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Opinião|Livro aborda como gerir negócios sem fins lucrativos de maneira ética, eficiente e sustentável


Um dos pontos levantados pela autora é a falsa noção de que o conceito de eficiência não se aplica nos negócios movidos por causas

Por Maure Pessanha
Atualização:

"E como um negócio com fins lucrativos conseguiria tocar iniciativas com um objetivo que na?o e? guiado único e exclusivamente pela meta financeira? A resposta na?o e? tão complexa assim: inspirando-se e formando parcerias com iniciativas sem fins lucrativos que ja? trabalhavam nas áreas em que essas companhias buscavam gerar melhorias. Além disso, com maior potencial e facilidade de se informar, os últimos anos tambe?m fizeram com que os consumidores e a sociedade como um todo se tornassem mais críticos e mais exigentes com as empresas e os governos.

Cada vez mais conscientes dos reflexos do capitalismo, do aquecimento global e da poluição, as pessoas estão demandando por mais cuidado com os impactos sociais e ambientais das ações na?o apenas dos indivíduos, mas das corporações e de pessoas jurídicas com as quais se associam" - essa é uma das reflexões trazidas por Cris Camargo, no livro Sua Causa Merece Mais: como gerir negócios sem fins lucrativos de maneira ética, eficiente e sustentável, lançado pela Primavera Editorial.

CEO do IAB Brasil - negócio setorial sem fins lucrativos -, Cris Camargo tem uma trajetória consolidada como gestora de negócios de impacto e como professora da Miami Ad School, além de ser conselheira de administração de organizações e empresas. No livro, entre as reflexões, ela traz um questionamento interessante sobre como a decisão de empreender com impacto social gera preconceitos e "olhares piedosos", sobretudo daqueles que não entendem como um profissional pode trocar uma carreira promissora no segundo setor pela ideia de impactar positivamente a sociedade.

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A autora conta que a vontade de escrever o livro veio do desejo de mostrar que atuar em uma associação, ONG, fundação ou um negócio social (com ou sem fins lucrativos) não é o "fim de carreira", mas o começo de uma nova e longa atuação profissional guiada por novas balizas, outras missões, diferentes valores e objetivos. Já o desejo de migrar para um novo setor nasceu da vontade de empreender; de usar os conhecimentos que tem de administração e gestão - aplicados por anos no mundo corporativo - em um negócio cujo propósito "não é apenas fazer o bem, mas fazê-lo direito", nas palavras da autora.

Um dos pontos levantados por Cris Camargo é a falsa noção daqueles que atuam no mercado corporativo tradicional de que o conceito de eficiência não se aplica nos negócios movidos por causas - que têm o objetivo de serem transformadores, impactantes. Embora seja um questionamento normal, defende a autora, ele e? reflexo dos preconceitos que ainda rondam as instituições sem fins lucrativos, que em muitos casos ainda são vistas como empresas com menos "racionalidade", objetividade e eficiência, por na?o terem como objetivo primordial o lucro que gera dividendos aos seus sócios. "Paira sobre os negócios sem fins lucrativos essa aura de que são improdutivos, menos rigorosos com a prestação de contas, obsoletos ou mais suscetíveis a? corrupção", afirma.

Cris Camargo, CEO do IAB Brasil e autora do livro "Sua causa merece mais". Foto: Rodrigo Trevisan
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Sobre o modelo do negócio - e as dimensões da sustentabilidade do empreendimento social nos mais diversos formatos -, Cris traz alguns exemplos consistentes (Edu Lyra, CEO e fundador da Gerando Falcões foi um dos entrevistados da autora) e modalidades de receita. Remuneração, progressão de carreira, contratação e gestão de talentos, dicas para se relacionar com o poder público, foco no G (governança) do ESG, sustentabilidade financeira e cuidado para não se apaixonar pela causa (sim, pelo problema que quer resolver) são alguns dos insumos valiosos da obra.

Por fim, acho importante pontuar que os negócios de impacto social e ambiental, os negócios sociais, os modelos de organizações e instituições - que atuam com impacto positivo para as pessoas e para o mundo - compõem um ecossistema que comporta  formatos com empresas e iniciativas com ou sem fins lucrativos. De comum, os modelos têm o propósito de resolver ou mitigar um problema que atinge a população em situação de vulnerabilidade social e financeira. No final do dia, transformar o mundo em um lugar mais equânime em oportunidades e próspero para a humanidade requer muitas mãos, muitos talentos, muita coragem e criatividade. 

