CEO da Cacau Show: ‘Quem tem um negócio vai trabalhar mais, não menos’; franquia parte de R$ 65 mil


Marca de chocolates é a maior no Brasil em número de unidades, com mais de 3,7 mil, mostra pesquisa de associação do setor

Por Felipe Siqueira
Atualização:
Foto: Lailson Santos/Divulgação Cacau Show
Entrevista comAlexandre CostaCEO da Cacau Show

Com mais de 3,7 mil unidades, a Cacau Show é a franquia do Brasil com maior número de lojas. O dado é da Associação Brasileira de Franchising (ABF) e se refere a 2022, informação mais recente disponível. Em entrevista ao Estadão, o CEO da companhia, Alexandre Costa, mais conhecido como Alê Costa, conta como é ter uma loja para quem sonha com um negócio próprio. O modelo mais barato custa R$ 65 mil. A primeira lição de Alê é não imaginar que vai trabalhar menos por ser o dono.

“Na entrevista (para seleção de franqueado), a gente quer entender o quanto a pessoa está de fato pronta para ter um negócio. Queremos saber se não está naquela ilusão de que, se tem um negócio, vai trabalhar menos. Isso não existe. Quem tem um empreendimento vai trabalhar mais”, afirma. E tem de mergulhar fundo. “Precisa dedicar uma parte relevante do tempo para a loja.”

As 3.763 lojas da Cacau Show representam um crescimento de 33% em relação a 2021. Fora os franqueados, a marca possui cerca de 400 unidades próprias.

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Leia a seguir destaques da entrevista com o CEO da Cacau Show.

Qual o peso da franquia no modelo de negócio da Cacau Show?

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É a nossa frente de mercado. O modelo de franquia é o que nós somos. A Cacau Show começou em mercados e pequenos varejos. E há mais de 20 anos fomos para franquias. É o nosso acesso ao mercado, ao consumidor final.

Por que a marca resolveu virar franquia?

As grandes redes de supermercados não nos tratavam da forma que achávamos que deveríamos ser tratados como fornecedores. Eram muito duros nas negociações. E, quando você está em um supermercado, tem arroz e feijão do lado, ou seja, não tem experiência para o consumidor com o nosso produto (de maneira exclusiva). E esse é o nosso grande mantra, tudo para nós é experiência para o consumidor.

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Como foi o processo da criação de franquias?

Ter uma casa da marca permite passar valores, propósitos e princípios. Aí, decidimos fazer loja. Tinha dinheiro para isso? Não! Como que faz? Vamos franquear. Porque você tem uma sociedade para ter alguém que investe no ponto de venda, e você fica a cargo das partes de indústria, marketing etc.

O que não é franquia na Cacau Show?

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Hoje 10% das lojas são próprias. Das cerca de 4 mil que temos, perto de 400 lojas são nossas. E elas estão em locais cujo investimento demanda um valor maior - cerca de R$ 2 milhões. Então, são megastores, como a do Morumbi.

Existem modelos mais de entrada, com valores mais baixos. Quais são as diferenças que o franqueado vai encontrar?

A gente tem modelos de loja que custam a partir de cerca de R$ 65 mil (estilo contêiner) até R$ 350 mil. Já há algumas superstores, de mais ou menos R$ 1 milhão de investimento, com alguns franqueados. Dependendo dos valores, o franqueado vai ter um mix diferente de produtos e serviços. Por exemplo, dependendo do modelo adquirido, o empresário vai ter acesso a diferentes estilos de sorvete e até uma cafeteria grande, com direito a salgados na unidade.

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E o que a Cacau Show espera de um franqueado?

Quando a gente conversa com as pessoas, queremos entender o quanto elas, de fato, estão preparadas para ter um negócio. Queremos saber também se a pessoa não está naquela ilusão de que, se tem um negócio, vai trabalhar menos. Isso não existe, quem tem um empreendimento vai trabalhar mais.

Hoje dá pra dizer que cerca de 3% das pessoas que passam para a fase de entrevistas são recusadas, seja porque não estão prontas, seja porque não têm o capital necessário, por exemplo. Fora que a gente não quer que a pessoa tenha uma franquia nossa para entregar a outro para cuidar. Tem que dedicar uma parte relevante do tempo para a loja.

