Engenheiro larga sonho para ajudar pais endividados e hoje fatura R$ 35 milhões com comida japonesa


Raphael Koyama deixou tudo para trás para ajudar negócio dos pais à beira da falência, criando a rede de restaurante japonês Matsuri To Go

Por Adele Robichez

O engenheiro civil Raphael Koyama, 27 anos, se viu obrigado a abandonar o seu sonho profissional para ajudar os pais, Cláudio, 55 anos, e Creuza Koyama, 56, a quitar uma dívida de R$ 5 milhões. Em 2020, assumiu a gestão do restaurante Matsuri, à beira da falência, e transformou completamente o seu modelo de negócio na garagem de casa, com R$ 20 mil.

Três anos mais tarde, a rede de comida japonesa Matsuri To Go, de Londrina (PR), consolidou-se no segmento de delivery nacional, encerrando 2023 com 18 unidades e faturamento de R$ 35 milhões.

Filho largou tudo para ajudar pais a quitarem dívida

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Raphael nunca quis seguir o caminho dos pais. Formado em engenharia civil, ele trabalhou durante seis anos em uma construtora em Londrina, onde os pais mantinham o restaurante Matsuri desde 2003.

Em 2019, fundou o Ecofood, um aplicativo que conectava restaurantes londrinenses com clientes para a venda de alimentos excedentes no fim do dia. O projeto chegou a ser premiado entre as 10 iniciativas mais conscientes do Brasil naquele ano.

Em janeiro de 2020, Raphael foi alertado pela família sobre a situação financeira da empresa dos pais: as três unidades do restaurante Matsuri acumulavam uma dívida de R$ 5 milhões. Preocupado, o jovem resolveu deixar a startup que havia fundado. “Quando vi a magnitude da situação, não pensei duas vezes em ajudar meus pais”, recorda-se.

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Restaurante de delivery japonês se diferencia pela padronização dos sabores e embalagens com experiência "do presencial" Foto: Divulgação/Matsuri To Go

Pandemia piorou situação dos pais

Se a situação não ia bem, com o fechamento do comércio na pandemia de covid em março de 2020, ficou pior. Raphael contratou uma assessoria jurídica para lidar da melhor forma com as dívidas.

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Em abril, fez uma projeção de quanto dinheiro a família teria ao fechar as três unidades do Matsuri, contando com as rescisões dos funcionários demitidos e o pagamento das dívidas junto aos fornecedores.

Pediu R$ 200 mil emprestados ao ex-chefe, diretor da construtora onde trabalhou; vendeu o seu carro e o dos pais, além do seu apartamento. “Mesmo assim, sobrariam apenas R$ 10 mil na conta bancária”, relembra.

Sem perspectivas de melhora, Raphael quis desistir do restaurante. “A minha ideia era fechar tudo, voltar a trabalhar com outras coisas e pagar essas dívidas pelo resto da vida”, revela. Por insistência da mãe, apegada ao negócio, resolveu tentar recuperá-lo.

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Família inaugurou Matsuri To Go na garagem de casa, com dívida de R$ 5 milhões; hoje, negócio fatura R$ 35 milhões Foto: Divulgação/Matsuri To Go

Família vendeu marmitas e usou garagem de casa

Com os restaurantes fechados, a família passou a vender marmitas de comida brasileira para moradores de prédios vizinhos entre abril e maio de 2020.

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Pais e filho compraram as primeiras embalagens de diferentes tamanhos (P, M e G) com o dinheiro arrecadado e pagaram o primeiro aluguel de uma casa em junho do mesmo ano.

Nas redes sociais, anunciaram em vídeo o fechamento da operação presencial e a inauguração do delivery e retirada. O Matsuri tornara-se o Matsuri To Go.

Toda a operação inicial foi realizada na garagem da casa. “Como já tínhamos os utensílios, apenas adaptamos a cozinha residencial”. O investimento inicial ficou em torno de R$ 20 mil.

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Na primeira hora da inauguração, o Matsuri To Go recebeu 80 pedidos. “Pretendíamos vender cerca de R$ 80 mil para sobreviver na pandemia. Mas, só em Londrina, foram R$ 270 mil. Foi quando vimos que o negócio tinha potencial”, afirma o CEO.

