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Opinião|Bondade e gentileza como sinônimos de força no mundo dos negócios


Novo livro de Graham Allcott desafia a crença limitante de que bondade e gentileza são incompatíveis com o sucesso dos negócios

Por Maure Pessanha

A bondade e a gentileza têm espaço no mundo dos negócios? Essa pergunta foi tomando forma ao ouvir um episódio do podcast do Financial Times com a participação de Graham Allcott. Empreendedor social e autor de best-sellers de Administração e Negócios, ele está lançando, no Reino Unido, o livro Kind: The Quiet Power of Kindness at Work – em livre tradução, Gentil: o poder silencioso da bondade no trabalho. Na visão do escritor, sentimentos como gentileza, bondade e empatia constroem segurança psicológica no ambiente de trabalho e se traduzem em melhor produtividade, inovação e criatividade, portanto, melhores resultados.

A ideia para o livro surgiu, segundo Graham Allcott, em uma palestra. Ao responder a um participante que o segredo do sucesso nos negócios, na sua experiência, estava associado à sua capacidade de ser gentil, assistiu à plateia se dividir entre os que concordavam e os que defendiam uma espécie de salvo-conduto para ser malvado no trabalho.

Essa experiência, de acordo com o autor, rendeu a constatação de que há um contingente significativo de profissionais (incluindo empreendedores) que associa o exercício laboral a um território livre para a agressividade. Essa percepção, aliás, tem raízes firmes, fincadas no passado e que permanecem no presente. Mas, será que o futuro desse agir e pensar está assegurado? O autor diz que não.

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Em seu mais recente livro, o empreendedor social britânico e escritor Graham Allcott aborda o poder silencioso da bondade no trabalho. Foto: Think Productive/Divulgação

Na obra – incluída pelo Financial Times entre os melhores livros de negócios lançados em 2024 –, ele define a liderança gentil e bondosa como algo que molda a ação intencional, colocando-a ao serviço das pessoas. “Na verdade, tudo se resume a ter a certeza de que você está do lado daqueles que estão trabalhando com você, pensando nas necessidades deles e sendo capaz de comunicar essas coisas de forma realmente eficaz”, diz, acrescentando que é sobre se conectar de humano para humano.

“A gentileza é realmente uma visão de mundo. É uma maneira de se envolver que abrange os nossos valores essenciais em torno de empatia, compaixão, humildade e generosidade. E porque ela se manifesta em ação, eu acho encorajadoramente, a implicação disso é que é algo que os líderes podem desenvolver, que eles podem praticar e treinar”, aponta. Sobre a noção de que bondade está associada à fragilidade, ele refuta enfaticamente essa ideia, defendendo que longe de ser uma qualidade frágil, a bondade é uma poderosa ferramenta para criar ambientes de trabalho mais produtivos e engajados, oferecendo uma base sólida de confiança, empatia e segurança psicológica.

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Como empreendedor social, Allcott colocou em prática os ideais que defende. Gerenciou iniciativas nas quais crianças britânicas criavam projetos de educação para serem aplicados na zona rural de Uganda; foi consultor, inclusive, de departamentos governamentais para o desenvolvimento de estratégias de engajamento de jovens.

Na Universidade de Birmingham, liderou uma articulação que dobrou o número de estudantes voluntários em três anos; foi cofundador da Intervol – organização que envia estudantes para estágios internacionais de verão em uma dúzia de países em desenvolvimento.

Além disso, foi o presidente-fundador da READ International, que recicla livros didáticos de currículo de inglês e envia-os para escolas da Tanzânia. Como fundador da Think Productive – uma empresa de desenvolvimento organizacional com escritórios no Reino Unido, nos Estados Unidos, no Canadá, na Austrália e Holanda –, tem ministrado palestras em vários países e disseminado a sua visão em livros que se tornaram best-sellers.

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Em Kind, além dos cases de empresas – que ilustram o impacto positivo da gentileza e da bondade nos negócios –, ele traz insights que podem inspirar os empreendedores, especialmente os de impacto. E, por ser o fim de ano um momento propício para inspirar reflexões, trago as oito dicas de maneira bem resumida.

