Ele se inspirou no filho pequeno, deixou a Venezuela rumo ao Brasil e hoje fatura R$ 5,9 mi


Início foi complicado; embora casal tivesse um passado minimamente empreendedor, não tinha capacitações em áreas relacionadas à gestão

Por Felipe Siqueira

Lucas Silva conheceu a esposa em 2005 - Laura. Ambos próximos dos 25 anos à época. Ele é brasileiro, natural de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Ela, venezuelana, de Caracas. O primeiro contato dos dois foi em Toronto, no Canadá.

Ambos estavam lá para estudar inglês. Em um mês passaram a morar juntos e, no mesmo ano, foram viver em Caracas. Ela era dona de uma agência de viagens. Ele, fisioterapeuta - atendendo atletas e famosos locais.

Tudo continuou desta forma até 2013, quando nasceu o primeiro filho do casal. “Foi um período em que o clima social era muito tenso na Venezuela”, relembra Silva. À época, o então líder do país, Hugo Chávez, havia morrido e, em abril daquele ano, Nicolás Maduro fora eleito - com uma margem muito apertada em relação ao principal opositor, Henrique Capriles.

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“Mas a gente já meio que estava acostumado a este ambiente um pouco mais caótico. O problema maior começou quando a gente passou a ter dificuldade no acesso à alimentação. Carne vermelha tinha pouca opção, assim como papinha de neném”, comenta.

Lucas Silva ao lado da esposa e filhos Foto: Arquivo pessoal

O recomeço

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Neste contexto, eles decidiram por recomeçar a vida na terra natal de Silva, no Brasil. Isso foi em 2014. Quando chegaram no País, estavam com um bebê de um ano no colo e, consequentemente, procuraram creches.

Porém, ficaram na lista de espera do serviço público. E, quando procuraram algo privado, também tiveram dificuldades em encontrar. Surgiu, assim, uma ideia. “Era uma brecha de mercado que vimos que poderíamos explorar.”

Dificuldades de gestão

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Só que o início foi complicado. Embora tivessem um passado minimamente empreendedor, não tinham capacitações em áreas relacionadas à gestão. Logo, isso foi um dificultador muito grande para eles. “O primeiro ano foi muito difícil: de chorar porque não tínhamos dinheiro para tocar o negócio e a casa. Tive que contar com rede de apoio. A gente não tinha nem concorrência para se espelhar”, diz.

E aqui entra um conceito interessante. De acordo com o vice-presidente de consultoria da 300 Ecossistema de Alto Impacto, Lucien Newton, a concorrência, além de fazer com que exista uma espécie de “empurrão” para que o negócio melhore, já que existe a possibilidade de o cliente ir para a “loja ao lado”, ajuda também o empreendedor a se inspirar - seja para fazer igual ou completamente diferente. Ou seja, pode servir como um “norte” - ou benchmark, como o mercado gosta de chamar.

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“Essa falta de concorrência pode atrapalhar, sim. Mas sempre é possível ancorar o benchmark em alguma coisa, nem que seja de fora do país, ciente das adaptações que precisarão ser feitas. Porém, isso já demanda um conhecimento de gestão muito mais complexo, difícil de encontrar em empreendedores iniciantes”, explica o especialista.

Neste ínterim, pela falta de conhecimentos técnicos, Silva chegou a arrumar um emprego como CLT para compensar a falta de caixa em casa. Mas isso durou pouco, menos de seis meses. Decidiu por focar mais na estrutura do negócio - e deu certo.

Baby Gym

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E o que é o negócio? Por mais que tenha sido inspirado em uma falta de creches, o negócio deles não é exatamente chamado assim. Atualmente, eles se identificam como uma academia de bebês, como o próprio nome em inglês já diz. Focado no público de classes A e B, a Baby Gym foi criada ainda em 2014, no mês de agosto, com o intuito de oferecer uma educação complementar - ou seja, não substitui nem creches do serviço público nem escolas de grade curricular padrão.