Ainda em 2020, Raphael inaugurou uma segunda loja em Londrina, onde investiu cerca de R$ 120 mil.

Raphael Koyama, CEO do Matsuri To Go Foto: Divulgação/Matsuri To Go

Implantação de novo modelo de negócio foi desafio

Antes da pandemia, os pais de Raphael nunca haviam trabalhado com delivery. Segundo o empresário, a adaptação ao novo modelo foi uma das maiores dificuldades. “Fizemos uma boa captação, trouxemos clientes, mas ainda não sabíamos como funcionava a operação”, diz.

No início, o Matsuri To Go contava com três entregadores, que passaram hoje para 16 aos fins de semana. A rede de comida japonesa recebe uma média de 400 pedidos em uma noite. O carro-chefe da loja são os combinados de sushi, que o cliente pode personalizar. O valor médio de uma compra gira em torno de R$ 100.

À medida que o negócio foi se expandindo, com uma nova loja inaugurada em Arapongas (PR) em 2021, a família passou a ter dificuldade de garantir a qualidade do produto. “Era um desafio padronizar para vender em escala”, diz o CEO do Matsuri To Go.

Naquele ano, a família inaugurou uma cozinha central em Londrina para produzir os molhos dos sushis e garantir que o sabor seja o mesmo em todos os lugares. “Agora, de fato, podemos dizer que conseguimos padronizar o sabor da nossa comida japonesa. Para garantir, também auditamos nossas lojas pelo menos umas vez por mês”, explica Raphael.

Com o sucesso da nova operação e a ajuda da assessoria jurídica contratada, a dívida contraída pelos pais de Raphael já foi quitada em 73%, restando cerca de R$ 1,35 milhão a ser pago. O empresário espera se livrar integralmente da dívida até 2025.

Raphael Koyama, CEO do Matsuri To Go, com sócias Maria Clara Rocha e Maria Fernanda Canizares Foto: Divulgação/Matsuri To Go

Atuação com franquias expandiu negócio

Ainda em 2021, a rede de comida japonesa passou a atuar em modelo de franchising. Uma vez que atuam apenas com delivery e retirada, as lojas padronizadas têm 50 metros quadrados. O investimento para adquirir uma delas é a partir de R$ 195 mil, já com capital de giro e taxa de franquia inclusos. Segundo Raphael, uma unidade pode faturar até R$ 220 mil mensais.

Hoje, há 18 lojas em operação no Brasil, com faturamento total de R$ 35 milhões – cresceu de R$ 1,6 milhão em 2020 para R$ 6 milhões em 2021 e R$ 16 milhões em 2022. Para 2024, a ideia é inaugurar mais 19 franquias, com a expectativa de chegar a R$ 77 milhões de faturamento até o fim do ano.

Creuza, mãe de Raphael, atua na criação de produtos e no treinamento de funcionários. O pai, Cláudio, trabalha na auditoria de qualidade da rede. Com a expansão do negócio, o Matsuri To Go também ganhou mais duas sócias em 2021: Maria Clara Rocha, 28, engenheira civil e noiva de Raphael; e sua ex-colega de ensino fundamental e ex-sócia no aplicativo Ecofood, Maria Fernanda Canizares, 27, engenheira química.

Especialista avalia se vale a pena investir

Para a consultora de negócios do Sebrae-SP Juliana Segallio, investir em uma franquia de delivery de alimentos pode ser vantajoso pela comodidade de ser um modelo de negócio já testado e com o reconhecimento da marca, o que diminui o risco do empresário. No entanto, essa facilidade não o isenta de fazer as suas próprias pesquisas para o negócio prosperar.

De acordo com Segallio, o ideal é que o investidor faça um estudo de mercado para entender se há demanda no local onde ele deseja instalar o negócio. Essa pesquisa pode ser feita por meio de consultorias, sites de negócios, além de visitas presenciais à área planejada e a concorrentes diretos nas proximidades.

“Até 2022, o delivery estava crescendo loucamente, as empresas tinham um percentual de pedidos muito grande por esse formato. Com o retorno das atividades consolidado, houve uma diminuição. Isso não exclui a modalidade de negócio, mas pede uma observação mais atenta à demanda de mercado”, pontua.