1. A gentileza começa com você, ou seja, permita-se usufruir da autobondade.

2. Defina expectativas claras, fazendo perguntas incisivas (para você e equipe) sobre a visão que tem para o negócio.

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3. Ouça profundamente, dando a seu interlocutor a sua atenção total. Isso é uma das coisas mais gentis que podemos fazer.

4. Pessoas primeiro, trabalho depois. Sempre nessa ordem.

5. Seja humilde, dê o crédito devido e assuma as responsabilidades.

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6. Trate as pessoas da forma como elas gostariam de ser tratadas. Isso tem a ver com a real empatia e a escuta ativa.

7. Desacelere. A falta de gentileza acidental surge na correria.

8. Não deixe a gentileza e a bondade terminarem em você; crie oportunidades para que outras pessoas da equipe possam demonstrar o mesmo. A ideia é criar uma cultura.

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Por fim, acrescento pequenas dicas minhas: se tiver oportunidade, permita-se uma pausa para se nutrir de pessoas e lugares que você ama. Inspire-se, olhando para fontes que possam regar a sua criatividade e paz interior. Por último, celebre todas as conquistas de 2024, por menores que sejam.

Um negócio de impacto existe porque há uma dor a ser resolvida; um problema que atinge os mais vulneráveis do ponto de vista social e econômico. O peso de lidar com o duro cotidiano de empreender não pode nos afastar do autocuidado, que, inclusive, passa por sermos generosos conosco.

Boas festas!

A bondade e a gentileza têm espaço no mundo dos negócios? Essa pergunta foi tomando forma ao ouvir um episódio do podcast do Financial Times com a participação de Graham Allcott. Empreendedor social e autor de best-sellers de Administração e Negócios, ele está lançando, no Reino Unido, o livro Kind: The Quiet Power of Kindness at Work – em livre tradução, Gentil: o poder silencioso da bondade no trabalho. Na visão do escritor, sentimentos como gentileza, bondade e empatia constroem segurança psicológica no ambiente de trabalho e se traduzem em melhor produtividade, inovação e criatividade, portanto, melhores resultados.

A ideia para o livro surgiu, segundo Graham Allcott, em uma palestra. Ao responder a um participante que o segredo do sucesso nos negócios, na sua experiência, estava associado à sua capacidade de ser gentil, assistiu à plateia se dividir entre os que concordavam e os que defendiam uma espécie de salvo-conduto para ser malvado no trabalho.

Essa experiência, de acordo com o autor, rendeu a constatação de que há um contingente significativo de profissionais (incluindo empreendedores) que associa o exercício laboral a um território livre para a agressividade. Essa percepção, aliás, tem raízes firmes, fincadas no passado e que permanecem no presente. Mas, será que o futuro desse agir e pensar está assegurado? O autor diz que não.

Em seu mais recente livro, o empreendedor social britânico e escritor Graham Allcott aborda o poder silencioso da bondade no trabalho. Foto: Think Productive/Divulgação

Na obra – incluída pelo Financial Times entre os melhores livros de negócios lançados em 2024 –, ele define a liderança gentil e bondosa como algo que molda a ação intencional, colocando-a ao serviço das pessoas. “Na verdade, tudo se resume a ter a certeza de que você está do lado daqueles que estão trabalhando com você, pensando nas necessidades deles e sendo capaz de comunicar essas coisas de forma realmente eficaz”, diz, acrescentando que é sobre se conectar de humano para humano.

“A gentileza é realmente uma visão de mundo. É uma maneira de se envolver que abrange os nossos valores essenciais em torno de empatia, compaixão, humildade e generosidade. E porque ela se manifesta em ação, eu acho encorajadoramente, a implicação disso é que é algo que os líderes podem desenvolver, que eles podem praticar e treinar”, aponta. Sobre a noção de que bondade está associada à fragilidade, ele refuta enfaticamente essa ideia, defendendo que longe de ser uma qualidade frágil, a bondade é uma poderosa ferramenta para criar ambientes de trabalho mais produtivos e engajados, oferecendo uma base sólida de confiança, empatia e segurança psicológica.