Com profissionais da área da pedagogia desde o início, no site oficial da marca é possível ver que há seis focos diferentes de desenvolvimento para crianças - que vão até os seis anos de idade:

  • Sensorial
  • Cognitivo
  • Emocional
  • Social
  • Comunicação
  • Psicomotor
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O principal diferencial, do ponto de vista deles, é a presença obrigatória de pais e ou responsáveis. O grande intuito, fala Silva, é enriquecer o vínculo entre pais e filhos. As semanas são sempre temáticas e as aulas duram 50 minutos.

Atualmente, eles têm mais de 50 franqueados, totalizando 54 unidades - sendo uma própria. Além disso, contam também com parcerias em escolas e até mesmo hospitais. No ano passado, o faturamento foi de R$ 3,9 milhões e, para este ano, a projeção está para cerca de R$ 10 milhões.

Raio-x

Confira, a seguir, o raio-x completo da marca.

  • Investimento inicial: a partir de R$126 mil
  • Faturamento mensal: R$40 mil
  • Lucro mensal: 35,5%
  • Prazo de retorno: 15 meses
  • Prazo de contrato: 5 anos
  • Royalties/mês: 6%

Avaliação de clientes

No momento de produção desta reportagem, havia registro de apenas duas queixas contra a empresa Baby Gym no site ReclameAqui, considerando todo o período disponível. As reclamações citavam problemas com valor de aula experimental e não pagamento de ex-funcionária. Não há dados suficientes, de acordo com a plataforma, para a formação de uma nota de reputação.

No Google My Business, é possível encontrar avaliações por unidades, mas não uma geral da marca. Ou seja, é possível pesquisar, por meio do Google Maps, a unidade pela qual o cliente tem interesse e, a partir disso, ver avaliações de clientes, que vão de 1 a 5 estrelas. Vale ressaltar que os autores das avaliações não podem ser verificados. Eventualmente, comentários positivos ou negativos podem ser uma ação deliberada - a favor ou contra a empresa.

Lucas Silva conheceu a esposa em 2005 - Laura. Ambos próximos dos 25 anos à época. Ele é brasileiro, natural de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Ela, venezuelana, de Caracas. O primeiro contato dos dois foi em Toronto, no Canadá.

Ambos estavam lá para estudar inglês. Em um mês passaram a morar juntos e, no mesmo ano, foram viver em Caracas. Ela era dona de uma agência de viagens. Ele, fisioterapeuta - atendendo atletas e famosos locais.

Tudo continuou desta forma até 2013, quando nasceu o primeiro filho do casal. “Foi um período em que o clima social era muito tenso na Venezuela”, relembra Silva. À época, o então líder do país, Hugo Chávez, havia morrido e, em abril daquele ano, Nicolás Maduro fora eleito - com uma margem muito apertada em relação ao principal opositor, Henrique Capriles.

“Mas a gente já meio que estava acostumado a este ambiente um pouco mais caótico. O problema maior começou quando a gente passou a ter dificuldade no acesso à alimentação. Carne vermelha tinha pouca opção, assim como papinha de neném”, comenta.

Lucas Silva ao lado da esposa e filhos Foto: Arquivo pessoal

O recomeço

Neste contexto, eles decidiram por recomeçar a vida na terra natal de Silva, no Brasil. Isso foi em 2014. Quando chegaram no País, estavam com um bebê de um ano no colo e, consequentemente, procuraram creches.

Porém, ficaram na lista de espera do serviço público. E, quando procuraram algo privado, também tiveram dificuldades em encontrar. Surgiu, assim, uma ideia. “Era uma brecha de mercado que vimos que poderíamos explorar.”

Dificuldades de gestão

Só que o início foi complicado. Embora tivessem um passado minimamente empreendedor, não tinham capacitações em áreas relacionadas à gestão. Logo, isso foi um dificultador muito grande para eles. “O primeiro ano foi muito difícil: de chorar porque não tínhamos dinheiro para tocar o negócio e a casa. Tive que contar com rede de apoio. A gente não tinha nem concorrência para se espelhar”, diz.