A consultora também chama atenção para as limitações de investir em uma franquia. “O empresário tem que entender que vai seguir regras, não vai ter tanta flexibilidade para gerir o negócio do jeito que gostaria”, salienta.

Para que o retorno financeiro prometido pela rede de franquias seja atingido, ela reforça ainda que é preciso haver dedicação e estudo por parte do investidor. É interessante que a pessoa já tenha experiência prévia em gestão de negócios, por exemplo.

O engenheiro civil Raphael Koyama, 27 anos, se viu obrigado a abandonar o seu sonho profissional para ajudar os pais, Cláudio, 55 anos, e Creuza Koyama, 56, a quitar uma dívida de R$ 5 milhões. Em 2020, assumiu a gestão do restaurante Matsuri, à beira da falência, e transformou completamente o seu modelo de negócio na garagem de casa, com R$ 20 mil.

Três anos mais tarde, a rede de comida japonesa Matsuri To Go, de Londrina (PR), consolidou-se no segmento de delivery nacional, encerrando 2023 com 18 unidades e faturamento de R$ 35 milhões.

Filho largou tudo para ajudar pais a quitarem dívida

Raphael nunca quis seguir o caminho dos pais. Formado em engenharia civil, ele trabalhou durante seis anos em uma construtora em Londrina, onde os pais mantinham o restaurante Matsuri desde 2003.

Em 2019, fundou o Ecofood, um aplicativo que conectava restaurantes londrinenses com clientes para a venda de alimentos excedentes no fim do dia. O projeto chegou a ser premiado entre as 10 iniciativas mais conscientes do Brasil naquele ano.

Em janeiro de 2020, Raphael foi alertado pela família sobre a situação financeira da empresa dos pais: as três unidades do restaurante Matsuri acumulavam uma dívida de R$ 5 milhões. Preocupado, o jovem resolveu deixar a startup que havia fundado. “Quando vi a magnitude da situação, não pensei duas vezes em ajudar meus pais”, recorda-se.

Restaurante de delivery japonês se diferencia pela padronização dos sabores e embalagens com experiência "do presencial" Foto: Divulgação/Matsuri To Go

Pandemia piorou situação dos pais

Se a situação não ia bem, com o fechamento do comércio na pandemia de covid em março de 2020, ficou pior. Raphael contratou uma assessoria jurídica para lidar da melhor forma com as dívidas.

Em abril, fez uma projeção de quanto dinheiro a família teria ao fechar as três unidades do Matsuri, contando com as rescisões dos funcionários demitidos e o pagamento das dívidas junto aos fornecedores.

Pediu R$ 200 mil emprestados ao ex-chefe, diretor da construtora onde trabalhou; vendeu o seu carro e o dos pais, além do seu apartamento. “Mesmo assim, sobrariam apenas R$ 10 mil na conta bancária”, relembra.

Sem perspectivas de melhora, Raphael quis desistir do restaurante. “A minha ideia era fechar tudo, voltar a trabalhar com outras coisas e pagar essas dívidas pelo resto da vida”, revela. Por insistência da mãe, apegada ao negócio, resolveu tentar recuperá-lo.

Família inaugurou Matsuri To Go na garagem de casa, com dívida de R$ 5 milhões; hoje, negócio fatura R$ 35 milhões Foto: Divulgação/Matsuri To Go

Família vendeu marmitas e usou garagem de casa

Com os restaurantes fechados, a família passou a vender marmitas de comida brasileira para moradores de prédios vizinhos entre abril e maio de 2020.

Pais e filho compraram as primeiras embalagens de diferentes tamanhos (P, M e G) com o dinheiro arrecadado e pagaram o primeiro aluguel de uma casa em junho do mesmo ano.

Nas redes sociais, anunciaram em vídeo o fechamento da operação presencial e a inauguração do delivery e retirada. O Matsuri tornara-se o Matsuri To Go.

Toda a operação inicial foi realizada na garagem da casa. “Como já tínhamos os utensílios, apenas adaptamos a cozinha residencial”. O investimento inicial ficou em torno de R$ 20 mil.

Na primeira hora da inauguração, o Matsuri To Go recebeu 80 pedidos. “Pretendíamos vender cerca de R$ 80 mil para sobreviver na pandemia. Mas, só em Londrina, foram R$ 270 mil. Foi quando vimos que o negócio tinha potencial”, afirma o CEO.

