Burger King, KFC, Subway: quanto custa ter uma franquia das maiores redes de fast food? Veja opções


Neste levantamento, o Estadão consultou as principais marcas de fast food que atuam no Brasil; franquia mais barata custa cerca de R$ 500 mil

Por Felipe Siqueira
Atualização:

Quais os requisitos básicos para ter uma franquia de uma grande rede de fast food? O custo é muito mais alto? Tem alguma diferença em relação a outros negócios? Por que uma loja de roupa dentro de um shopping pode ser mais barata do que um drive-thru? O Estadão conversou com as maiores marcas que atuam no Brasil para saber condições, preços e outras coisas mais. A reportagem ouviu também o Sebrae-SP, para entender quais as principais diferenças quando o assunto é fast food.

O primeiro ponto a ser ressaltado é como funciona uma dinâmica de franquia - e por que ela pode ser vantajosa ao empreendedor. “Tudo já foi validado pela marca”, explica o consultor do Sebrae-SP Ruy Barros.

Ele lembra que os custos referentes a uma empresa que atua no setor de franchising já são completamente formatados. Claro que pode haver gasto eventual, mas a estimativa é bem próxima do que será necessário ser desembolsado por parte do franqueado - que é quem vai comprar o direito de usar a marca.

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Neste levantamento, o Estadão consultou as principais marcas de fast food que atuam no Brasil. A franquia mais barata custa cerca de R$ 500 mil e a mais cara chega na casa de R$ 5 milhões. Por que estes valores são tão altos? Até mesmo o considerado “barato” já está em uma faixa de valor alta.

O consultor do Sebrae-SP explica que dois fatores influenciam diretamente nestas cifras.

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  • O primeiro deles é a demanda. As pessoas nunca vão deixar de ter a necessidade de se alimentar - e algo rápido, no ritmo que trabalhamos atualmente, sempre é buscado, para otimização do tempo. “Roupa dá pra comprar uma vez por mês. Mas você tem que comer todo dia. O setor de alimentação está sempre em crescimento, não parou nem durante a pandemia”, diz.
  • O segundo é justamente o apelo da marca, que já envolve marketing. “Qual hambúrguer vem primeiro à mente quando você está com fome? Isso vai estar incluso no preço da franquia”, completa.
Logos de Burger King, KFC, Pizza Hut e Subway Foto: Evgenia Novozhenina/Reuters, Kim Kyung-Hoon/Reuters, Mario Anzuoni/Reuters e Leonhard Foeger/Reuters

Existe um terceiro tópico que não é exclusividade do setor de fast food, mas que tem bastante impacto nos valores: o ponto físico. A não ser que seja uma dark kitchen, que realiza apenas entregas, um restaurante fast food precisa ter espaço físico - realidade esta presente em todos os consultados pela reportagem.

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“Existe um certo custo inflacionário do ponto quando falamos em fast food”, comenta. De acordo com o especialista, se a marca vai comprar o espaço para alugar para o franqueado, existe a chance de a venda deste ponto ser um pouco mais cara porque é um fast food que será instalado por lá, vendido para uma grande empresa.

Os requisitos são diferentes?

Barros, do Sebrae-SP, explica que não existe um requisito diferente para ser dono de uma unidade de uma rede de fast food. O que se aplica em outras empresas, de setores diferentes, também é verdade no ramo de alimentação rápida. Mas existe uma peculiaridade relevante: trabalhar aos finais de semana. O movimento tende a ser maior de sexta, sábado e domingo - comumente tidos como dias de descanso. Portanto, o comprometimento em relação a essas datas tem que ser maior, conclui o especialista. “As folgas do dono também vão passar a ser por escala.”

