Os primeiros troféus de Soraya Cuellas na carreira de tenista foram feitos pela empresa dos pais, Adelaide e Francisco. O casal é fundador da Prataria Rebouças, que existe há 60 anos. Soraya disputou até os torneios de Wimbledon e Roland Garros na década de 1970, deu aulas de tênis, mas hoje ela cuida mesmo do negócio da família.
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A Prataria Rebouças é uma das empresas que se dedicam aos troféus, medalhas e placas, um setor com pico de vendas no fim do ano e que mexe com o emocional dos clientes e dos próprios empresários. Soraya conta que as peças atendem aos mais variados pedidos: desde uma senhora que comprou um troféu para ela mesma até a taça erguida por Ayrton Senna quando o piloto venceu o GP Brasil de F-1 em 1993.
“Troféus e medalhas são objetos de desejo. E fazer placas é comovente. Às vezes, as pessoas não têm o que dar, mas tem o que falar. Gostamos de fazer porque cada placa de homenagem tem um significado muito grande”, conta Soraya, que mantém um empreendimento que emprega 30 funcionários.
Rita Becheroni é outra mulher que atua no setor. Ela abriu a Símbolo Arte e Design, em 1999, e trabalha com produtos personalizados, cuidando desde a criação até a execução dos projetos. No início, ela conta, teve dificuldades ao lidar com clientes que não conseguiam transmitir o que desejavam.
Hoje, com experiência, ela trabalha com protótipos para o consumidor visualizar o produto e então decidir. “Brasileiro não gosta de madeira. Gosta de peso e brilho. É uma coisa cultural”, afirma Rita. O empreendimento cresceu 35% no ano passado e emprega 20 profissionais.
Mas por se tratar de um negócio sazonal, com aumento dos pedidos no meio e fim do ano, quem atua nesse mercado precisa saber lidar muito bem com o fluxo de caixa. E estar preparado para atender pedidos em cima da hora. “Trabalhar com troféu é muito prazeroso. É muito gratificante quando você vê a pessoa levantando o produto que tem o nosso desenho e nossa execução”, destaca Rita. Para a empreendedora, ainda há espaço no mercado para quem entrega um serviço de qualidade.
Os troféus representam 60% do faturamento da empresa. O restante é dividido entre medalhas, ‘pins’ e placas. Entre os troféus marcantes da companhia, estão os feitos para as corridas de Fórmula 1 disputadas em 2008 e 2009 e o da competição Arnold Strongman Brasil, promovida por Arnold Schwarzenegger no País.
Tradicional. O proprietário da Troféus Globo, Waldir Bernardo, não trabalha com peças personalizadas. Seus produtos são feitos de plástico metalizado a partir de 40 moldes. A ideia surgiu quando Bernardo ainda morava em Campo Grande (MS) e criava cachorros da raça boxer.
“Vi que existiam poucos grandes fabricantes e quando voltei para São Paulo resolvi abrir a empresa. Isso foi em 1987”, conta. O empresário chegou a ter 20 funcionários, mas enfrentou problemas de inadimplência. Hoje o negócio mantém quatro funcionários. “Ou crescia ou aprendia a ser pequeno. Optei pela segunda (opção) porque uma empresa grande ser administrada por uma pessoa só é problema”, conta Bernardo, que cuida pessoalmente de todos os atendimentos.
O empresário não estipula um pedido mínimo e atende desde o grupo de amigos que organiza um torneio de bilhar até grandes empresas, que realizam premiações internas. Com a reestruturação do site feita neste ano, o empreendedor afirma que 90% dos clientes chegam até ele pela internet.
Por isso, a consulta de preços aumentou 50% em comparação com os dados do ano passado e as vendas cresceram 20%. “O importante não é o tamanho do troféu, é a qualidade”, garante Waldir Bernardo.
:: Análise :: Conheça os pontos de atenção dos negócios que investem nesse mercado
Sazonal: A maioria dos pedidos ocorre no meio e fim do ano. O empresário precisa saber planejar o fluxo de caixa e se controlar nos meses com pico de vendas.
Pedidos: É comum o cliente aparecer com uma encomenda para ser entregue rapidamente. O empresário precisa lidar com essa situação.
Modelo: Muitas vezes, o cliente tem dificuldade de expressar como quer o troféu. O empreendedor tem de ter sensibilidade para fechar a venda.