Ainda em 2020, Raphael inaugurou uma segunda loja em Londrina, onde investiu cerca de R$ 120 mil.

Raphael Koyama, CEO do Matsuri To Go Foto: Divulgação/Matsuri To Go

Implantação de novo modelo de negócio foi desafio

Antes da pandemia, os pais de Raphael nunca haviam trabalhado com delivery. Segundo o empresário, a adaptação ao novo modelo foi uma das maiores dificuldades. “Fizemos uma boa captação, trouxemos clientes, mas ainda não sabíamos como funcionava a operação”, diz.

No início, o Matsuri To Go contava com três entregadores, que passaram hoje para 16 aos fins de semana. A rede de comida japonesa recebe uma média de 400 pedidos em uma noite. O carro-chefe da loja são os combinados de sushi, que o cliente pode personalizar. O valor médio de uma compra gira em torno de R$ 100.

À medida que o negócio foi se expandindo, com uma nova loja inaugurada em Arapongas (PR) em 2021, a família passou a ter dificuldade de garantir a qualidade do produto. “Era um desafio padronizar para vender em escala”, diz o CEO do Matsuri To Go.

Naquele ano, a família inaugurou uma cozinha central em Londrina para produzir os molhos dos sushis e garantir que o sabor seja o mesmo em todos os lugares. “Agora, de fato, podemos dizer que conseguimos padronizar o sabor da nossa comida japonesa. Para garantir, também auditamos nossas lojas pelo menos umas vez por mês”, explica Raphael.

Com o sucesso da nova operação e a ajuda da assessoria jurídica contratada, a dívida contraída pelos pais de Raphael já foi quitada em 73%, restando cerca de R$ 1,35 milhão a ser pago. O empresário espera se livrar integralmente da dívida até 2025.

Raphael Koyama, CEO do Matsuri To Go, com sócias Maria Clara Rocha e Maria Fernanda Canizares Foto: Divulgação/Matsuri To Go

Atuação com franquias expandiu negócio

Ainda em 2021, a rede de comida japonesa passou a atuar em modelo de franchising. Uma vez que atuam apenas com delivery e retirada, as lojas padronizadas têm 50 metros quadrados. O investimento para adquirir uma delas é a partir de R$ 195 mil, já com capital de giro e taxa de franquia inclusos. Segundo Raphael, uma unidade pode faturar até R$ 220 mil mensais.

Hoje, há 18 lojas em operação no Brasil, com faturamento total de R$ 35 milhões – cresceu de R$ 1,6 milhão em 2020 para R$ 6 milhões em 2021 e R$ 16 milhões em 2022. Para 2024, a ideia é inaugurar mais 19 franquias, com a expectativa de chegar a R$ 77 milhões de faturamento até o fim do ano.

Creuza, mãe de Raphael, atua na criação de produtos e no treinamento de funcionários. O pai, Cláudio, trabalha na auditoria de qualidade da rede. Com a expansão do negócio, o Matsuri To Go também ganhou mais duas sócias em 2021: Maria Clara Rocha, 28, engenheira civil e noiva de Raphael; e sua ex-colega de ensino fundamental e ex-sócia no aplicativo Ecofood, Maria Fernanda Canizares, 27, engenheira química.

Especialista avalia se vale a pena investir

Para a consultora de negócios do Sebrae-SP Juliana Segallio, investir em uma franquia de delivery de alimentos pode ser vantajoso pela comodidade de ser um modelo de negócio já testado e com o reconhecimento da marca, o que diminui o risco do empresário. No entanto, essa facilidade não o isenta de fazer as suas próprias pesquisas para o negócio prosperar.

De acordo com Segallio, o ideal é que o investidor faça um estudo de mercado para entender se há demanda no local onde ele deseja instalar o negócio. Essa pesquisa pode ser feita por meio de consultorias, sites de negócios, além de visitas presenciais à área planejada e a concorrentes diretos nas proximidades.

“Até 2022, o delivery estava crescendo loucamente, as empresas tinham um percentual de pedidos muito grande por esse formato. Com o retorno das atividades consolidado, houve uma diminuição. Isso não exclui a modalidade de negócio, mas pede uma observação mais atenta à demanda de mercado”, pontua.