E aqui entra um conceito interessante. De acordo com o vice-presidente de consultoria da 300 Ecossistema de Alto Impacto, Lucien Newton, a concorrência, além de fazer com que exista uma espécie de “empurrão” para que o negócio melhore, já que existe a possibilidade de o cliente ir para a “loja ao lado”, ajuda também o empreendedor a se inspirar - seja para fazer igual ou completamente diferente. Ou seja, pode servir como um “norte” - ou benchmark, como o mercado gosta de chamar.

“Essa falta de concorrência pode atrapalhar, sim. Mas sempre é possível ancorar o benchmark em alguma coisa, nem que seja de fora do país, ciente das adaptações que precisarão ser feitas. Porém, isso já demanda um conhecimento de gestão muito mais complexo, difícil de encontrar em empreendedores iniciantes”, explica o especialista.

Neste ínterim, pela falta de conhecimentos técnicos, Silva chegou a arrumar um emprego como CLT para compensar a falta de caixa em casa. Mas isso durou pouco, menos de seis meses. Decidiu por focar mais na estrutura do negócio - e deu certo.

Baby Gym

E o que é o negócio? Por mais que tenha sido inspirado em uma falta de creches, o negócio deles não é exatamente chamado assim. Atualmente, eles se identificam como uma academia de bebês, como o próprio nome em inglês já diz. Focado no público de classes A e B, a Baby Gym foi criada ainda em 2014, no mês de agosto, com o intuito de oferecer uma educação complementar - ou seja, não substitui nem creches do serviço público nem escolas de grade curricular padrão.

Com profissionais da área da pedagogia desde o início, no site oficial da marca é possível ver que há seis focos diferentes de desenvolvimento para crianças - que vão até os seis anos de idade:

  • Sensorial
  • Cognitivo
  • Emocional
  • Social
  • Comunicação
  • Psicomotor

O principal diferencial, do ponto de vista deles, é a presença obrigatória de pais e ou responsáveis. O grande intuito, fala Silva, é enriquecer o vínculo entre pais e filhos. As semanas são sempre temáticas e as aulas duram 50 minutos.

Atualmente, eles têm mais de 50 franqueados, totalizando 54 unidades - sendo uma própria. Além disso, contam também com parcerias em escolas e até mesmo hospitais. No ano passado, o faturamento foi de R$ 3,9 milhões e, para este ano, a projeção está para cerca de R$ 10 milhões.

Raio-x

Confira, a seguir, o raio-x completo da marca.

  • Investimento inicial: a partir de R$126 mil
  • Faturamento mensal: R$40 mil
  • Lucro mensal: 35,5%
  • Prazo de retorno: 15 meses
  • Prazo de contrato: 5 anos
  • Royalties/mês: 6%

Avaliação de clientes

No momento de produção desta reportagem, havia registro de apenas duas queixas contra a empresa Baby Gym no site ReclameAqui, considerando todo o período disponível. As reclamações citavam problemas com valor de aula experimental e não pagamento de ex-funcionária. Não há dados suficientes, de acordo com a plataforma, para a formação de uma nota de reputação.

No Google My Business, é possível encontrar avaliações por unidades, mas não uma geral da marca. Ou seja, é possível pesquisar, por meio do Google Maps, a unidade pela qual o cliente tem interesse e, a partir disso, ver avaliações de clientes, que vão de 1 a 5 estrelas. Vale ressaltar que os autores das avaliações não podem ser verificados. Eventualmente, comentários positivos ou negativos podem ser uma ação deliberada - a favor ou contra a empresa.

Lucas Silva conheceu a esposa em 2005 - Laura. Ambos próximos dos 25 anos à época. Ele é brasileiro, natural de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Ela, venezuelana, de Caracas. O primeiro contato dos dois foi em Toronto, no Canadá.

Ambos estavam lá para estudar inglês. Em um mês passaram a morar juntos e, no mesmo ano, foram viver em Caracas. Ela era dona de uma agência de viagens. Ele, fisioterapeuta - atendendo atletas e famosos locais.