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Confira a seguir a lista de franquias que o Estadão consultou. As informações estão organizadas na seguinte ordem:

  1. investimento inicial: valor que precisará ser desembolsado pelo empresário;
  2. faturamento médio mensal: valor bruto que a operação consegue girar;
  3. lucro médio mensal, valor que desconta as obrigações mensais, como pagamento de funcionários, aluguel, contas de consumo, etc;
  4. prazo de contrato: tempo que o franqueado poderá utilizar a marca, com eventuais obrigações, contrapartidas e multas previstas, em casos de quebra;
  5. royalties: uma espécie de mensalidade para usar tanto a marca quanto o know how da empresa;
  6. fundo de marketing: arrecadação da franqueadora para realizar campanhas publicitárias que visam, por exemplo, prospecção de clientes
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Vale sempre lembrar que as informações referentes ao negócio devem constar na Circular de Oferta de Franquia, a COF, conforme prevê a lei 13.966/2019, que rege o setor. O documento precisa ser entregue com, ao menos, 10 dias de antecedência de uma eventual assinatura de contrato ou pré-contrato.

E também é importante ressaltar que, a depender da marca, pode ser que o prazo de contrato - e até mesmo outros itens, como territorialidade, que é a distância que determinada loja tem como liberdade de atuação - seja negociável.

Todas essas informações são essenciais para saber em quanto tempo se dará o prazo de retorno, chamado de payback, no mercado, já que royalties e fundo de marketing serão descontados do próprio faturamento, o que impactará no lucro.

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Até o fechamento desta reportagem, McDonald’s não retornou o contato com valores e modelos de franquias.

Burger King

Existem dois tipos padrões de lojas para a marca: rua e shopping. O prazo de contrato para o BK é o maior deste levantamento, ao lado do Subway: 20 anos. Não há estimativa de lucro nem tempo de retorno estimados pela empresa.

  • Investimento inicial total estimado: R$ 2,5 milhões para o modelo de shopping e R$ 5 milhões para o modelo de rua
  • Faturamento médio mensal estimado: R$ 500 mil
  • Prazo de contrato: 20 anos
  • Royalties/mês: 8%
  • Fundo de Marketing: 3,5%

KFC

A rede de frangos fritos não abre estimativas de faturamento e lucro por serem “companhia de capital aberto”, conforme informou a marca por meio da assessoria de imprensa. Processo para se tornar um franqueado costuma durar cerca de três meses.

  • Investimento inicial total estimado: R$ 2,2 milhões para o modelo de shopping, R$ 2,8 milhões para modelo fora de shopping e R$ 4,5 milhões para o modelo drive-thru
  • Prazo de retorno estimado: 4 anos.
  • Prazo de contrato: 10 anos
  • Royalties/mês: 6%
  • Taxa de manutenção/mês: 5% para o fundo de marketing

Pizza Hut

Assim como KFC, do mesmo grupo (IMC), a rede de pizzas não abre estimativas de faturamento e lucro por ser “companhia de capital aberto”, conforme informou a marca por meio da assessoria de imprensa. Processo para se tornar um franqueado também costuma durar cerca de três meses.

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 1 milhão, com modelos para shoppings, centros comerciais e entregas
  • Prazo de retorno estimado: 4 anos
  • Prazo de contrato: 10 anos
  • Royalties/mês: 6%
  • Taxa de manutenção/mês: 5% para o fundo de marketing

Giraffas

Há três modelos diferentes para a rede Giraffas: rua, shopping e hipermercado, com diferentes valores. Tudo costuma ficar em torno da faixa de R$ 750 mil a R$ 1 milhão.

Modelo de rua

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 1 milhão
  • Faturamento médio mensal estimado: R$ 215 mil
  • Lucro médio mensal estimado: 12%
  • Prazo de retorno estimado: até 36 meses
  • Prazo de contrato: 5 anos
  • Royalties/mês: 5%
  • Fundo de marketing: 3%

Shopping

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 790 mil
  • Faturamento médio mensal estimado: R$ 200 mil
  • Lucro médio mensal estimado: 12%
  • Prazo de retorno estimado: até 36 meses
  • Prazo de contrato: 5 anos
  • Royalties/mês: 5%
  • Fundo de marketing: 3%

Hipermercado

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 750 mil
  • Faturamento médio mensal estimado: R$ 195 mil
  • Lucro médio mensal estimado: 12%
  • Prazo de retorno estimado: até 36 meses
  • Prazo de contrato: 5 anos
  • Royalties/mês: 5%
  • Fundo de marketing: 3%

Bob’s

Há quatro modelos para o Bob’s: “loja dentro de loja”, shopping, rua e drive-thru. Os investimentos partem de R$ 930 mil e podem chegar à casa de R$ 1,5 milhão.

