Dia do Empreendedor: Veja os 10 erros mais comuns de quem tem um pequeno negócio


Falta de planejamento e ser muito otimista estão entre os principais equívocos nos negócios, segundo especialistas de Sebrae-SP, Contabilizei e 300 Consultoria

Por Felipe Siqueira

Na esteira do Dia do Empreendedor, comemorado no sábado, 5, o Estadão ouviu especialistas de Sebrae-SP, Contabilizei e 300 Consultoria para entender quais são os 10 erros mais comuns na hora de se empreender no Brasil.

A data para comemoração foi selecionada por conta da lei de número 9.841, de 5 de outubro de 1999, que é considerada o pontapé para o chamado estatuto da micro e pequena empresa. Já houve mais atualizações por meio de leis complementares, como as de números 123, de 2006, e 127, de 2007, mas a data comemorativa se mantém para o dia 5 de outubro.

Todos os consultados pela reportagem disseram que um dos principais erros - senão o principal - é a falta de planejamento. E aqui se engloba tudo: desde planejamento financeiro, para entender o que vai precisar investir e quais serão os principais custos da operação, até qual vai ser a quantia necessária para capital de giro, por exemplo.

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Falta de planejamento é um dos principais erros de quem tem um pequeno negócio.  Foto: Khaligo - stock.adobe.com

“Se tem R$ 100 mil, não vai investir tudo. No primeiro mês, dificilmente vai ter vendas para cobrir custos. Tem o tempo de maturação até atingir o ponto de equilíbrio. E isso inclui tudo: aluguel, pró-labore, funcionários etc.”, explica a consultora de negócios do Sebrae-SP Leidiane Lima.

Além disso, questões ligadas a perfis e comportamento também são muito presentes na hora de se considerar o que não se deve fazer ao tocar empreendimentos - sejam próprios, do zero, ou franquias de marcas mais estabelecidas.

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“Se alguém for se basear apenas na razão, sem nenhuma emoção, não entra para o empreendedorismo. Porque os riscos sempre vão existir. Em contrapartida, não se deve tomar decisões utilizando-se apenas a emoção, porque isso vai levar a caminhos não muito eficientes. Tem que saber dosar”, afirma o vice-presidente de consultoria da 300 Ecossistema de Alto Impacto, Lucien Newton.

Outro destaque é a formalização na hora de se empreender, na opinião do vice-presidente executivo de operações da Contabilizei, Guilherme Soares.

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Há custos para isso, mas são mais baixos do que já foram um dia, especialmente na abertura de um CNPJ, e são consideravelmente baratos quando colocados em perspectiva, ainda mais quando se olha para os benefícios que a formalização traz.

“Pode começar como MEI, por exemplo, que é mais barato, e depois ir para a categoria do Simples Nacional. E vai aumentando o regime tributário a partir do faturamento. Não vale começar informal.”

Veja a seguir os equívocos que mais comumente aparecem na hora do empreendedorismo - especialmente, para quem está no início da trajetória.