Tudo continuou desta forma até 2013, quando nasceu o primeiro filho do casal. “Foi um período em que o clima social era muito tenso na Venezuela”, relembra Silva. À época, o então líder do país, Hugo Chávez, havia morrido e, em abril daquele ano, Nicolás Maduro fora eleito - com uma margem muito apertada em relação ao principal opositor, Henrique Capriles.

“Mas a gente já meio que estava acostumado a este ambiente um pouco mais caótico. O problema maior começou quando a gente passou a ter dificuldade no acesso à alimentação. Carne vermelha tinha pouca opção, assim como papinha de neném”, comenta.

Lucas Silva ao lado da esposa e filhos Foto: Arquivo pessoal

O recomeço

Neste contexto, eles decidiram por recomeçar a vida na terra natal de Silva, no Brasil. Isso foi em 2014. Quando chegaram no País, estavam com um bebê de um ano no colo e, consequentemente, procuraram creches.

Porém, ficaram na lista de espera do serviço público. E, quando procuraram algo privado, também tiveram dificuldades em encontrar. Surgiu, assim, uma ideia. “Era uma brecha de mercado que vimos que poderíamos explorar.”

Dificuldades de gestão

Só que o início foi complicado. Embora tivessem um passado minimamente empreendedor, não tinham capacitações em áreas relacionadas à gestão. Logo, isso foi um dificultador muito grande para eles. “O primeiro ano foi muito difícil: de chorar porque não tínhamos dinheiro para tocar o negócio e a casa. Tive que contar com rede de apoio. A gente não tinha nem concorrência para se espelhar”, diz.

E aqui entra um conceito interessante. De acordo com o vice-presidente de consultoria da 300 Ecossistema de Alto Impacto, Lucien Newton, a concorrência, além de fazer com que exista uma espécie de “empurrão” para que o negócio melhore, já que existe a possibilidade de o cliente ir para a “loja ao lado”, ajuda também o empreendedor a se inspirar - seja para fazer igual ou completamente diferente. Ou seja, pode servir como um “norte” - ou benchmark, como o mercado gosta de chamar.

“Essa falta de concorrência pode atrapalhar, sim. Mas sempre é possível ancorar o benchmark em alguma coisa, nem que seja de fora do país, ciente das adaptações que precisarão ser feitas. Porém, isso já demanda um conhecimento de gestão muito mais complexo, difícil de encontrar em empreendedores iniciantes”, explica o especialista.

Neste ínterim, pela falta de conhecimentos técnicos, Silva chegou a arrumar um emprego como CLT para compensar a falta de caixa em casa. Mas isso durou pouco, menos de seis meses. Decidiu por focar mais na estrutura do negócio - e deu certo.

Baby Gym

E o que é o negócio? Por mais que tenha sido inspirado em uma falta de creches, o negócio deles não é exatamente chamado assim. Atualmente, eles se identificam como uma academia de bebês, como o próprio nome em inglês já diz. Focado no público de classes A e B, a Baby Gym foi criada ainda em 2014, no mês de agosto, com o intuito de oferecer uma educação complementar - ou seja, não substitui nem creches do serviço público nem escolas de grade curricular padrão.

Com profissionais da área da pedagogia desde o início, no site oficial da marca é possível ver que há seis focos diferentes de desenvolvimento para crianças - que vão até os seis anos de idade:

  • Sensorial
  • Cognitivo
  • Emocional
  • Social
  • Comunicação
  • Psicomotor

O principal diferencial, do ponto de vista deles, é a presença obrigatória de pais e ou responsáveis. O grande intuito, fala Silva, é enriquecer o vínculo entre pais e filhos. As semanas são sempre temáticas e as aulas duram 50 minutos.

Atualmente, eles têm mais de 50 franqueados, totalizando 54 unidades - sendo uma própria. Além disso, contam também com parcerias em escolas e até mesmo hospitais. No ano passado, o faturamento foi de R$ 3,9 milhões e, para este ano, a projeção está para cerca de R$ 10 milhões.

Raio-x

Confira, a seguir, o raio-x completo da marca.