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O CEO da Cacau Show, Alexandre Costa Foto: Lailson Santos/Divulgação Cacau Show

Há algo no setor que seja mais vantajoso hoje na comparação com o que era no passado?

O sistema de franquia vai amadurecendo, no Brasil, já tem décadas, é muito consolidado. Naturalmente, com desemprego, as pessoas começam a investir o dinheiro delas para ter um negócio, e franquia é uma forma de minimizar o risco de dar errado. Por outro lado, você compra um padrão, então, tem menos liberdade para fazer as coisas da forma que quer.

O que pode explicar o apelo que a marca tem quando o assunto é franquias?

As pessoas têm retorno rápido. Elas vão à loja durante Natal, Páscoa, Dia das Mães e Namorados e veem a loja cheia. Já pensam que deve vender bem. E a gente tem uma relação positiva com os nossos franqueados e com o nosso público.

Eu e minha filha, por exemplo, temos perfis em redes sociais que mostram nossas rotinas. O exemplo arrasta. Dispor-se a viver uma vida pública e transparente engaja. As pessoas que têm crenças compartilhadas vão se juntando.

Com mais de 3,7 mil unidades, a Cacau Show é a franquia do Brasil com maior número de lojas. O dado é da Associação Brasileira de Franchising (ABF) e se refere a 2022, informação mais recente disponível. Em entrevista ao Estadão, o CEO da companhia, Alexandre Costa, mais conhecido como Alê Costa, conta como é ter uma loja para quem sonha com um negócio próprio. O modelo mais barato custa R$ 65 mil. A primeira lição de Alê é não imaginar que vai trabalhar menos por ser o dono.

“Na entrevista (para seleção de franqueado), a gente quer entender o quanto a pessoa está de fato pronta para ter um negócio. Queremos saber se não está naquela ilusão de que, se tem um negócio, vai trabalhar menos. Isso não existe. Quem tem um empreendimento vai trabalhar mais”, afirma. E tem de mergulhar fundo. “Precisa dedicar uma parte relevante do tempo para a loja.”

As 3.763 lojas da Cacau Show representam um crescimento de 33% em relação a 2021. Fora os franqueados, a marca possui cerca de 400 unidades próprias.

Leia a seguir destaques da entrevista com o CEO da Cacau Show.

Qual o peso da franquia no modelo de negócio da Cacau Show?

É a nossa frente de mercado. O modelo de franquia é o que nós somos. A Cacau Show começou em mercados e pequenos varejos. E há mais de 20 anos fomos para franquias. É o nosso acesso ao mercado, ao consumidor final.

Por que a marca resolveu virar franquia?

As grandes redes de supermercados não nos tratavam da forma que achávamos que deveríamos ser tratados como fornecedores. Eram muito duros nas negociações. E, quando você está em um supermercado, tem arroz e feijão do lado, ou seja, não tem experiência para o consumidor com o nosso produto (de maneira exclusiva). E esse é o nosso grande mantra, tudo para nós é experiência para o consumidor.

Como foi o processo da criação de franquias?

Ter uma casa da marca permite passar valores, propósitos e princípios. Aí, decidimos fazer loja. Tinha dinheiro para isso? Não! Como que faz? Vamos franquear. Porque você tem uma sociedade para ter alguém que investe no ponto de venda, e você fica a cargo das partes de indústria, marketing etc.

O que não é franquia na Cacau Show?

Hoje 10% das lojas são próprias. Das cerca de 4 mil que temos, perto de 400 lojas são nossas. E elas estão em locais cujo investimento demanda um valor maior - cerca de R$ 2 milhões. Então, são megastores, como a do Morumbi.

Existem modelos mais de entrada, com valores mais baixos. Quais são as diferenças que o franqueado vai encontrar?

A gente tem modelos de loja que custam a partir de cerca de R$ 65 mil (estilo contêiner) até R$ 350 mil. Já há algumas superstores, de mais ou menos R$ 1 milhão de investimento, com alguns franqueados. Dependendo dos valores, o franqueado vai ter um mix diferente de produtos e serviços. Por exemplo, dependendo do modelo adquirido, o empresário vai ter acesso a diferentes estilos de sorvete e até uma cafeteria grande, com direito a salgados na unidade.

