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Opinião|Alimentação: a força e o impacto positivo da mulher no campo


Empreendimentos, como Sumá e Muda Meu Mundo, olham para a agricultura familiar sob o ponto de vista feminino; projeção mostra que empoderamento da mulher no campo faz produção aumentar 30%

Por Maure Pessanha

Para inspirar o mundo a refletir sobre a fome e insegurança alimentar, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou, em 1979, o Dia Mundial da Alimentação. Lançando um olhar mais acurado à questão, acredito que ponderar sobre o tema é abordar o papel da mulher no campo.

Hoje, a força de trabalho feminina é responsável por 45% da produção de alimentos no Brasil. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de mulheres que lideram propriedades rurais cresceu de 12,68%, em 2006, para 18,64% em 2017.

Um outro dado aponta que cerca de 31% das propriedades rurais apresentam mulheres diretamente vinculadas ao gerenciamento das propriedades; dessas, 81% entendem a participação feminina como vital ou muito importante. Embora sejam responsáveis por mais da metade da produção de alimentos no mundo, somente 30% delas são donas formais das próprias terras; 10% conseguem ter acesso a créditos e 5% à assistência técnica, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

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A contribuição econômica das mulheres do campo, de acordo com a Tese de Impacto Social em Alimentação elaborada pela Artemisia, revela que elas constituem um importante vetor de crescimento e prosperidade nas áreas rurais: 90% dos lucros obtidos são reinvestidos pelas mulheres na educação e no bem-estar da família.

Uma projeção mostra que o empoderamento da mulher na lavoura traria um aumento de 30% na produção agrícola e garantiria mais segurança alimentar, de acordo com a FAO. Diante desses fatos, nitidamente é preciso fortalecer a participação feminina no campo, seja por meio da instrumentalização das produtoras, seja pela conscientização do importante papel que desempenham nos estabelecimentos de agricultura familiar.

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Alimentos orgânicos. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Não por acaso, as mulheres ligadas ao meio rural estão ocupando papel de destaque. De precursoras dos sistemas de produção agroecológicos a líderes de agritechs (startups ligadas à agricultura), elas também se destacam no empreendedorismo de impacto social.

Um dos exemplos é Daiana Censi, cofundadora da Sumá. A startup venceu o Inclusive Innovation Challenge do Massachusetts Institute of Technology (MIT) pela realização do trabalho de qualificação de agricultores familiares e conexão com compradores empresariais de alimentos por meio de tecnologia. Na prática, essa empreendedora trabalha diretamente com mulheres rurais porque percebeu que elas são peças-chave do fortalecimento da comunidade ao empreenderem iniciativas necessárias para desenvolvimento sustentável local.

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Na Sumá, a história da família é contada pelo ponto de vista feminino. Entre os projetos liderados por mulheres - e que inspiraram Daiana a continuar empreendendo nesse ambiente a despeito dos desafios - está a Associação de Agroturismo Acolhida na Colônia. Fundada pela empreendedora Thaise Guzzatti, em 1999, nas Encostas da Serra Geral, em Santa Catarina, o intuito da organização é diversificar as propriedades dos agricultores familiares que estavam em êxodo rural; a busca é pela qualidade de vida e melhores oportunidades de renda.

Um outro exemplo de liderança feminina e impacto social é Muda Meu Mundo, fundada pelas irmãs Priscila e Deborah Veras no Ceará. O negócio de impacto criou uma plataforma de agricultura sustentável na qual capacita e certifica agricultores familiares, apoiando o reflorestamento, aumento de produtividade e da renda das famílias, com foco na produção de alimentos orgânicos. Tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento sustentável e ampliar o acesso à alimentação saudável.

Estou certa de que o futuro da alimentação e da agricultura - lembrando que no ano de 2050 seremos mais de 9 bilhões de bocas - passa pela valorização feminina no campo. E a inovação com impacto social faz parte dessa equação.

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* Maure Pessanha é empreendedora e diretora-executiva da Artemisia, organização pioneira no fomento e na disseminação de negócios de impacto social no Brasil.

Para inspirar o mundo a refletir sobre a fome e insegurança alimentar, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou, em 1979, o Dia Mundial da Alimentação. Lançando um olhar mais acurado à questão, acredito que ponderar sobre o tema é abordar o papel da mulher no campo.

Hoje, a força de trabalho feminina é responsável por 45% da produção de alimentos no Brasil. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de mulheres que lideram propriedades rurais cresceu de 12,68%, em 2006, para 18,64% em 2017.

Um outro dado aponta que cerca de 31% das propriedades rurais apresentam mulheres diretamente vinculadas ao gerenciamento das propriedades; dessas, 81% entendem a participação feminina como vital ou muito importante. Embora sejam responsáveis por mais da metade da produção de alimentos no mundo, somente 30% delas são donas formais das próprias terras; 10% conseguem ter acesso a créditos e 5% à assistência técnica, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

A contribuição econômica das mulheres do campo, de acordo com a Tese de Impacto Social em Alimentação elaborada pela Artemisia, revela que elas constituem um importante vetor de crescimento e prosperidade nas áreas rurais: 90% dos lucros obtidos são reinvestidos pelas mulheres na educação e no bem-estar da família.

Uma projeção mostra que o empoderamento da mulher na lavoura traria um aumento de 30% na produção agrícola e garantiria mais segurança alimentar, de acordo com a FAO. Diante desses fatos, nitidamente é preciso fortalecer a participação feminina no campo, seja por meio da instrumentalização das produtoras, seja pela conscientização do importante papel que desempenham nos estabelecimentos de agricultura familiar.

Alimentos orgânicos. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Não por acaso, as mulheres ligadas ao meio rural estão ocupando papel de destaque. De precursoras dos sistemas de produção agroecológicos a líderes de agritechs (startups ligadas à agricultura), elas também se destacam no empreendedorismo de impacto social.