  • Investimento inicial: a partir de R$126 mil
  • Faturamento mensal: R$40 mil
  • Lucro mensal: 35,5%
  • Prazo de retorno: 15 meses
  • Prazo de contrato: 5 anos
  • Royalties/mês: 6%

Avaliação de clientes

No momento de produção desta reportagem, havia registro de apenas duas queixas contra a empresa Baby Gym no site ReclameAqui, considerando todo o período disponível. As reclamações citavam problemas com valor de aula experimental e não pagamento de ex-funcionária. Não há dados suficientes, de acordo com a plataforma, para a formação de uma nota de reputação.

No Google My Business, é possível encontrar avaliações por unidades, mas não uma geral da marca. Ou seja, é possível pesquisar, por meio do Google Maps, a unidade pela qual o cliente tem interesse e, a partir disso, ver avaliações de clientes, que vão de 1 a 5 estrelas. Vale ressaltar que os autores das avaliações não podem ser verificados. Eventualmente, comentários positivos ou negativos podem ser uma ação deliberada - a favor ou contra a empresa.

Lucas Silva conheceu a esposa em 2005 - Laura. Ambos próximos dos 25 anos à época. Ele é brasileiro, natural de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Ela, venezuelana, de Caracas. O primeiro contato dos dois foi em Toronto, no Canadá.

Ambos estavam lá para estudar inglês. Em um mês passaram a morar juntos e, no mesmo ano, foram viver em Caracas. Ela era dona de uma agência de viagens. Ele, fisioterapeuta - atendendo atletas e famosos locais.

Tudo continuou desta forma até 2013, quando nasceu o primeiro filho do casal. “Foi um período em que o clima social era muito tenso na Venezuela”, relembra Silva. À época, o então líder do país, Hugo Chávez, havia morrido e, em abril daquele ano, Nicolás Maduro fora eleito - com uma margem muito apertada em relação ao principal opositor, Henrique Capriles.

“Mas a gente já meio que estava acostumado a este ambiente um pouco mais caótico. O problema maior começou quando a gente passou a ter dificuldade no acesso à alimentação. Carne vermelha tinha pouca opção, assim como papinha de neném”, comenta.

Lucas Silva ao lado da esposa e filhos Foto: Arquivo pessoal

O recomeço

Neste contexto, eles decidiram por recomeçar a vida na terra natal de Silva, no Brasil. Isso foi em 2014. Quando chegaram no País, estavam com um bebê de um ano no colo e, consequentemente, procuraram creches.

Porém, ficaram na lista de espera do serviço público. E, quando procuraram algo privado, também tiveram dificuldades em encontrar. Surgiu, assim, uma ideia. “Era uma brecha de mercado que vimos que poderíamos explorar.”

Dificuldades de gestão

Só que o início foi complicado. Embora tivessem um passado minimamente empreendedor, não tinham capacitações em áreas relacionadas à gestão. Logo, isso foi um dificultador muito grande para eles. “O primeiro ano foi muito difícil: de chorar porque não tínhamos dinheiro para tocar o negócio e a casa. Tive que contar com rede de apoio. A gente não tinha nem concorrência para se espelhar”, diz.

E aqui entra um conceito interessante. De acordo com o vice-presidente de consultoria da 300 Ecossistema de Alto Impacto, Lucien Newton, a concorrência, além de fazer com que exista uma espécie de “empurrão” para que o negócio melhore, já que existe a possibilidade de o cliente ir para a “loja ao lado”, ajuda também o empreendedor a se inspirar - seja para fazer igual ou completamente diferente. Ou seja, pode servir como um “norte” - ou benchmark, como o mercado gosta de chamar.

“Essa falta de concorrência pode atrapalhar, sim. Mas sempre é possível ancorar o benchmark em alguma coisa, nem que seja de fora do país, ciente das adaptações que precisarão ser feitas. Porém, isso já demanda um conhecimento de gestão muito mais complexo, difícil de encontrar em empreendedores iniciantes”, explica o especialista.

Neste ínterim, pela falta de conhecimentos técnicos, Silva chegou a arrumar um emprego como CLT para compensar a falta de caixa em casa. Mas isso durou pouco, menos de seis meses. Decidiu por focar mais na estrutura do negócio - e deu certo.

