Morales (Espanha)

83 Joris Bijdendijk (Países Baixos)

84 Floriano Pellegrino (Itália)

85 Besele Moses Moloi (África do Sul)

86 Chudaree "Tam" Debhakam (Tailândia)

87 Amaury Bouhours (França)

88 Maksut Akar (Turquia)

89 Gonzalo Aramburu (Argentina)

90 Antonia Klugmann (Itália)

91 Fina Puigdevall & Martina Puigvert (Espanha)

92 Clemens Rambichler (Alemanha)

93 Szilárd Tóth (Hungrria)

94 Helena Rizzo (Brasil)

95 Pichaya "Pam" Utharntharm (Tailândia)

96 Kanji Kobayashi (Japão)

97 Supaksorn "Ice" Jongsiri (Tailândia)

98 Atsushi Tanaka (Japão)

99 Matteo Baronetto (Itália)

100 João Oliveira (Portugal)

Mérida, México - A lista dos 100 melhores chefs do mundo, do The Best Chef Awards foi divulgada nesta segunda-feira (20), em Mérida, Yucatán, no México e nossa Viagem Gastronômica, do Paladar, acompanhou todos os detalhes da premiação e do intenso programa que tomou conta da capital do Yucatán, um paraíso gastronômico de raízes maias e influências espanholas.

reference

Pelo terceiro ano consecutivo, deu Dabiz Muñoz, o espanhol à frente do DiverXo, do StreeXo e do GoXO. Aliás, os chefs da Espanha abocanharam 20% dos prêmios, mas, o Brasil chamou atenção pela presença da dupla Fabrício Lemos e Lisiane Arouca, do Origem, de Salvador.

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Eles se juntaram aos quatro brasileiros que ficaram entre os 100 no ano passado - e se mantiveram na lista, a saber: Helena Rizzo, Alberto Landgraf, Manu Buffara e Alex Atala. À exceção do veterano, todos subiram no ranking, destaque para a curitibana Manu, que salto de 48º para 19º e foi um dos destaques na programação de oradores da sétima edição do The Best Chef Awards.

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Confesso que, apesar de viver em Portugal já há algum tempo, ainda me emociono muito quando os brasileiros são anunciados neste tipo de premiação. E, não apenas a turma do Brasil: incluo na lista a América Latina e as mulheres, que cada vez ganham mais protagonismo: a eslovena Ana Ros foi eleita a terceira melhor chef do mundo e desnudou a verdade. "Para se destacar, vivemos um dilema em relação ao cuidados com os filhos e a necessidade da dedicação máxima à cozinha", disparou.

Mas, voltemos à dupla baiana, que apareceu entre os 100 novos candidatos e já entrou em 74º na lista. Vale lembrar que, dias atrás, o Origem apareceu na posição 76 de outro ranking, o Latin America The 50 Best Restaurants, que divulgou a lista parcial com os restaurantes latino-americanos entre os números 51 e 100.

Tão logo postei o resultado nos Stories, direto do auditório, os dois confessaram. "Estamos emocionados demais, ainda sem acreditar", garantiram, com a mais sincera modéstia.

Momento do anúncio da dupla Fabrício Lemos e Lisiana Arouca entre os 100 melhores chefs do mundo. Foto: Gisele Rech

Cá entre nós, entendo um pouco a surpresa. À exceção de Manu Buffara, que mantém o seu Manu em Curitiba, no Paraná, o centro das atenções gastronômicas no Brasil recai sobre São Paulo e Rio que, dentre tantas questões, são os dois únicos estados a receber avaliadores do aclamado guia Michelin.

Por isso, ver dois chefs nordestinos figurarem entre os 100 melhores do mundo, jogou minha imparcialidade jornalística para o alto por alguns segundos e me fez vibrar, de modo totalmente solitário, no auditório lotado, tipo mãe de miss. Ficou claro que, grosso modo, a comida do Origem, que fica em Salvador, ainda precisa ser explorada pelos gringos.

Por sorte, lá nos idos de 2021, quando a pandemia arrefeceu, tive a oportunidade de prova a comida dos chefs, que fazem um lindo trabalho com o movimento Slow Food e produtores baianos empenhados na preservação dos biomas da região (Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica, além das regiões costeiras).

Caruru: crispy de quiabo, pipoca, camarão, banana da terra, gema e feijão preto. Foto: Reprodução/Instagram

Infelizmente, no dia em que tinha disponibilidade, eles não estavam por lá. Compensamos com entrevista remota, que desvelou todo o apreço da dupla com os mínimos detalhes para transformar os ingredientes simples, como licuri, um tipo de castanha da caatinga baiana, ou a farinha de copioba.

"Damos atenção a todos os biomas, mas, em especial, à caatinga, que costuma ser um bioma muito sofrido, tomado por temporadas de seca, mas que tem tesouros como a carne de bode, o licuri e o umbu (fruta típica)".

Com as matérias-primas que são um tesouro ainda pouco conhecido, Fabrício, formado pela Le Corden Bleu, e Lisiane, mesclam técnicas tradicionais - ou, nem tanto - para dar protagonismo aos ingredientes baianos que, ao que parece,  estão realmente ganhando o mundo.