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 930 mil (store in store), R$ 1 milhão (shopping), R$ 1,2 milhão (lojas de rua) e R$ 1,5 milhão (drive-thru)
  • Faturamento médio mensal estimado: R$ 180 mil
  • Lucro médio mensal estimado: entre 12% e 15%
  • Prazo de retorno estimado: 36 a 48 meses
  • Prazo de contrato: 60 meses
  • Royalties/mês: 6%
  • Taxa de manutenção/mês: 4%

Subway

Há dois modelos disponíveis (convencional, como shopping e outros estabelecimentos, e lojas autônomas, como rua e drive thru) para compra ao franqueado, mas a marca não informou os preços de maneira individual à reportagem. A rede também não informou o faturamento médio estimado. Prazo de contrato é o mais longo, ao lado do BK: 20 anos.

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 490 mil
  • Lucro médio mensal estimado: de 10 a 15%
  • Prazo de retorno estimado: de 36 a 60 meses
  • Prazo de contrato: 20 anos
  • Royalties/mês: 8%
  • Taxa de manutenção/mês: 4,5%

Os dados citados neste texto foram coletados originalmente em outubro de 2023.

Quais os requisitos básicos para ter uma franquia de uma grande rede de fast food? O custo é muito mais alto? Tem alguma diferença em relação a outros negócios? Por que uma loja de roupa dentro de um shopping pode ser mais barata do que um drive-thru? O Estadão conversou com as maiores marcas que atuam no Brasil para saber condições, preços e outras coisas mais. A reportagem ouviu também o Sebrae-SP, para entender quais as principais diferenças quando o assunto é fast food.

O primeiro ponto a ser ressaltado é como funciona uma dinâmica de franquia - e por que ela pode ser vantajosa ao empreendedor. “Tudo já foi validado pela marca”, explica o consultor do Sebrae-SP Ruy Barros.

Ele lembra que os custos referentes a uma empresa que atua no setor de franchising já são completamente formatados. Claro que pode haver gasto eventual, mas a estimativa é bem próxima do que será necessário ser desembolsado por parte do franqueado - que é quem vai comprar o direito de usar a marca.

Neste levantamento, o Estadão consultou as principais marcas de fast food que atuam no Brasil. A franquia mais barata custa cerca de R$ 500 mil e a mais cara chega na casa de R$ 5 milhões. Por que estes valores são tão altos? Até mesmo o considerado “barato” já está em uma faixa de valor alta.

O consultor do Sebrae-SP explica que dois fatores influenciam diretamente nestas cifras.

  • O primeiro deles é a demanda. As pessoas nunca vão deixar de ter a necessidade de se alimentar - e algo rápido, no ritmo que trabalhamos atualmente, sempre é buscado, para otimização do tempo. “Roupa dá pra comprar uma vez por mês. Mas você tem que comer todo dia. O setor de alimentação está sempre em crescimento, não parou nem durante a pandemia”, diz.
  • O segundo é justamente o apelo da marca, que já envolve marketing. “Qual hambúrguer vem primeiro à mente quando você está com fome? Isso vai estar incluso no preço da franquia”, completa.
Logos de Burger King, KFC, Pizza Hut e Subway Foto: Evgenia Novozhenina/Reuters, Kim Kyung-Hoon/Reuters, Mario Anzuoni/Reuters e Leonhard Foeger/Reuters

Existe um terceiro tópico que não é exclusividade do setor de fast food, mas que tem bastante impacto nos valores: o ponto físico. A não ser que seja uma dark kitchen, que realiza apenas entregas, um restaurante fast food precisa ter espaço físico - realidade esta presente em todos os consultados pela reportagem.