Baby Gym

E o que é o negócio? Por mais que tenha sido inspirado em uma falta de creches, o negócio deles não é exatamente chamado assim. Atualmente, eles se identificam como uma academia de bebês, como o próprio nome em inglês já diz. Focado no público de classes A e B, a Baby Gym foi criada ainda em 2014, no mês de agosto, com o intuito de oferecer uma educação complementar - ou seja, não substitui nem creches do serviço público nem escolas de grade curricular padrão.

Com profissionais da área da pedagogia desde o início, no site oficial da marca é possível ver que há seis focos diferentes de desenvolvimento para crianças - que vão até os seis anos de idade:

  • Sensorial
  • Cognitivo
  • Emocional
  • Social
  • Comunicação
  • Psicomotor

O principal diferencial, do ponto de vista deles, é a presença obrigatória de pais e ou responsáveis. O grande intuito, fala Silva, é enriquecer o vínculo entre pais e filhos. As semanas são sempre temáticas e as aulas duram 50 minutos.

Atualmente, eles têm mais de 50 franqueados, totalizando 54 unidades - sendo uma própria. Além disso, contam também com parcerias em escolas e até mesmo hospitais. No ano passado, o faturamento foi de R$ 3,9 milhões e, para este ano, a projeção está para cerca de R$ 10 milhões.

Raio-x

Confira, a seguir, o raio-x completo da marca.

  • Investimento inicial: a partir de R$126 mil
  • Faturamento mensal: R$40 mil
  • Lucro mensal: 35,5%
  • Prazo de retorno: 15 meses
  • Prazo de contrato: 5 anos
  • Royalties/mês: 6%

Avaliação de clientes

No momento de produção desta reportagem, havia registro de apenas duas queixas contra a empresa Baby Gym no site ReclameAqui, considerando todo o período disponível. As reclamações citavam problemas com valor de aula experimental e não pagamento de ex-funcionária. Não há dados suficientes, de acordo com a plataforma, para a formação de uma nota de reputação.

No Google My Business, é possível encontrar avaliações por unidades, mas não uma geral da marca. Ou seja, é possível pesquisar, por meio do Google Maps, a unidade pela qual o cliente tem interesse e, a partir disso, ver avaliações de clientes, que vão de 1 a 5 estrelas. Vale ressaltar que os autores das avaliações não podem ser verificados. Eventualmente, comentários positivos ou negativos podem ser uma ação deliberada - a favor ou contra a empresa.

Lucas Silva conheceu a esposa em 2005 - Laura. Ambos próximos dos 25 anos à época. Ele é brasileiro, natural de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Ela, venezuelana, de Caracas. O primeiro contato dos dois foi em Toronto, no Canadá.

Ambos estavam lá para estudar inglês. Em um mês passaram a morar juntos e, no mesmo ano, foram viver em Caracas. Ela era dona de uma agência de viagens. Ele, fisioterapeuta - atendendo atletas e famosos locais.

Tudo continuou desta forma até 2013, quando nasceu o primeiro filho do casal. “Foi um período em que o clima social era muito tenso na Venezuela”, relembra Silva. À época, o então líder do país, Hugo Chávez, havia morrido e, em abril daquele ano, Nicolás Maduro fora eleito - com uma margem muito apertada em relação ao principal opositor, Henrique Capriles.

“Mas a gente já meio que estava acostumado a este ambiente um pouco mais caótico. O problema maior começou quando a gente passou a ter dificuldade no acesso à alimentação. Carne vermelha tinha pouca opção, assim como papinha de neném”, comenta.

Lucas Silva ao lado da esposa e filhos Foto: Arquivo pessoal

O recomeço

Neste contexto, eles decidiram por recomeçar a vida na terra natal de Silva, no Brasil. Isso foi em 2014. Quando chegaram no País, estavam com um bebê de um ano no colo e, consequentemente, procuraram creches.

Porém, ficaram na lista de espera do serviço público. E, quando procuraram algo privado, também tiveram dificuldades em encontrar. Surgiu, assim, uma ideia. “Era uma brecha de mercado que vimos que poderíamos explorar.”