A consultora também chama atenção para as limitações de investir em uma franquia. “O empresário tem que entender que vai seguir regras, não vai ter tanta flexibilidade para gerir o negócio do jeito que gostaria”, salienta.

Para que o retorno financeiro prometido pela rede de franquias seja atingido, ela reforça ainda que é preciso haver dedicação e estudo por parte do investidor. É interessante que a pessoa já tenha experiência prévia em gestão de negócios, por exemplo.

O engenheiro civil Raphael Koyama, 27 anos, se viu obrigado a abandonar o seu sonho profissional para ajudar os pais, Cláudio, 55 anos, e Creuza Koyama, 56, a quitar uma dívida de R$ 5 milhões. Em 2020, assumiu a gestão do restaurante Matsuri, à beira da falência, e transformou completamente o seu modelo de negócio na garagem de casa, com R$ 20 mil.

Três anos mais tarde, a rede de comida japonesa Matsuri To Go, de Londrina (PR), consolidou-se no segmento de delivery nacional, encerrando 2023 com 18 unidades e faturamento de R$ 35 milhões.

Filho largou tudo para ajudar pais a quitarem dívida

Raphael nunca quis seguir o caminho dos pais. Formado em engenharia civil, ele trabalhou durante seis anos em uma construtora em Londrina, onde os pais mantinham o restaurante Matsuri desde 2003.

Em 2019, fundou o Ecofood, um aplicativo que conectava restaurantes londrinenses com clientes para a venda de alimentos excedentes no fim do dia. O projeto chegou a ser premiado entre as 10 iniciativas mais conscientes do Brasil naquele ano.

Em janeiro de 2020, Raphael foi alertado pela família sobre a situação financeira da empresa dos pais: as três unidades do restaurante Matsuri acumulavam uma dívida de R$ 5 milhões. Preocupado, o jovem resolveu deixar a startup que havia fundado. “Quando vi a magnitude da situação, não pensei duas vezes em ajudar meus pais”, recorda-se.

Restaurante de delivery japonês se diferencia pela padronização dos sabores e embalagens com experiência "do presencial" Foto: Divulgação/Matsuri To Go

Pandemia piorou situação dos pais

Se a situação não ia bem, com o fechamento do comércio na pandemia de covid em março de 2020, ficou pior. Raphael contratou uma assessoria jurídica para lidar da melhor forma com as dívidas.

Em abril, fez uma projeção de quanto dinheiro a família teria ao fechar as três unidades do Matsuri, contando com as rescisões dos funcionários demitidos e o pagamento das dívidas junto aos fornecedores.

Pediu R$ 200 mil emprestados ao ex-chefe, diretor da construtora onde trabalhou; vendeu o seu carro e o dos pais, além do seu apartamento. “Mesmo assim, sobrariam apenas R$ 10 mil na conta bancária”, relembra.

Sem perspectivas de melhora, Raphael quis desistir do restaurante. “A minha ideia era fechar tudo, voltar a trabalhar com outras coisas e pagar essas dívidas pelo resto da vida”, revela. Por insistência da mãe, apegada ao negócio, resolveu tentar recuperá-lo.

Família inaugurou Matsuri To Go na garagem de casa, com dívida de R$ 5 milhões; hoje, negócio fatura R$ 35 milhões Foto: Divulgação/Matsuri To Go

Família vendeu marmitas e usou garagem de casa

Com os restaurantes fechados, a família passou a vender marmitas de comida brasileira para moradores de prédios vizinhos entre abril e maio de 2020.

Pais e filho compraram as primeiras embalagens de diferentes tamanhos (P, M e G) com o dinheiro arrecadado e pagaram o primeiro aluguel de uma casa em junho do mesmo ano.

Nas redes sociais, anunciaram em vídeo o fechamento da operação presencial e a inauguração do delivery e retirada. O Matsuri tornara-se o Matsuri To Go.

Toda a operação inicial foi realizada na garagem da casa. “Como já tínhamos os utensílios, apenas adaptamos a cozinha residencial”. O investimento inicial ficou em torno de R$ 20 mil.