Um dos exemplos é Daiana Censi, cofundadora da Sumá. A startup venceu o Inclusive Innovation Challenge do Massachusetts Institute of Technology (MIT) pela realização do trabalho de qualificação de agricultores familiares e conexão com compradores empresariais de alimentos por meio de tecnologia. Na prática, essa empreendedora trabalha diretamente com mulheres rurais porque percebeu que elas são peças-chave do fortalecimento da comunidade ao empreenderem iniciativas necessárias para desenvolvimento sustentável local.

Na Sumá, a história da família é contada pelo ponto de vista feminino. Entre os projetos liderados por mulheres - e que inspiraram Daiana a continuar empreendendo nesse ambiente a despeito dos desafios - está a Associação de Agroturismo Acolhida na Colônia. Fundada pela empreendedora Thaise Guzzatti, em 1999, nas Encostas da Serra Geral, em Santa Catarina, o intuito da organização é diversificar as propriedades dos agricultores familiares que estavam em êxodo rural; a busca é pela qualidade de vida e melhores oportunidades de renda.

Um outro exemplo de liderança feminina e impacto social é Muda Meu Mundo, fundada pelas irmãs Priscila e Deborah Veras no Ceará. O negócio de impacto criou uma plataforma de agricultura sustentável na qual capacita e certifica agricultores familiares, apoiando o reflorestamento, aumento de produtividade e da renda das famílias, com foco na produção de alimentos orgânicos. Tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento sustentável e ampliar o acesso à alimentação saudável.

Estou certa de que o futuro da alimentação e da agricultura - lembrando que no ano de 2050 seremos mais de 9 bilhões de bocas - passa pela valorização feminina no campo. E a inovação com impacto social faz parte dessa equação.

* Maure Pessanha é empreendedora e diretora-executiva da Artemisia, organização pioneira no fomento e na disseminação de negócios de impacto social no Brasil.

Para inspirar o mundo a refletir sobre a fome e insegurança alimentar, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou, em 1979, o Dia Mundial da Alimentação. Lançando um olhar mais acurado à questão, acredito que ponderar sobre o tema é abordar o papel da mulher no campo.

Hoje, a força de trabalho feminina é responsável por 45% da produção de alimentos no Brasil. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de mulheres que lideram propriedades rurais cresceu de 12,68%, em 2006, para 18,64% em 2017.

Um outro dado aponta que cerca de 31% das propriedades rurais apresentam mulheres diretamente vinculadas ao gerenciamento das propriedades; dessas, 81% entendem a participação feminina como vital ou muito importante. Embora sejam responsáveis por mais da metade da produção de alimentos no mundo, somente 30% delas são donas formais das próprias terras; 10% conseguem ter acesso a créditos e 5% à assistência técnica, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

A contribuição econômica das mulheres do campo, de acordo com a Tese de Impacto Social em Alimentação elaborada pela Artemisia, revela que elas constituem um importante vetor de crescimento e prosperidade nas áreas rurais: 90% dos lucros obtidos são reinvestidos pelas mulheres na educação e no bem-estar da família.

Uma projeção mostra que o empoderamento da mulher na lavoura traria um aumento de 30% na produção agrícola e garantiria mais segurança alimentar, de acordo com a FAO. Diante desses fatos, nitidamente é preciso fortalecer a participação feminina no campo, seja por meio da instrumentalização das produtoras, seja pela conscientização do importante papel que desempenham nos estabelecimentos de agricultura familiar.

Alimentos orgânicos. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Não por acaso, as mulheres ligadas ao meio rural estão ocupando papel de destaque. De precursoras dos sistemas de produção agroecológicos a líderes de agritechs (startups ligadas à agricultura), elas também se destacam no empreendedorismo de impacto social.

Um dos exemplos é Daiana Censi, cofundadora da Sumá. A startup venceu o Inclusive Innovation Challenge do Massachusetts Institute of Technology (MIT) pela realização do trabalho de qualificação de agricultores familiares e conexão com compradores empresariais de alimentos por meio de tecnologia. Na prática, essa empreendedora trabalha diretamente com mulheres rurais porque percebeu que elas são peças-chave do fortalecimento da comunidade ao empreenderem iniciativas necessárias para desenvolvimento sustentável local.

Na Sumá, a história da família é contada pelo ponto de vista feminino. Entre os projetos liderados por mulheres - e que inspiraram Daiana a continuar empreendendo nesse ambiente a despeito dos desafios - está a Associação de Agroturismo Acolhida na Colônia. Fundada pela empreendedora Thaise Guzzatti, em 1999, nas Encostas da Serra Geral, em Santa Catarina, o intuito da organização é diversificar as propriedades dos agricultores familiares que estavam em êxodo rural; a busca é pela qualidade de vida e melhores oportunidades de renda.

Um outro exemplo de liderança feminina e impacto social é Muda Meu Mundo, fundada pelas irmãs Priscila e Deborah Veras no Ceará. O negócio de impacto criou uma plataforma de agricultura sustentável na qual capacita e certifica agricultores familiares, apoiando o reflorestamento, aumento de produtividade e da renda das famílias, com foco na produção de alimentos orgânicos. Tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento sustentável e ampliar o acesso à alimentação saudável.

Estou certa de que o futuro da alimentação e da agricultura - lembrando que no ano de 2050 seremos mais de 9 bilhões de bocas - passa pela valorização feminina no campo. E a inovação com impacto social faz parte dessa equação.

* Maure Pessanha é empreendedora e diretora-executiva da Artemisia, organização pioneira no fomento e na disseminação de negócios de impacto social no Brasil.

Opinião por Maure Pessanha

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