E o que a Cacau Show espera de um franqueado?

Quando a gente conversa com as pessoas, queremos entender o quanto elas, de fato, estão preparadas para ter um negócio. Queremos saber também se a pessoa não está naquela ilusão de que, se tem um negócio, vai trabalhar menos. Isso não existe, quem tem um empreendimento vai trabalhar mais.

Hoje dá pra dizer que cerca de 3% das pessoas que passam para a fase de entrevistas são recusadas, seja porque não estão prontas, seja porque não têm o capital necessário, por exemplo. Fora que a gente não quer que a pessoa tenha uma franquia nossa para entregar a outro para cuidar. Tem que dedicar uma parte relevante do tempo para a loja.

O CEO da Cacau Show, Alexandre Costa Foto: Lailson Santos/Divulgação Cacau Show

Há algo no setor que seja mais vantajoso hoje na comparação com o que era no passado?

O sistema de franquia vai amadurecendo, no Brasil, já tem décadas, é muito consolidado. Naturalmente, com desemprego, as pessoas começam a investir o dinheiro delas para ter um negócio, e franquia é uma forma de minimizar o risco de dar errado. Por outro lado, você compra um padrão, então, tem menos liberdade para fazer as coisas da forma que quer.

O que pode explicar o apelo que a marca tem quando o assunto é franquias?

As pessoas têm retorno rápido. Elas vão à loja durante Natal, Páscoa, Dia das Mães e Namorados e veem a loja cheia. Já pensam que deve vender bem. E a gente tem uma relação positiva com os nossos franqueados e com o nosso público.

Eu e minha filha, por exemplo, temos perfis em redes sociais que mostram nossas rotinas. O exemplo arrasta. Dispor-se a viver uma vida pública e transparente engaja. As pessoas que têm crenças compartilhadas vão se juntando.

Com mais de 3,7 mil unidades, a Cacau Show é a franquia do Brasil com maior número de lojas. O dado é da Associação Brasileira de Franchising (ABF) e se refere a 2022, informação mais recente disponível. Em entrevista ao Estadão, o CEO da companhia, Alexandre Costa, mais conhecido como Alê Costa, conta como é ter uma loja para quem sonha com um negócio próprio. O modelo mais barato custa R$ 65 mil. A primeira lição de Alê é não imaginar que vai trabalhar menos por ser o dono.

“Na entrevista (para seleção de franqueado), a gente quer entender o quanto a pessoa está de fato pronta para ter um negócio. Queremos saber se não está naquela ilusão de que, se tem um negócio, vai trabalhar menos. Isso não existe. Quem tem um empreendimento vai trabalhar mais”, afirma. E tem de mergulhar fundo. “Precisa dedicar uma parte relevante do tempo para a loja.”

As 3.763 lojas da Cacau Show representam um crescimento de 33% em relação a 2021. Fora os franqueados, a marca possui cerca de 400 unidades próprias.

Leia a seguir destaques da entrevista com o CEO da Cacau Show.

Qual o peso da franquia no modelo de negócio da Cacau Show?

É a nossa frente de mercado. O modelo de franquia é o que nós somos. A Cacau Show começou em mercados e pequenos varejos. E há mais de 20 anos fomos para franquias. É o nosso acesso ao mercado, ao consumidor final.

Por que a marca resolveu virar franquia?

As grandes redes de supermercados não nos tratavam da forma que achávamos que deveríamos ser tratados como fornecedores. Eram muito duros nas negociações. E, quando você está em um supermercado, tem arroz e feijão do lado, ou seja, não tem experiência para o consumidor com o nosso produto (de maneira exclusiva). E esse é o nosso grande mantra, tudo para nós é experiência para o consumidor.

Como foi o processo da criação de franquias?

Ter uma casa da marca permite passar valores, propósitos e princípios. Aí, decidimos fazer loja. Tinha dinheiro para isso? Não! Como que faz? Vamos franquear. Porque você tem uma sociedade para ter alguém que investe no ponto de venda, e você fica a cargo das partes de indústria, marketing etc.