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  1. Não planejar. É obrigatório fazer estudos de mercado, entender quem são os potenciais clientes, os potenciais concorrentes e saber o que pode ser feito de diferente. Ter noção de escolha de ponto, territórios disponíveis, entre outras coisas. Além, claro, de olhar para a própria estrutura do negócio, para saber o quanto de investimento precisará para diferentes setores. E fazer um plano de negócios.
  2. Não estudar gestão. Newton, da 300 Consultoria, diz que um empreendedor precisa ter noções, mesmo que básicas, sobre gestão. Portanto, saber de fluxo de caixa, por exemplo. Entender de quanto precisará ter de capital de giro para manter o empreendimento funcionando.
  3. Misturar PF com PJ. É muito comum que empreendedores de primeira viagem misturem as contas de pessoas físicas com as de pessoas jurídicas. Ou seja, utilizar dinheiro da empresa para pagar gastos pessoais. Isso tende a esvaziar o caixa da empresa e, consequentemente, fazer com que a saúde financeira não seja muito boa. Portanto, é preciso ter clareza nesta diferenciação.
  4. Ser muito otimista. É óbvio que é importante o empreendedor acreditar nas próprias ideias e nos próprios negócios - sejam eles franquias ou não. Porém, o famoso “pé no chão” também é essencial nesses momentos. Projetar faturamentos mais altos inicialmente e custos mais baixos no começo da operação pode fazer com que o negócio quebre bem antes do ponto de equilíbrio. Ou seja, ser mais conservador nas projeções pode ajudar o empreendedor a ter uma vida mais longa no mercado.
  5. Agir somente na emoção. É preciso saber dosar a relação emoção x razão. Alguém pautado somente na razão dificilmente vai entrar para o universo do empreendedorismo. Porque sempre existirá chances para falhas e erros. Porém, olhar tudo apenas com o caleidoscópio da emoção também não é a solução.
  6. Não divulgar. “Não é só abrir as portas e achar que todo mundo vai chegar para comprar alguma coisa”, diz Lima, do Sebrae-SP. O empreendedor precisa mostrar que existe e para quem aquele empreendimento se destina. Se as pessoas não conhecem, como vão chegar à marca? E essa divulgação provavelmente terá custo - que deverá ser considerado.
  7. Não falar com outros empreendedores. Alguém já fez algo muito parecido antes - muito provavelmente. E já cometeu erros que, ao tomar conhecimento, o empreendedor pode se blindar. As trajetórias, por mais únicas que sejam, têm pontos em comum - e dores semelhantes, inclusive. Portanto, é essencial conversar com quem já passa ou passou por essa situação em setores coligados. “Muitos podem dar dicas até mesmo de fornecedores”, completa Soares, da Contabilizei.
  8. Não se formalizar. Hoje em dia já é muito mais barato abrir e manter um CNPJ. “O trade off de não começar da maneira correta não faz sentido”, ressalta Soares. E o caminho pode ser feito aos poucos, iniciando como MEI, em que o custo é inferior a R$ 100 por mês e que já garante contribuição ao INSS e benefícios até mesmo de afastamento e licença-maternidade. Depois, é possível alterar os regimes tributários, a partir do faturamento.
  9. Não entender onde está entrando. O mundo do empreendedorismo vai demandar alguns comportamentos específicos do empreendedor, como organização, resiliência e ter a mente aberta para aprender com os erros. Afinal, em todos os setores os altos e baixos vão aparecer, e é preciso estar pront. Investir em um portfólio mais diverso no início pode ajudar a entender o que dá mais resultado.
  10. Não ter um diferencial ou proposta de valor. Isso não vai necessariamente quebrar um negócio, mas atrapalha muito o desempenho. A competição vai ficar mais difícil no mercado, até porque o potencial cliente já deve estar sendo atendido por outro negócio de alguma forma. Não pensar nisso pode fazer com que demore mais para atingir o resultado esperado.

Na esteira do Dia do Empreendedor, comemorado no sábado, 5, o Estadão ouviu especialistas de Sebrae-SP, Contabilizei e 300 Consultoria para entender quais são os 10 erros mais comuns na hora de se empreender no Brasil.

A data para comemoração foi selecionada por conta da lei de número 9.841, de 5 de outubro de 1999, que é considerada o pontapé para o chamado estatuto da micro e pequena empresa. Já houve mais atualizações por meio de leis complementares, como as de números 123, de 2006, e 127, de 2007, mas a data comemorativa se mantém para o dia 5 de outubro.

Todos os consultados pela reportagem disseram que um dos principais erros - senão o principal - é a falta de planejamento. E aqui se engloba tudo: desde planejamento financeiro, para entender o que vai precisar investir e quais serão os principais custos da operação, até qual vai ser a quantia necessária para capital de giro, por exemplo.

Falta de planejamento é um dos principais erros de quem tem um pequeno negócio.  Foto: Khaligo - stock.adobe.com

“Se tem R$ 100 mil, não vai investir tudo. No primeiro mês, dificilmente vai ter vendas para cobrir custos. Tem o tempo de maturação até atingir o ponto de equilíbrio. E isso inclui tudo: aluguel, pró-labore, funcionários etc.”, explica a consultora de negócios do Sebrae-SP Leidiane Lima.

Além disso, questões ligadas a perfis e comportamento também são muito presentes na hora de se considerar o que não se deve fazer ao tocar empreendimentos - sejam próprios, do zero, ou franquias de marcas mais estabelecidas.

“Se alguém for se basear apenas na razão, sem nenhuma emoção, não entra para o empreendedorismo. Porque os riscos sempre vão existir. Em contrapartida, não se deve tomar decisões utilizando-se apenas a emoção, porque isso vai levar a caminhos não muito eficientes. Tem que saber dosar”, afirma o vice-presidente de consultoria da 300 Ecossistema de Alto Impacto, Lucien Newton.