“Existe um certo custo inflacionário do ponto quando falamos em fast food”, comenta. De acordo com o especialista, se a marca vai comprar o espaço para alugar para o franqueado, existe a chance de a venda deste ponto ser um pouco mais cara porque é um fast food que será instalado por lá, vendido para uma grande empresa.

Os requisitos são diferentes?

Barros, do Sebrae-SP, explica que não existe um requisito diferente para ser dono de uma unidade de uma rede de fast food. O que se aplica em outras empresas, de setores diferentes, também é verdade no ramo de alimentação rápida. Mas existe uma peculiaridade relevante: trabalhar aos finais de semana. O movimento tende a ser maior de sexta, sábado e domingo - comumente tidos como dias de descanso. Portanto, o comprometimento em relação a essas datas tem que ser maior, conclui o especialista. “As folgas do dono também vão passar a ser por escala.”

Confira a seguir a lista de franquias que o Estadão consultou. As informações estão organizadas na seguinte ordem:

  1. investimento inicial: valor que precisará ser desembolsado pelo empresário;
  2. faturamento médio mensal: valor bruto que a operação consegue girar;
  3. lucro médio mensal, valor que desconta as obrigações mensais, como pagamento de funcionários, aluguel, contas de consumo, etc;
  4. prazo de contrato: tempo que o franqueado poderá utilizar a marca, com eventuais obrigações, contrapartidas e multas previstas, em casos de quebra;
  5. royalties: uma espécie de mensalidade para usar tanto a marca quanto o know how da empresa;
  6. fundo de marketing: arrecadação da franqueadora para realizar campanhas publicitárias que visam, por exemplo, prospecção de clientes

Vale sempre lembrar que as informações referentes ao negócio devem constar na Circular de Oferta de Franquia, a COF, conforme prevê a lei 13.966/2019, que rege o setor. O documento precisa ser entregue com, ao menos, 10 dias de antecedência de uma eventual assinatura de contrato ou pré-contrato.

E também é importante ressaltar que, a depender da marca, pode ser que o prazo de contrato - e até mesmo outros itens, como territorialidade, que é a distância que determinada loja tem como liberdade de atuação - seja negociável.

Todas essas informações são essenciais para saber em quanto tempo se dará o prazo de retorno, chamado de payback, no mercado, já que royalties e fundo de marketing serão descontados do próprio faturamento, o que impactará no lucro.

Até o fechamento desta reportagem, McDonald’s não retornou o contato com valores e modelos de franquias.

Burger King

Existem dois tipos padrões de lojas para a marca: rua e shopping. O prazo de contrato para o BK é o maior deste levantamento, ao lado do Subway: 20 anos. Não há estimativa de lucro nem tempo de retorno estimados pela empresa.

  • Investimento inicial total estimado: R$ 2,5 milhões para o modelo de shopping e R$ 5 milhões para o modelo de rua
  • Faturamento médio mensal estimado: R$ 500 mil
  • Prazo de contrato: 20 anos
  • Royalties/mês: 8%
  • Fundo de Marketing: 3,5%

KFC

A rede de frangos fritos não abre estimativas de faturamento e lucro por serem “companhia de capital aberto”, conforme informou a marca por meio da assessoria de imprensa. Processo para se tornar um franqueado costuma durar cerca de três meses.

  • Investimento inicial total estimado: R$ 2,2 milhões para o modelo de shopping, R$ 2,8 milhões para modelo fora de shopping e R$ 4,5 milhões para o modelo drive-thru
  • Prazo de retorno estimado: 4 anos.
  • Prazo de contrato: 10 anos
  • Royalties/mês: 6%
  • Taxa de manutenção/mês: 5% para o fundo de marketing

Pizza Hut

Assim como KFC, do mesmo grupo (IMC), a rede de pizzas não abre estimativas de faturamento e lucro por ser “companhia de capital aberto”, conforme informou a marca por meio da assessoria de imprensa. Processo para se tornar um franqueado também costuma durar cerca de três meses.