Parabéns a Bahia, ao nordeste e a diversidade da gastronomia brasileira. Aliás, o deslocamento do The Best Chef Awards para o México na sua sétima edição, foi emblemático por vários motivos. Mas, o que considero especial é poder explorar novos ingredientes, novas culturas e trazer novos ares à cena gastronômica.

Que venha o próximo! Certamente, estaremos com a Viagem Gastronômica do Paladar por lá, para acompanhar, cada vez mais, o processo de democratização de sabores e culturas no ranking dos melhores chefs do mundo.

E, em alguns dias, tem o Latin America The 50 Best Restaurants. Trago notícias!

Confira a lista dos 100 melhores do The Best Chef Awards

1 Dabiz Muñoz (Espanha)

2 Albert Adrià (Espanha)

3 Ana Ro (Eslovênia)

4 René Redzepi (Dinamarca)

5 Andoni Luis Aduriz (Espanha)

6 Rasmus Munk (Dinamarca)

7 Mateu Casañas, Oriol Castro & Eduard Xatruch - (Espanha)

8 Joan Roca (Espanha)

9 Junghyun Park (Coréia)

10 Rodolfo Guzmán (Chile)

11 Massimo Bottura (Itália)

12 Eric Vildgaard (Dinamarca)

13 Ángel León (Espanha)

14 Mitsuharu Tsumura (Peru)

15 Virgilio Martínez (Peru)

16 Danny Yip (China)

17 Alex Atala (DOM, Brasil)

18 Grant Achatz (EEUU)

19 Manu Buffara (Brasil)

20 Javier & Sergio Torres (Hermanos Torres, Espanha)

21 Anne-Sophie Pic (França)

22 Riccardo Camanini (Itália)

23 Jorge Vallejo (Quintonyl, México)

24 Yoshihiro Narisawa (Japão)

25 Daniel Calvert (Reino Unido)

26 Eneko Atxa (Espanha)

27 Himanshu Saini (Índia)

28 Enrico Crippa (Itália)

29 Natsuko Shoji (Japão)

30 Quique Dacosta (Denia, España)

31 Mauro Colagreco (Argentina)

32 Josh Niland (Australia)

33 José Avillez (Belcanto e Encanto, Portugal)

34 Álvaro Clavijo (Colômbia)

35 Vicky Cheng (China)

36 Andreas Caminada (Suíça)

37 Dominique Crenn (Francia)

38 Santiago Lastra (México)

39 Grégoire Berger (França)

40 Alberto Landgraf (Oteque, Brasil)

41 Björn Frantzén (Suécia)

42 Diego Guerrero (Espanha)

43 Rasmus Kofoed (Dinamarca)

44 Vaughan Mabee (Nueva Zelândia)

45 Leonor "Leo" Espinosa (Colômbia)

46 Agustin Balbi (Argentina)

47 Alain Passard (França)

48 Paolo Casagrande (Espanha)

49 Heston Blumenthal (Reino Unido)

50 Jonnie Boer (Países Baixos)

51 Bittor Arguinzoniz (Espanha)

52 Niko Romito (Itália)

53 Vicky Lau (China)

54 Christian Bau (Alemanha)

55 César Ramirez (Estados Unidos)

56 Yannick Alléno (França)

57 Julien Royer (Singapura)

58 Mauro Uliassi (Itália)

59 Karime López e Takahiko Kondo (México)

60 Paco Roncero (Espanha)

61 Dave Pynt (Austrália)

62 Clare Smyth (Reino Unido)

63 Tala Bashmi (Bahrein)

64 Bruno Verjus (França)

65 Pía Salazar e Alejandro Chamorro (Equador)

66 Gaggan Anand (Índia)

67 Daniel Humm (Suíça)

68 Tristin Farmer (Reino Unido)

69 Hiroyasu Kawate (Japão)

70 Francisco Ruano (México)

71 Hans Nuener (Ocean, Portugal)

72 Guillaume Galliot (França)

73 Peter Gilmore (Austrália)

74 Lisiane Arouca e Fabrício Lemos (Origem, Brasil)

75 Jaime Rodríguez Camacho (Colômbia)

76 Debora Fadul (Guatemala)

77 Pía León (Kjolle, Peru)

78 Corey Lee (Estados Unidos)

79 Marco Müller (Alemanha)

80 Mingoo Kang (Coréia do Sul)

81 Jason Liu (China)

82 Paco Morales (Espanha)

83 Joris Bijdendijk (Países Baixos)

84 Floriano Pellegrino (Itália)

85 Besele Moses Moloi (África do Sul)

86 Chudaree "Tam" Debhakam (Tailândia)

87 Amaury Bouhours (França)

88 Maksut Akar (Turquia)

89 Gonzalo Aramburu (Argentina)

90 Antonia Klugmann (Itália)

91 Fina Puigdevall & Martina Puigvert (Espanha)

92 Clemens Rambichler (Alemanha)

93 Szilárd Tóth (Hungrria)

94 Helena Rizzo (Brasil)

95 Pichaya "Pam" Utharntharm (Tailândia)

96 Kanji Kobayashi (Japão)

97 Supaksorn "Ice" Jongsiri (Tailândia)

98 Atsushi Tanaka (Japão)

99 Matteo Baronetto (Itália)

100 João Oliveira (Portugal)

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