Na primeira hora da inauguração, o Matsuri To Go recebeu 80 pedidos. “Pretendíamos vender cerca de R$ 80 mil para sobreviver na pandemia. Mas, só em Londrina, foram R$ 270 mil. Foi quando vimos que o negócio tinha potencial”, afirma o CEO.

Ainda em 2020, Raphael inaugurou uma segunda loja em Londrina, onde investiu cerca de R$ 120 mil.

Raphael Koyama, CEO do Matsuri To Go Foto: Divulgação/Matsuri To Go

Implantação de novo modelo de negócio foi desafio

Antes da pandemia, os pais de Raphael nunca haviam trabalhado com delivery. Segundo o empresário, a adaptação ao novo modelo foi uma das maiores dificuldades. “Fizemos uma boa captação, trouxemos clientes, mas ainda não sabíamos como funcionava a operação”, diz.

No início, o Matsuri To Go contava com três entregadores, que passaram hoje para 16 aos fins de semana. A rede de comida japonesa recebe uma média de 400 pedidos em uma noite. O carro-chefe da loja são os combinados de sushi, que o cliente pode personalizar. O valor médio de uma compra gira em torno de R$ 100.

À medida que o negócio foi se expandindo, com uma nova loja inaugurada em Arapongas (PR) em 2021, a família passou a ter dificuldade de garantir a qualidade do produto. “Era um desafio padronizar para vender em escala”, diz o CEO do Matsuri To Go.

Naquele ano, a família inaugurou uma cozinha central em Londrina para produzir os molhos dos sushis e garantir que o sabor seja o mesmo em todos os lugares. “Agora, de fato, podemos dizer que conseguimos padronizar o sabor da nossa comida japonesa. Para garantir, também auditamos nossas lojas pelo menos umas vez por mês”, explica Raphael.

Com o sucesso da nova operação e a ajuda da assessoria jurídica contratada, a dívida contraída pelos pais de Raphael já foi quitada em 73%, restando cerca de R$ 1,35 milhão a ser pago. O empresário espera se livrar integralmente da dívida até 2025.

Raphael Koyama, CEO do Matsuri To Go, com sócias Maria Clara Rocha e Maria Fernanda Canizares Foto: Divulgação/Matsuri To Go

Atuação com franquias expandiu negócio

Ainda em 2021, a rede de comida japonesa passou a atuar em modelo de franchising. Uma vez que atuam apenas com delivery e retirada, as lojas padronizadas têm 50 metros quadrados. O investimento para adquirir uma delas é a partir de R$ 195 mil, já com capital de giro e taxa de franquia inclusos. Segundo Raphael, uma unidade pode faturar até R$ 220 mil mensais.

Hoje, há 18 lojas em operação no Brasil, com faturamento total de R$ 35 milhões – cresceu de R$ 1,6 milhão em 2020 para R$ 6 milhões em 2021 e R$ 16 milhões em 2022. Para 2024, a ideia é inaugurar mais 19 franquias, com a expectativa de chegar a R$ 77 milhões de faturamento até o fim do ano.

Creuza, mãe de Raphael, atua na criação de produtos e no treinamento de funcionários. O pai, Cláudio, trabalha na auditoria de qualidade da rede. Com a expansão do negócio, o Matsuri To Go também ganhou mais duas sócias em 2021: Maria Clara Rocha, 28, engenheira civil e noiva de Raphael; e sua ex-colega de ensino fundamental e ex-sócia no aplicativo Ecofood, Maria Fernanda Canizares, 27, engenheira química.

Especialista avalia se vale a pena investir

Para a consultora de negócios do Sebrae-SP Juliana Segallio, investir em uma franquia de delivery de alimentos pode ser vantajoso pela comodidade de ser um modelo de negócio já testado e com o reconhecimento da marca, o que diminui o risco do empresário. No entanto, essa facilidade não o isenta de fazer as suas próprias pesquisas para o negócio prosperar.

De acordo com Segallio, o ideal é que o investidor faça um estudo de mercado para entender se há demanda no local onde ele deseja instalar o negócio. Essa pesquisa pode ser feita por meio de consultorias, sites de negócios, além de visitas presenciais à área planejada e a concorrentes diretos nas proximidades.

“Até 2022, o delivery estava crescendo loucamente, as empresas tinham um percentual de pedidos muito grande por esse formato. Com o retorno das atividades consolidado, houve uma diminuição. Isso não exclui a modalidade de negócio, mas pede uma observação mais atenta à demanda de mercado”, pontua.