O que não é franquia na Cacau Show?

Hoje 10% das lojas são próprias. Das cerca de 4 mil que temos, perto de 400 lojas são nossas. E elas estão em locais cujo investimento demanda um valor maior - cerca de R$ 2 milhões. Então, são megastores, como a do Morumbi.

Existem modelos mais de entrada, com valores mais baixos. Quais são as diferenças que o franqueado vai encontrar?

A gente tem modelos de loja que custam a partir de cerca de R$ 65 mil (estilo contêiner) até R$ 350 mil. Já há algumas superstores, de mais ou menos R$ 1 milhão de investimento, com alguns franqueados. Dependendo dos valores, o franqueado vai ter um mix diferente de produtos e serviços. Por exemplo, dependendo do modelo adquirido, o empresário vai ter acesso a diferentes estilos de sorvete e até uma cafeteria grande, com direito a salgados na unidade.

E o que a Cacau Show espera de um franqueado?

Quando a gente conversa com as pessoas, queremos entender o quanto elas, de fato, estão preparadas para ter um negócio. Queremos saber também se a pessoa não está naquela ilusão de que, se tem um negócio, vai trabalhar menos. Isso não existe, quem tem um empreendimento vai trabalhar mais.

Hoje dá pra dizer que cerca de 3% das pessoas que passam para a fase de entrevistas são recusadas, seja porque não estão prontas, seja porque não têm o capital necessário, por exemplo. Fora que a gente não quer que a pessoa tenha uma franquia nossa para entregar a outro para cuidar. Tem que dedicar uma parte relevante do tempo para a loja.

O CEO da Cacau Show, Alexandre Costa Foto: Lailson Santos/Divulgação Cacau Show

Há algo no setor que seja mais vantajoso hoje na comparação com o que era no passado?

O sistema de franquia vai amadurecendo, no Brasil, já tem décadas, é muito consolidado. Naturalmente, com desemprego, as pessoas começam a investir o dinheiro delas para ter um negócio, e franquia é uma forma de minimizar o risco de dar errado. Por outro lado, você compra um padrão, então, tem menos liberdade para fazer as coisas da forma que quer.

O que pode explicar o apelo que a marca tem quando o assunto é franquias?

As pessoas têm retorno rápido. Elas vão à loja durante Natal, Páscoa, Dia das Mães e Namorados e veem a loja cheia. Já pensam que deve vender bem. E a gente tem uma relação positiva com os nossos franqueados e com o nosso público.

Eu e minha filha, por exemplo, temos perfis em redes sociais que mostram nossas rotinas. O exemplo arrasta. Dispor-se a viver uma vida pública e transparente engaja. As pessoas que têm crenças compartilhadas vão se juntando.

Com mais de 3,7 mil unidades, a Cacau Show é a franquia do Brasil com maior número de lojas. O dado é da Associação Brasileira de Franchising (ABF) e se refere a 2022, informação mais recente disponível. Em entrevista ao Estadão, o CEO da companhia, Alexandre Costa, mais conhecido como Alê Costa, conta como é ter uma loja para quem sonha com um negócio próprio. O modelo mais barato custa R$ 65 mil. A primeira lição de Alê é não imaginar que vai trabalhar menos por ser o dono.

“Na entrevista (para seleção de franqueado), a gente quer entender o quanto a pessoa está de fato pronta para ter um negócio. Queremos saber se não está naquela ilusão de que, se tem um negócio, vai trabalhar menos. Isso não existe. Quem tem um empreendimento vai trabalhar mais”, afirma. E tem de mergulhar fundo. “Precisa dedicar uma parte relevante do tempo para a loja.”

As 3.763 lojas da Cacau Show representam um crescimento de 33% em relação a 2021. Fora os franqueados, a marca possui cerca de 400 unidades próprias.

Leia a seguir destaques da entrevista com o CEO da Cacau Show.

Qual o peso da franquia no modelo de negócio da Cacau Show?

É a nossa frente de mercado. O modelo de franquia é o que nós somos. A Cacau Show começou em mercados e pequenos varejos. E há mais de 20 anos fomos para franquias. É o nosso acesso ao mercado, ao consumidor final.

Por que a marca resolveu virar franquia?