Dificuldades de gestão

Só que o início foi complicado. Embora tivessem um passado minimamente empreendedor, não tinham capacitações em áreas relacionadas à gestão. Logo, isso foi um dificultador muito grande para eles. “O primeiro ano foi muito difícil: de chorar porque não tínhamos dinheiro para tocar o negócio e a casa. Tive que contar com rede de apoio. A gente não tinha nem concorrência para se espelhar”, diz.

E aqui entra um conceito interessante. De acordo com o vice-presidente de consultoria da 300 Ecossistema de Alto Impacto, Lucien Newton, a concorrência, além de fazer com que exista uma espécie de “empurrão” para que o negócio melhore, já que existe a possibilidade de o cliente ir para a “loja ao lado”, ajuda também o empreendedor a se inspirar - seja para fazer igual ou completamente diferente. Ou seja, pode servir como um “norte” - ou benchmark, como o mercado gosta de chamar.

“Essa falta de concorrência pode atrapalhar, sim. Mas sempre é possível ancorar o benchmark em alguma coisa, nem que seja de fora do país, ciente das adaptações que precisarão ser feitas. Porém, isso já demanda um conhecimento de gestão muito mais complexo, difícil de encontrar em empreendedores iniciantes”, explica o especialista.

Neste ínterim, pela falta de conhecimentos técnicos, Silva chegou a arrumar um emprego como CLT para compensar a falta de caixa em casa. Mas isso durou pouco, menos de seis meses. Decidiu por focar mais na estrutura do negócio - e deu certo.

Baby Gym

E o que é o negócio? Por mais que tenha sido inspirado em uma falta de creches, o negócio deles não é exatamente chamado assim. Atualmente, eles se identificam como uma academia de bebês, como o próprio nome em inglês já diz. Focado no público de classes A e B, a Baby Gym foi criada ainda em 2014, no mês de agosto, com o intuito de oferecer uma educação complementar - ou seja, não substitui nem creches do serviço público nem escolas de grade curricular padrão.

Com profissionais da área da pedagogia desde o início, no site oficial da marca é possível ver que há seis focos diferentes de desenvolvimento para crianças - que vão até os seis anos de idade:

  • Sensorial
  • Cognitivo
  • Emocional
  • Social
  • Comunicação
  • Psicomotor

O principal diferencial, do ponto de vista deles, é a presença obrigatória de pais e ou responsáveis. O grande intuito, fala Silva, é enriquecer o vínculo entre pais e filhos. As semanas são sempre temáticas e as aulas duram 50 minutos.

Atualmente, eles têm mais de 50 franqueados, totalizando 54 unidades - sendo uma própria. Além disso, contam também com parcerias em escolas e até mesmo hospitais. No ano passado, o faturamento foi de R$ 3,9 milhões e, para este ano, a projeção está para cerca de R$ 10 milhões.

Raio-x

Confira, a seguir, o raio-x completo da marca.

  • Investimento inicial: a partir de R$126 mil
  • Faturamento mensal: R$40 mil
  • Lucro mensal: 35,5%
  • Prazo de retorno: 15 meses
  • Prazo de contrato: 5 anos
  • Royalties/mês: 6%

Avaliação de clientes

No momento de produção desta reportagem, havia registro de apenas duas queixas contra a empresa Baby Gym no site ReclameAqui, considerando todo o período disponível. As reclamações citavam problemas com valor de aula experimental e não pagamento de ex-funcionária. Não há dados suficientes, de acordo com a plataforma, para a formação de uma nota de reputação.

No Google My Business, é possível encontrar avaliações por unidades, mas não uma geral da marca. Ou seja, é possível pesquisar, por meio do Google Maps, a unidade pela qual o cliente tem interesse e, a partir disso, ver avaliações de clientes, que vão de 1 a 5 estrelas. Vale ressaltar que os autores das avaliações não podem ser verificados. Eventualmente, comentários positivos ou negativos podem ser uma ação deliberada - a favor ou contra a empresa.

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