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 1 milhão, com modelos para shoppings, centros comerciais e entregas
  • Prazo de retorno estimado: 4 anos
  • Prazo de contrato: 10 anos
  • Royalties/mês: 6%
  • Taxa de manutenção/mês: 5% para o fundo de marketing

Giraffas

Há três modelos diferentes para a rede Giraffas: rua, shopping e hipermercado, com diferentes valores. Tudo costuma ficar em torno da faixa de R$ 750 mil a R$ 1 milhão.

Modelo de rua

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 1 milhão
  • Faturamento médio mensal estimado: R$ 215 mil
  • Lucro médio mensal estimado: 12%
  • Prazo de retorno estimado: até 36 meses
  • Prazo de contrato: 5 anos
  • Royalties/mês: 5%
  • Fundo de marketing: 3%

Shopping

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 790 mil
  • Faturamento médio mensal estimado: R$ 200 mil
  • Lucro médio mensal estimado: 12%
  • Prazo de retorno estimado: até 36 meses
  • Prazo de contrato: 5 anos
  • Royalties/mês: 5%
  • Fundo de marketing: 3%

Hipermercado

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 750 mil
  • Faturamento médio mensal estimado: R$ 195 mil
  • Lucro médio mensal estimado: 12%
  • Prazo de retorno estimado: até 36 meses
  • Prazo de contrato: 5 anos
  • Royalties/mês: 5%
  • Fundo de marketing: 3%

Bob’s

Há quatro modelos para o Bob’s: “loja dentro de loja”, shopping, rua e drive-thru. Os investimentos partem de R$ 930 mil e podem chegar à casa de R$ 1,5 milhão.

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 930 mil (store in store), R$ 1 milhão (shopping), R$ 1,2 milhão (lojas de rua) e R$ 1,5 milhão (drive-thru)
  • Faturamento médio mensal estimado: R$ 180 mil
  • Lucro médio mensal estimado: entre 12% e 15%
  • Prazo de retorno estimado: 36 a 48 meses
  • Prazo de contrato: 60 meses
  • Royalties/mês: 6%
  • Taxa de manutenção/mês: 4%

Subway

Há dois modelos disponíveis (convencional, como shopping e outros estabelecimentos, e lojas autônomas, como rua e drive thru) para compra ao franqueado, mas a marca não informou os preços de maneira individual à reportagem. A rede também não informou o faturamento médio estimado. Prazo de contrato é o mais longo, ao lado do BK: 20 anos.

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 490 mil
  • Lucro médio mensal estimado: de 10 a 15%
  • Prazo de retorno estimado: de 36 a 60 meses
  • Prazo de contrato: 20 anos
  • Royalties/mês: 8%
  • Taxa de manutenção/mês: 4,5%

Os dados citados neste texto foram coletados originalmente em outubro de 2023.

Quais os requisitos básicos para ter uma franquia de uma grande rede de fast food? O custo é muito mais alto? Tem alguma diferença em relação a outros negócios? Por que uma loja de roupa dentro de um shopping pode ser mais barata do que um drive-thru? O Estadão conversou com as maiores marcas que atuam no Brasil para saber condições, preços e outras coisas mais. A reportagem ouviu também o Sebrae-SP, para entender quais as principais diferenças quando o assunto é fast food.

O primeiro ponto a ser ressaltado é como funciona uma dinâmica de franquia - e por que ela pode ser vantajosa ao empreendedor. “Tudo já foi validado pela marca”, explica o consultor do Sebrae-SP Ruy Barros.

Ele lembra que os custos referentes a uma empresa que atua no setor de franchising já são completamente formatados. Claro que pode haver gasto eventual, mas a estimativa é bem próxima do que será necessário ser desembolsado por parte do franqueado - que é quem vai comprar o direito de usar a marca.

Neste levantamento, o Estadão consultou as principais marcas de fast food que atuam no Brasil. A franquia mais barata custa cerca de R$ 500 mil e a mais cara chega na casa de R$ 5 milhões. Por que estes valores são tão altos? Até mesmo o considerado “barato” já está em uma faixa de valor alta.