Como empreendedor social, Allcott colocou em prática os ideais que defende. Gerenciou iniciativas nas quais crianças britânicas criavam projetos de educação para serem aplicados na zona rural de Uganda; foi consultor, inclusive, de departamentos governamentais para o desenvolvimento de estratégias de engajamento de jovens.

Na Universidade de Birmingham, liderou uma articulação que dobrou o número de estudantes voluntários em três anos; foi cofundador da Intervol – organização que envia estudantes para estágios internacionais de verão em uma dúzia de países em desenvolvimento.

Além disso, foi o presidente-fundador da READ International, que recicla livros didáticos de currículo de inglês e envia-os para escolas da Tanzânia. Como fundador da Think Productive – uma empresa de desenvolvimento organizacional com escritórios no Reino Unido, nos Estados Unidos, no Canadá, na Austrália e Holanda –, tem ministrado palestras em vários países e disseminado a sua visão em livros que se tornaram best-sellers.

Em Kind, além dos cases de empresas – que ilustram o impacto positivo da gentileza e da bondade nos negócios –, ele traz insights que podem inspirar os empreendedores, especialmente os de impacto. E, por ser o fim de ano um momento propício para inspirar reflexões, trago as oito dicas de maneira bem resumida.

1. A gentileza começa com você, ou seja, permita-se usufruir da autobondade.

2. Defina expectativas claras, fazendo perguntas incisivas (para você e equipe) sobre a visão que tem para o negócio.

3. Ouça profundamente, dando a seu interlocutor a sua atenção total. Isso é uma das coisas mais gentis que podemos fazer.

4. Pessoas primeiro, trabalho depois. Sempre nessa ordem.

5. Seja humilde, dê o crédito devido e assuma as responsabilidades.

6. Trate as pessoas da forma como elas gostariam de ser tratadas. Isso tem a ver com a real empatia e a escuta ativa.

7. Desacelere. A falta de gentileza acidental surge na correria.

8. Não deixe a gentileza e a bondade terminarem em você; crie oportunidades para que outras pessoas da equipe possam demonstrar o mesmo. A ideia é criar uma cultura.

Por fim, acrescento pequenas dicas minhas: se tiver oportunidade, permita-se uma pausa para se nutrir de pessoas e lugares que você ama. Inspire-se, olhando para fontes que possam regar a sua criatividade e paz interior. Por último, celebre todas as conquistas de 2024, por menores que sejam.

Um negócio de impacto existe porque há uma dor a ser resolvida; um problema que atinge os mais vulneráveis do ponto de vista social e econômico. O peso de lidar com o duro cotidiano de empreender não pode nos afastar do autocuidado, que, inclusive, passa por sermos generosos conosco.

Boas festas!

A bondade e a gentileza têm espaço no mundo dos negócios? Essa pergunta foi tomando forma ao ouvir um episódio do podcast do Financial Times com a participação de Graham Allcott. Empreendedor social e autor de best-sellers de Administração e Negócios, ele está lançando, no Reino Unido, o livro Kind: The Quiet Power of Kindness at Work – em livre tradução, Gentil: o poder silencioso da bondade no trabalho. Na visão do escritor, sentimentos como gentileza, bondade e empatia constroem segurança psicológica no ambiente de trabalho e se traduzem em melhor produtividade, inovação e criatividade, portanto, melhores resultados.

A ideia para o livro surgiu, segundo Graham Allcott, em uma palestra. Ao responder a um participante que o segredo do sucesso nos negócios, na sua experiência, estava associado à sua capacidade de ser gentil, assistiu à plateia se dividir entre os que concordavam e os que defendiam uma espécie de salvo-conduto para ser malvado no trabalho.

Essa experiência, de acordo com o autor, rendeu a constatação de que há um contingente significativo de profissionais (incluindo empreendedores) que associa o exercício laboral a um território livre para a agressividade. Essa percepção, aliás, tem raízes firmes, fincadas no passado e que permanecem no presente. Mas, será que o futuro desse agir e pensar está assegurado? O autor diz que não.