Outro destaque é a formalização na hora de se empreender, na opinião do vice-presidente executivo de operações da Contabilizei, Guilherme Soares.

Há custos para isso, mas são mais baixos do que já foram um dia, especialmente na abertura de um CNPJ, e são consideravelmente baratos quando colocados em perspectiva, ainda mais quando se olha para os benefícios que a formalização traz.

“Pode começar como MEI, por exemplo, que é mais barato, e depois ir para a categoria do Simples Nacional. E vai aumentando o regime tributário a partir do faturamento. Não vale começar informal.”

Veja a seguir os equívocos que mais comumente aparecem na hora do empreendedorismo - especialmente, para quem está no início da trajetória.

  1. Não planejar. É obrigatório fazer estudos de mercado, entender quem são os potenciais clientes, os potenciais concorrentes e saber o que pode ser feito de diferente. Ter noção de escolha de ponto, territórios disponíveis, entre outras coisas. Além, claro, de olhar para a própria estrutura do negócio, para saber o quanto de investimento precisará para diferentes setores. E fazer um plano de negócios.
  2. Não estudar gestão. Newton, da 300 Consultoria, diz que um empreendedor precisa ter noções, mesmo que básicas, sobre gestão. Portanto, saber de fluxo de caixa, por exemplo. Entender de quanto precisará ter de capital de giro para manter o empreendimento funcionando.
  3. Misturar PF com PJ. É muito comum que empreendedores de primeira viagem misturem as contas de pessoas físicas com as de pessoas jurídicas. Ou seja, utilizar dinheiro da empresa para pagar gastos pessoais. Isso tende a esvaziar o caixa da empresa e, consequentemente, fazer com que a saúde financeira não seja muito boa. Portanto, é preciso ter clareza nesta diferenciação.
  4. Ser muito otimista. É óbvio que é importante o empreendedor acreditar nas próprias ideias e nos próprios negócios - sejam eles franquias ou não. Porém, o famoso “pé no chão” também é essencial nesses momentos. Projetar faturamentos mais altos inicialmente e custos mais baixos no começo da operação pode fazer com que o negócio quebre bem antes do ponto de equilíbrio. Ou seja, ser mais conservador nas projeções pode ajudar o empreendedor a ter uma vida mais longa no mercado.
  5. Agir somente na emoção. É preciso saber dosar a relação emoção x razão. Alguém pautado somente na razão dificilmente vai entrar para o universo do empreendedorismo. Porque sempre existirá chances para falhas e erros. Porém, olhar tudo apenas com o caleidoscópio da emoção também não é a solução.
  6. Não divulgar. “Não é só abrir as portas e achar que todo mundo vai chegar para comprar alguma coisa”, diz Lima, do Sebrae-SP. O empreendedor precisa mostrar que existe e para quem aquele empreendimento se destina. Se as pessoas não conhecem, como vão chegar à marca? E essa divulgação provavelmente terá custo - que deverá ser considerado.
  7. Não falar com outros empreendedores. Alguém já fez algo muito parecido antes - muito provavelmente. E já cometeu erros que, ao tomar conhecimento, o empreendedor pode se blindar. As trajetórias, por mais únicas que sejam, têm pontos em comum - e dores semelhantes, inclusive. Portanto, é essencial conversar com quem já passa ou passou por essa situação em setores coligados. “Muitos podem dar dicas até mesmo de fornecedores”, completa Soares, da Contabilizei.
  8. Não se formalizar. Hoje em dia já é muito mais barato abrir e manter um CNPJ. “O trade off de não começar da maneira correta não faz sentido”, ressalta Soares. E o caminho pode ser feito aos poucos, iniciando como MEI, em que o custo é inferior a R$ 100 por mês e que já garante contribuição ao INSS e benefícios até mesmo de afastamento e licença-maternidade. Depois, é possível alterar os regimes tributários, a partir do faturamento.
  9. Não entender onde está entrando. O mundo do empreendedorismo vai demandar alguns comportamentos específicos do empreendedor, como organização, resiliência e ter a mente aberta para aprender com os erros. Afinal, em todos os setores os altos e baixos vão aparecer, e é preciso estar pront. Investir em um portfólio mais diverso no início pode ajudar a entender o que dá mais resultado.
  10. Não ter um diferencial ou proposta de valor. Isso não vai necessariamente quebrar um negócio, mas atrapalha muito o desempenho. A competição vai ficar mais difícil no mercado, até porque o potencial cliente já deve estar sendo atendido por outro negócio de alguma forma. Não pensar nisso pode fazer com que demore mais para atingir o resultado esperado.