O consultor do Sebrae-SP explica que dois fatores influenciam diretamente nestas cifras.

  • O primeiro deles é a demanda. As pessoas nunca vão deixar de ter a necessidade de se alimentar - e algo rápido, no ritmo que trabalhamos atualmente, sempre é buscado, para otimização do tempo. “Roupa dá pra comprar uma vez por mês. Mas você tem que comer todo dia. O setor de alimentação está sempre em crescimento, não parou nem durante a pandemia”, diz.
  • O segundo é justamente o apelo da marca, que já envolve marketing. “Qual hambúrguer vem primeiro à mente quando você está com fome? Isso vai estar incluso no preço da franquia”, completa.
Logos de Burger King, KFC, Pizza Hut e Subway Foto: Evgenia Novozhenina/Reuters, Kim Kyung-Hoon/Reuters, Mario Anzuoni/Reuters e Leonhard Foeger/Reuters

Existe um terceiro tópico que não é exclusividade do setor de fast food, mas que tem bastante impacto nos valores: o ponto físico. A não ser que seja uma dark kitchen, que realiza apenas entregas, um restaurante fast food precisa ter espaço físico - realidade esta presente em todos os consultados pela reportagem.

“Existe um certo custo inflacionário do ponto quando falamos em fast food”, comenta. De acordo com o especialista, se a marca vai comprar o espaço para alugar para o franqueado, existe a chance de a venda deste ponto ser um pouco mais cara porque é um fast food que será instalado por lá, vendido para uma grande empresa.

Os requisitos são diferentes?

Barros, do Sebrae-SP, explica que não existe um requisito diferente para ser dono de uma unidade de uma rede de fast food. O que se aplica em outras empresas, de setores diferentes, também é verdade no ramo de alimentação rápida. Mas existe uma peculiaridade relevante: trabalhar aos finais de semana. O movimento tende a ser maior de sexta, sábado e domingo - comumente tidos como dias de descanso. Portanto, o comprometimento em relação a essas datas tem que ser maior, conclui o especialista. “As folgas do dono também vão passar a ser por escala.”

Confira a seguir a lista de franquias que o Estadão consultou. As informações estão organizadas na seguinte ordem:

  1. investimento inicial: valor que precisará ser desembolsado pelo empresário;
  2. faturamento médio mensal: valor bruto que a operação consegue girar;
  3. lucro médio mensal, valor que desconta as obrigações mensais, como pagamento de funcionários, aluguel, contas de consumo, etc;
  4. prazo de contrato: tempo que o franqueado poderá utilizar a marca, com eventuais obrigações, contrapartidas e multas previstas, em casos de quebra;
  5. royalties: uma espécie de mensalidade para usar tanto a marca quanto o know how da empresa;
  6. fundo de marketing: arrecadação da franqueadora para realizar campanhas publicitárias que visam, por exemplo, prospecção de clientes

Vale sempre lembrar que as informações referentes ao negócio devem constar na Circular de Oferta de Franquia, a COF, conforme prevê a lei 13.966/2019, que rege o setor. O documento precisa ser entregue com, ao menos, 10 dias de antecedência de uma eventual assinatura de contrato ou pré-contrato.

E também é importante ressaltar que, a depender da marca, pode ser que o prazo de contrato - e até mesmo outros itens, como territorialidade, que é a distância que determinada loja tem como liberdade de atuação - seja negociável.

Todas essas informações são essenciais para saber em quanto tempo se dará o prazo de retorno, chamado de payback, no mercado, já que royalties e fundo de marketing serão descontados do próprio faturamento, o que impactará no lucro.

Até o fechamento desta reportagem, McDonald’s não retornou o contato com valores e modelos de franquias.

Burger King

Existem dois tipos padrões de lojas para a marca: rua e shopping. O prazo de contrato para o BK é o maior deste levantamento, ao lado do Subway: 20 anos. Não há estimativa de lucro nem tempo de retorno estimados pela empresa.