Em seu mais recente livro, o empreendedor social britânico e escritor Graham Allcott aborda o poder silencioso da bondade no trabalho. Foto: Think Productive/Divulgação

Na obra – incluída pelo Financial Times entre os melhores livros de negócios lançados em 2024 –, ele define a liderança gentil e bondosa como algo que molda a ação intencional, colocando-a ao serviço das pessoas. “Na verdade, tudo se resume a ter a certeza de que você está do lado daqueles que estão trabalhando com você, pensando nas necessidades deles e sendo capaz de comunicar essas coisas de forma realmente eficaz”, diz, acrescentando que é sobre se conectar de humano para humano.

“A gentileza é realmente uma visão de mundo. É uma maneira de se envolver que abrange os nossos valores essenciais em torno de empatia, compaixão, humildade e generosidade. E porque ela se manifesta em ação, eu acho encorajadoramente, a implicação disso é que é algo que os líderes podem desenvolver, que eles podem praticar e treinar”, aponta. Sobre a noção de que bondade está associada à fragilidade, ele refuta enfaticamente essa ideia, defendendo que longe de ser uma qualidade frágil, a bondade é uma poderosa ferramenta para criar ambientes de trabalho mais produtivos e engajados, oferecendo uma base sólida de confiança, empatia e segurança psicológica.

Como empreendedor social, Allcott colocou em prática os ideais que defende. Gerenciou iniciativas nas quais crianças britânicas criavam projetos de educação para serem aplicados na zona rural de Uganda; foi consultor, inclusive, de departamentos governamentais para o desenvolvimento de estratégias de engajamento de jovens.

Na Universidade de Birmingham, liderou uma articulação que dobrou o número de estudantes voluntários em três anos; foi cofundador da Intervol – organização que envia estudantes para estágios internacionais de verão em uma dúzia de países em desenvolvimento.

Além disso, foi o presidente-fundador da READ International, que recicla livros didáticos de currículo de inglês e envia-os para escolas da Tanzânia. Como fundador da Think Productive – uma empresa de desenvolvimento organizacional com escritórios no Reino Unido, nos Estados Unidos, no Canadá, na Austrália e Holanda –, tem ministrado palestras em vários países e disseminado a sua visão em livros que se tornaram best-sellers.

Em Kind, além dos cases de empresas – que ilustram o impacto positivo da gentileza e da bondade nos negócios –, ele traz insights que podem inspirar os empreendedores, especialmente os de impacto. E, por ser o fim de ano um momento propício para inspirar reflexões, trago as oito dicas de maneira bem resumida.

1. A gentileza começa com você, ou seja, permita-se usufruir da autobondade.

2. Defina expectativas claras, fazendo perguntas incisivas (para você e equipe) sobre a visão que tem para o negócio.

3. Ouça profundamente, dando a seu interlocutor a sua atenção total. Isso é uma das coisas mais gentis que podemos fazer.

4. Pessoas primeiro, trabalho depois. Sempre nessa ordem.

5. Seja humilde, dê o crédito devido e assuma as responsabilidades.

6. Trate as pessoas da forma como elas gostariam de ser tratadas. Isso tem a ver com a real empatia e a escuta ativa.

7. Desacelere. A falta de gentileza acidental surge na correria.

8. Não deixe a gentileza e a bondade terminarem em você; crie oportunidades para que outras pessoas da equipe possam demonstrar o mesmo. A ideia é criar uma cultura.

Por fim, acrescento pequenas dicas minhas: se tiver oportunidade, permita-se uma pausa para se nutrir de pessoas e lugares que você ama. Inspire-se, olhando para fontes que possam regar a sua criatividade e paz interior. Por último, celebre todas as conquistas de 2024, por menores que sejam.

Um negócio de impacto existe porque há uma dor a ser resolvida; um problema que atinge os mais vulneráveis do ponto de vista social e econômico. O peso de lidar com o duro cotidiano de empreender não pode nos afastar do autocuidado, que, inclusive, passa por sermos generosos conosco.

Boas festas!

Opinião por Maure Pessanha

Coempreendedora e presidente do Conselho da Artemisia, organização pioneira no Brasil no fomento e na disseminação de negócios de impacto social e ambiental.

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