Na esteira do Dia do Empreendedor, comemorado no sábado, 5, o Estadão ouviu especialistas de Sebrae-SP, Contabilizei e 300 Consultoria para entender quais são os 10 erros mais comuns na hora de se empreender no Brasil.

A data para comemoração foi selecionada por conta da lei de número 9.841, de 5 de outubro de 1999, que é considerada o pontapé para o chamado estatuto da micro e pequena empresa. Já houve mais atualizações por meio de leis complementares, como as de números 123, de 2006, e 127, de 2007, mas a data comemorativa se mantém para o dia 5 de outubro.

Todos os consultados pela reportagem disseram que um dos principais erros - senão o principal - é a falta de planejamento. E aqui se engloba tudo: desde planejamento financeiro, para entender o que vai precisar investir e quais serão os principais custos da operação, até qual vai ser a quantia necessária para capital de giro, por exemplo.

Falta de planejamento é um dos principais erros de quem tem um pequeno negócio.  Foto: Khaligo - stock.adobe.com

“Se tem R$ 100 mil, não vai investir tudo. No primeiro mês, dificilmente vai ter vendas para cobrir custos. Tem o tempo de maturação até atingir o ponto de equilíbrio. E isso inclui tudo: aluguel, pró-labore, funcionários etc.”, explica a consultora de negócios do Sebrae-SP Leidiane Lima.

Além disso, questões ligadas a perfis e comportamento também são muito presentes na hora de se considerar o que não se deve fazer ao tocar empreendimentos - sejam próprios, do zero, ou franquias de marcas mais estabelecidas.

“Se alguém for se basear apenas na razão, sem nenhuma emoção, não entra para o empreendedorismo. Porque os riscos sempre vão existir. Em contrapartida, não se deve tomar decisões utilizando-se apenas a emoção, porque isso vai levar a caminhos não muito eficientes. Tem que saber dosar”, afirma o vice-presidente de consultoria da 300 Ecossistema de Alto Impacto, Lucien Newton.

Outro destaque é a formalização na hora de se empreender, na opinião do vice-presidente executivo de operações da Contabilizei, Guilherme Soares.

Há custos para isso, mas são mais baixos do que já foram um dia, especialmente na abertura de um CNPJ, e são consideravelmente baratos quando colocados em perspectiva, ainda mais quando se olha para os benefícios que a formalização traz.

“Pode começar como MEI, por exemplo, que é mais barato, e depois ir para a categoria do Simples Nacional. E vai aumentando o regime tributário a partir do faturamento. Não vale começar informal.”

Veja a seguir os equívocos que mais comumente aparecem na hora do empreendedorismo - especialmente, para quem está no início da trajetória.