As grandes redes de supermercados não nos tratavam da forma que achávamos que deveríamos ser tratados como fornecedores. Eram muito duros nas negociações. E, quando você está em um supermercado, tem arroz e feijão do lado, ou seja, não tem experiência para o consumidor com o nosso produto (de maneira exclusiva). E esse é o nosso grande mantra, tudo para nós é experiência para o consumidor.

Como foi o processo da criação de franquias?

Ter uma casa da marca permite passar valores, propósitos e princípios. Aí, decidimos fazer loja. Tinha dinheiro para isso? Não! Como que faz? Vamos franquear. Porque você tem uma sociedade para ter alguém que investe no ponto de venda, e você fica a cargo das partes de indústria, marketing etc.

O que não é franquia na Cacau Show?

Hoje 10% das lojas são próprias. Das cerca de 4 mil que temos, perto de 400 lojas são nossas. E elas estão em locais cujo investimento demanda um valor maior - cerca de R$ 2 milhões. Então, são megastores, como a do Morumbi.

Existem modelos mais de entrada, com valores mais baixos. Quais são as diferenças que o franqueado vai encontrar?

A gente tem modelos de loja que custam a partir de cerca de R$ 65 mil (estilo contêiner) até R$ 350 mil. Já há algumas superstores, de mais ou menos R$ 1 milhão de investimento, com alguns franqueados. Dependendo dos valores, o franqueado vai ter um mix diferente de produtos e serviços. Por exemplo, dependendo do modelo adquirido, o empresário vai ter acesso a diferentes estilos de sorvete e até uma cafeteria grande, com direito a salgados na unidade.

E o que a Cacau Show espera de um franqueado?

Quando a gente conversa com as pessoas, queremos entender o quanto elas, de fato, estão preparadas para ter um negócio. Queremos saber também se a pessoa não está naquela ilusão de que, se tem um negócio, vai trabalhar menos. Isso não existe, quem tem um empreendimento vai trabalhar mais.

Hoje dá pra dizer que cerca de 3% das pessoas que passam para a fase de entrevistas são recusadas, seja porque não estão prontas, seja porque não têm o capital necessário, por exemplo. Fora que a gente não quer que a pessoa tenha uma franquia nossa para entregar a outro para cuidar. Tem que dedicar uma parte relevante do tempo para a loja.

O CEO da Cacau Show, Alexandre Costa Foto: Lailson Santos/Divulgação Cacau Show

Há algo no setor que seja mais vantajoso hoje na comparação com o que era no passado?

O sistema de franquia vai amadurecendo, no Brasil, já tem décadas, é muito consolidado. Naturalmente, com desemprego, as pessoas começam a investir o dinheiro delas para ter um negócio, e franquia é uma forma de minimizar o risco de dar errado. Por outro lado, você compra um padrão, então, tem menos liberdade para fazer as coisas da forma que quer.

O que pode explicar o apelo que a marca tem quando o assunto é franquias?

As pessoas têm retorno rápido. Elas vão à loja durante Natal, Páscoa, Dia das Mães e Namorados e veem a loja cheia. Já pensam que deve vender bem. E a gente tem uma relação positiva com os nossos franqueados e com o nosso público.

Eu e minha filha, por exemplo, temos perfis em redes sociais que mostram nossas rotinas. O exemplo arrasta. Dispor-se a viver uma vida pública e transparente engaja. As pessoas que têm crenças compartilhadas vão se juntando.

Com mais de 3,7 mil unidades, a Cacau Show é a franquia do Brasil com maior número de lojas. O dado é da Associação Brasileira de Franchising (ABF) e se refere a 2022, informação mais recente disponível. Em entrevista ao Estadão, o CEO da companhia, Alexandre Costa, mais conhecido como Alê Costa, conta como é ter uma loja para quem sonha com um negócio próprio. O modelo mais barato custa R$ 65 mil. A primeira lição de Alê é não imaginar que vai trabalhar menos por ser o dono.

“Na entrevista (para seleção de franqueado), a gente quer entender o quanto a pessoa está de fato pronta para ter um negócio. Queremos saber se não está naquela ilusão de que, se tem um negócio, vai trabalhar menos. Isso não existe. Quem tem um empreendimento vai trabalhar mais”, afirma. E tem de mergulhar fundo. “Precisa dedicar uma parte relevante do tempo para a loja.”