  • Investimento inicial total estimado: R$ 2,5 milhões para o modelo de shopping e R$ 5 milhões para o modelo de rua
  • Faturamento médio mensal estimado: R$ 500 mil
  • Prazo de contrato: 20 anos
  • Royalties/mês: 8%
  • Fundo de Marketing: 3,5%

KFC

A rede de frangos fritos não abre estimativas de faturamento e lucro por serem “companhia de capital aberto”, conforme informou a marca por meio da assessoria de imprensa. Processo para se tornar um franqueado costuma durar cerca de três meses.

  • Investimento inicial total estimado: R$ 2,2 milhões para o modelo de shopping, R$ 2,8 milhões para modelo fora de shopping e R$ 4,5 milhões para o modelo drive-thru
  • Prazo de retorno estimado: 4 anos.
  • Prazo de contrato: 10 anos
  • Royalties/mês: 6%
  • Taxa de manutenção/mês: 5% para o fundo de marketing

Pizza Hut

Assim como KFC, do mesmo grupo (IMC), a rede de pizzas não abre estimativas de faturamento e lucro por ser “companhia de capital aberto”, conforme informou a marca por meio da assessoria de imprensa. Processo para se tornar um franqueado também costuma durar cerca de três meses.

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 1 milhão, com modelos para shoppings, centros comerciais e entregas
  • Prazo de retorno estimado: 4 anos
  • Prazo de contrato: 10 anos
  • Royalties/mês: 6%
  • Taxa de manutenção/mês: 5% para o fundo de marketing

Giraffas

Há três modelos diferentes para a rede Giraffas: rua, shopping e hipermercado, com diferentes valores. Tudo costuma ficar em torno da faixa de R$ 750 mil a R$ 1 milhão.

Modelo de rua

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 1 milhão
  • Faturamento médio mensal estimado: R$ 215 mil
  • Lucro médio mensal estimado: 12%
  • Prazo de retorno estimado: até 36 meses
  • Prazo de contrato: 5 anos
  • Royalties/mês: 5%
  • Fundo de marketing: 3%

Shopping

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 790 mil
  • Faturamento médio mensal estimado: R$ 200 mil
  • Lucro médio mensal estimado: 12%
  • Prazo de retorno estimado: até 36 meses
  • Prazo de contrato: 5 anos
  • Royalties/mês: 5%
  • Fundo de marketing: 3%

Hipermercado

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 750 mil
  • Faturamento médio mensal estimado: R$ 195 mil
  • Lucro médio mensal estimado: 12%
  • Prazo de retorno estimado: até 36 meses
  • Prazo de contrato: 5 anos
  • Royalties/mês: 5%
  • Fundo de marketing: 3%

Bob’s

Há quatro modelos para o Bob’s: “loja dentro de loja”, shopping, rua e drive-thru. Os investimentos partem de R$ 930 mil e podem chegar à casa de R$ 1,5 milhão.

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 930 mil (store in store), R$ 1 milhão (shopping), R$ 1,2 milhão (lojas de rua) e R$ 1,5 milhão (drive-thru)
  • Faturamento médio mensal estimado: R$ 180 mil
  • Lucro médio mensal estimado: entre 12% e 15%
  • Prazo de retorno estimado: 36 a 48 meses
  • Prazo de contrato: 60 meses
  • Royalties/mês: 6%
  • Taxa de manutenção/mês: 4%

Subway

Há dois modelos disponíveis (convencional, como shopping e outros estabelecimentos, e lojas autônomas, como rua e drive thru) para compra ao franqueado, mas a marca não informou os preços de maneira individual à reportagem. A rede também não informou o faturamento médio estimado. Prazo de contrato é o mais longo, ao lado do BK: 20 anos.

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 490 mil
  • Lucro médio mensal estimado: de 10 a 15%
  • Prazo de retorno estimado: de 36 a 60 meses
  • Prazo de contrato: 20 anos
  • Royalties/mês: 8%
  • Taxa de manutenção/mês: 4,5%

Os dados citados neste texto foram coletados originalmente em outubro de 2023.

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