 

"E como um negócio com fins lucrativos conseguiria tocar iniciativas com um objetivo que na?o e? guiado único e exclusivamente pela meta financeira? A resposta na?o e? tão complexa assim: inspirando-se e formando parcerias com iniciativas sem fins lucrativos que ja? trabalhavam nas áreas em que essas companhias buscavam gerar melhorias. Além disso, com maior potencial e facilidade de se informar, os últimos anos tambe?m fizeram com que os consumidores e a sociedade como um todo se tornassem mais críticos e mais exigentes com as empresas e os governos.

Cada vez mais conscientes dos reflexos do capitalismo, do aquecimento global e da poluição, as pessoas estão demandando por mais cuidado com os impactos sociais e ambientais das ações na?o apenas dos indivíduos, mas das corporações e de pessoas jurídicas com as quais se associam" - essa é uma das reflexões trazidas por Cris Camargo, no livro Sua Causa Merece Mais: como gerir negócios sem fins lucrativos de maneira ética, eficiente e sustentável, lançado pela Primavera Editorial.

CEO do IAB Brasil - negócio setorial sem fins lucrativos -, Cris Camargo tem uma trajetória consolidada como gestora de negócios de impacto e como professora da Miami Ad School, além de ser conselheira de administração de organizações e empresas. No livro, entre as reflexões, ela traz um questionamento interessante sobre como a decisão de empreender com impacto social gera preconceitos e "olhares piedosos", sobretudo daqueles que não entendem como um profissional pode trocar uma carreira promissora no segundo setor pela ideia de impactar positivamente a sociedade.

A autora conta que a vontade de escrever o livro veio do desejo de mostrar que atuar em uma associação, ONG, fundação ou um negócio social (com ou sem fins lucrativos) não é o "fim de carreira", mas o começo de uma nova e longa atuação profissional guiada por novas balizas, outras missões, diferentes valores e objetivos. Já o desejo de migrar para um novo setor nasceu da vontade de empreender; de usar os conhecimentos que tem de administração e gestão - aplicados por anos no mundo corporativo - em um negócio cujo propósito "não é apenas fazer o bem, mas fazê-lo direito", nas palavras da autora.

Um dos pontos levantados por Cris Camargo é a falsa noção daqueles que atuam no mercado corporativo tradicional de que o conceito de eficiência não se aplica nos negócios movidos por causas - que têm o objetivo de serem transformadores, impactantes. Embora seja um questionamento normal, defende a autora, ele e? reflexo dos preconceitos que ainda rondam as instituições sem fins lucrativos, que em muitos casos ainda são vistas como empresas com menos "racionalidade", objetividade e eficiência, por na?o terem como objetivo primordial o lucro que gera dividendos aos seus sócios. "Paira sobre os negócios sem fins lucrativos essa aura de que são improdutivos, menos rigorosos com a prestação de contas, obsoletos ou mais suscetíveis a? corrupção", afirma.

Cris Camargo, CEO do IAB Brasil e autora do livro "Sua causa merece mais". Foto: Rodrigo Trevisan

Sobre o modelo do negócio - e as dimensões da sustentabilidade do empreendimento social nos mais diversos formatos -, Cris traz alguns exemplos consistentes (Edu Lyra, CEO e fundador da Gerando Falcões foi um dos entrevistados da autora) e modalidades de receita. Remuneração, progressão de carreira, contratação e gestão de talentos, dicas para se relacionar com o poder público, foco no G (governança) do ESG, sustentabilidade financeira e cuidado para não se apaixonar pela causa (sim, pelo problema que quer resolver) são alguns dos insumos valiosos da obra.

Por fim, acho importante pontuar que os negócios de impacto social e ambiental, os negócios sociais, os modelos de organizações e instituições - que atuam com impacto positivo para as pessoas e para o mundo - compõem um ecossistema que comporta  formatos com empresas e iniciativas com ou sem fins lucrativos. De comum, os modelos têm o propósito de resolver ou mitigar um problema que atinge a população em situação de vulnerabilidade social e financeira. No final do dia, transformar o mundo em um lugar mais equânime em oportunidades e próspero para a humanidade requer muitas mãos, muitos talentos, muita coragem e criatividade. 