As 3.763 lojas da Cacau Show representam um crescimento de 33% em relação a 2021. Fora os franqueados, a marca possui cerca de 400 unidades próprias.

Leia a seguir destaques da entrevista com o CEO da Cacau Show.

Qual o peso da franquia no modelo de negócio da Cacau Show?

É a nossa frente de mercado. O modelo de franquia é o que nós somos. A Cacau Show começou em mercados e pequenos varejos. E há mais de 20 anos fomos para franquias. É o nosso acesso ao mercado, ao consumidor final.

Por que a marca resolveu virar franquia?

As grandes redes de supermercados não nos tratavam da forma que achávamos que deveríamos ser tratados como fornecedores. Eram muito duros nas negociações. E, quando você está em um supermercado, tem arroz e feijão do lado, ou seja, não tem experiência para o consumidor com o nosso produto (de maneira exclusiva). E esse é o nosso grande mantra, tudo para nós é experiência para o consumidor.

Como foi o processo da criação de franquias?

Ter uma casa da marca permite passar valores, propósitos e princípios. Aí, decidimos fazer loja. Tinha dinheiro para isso? Não! Como que faz? Vamos franquear. Porque você tem uma sociedade para ter alguém que investe no ponto de venda, e você fica a cargo das partes de indústria, marketing etc.

O que não é franquia na Cacau Show?

Hoje 10% das lojas são próprias. Das cerca de 4 mil que temos, perto de 400 lojas são nossas. E elas estão em locais cujo investimento demanda um valor maior - cerca de R$ 2 milhões. Então, são megastores, como a do Morumbi.

Existem modelos mais de entrada, com valores mais baixos. Quais são as diferenças que o franqueado vai encontrar?

A gente tem modelos de loja que custam a partir de cerca de R$ 65 mil (estilo contêiner) até R$ 350 mil. Já há algumas superstores, de mais ou menos R$ 1 milhão de investimento, com alguns franqueados. Dependendo dos valores, o franqueado vai ter um mix diferente de produtos e serviços. Por exemplo, dependendo do modelo adquirido, o empresário vai ter acesso a diferentes estilos de sorvete e até uma cafeteria grande, com direito a salgados na unidade.

E o que a Cacau Show espera de um franqueado?

Quando a gente conversa com as pessoas, queremos entender o quanto elas, de fato, estão preparadas para ter um negócio. Queremos saber também se a pessoa não está naquela ilusão de que, se tem um negócio, vai trabalhar menos. Isso não existe, quem tem um empreendimento vai trabalhar mais.

Hoje dá pra dizer que cerca de 3% das pessoas que passam para a fase de entrevistas são recusadas, seja porque não estão prontas, seja porque não têm o capital necessário, por exemplo. Fora que a gente não quer que a pessoa tenha uma franquia nossa para entregar a outro para cuidar. Tem que dedicar uma parte relevante do tempo para a loja.

O CEO da Cacau Show, Alexandre Costa Foto: Lailson Santos/Divulgação Cacau Show

Há algo no setor que seja mais vantajoso hoje na comparação com o que era no passado?

O sistema de franquia vai amadurecendo, no Brasil, já tem décadas, é muito consolidado. Naturalmente, com desemprego, as pessoas começam a investir o dinheiro delas para ter um negócio, e franquia é uma forma de minimizar o risco de dar errado. Por outro lado, você compra um padrão, então, tem menos liberdade para fazer as coisas da forma que quer.

O que pode explicar o apelo que a marca tem quando o assunto é franquias?

As pessoas têm retorno rápido. Elas vão à loja durante Natal, Páscoa, Dia das Mães e Namorados e veem a loja cheia. Já pensam que deve vender bem. E a gente tem uma relação positiva com os nossos franqueados e com o nosso público.

Eu e minha filha, por exemplo, temos perfis em redes sociais que mostram nossas rotinas. O exemplo arrasta. Dispor-se a viver uma vida pública e transparente engaja. As pessoas que têm crenças compartilhadas vão se juntando.

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