  1. Não planejar. É obrigatório fazer estudos de mercado, entender quem são os potenciais clientes, os potenciais concorrentes e saber o que pode ser feito de diferente. Ter noção de escolha de ponto, territórios disponíveis, entre outras coisas. Além, claro, de olhar para a própria estrutura do negócio, para saber o quanto de investimento precisará para diferentes setores. E fazer um plano de negócios.
  2. Não estudar gestão. Newton, da 300 Consultoria, diz que um empreendedor precisa ter noções, mesmo que básicas, sobre gestão. Portanto, saber de fluxo de caixa, por exemplo. Entender de quanto precisará ter de capital de giro para manter o empreendimento funcionando.
  3. Misturar PF com PJ. É muito comum que empreendedores de primeira viagem misturem as contas de pessoas físicas com as de pessoas jurídicas. Ou seja, utilizar dinheiro da empresa para pagar gastos pessoais. Isso tende a esvaziar o caixa da empresa e, consequentemente, fazer com que a saúde financeira não seja muito boa. Portanto, é preciso ter clareza nesta diferenciação.
  4. Ser muito otimista. É óbvio que é importante o empreendedor acreditar nas próprias ideias e nos próprios negócios - sejam eles franquias ou não. Porém, o famoso “pé no chão” também é essencial nesses momentos. Projetar faturamentos mais altos inicialmente e custos mais baixos no começo da operação pode fazer com que o negócio quebre bem antes do ponto de equilíbrio. Ou seja, ser mais conservador nas projeções pode ajudar o empreendedor a ter uma vida mais longa no mercado.
  5. Agir somente na emoção. É preciso saber dosar a relação emoção x razão. Alguém pautado somente na razão dificilmente vai entrar para o universo do empreendedorismo. Porque sempre existirá chances para falhas e erros. Porém, olhar tudo apenas com o caleidoscópio da emoção também não é a solução.
  6. Não divulgar. “Não é só abrir as portas e achar que todo mundo vai chegar para comprar alguma coisa”, diz Lima, do Sebrae-SP. O empreendedor precisa mostrar que existe e para quem aquele empreendimento se destina. Se as pessoas não conhecem, como vão chegar à marca? E essa divulgação provavelmente terá custo - que deverá ser considerado.
  7. Não falar com outros empreendedores. Alguém já fez algo muito parecido antes - muito provavelmente. E já cometeu erros que, ao tomar conhecimento, o empreendedor pode se blindar. As trajetórias, por mais únicas que sejam, têm pontos em comum - e dores semelhantes, inclusive. Portanto, é essencial conversar com quem já passa ou passou por essa situação em setores coligados. “Muitos podem dar dicas até mesmo de fornecedores”, completa Soares, da Contabilizei.
  8. Não se formalizar. Hoje em dia já é muito mais barato abrir e manter um CNPJ. “O trade off de não começar da maneira correta não faz sentido”, ressalta Soares. E o caminho pode ser feito aos poucos, iniciando como MEI, em que o custo é inferior a R$ 100 por mês e que já garante contribuição ao INSS e benefícios até mesmo de afastamento e licença-maternidade. Depois, é possível alterar os regimes tributários, a partir do faturamento.
  9. Não entender onde está entrando. O mundo do empreendedorismo vai demandar alguns comportamentos específicos do empreendedor, como organização, resiliência e ter a mente aberta para aprender com os erros. Afinal, em todos os setores os altos e baixos vão aparecer, e é preciso estar pront. Investir em um portfólio mais diverso no início pode ajudar a entender o que dá mais resultado.
  10. Não ter um diferencial ou proposta de valor. Isso não vai necessariamente quebrar um negócio, mas atrapalha muito o desempenho. A competição vai ficar mais difícil no mercado, até porque o potencial cliente já deve estar sendo atendido por outro negócio de alguma forma. Não pensar nisso pode fazer com que demore mais para atingir o resultado esperado.

Na esteira do Dia do Empreendedor, comemorado no sábado, 5, o Estadão ouviu especialistas de Sebrae-SP, Contabilizei e 300 Consultoria para entender quais são os 10 erros mais comuns na hora de se empreender no Brasil.

A data para comemoração foi selecionada por conta da lei de número 9.841, de 5 de outubro de 1999, que é considerada o pontapé para o chamado estatuto da micro e pequena empresa. Já houve mais atualizações por meio de leis complementares, como as de números 123, de 2006, e 127, de 2007, mas a data comemorativa se mantém para o dia 5 de outubro.

Todos os consultados pela reportagem disseram que um dos principais erros - senão o principal - é a falta de planejamento. E aqui se engloba tudo: desde planejamento financeiro, para entender o que vai precisar investir e quais serão os principais custos da operação, até qual vai ser a quantia necessária para capital de giro, por exemplo.

Falta de planejamento é um dos principais erros de quem tem um pequeno negócio.  Foto: Khaligo - stock.adobe.com

“Se tem R$ 100 mil, não vai investir tudo. No primeiro mês, dificilmente vai ter vendas para cobrir custos. Tem o tempo de maturação até atingir o ponto de equilíbrio. E isso inclui tudo: aluguel, pró-labore, funcionários etc.”, explica a consultora de negócios do Sebrae-SP Leidiane Lima.

Além disso, questões ligadas a perfis e comportamento também são muito presentes na hora de se considerar o que não se deve fazer ao tocar empreendimentos - sejam próprios, do zero, ou franquias de marcas mais estabelecidas.

“Se alguém for se basear apenas na razão, sem nenhuma emoção, não entra para o empreendedorismo. Porque os riscos sempre vão existir. Em contrapartida, não se deve tomar decisões utilizando-se apenas a emoção, porque isso vai levar a caminhos não muito eficientes. Tem que saber dosar”, afirma o vice-presidente de consultoria da 300 Ecossistema de Alto Impacto, Lucien Newton.

Outro destaque é a formalização na hora de se empreender, na opinião do vice-presidente executivo de operações da Contabilizei, Guilherme Soares.