 

"E como um negócio com fins lucrativos conseguiria tocar iniciativas com um objetivo que na?o e? guiado único e exclusivamente pela meta financeira? A resposta na?o e? tão complexa assim: inspirando-se e formando parcerias com iniciativas sem fins lucrativos que ja? trabalhavam nas áreas em que essas companhias buscavam gerar melhorias. Além disso, com maior potencial e facilidade de se informar, os últimos anos tambe?m fizeram com que os consumidores e a sociedade como um todo se tornassem mais críticos e mais exigentes com as empresas e os governos.

Cada vez mais conscientes dos reflexos do capitalismo, do aquecimento global e da poluição, as pessoas estão demandando por mais cuidado com os impactos sociais e ambientais das ações na?o apenas dos indivíduos, mas das corporações e de pessoas jurídicas com as quais se associam" - essa é uma das reflexões trazidas por Cris Camargo, no livro Sua Causa Merece Mais: como gerir negócios sem fins lucrativos de maneira ética, eficiente e sustentável, lançado pela Primavera Editorial.

CEO do IAB Brasil - negócio setorial sem fins lucrativos -, Cris Camargo tem uma trajetória consolidada como gestora de negócios de impacto e como professora da Miami Ad School, além de ser conselheira de administração de organizações e empresas. No livro, entre as reflexões, ela traz um questionamento interessante sobre como a decisão de empreender com impacto social gera preconceitos e "olhares piedosos", sobretudo daqueles que não entendem como um profissional pode trocar uma carreira promissora no segundo setor pela ideia de impactar positivamente a sociedade.

A autora conta que a vontade de escrever o livro veio do desejo de mostrar que atuar em uma associação, ONG, fundação ou um negócio social (com ou sem fins lucrativos) não é o "fim de carreira", mas o começo de uma nova e longa atuação profissional guiada por novas balizas, outras missões, diferentes valores e objetivos. Já o desejo de migrar para um novo setor nasceu da vontade de empreender; de usar os conhecimentos que tem de administração e gestão - aplicados por anos no mundo corporativo - em um negócio cujo propósito "não é apenas fazer o bem, mas fazê-lo direito", nas palavras da autora.

Um dos pontos levantados por Cris Camargo é a falsa noção daqueles que atuam no mercado corporativo tradicional de que o conceito de eficiência não se aplica nos negócios movidos por causas - que têm o objetivo de serem transformadores, impactantes. Embora seja um questionamento normal, defende a autora, ele e? reflexo dos preconceitos que ainda rondam as instituições sem fins lucrativos, que em muitos casos ainda são vistas como empresas com menos "racionalidade", objetividade e eficiência, por na?o terem como objetivo primordial o lucro que gera dividendos aos seus sócios. "Paira sobre os negócios sem fins lucrativos essa aura de que são improdutivos, menos rigorosos com a prestação de contas, obsoletos ou mais suscetíveis a? corrupção", afirma.

Cris Camargo, CEO do IAB Brasil e autora do livro "Sua causa merece mais". Foto: Rodrigo Trevisan

Sobre o modelo do negócio - e as dimensões da sustentabilidade do empreendimento social nos mais diversos formatos -, Cris traz alguns exemplos consistentes (Edu Lyra, CEO e fundador da Gerando Falcões foi um dos entrevistados da autora) e modalidades de receita. Remuneração, progressão de carreira, contratação e gestão de talentos, dicas para se relacionar com o poder público, foco no G (governança) do ESG, sustentabilidade financeira e cuidado para não se apaixonar pela causa (sim, pelo problema que quer resolver) são alguns dos insumos valiosos da obra.

Por fim, acho importante pontuar que os negócios de impacto social e ambiental, os negócios sociais, os modelos de organizações e instituições - que atuam com impacto positivo para as pessoas e para o mundo - compõem um ecossistema que comporta  formatos com empresas e iniciativas com ou sem fins lucrativos. De comum, os modelos têm o propósito de resolver ou mitigar um problema que atinge a população em situação de vulnerabilidade social e financeira. No final do dia, transformar o mundo em um lugar mais equânime em oportunidades e próspero para a humanidade requer muitas mãos, muitos talentos, muita coragem e criatividade. 

 

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