Há custos para isso, mas são mais baixos do que já foram um dia, especialmente na abertura de um CNPJ, e são consideravelmente baratos quando colocados em perspectiva, ainda mais quando se olha para os benefícios que a formalização traz.

“Pode começar como MEI, por exemplo, que é mais barato, e depois ir para a categoria do Simples Nacional. E vai aumentando o regime tributário a partir do faturamento. Não vale começar informal.”

Veja a seguir os equívocos que mais comumente aparecem na hora do empreendedorismo - especialmente, para quem está no início da trajetória.

  1. Não planejar. É obrigatório fazer estudos de mercado, entender quem são os potenciais clientes, os potenciais concorrentes e saber o que pode ser feito de diferente. Ter noção de escolha de ponto, territórios disponíveis, entre outras coisas. Além, claro, de olhar para a própria estrutura do negócio, para saber o quanto de investimento precisará para diferentes setores. E fazer um plano de negócios.
  2. Não estudar gestão. Newton, da 300 Consultoria, diz que um empreendedor precisa ter noções, mesmo que básicas, sobre gestão. Portanto, saber de fluxo de caixa, por exemplo. Entender de quanto precisará ter de capital de giro para manter o empreendimento funcionando.
  3. Misturar PF com PJ. É muito comum que empreendedores de primeira viagem misturem as contas de pessoas físicas com as de pessoas jurídicas. Ou seja, utilizar dinheiro da empresa para pagar gastos pessoais. Isso tende a esvaziar o caixa da empresa e, consequentemente, fazer com que a saúde financeira não seja muito boa. Portanto, é preciso ter clareza nesta diferenciação.
  4. Ser muito otimista. É óbvio que é importante o empreendedor acreditar nas próprias ideias e nos próprios negócios - sejam eles franquias ou não. Porém, o famoso “pé no chão” também é essencial nesses momentos. Projetar faturamentos mais altos inicialmente e custos mais baixos no começo da operação pode fazer com que o negócio quebre bem antes do ponto de equilíbrio. Ou seja, ser mais conservador nas projeções pode ajudar o empreendedor a ter uma vida mais longa no mercado.
  5. Agir somente na emoção. É preciso saber dosar a relação emoção x razão. Alguém pautado somente na razão dificilmente vai entrar para o universo do empreendedorismo. Porque sempre existirá chances para falhas e erros. Porém, olhar tudo apenas com o caleidoscópio da emoção também não é a solução.
  6. Não divulgar. “Não é só abrir as portas e achar que todo mundo vai chegar para comprar alguma coisa”, diz Lima, do Sebrae-SP. O empreendedor precisa mostrar que existe e para quem aquele empreendimento se destina. Se as pessoas não conhecem, como vão chegar à marca? E essa divulgação provavelmente terá custo - que deverá ser considerado.
  7. Não falar com outros empreendedores. Alguém já fez algo muito parecido antes - muito provavelmente. E já cometeu erros que, ao tomar conhecimento, o empreendedor pode se blindar. As trajetórias, por mais únicas que sejam, têm pontos em comum - e dores semelhantes, inclusive. Portanto, é essencial conversar com quem já passa ou passou por essa situação em setores coligados. “Muitos podem dar dicas até mesmo de fornecedores”, completa Soares, da Contabilizei.
  8. Não se formalizar. Hoje em dia já é muito mais barato abrir e manter um CNPJ. “O trade off de não começar da maneira correta não faz sentido”, ressalta Soares. E o caminho pode ser feito aos poucos, iniciando como MEI, em que o custo é inferior a R$ 100 por mês e que já garante contribuição ao INSS e benefícios até mesmo de afastamento e licença-maternidade. Depois, é possível alterar os regimes tributários, a partir do faturamento.
  9. Não entender onde está entrando. O mundo do empreendedorismo vai demandar alguns comportamentos específicos do empreendedor, como organização, resiliência e ter a mente aberta para aprender com os erros. Afinal, em todos os setores os altos e baixos vão aparecer, e é preciso estar pront. Investir em um portfólio mais diverso no início pode ajudar a entender o que dá mais resultado.
  10. Não ter um diferencial ou proposta de valor. Isso não vai necessariamente quebrar um negócio, mas atrapalha muito o desempenho. A competição vai ficar mais difícil no mercado, até porque o potencial cliente já deve estar sendo atendido por outro negócio de alguma forma. Não pensar nisso pode fazer com que demore mais para atingir o resultado esperado.

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