A consultora também chama atenção para as limitações de investir em uma franquia. “O empresário tem que entender que vai seguir regras, não vai ter tanta flexibilidade para gerir o negócio do jeito que gostaria”, salienta.

Para que o retorno financeiro prometido pela rede de franquias seja atingido, ela reforça ainda que é preciso haver dedicação e estudo por parte do investidor. É interessante que a pessoa já tenha experiência prévia em gestão de negócios, por exemplo.

O engenheiro civil Raphael Koyama, 27 anos, se viu obrigado a abandonar o seu sonho profissional para ajudar os pais, Cláudio, 55 anos, e Creuza Koyama, 56, a quitar uma dívida de R$ 5 milhões. Em 2020, assumiu a gestão do restaurante Matsuri, à beira da falência, e transformou completamente o seu modelo de negócio na garagem de casa, com R$ 20 mil.

Três anos mais tarde, a rede de comida japonesa Matsuri To Go, de Londrina (PR), consolidou-se no segmento de delivery nacional, encerrando 2023 com 18 unidades e faturamento de R$ 35 milhões.

Filho largou tudo para ajudar pais a quitarem dívida

Raphael nunca quis seguir o caminho dos pais. Formado em engenharia civil, ele trabalhou durante seis anos em uma construtora em Londrina, onde os pais mantinham o restaurante Matsuri desde 2003.

Em 2019, fundou o Ecofood, um aplicativo que conectava restaurantes londrinenses com clientes para a venda de alimentos excedentes no fim do dia. O projeto chegou a ser premiado entre as 10 iniciativas mais conscientes do Brasil naquele ano.

Em janeiro de 2020, Raphael foi alertado pela família sobre a situação financeira da empresa dos pais: as três unidades do restaurante Matsuri acumulavam uma dívida de R$ 5 milhões. Preocupado, o jovem resolveu deixar a startup que havia fundado. “Quando vi a magnitude da situação, não pensei duas vezes em ajudar meus pais”, recorda-se.

Restaurante de delivery japonês se diferencia pela padronização dos sabores e embalagens com experiência "do presencial" Foto: Divulgação/Matsuri To Go

Pandemia piorou situação dos pais

Se a situação não ia bem, com o fechamento do comércio na pandemia de covid em março de 2020, ficou pior. Raphael contratou uma assessoria jurídica para lidar da melhor forma com as dívidas.

Em abril, fez uma projeção de quanto dinheiro a família teria ao fechar as três unidades do Matsuri, contando com as rescisões dos funcionários demitidos e o pagamento das dívidas junto aos fornecedores.

Pediu R$ 200 mil emprestados ao ex-chefe, diretor da construtora onde trabalhou; vendeu o seu carro e o dos pais, além do seu apartamento. “Mesmo assim, sobrariam apenas R$ 10 mil na conta bancária”, relembra.

Sem perspectivas de melhora, Raphael quis desistir do restaurante. “A minha ideia era fechar tudo, voltar a trabalhar com outras coisas e pagar essas dívidas pelo resto da vida”, revela. Por insistência da mãe, apegada ao negócio, resolveu tentar recuperá-lo.

Família inaugurou Matsuri To Go na garagem de casa, com dívida de R$ 5 milhões; hoje, negócio fatura R$ 35 milhões Foto: Divulgação/Matsuri To Go

Família vendeu marmitas e usou garagem de casa

Com os restaurantes fechados, a família passou a vender marmitas de comida brasileira para moradores de prédios vizinhos entre abril e maio de 2020.

Pais e filho compraram as primeiras embalagens de diferentes tamanhos (P, M e G) com o dinheiro arrecadado e pagaram o primeiro aluguel de uma casa em junho do mesmo ano.

Nas redes sociais, anunciaram em vídeo o fechamento da operação presencial e a inauguração do delivery e retirada. O Matsuri tornara-se o Matsuri To Go.

Toda a operação inicial foi realizada na garagem da casa. “Como já tínhamos os utensílios, apenas adaptamos a cozinha residencial”. O investimento inicial ficou em torno de R$ 20 mil.

Na primeira hora da inauguração, o Matsuri To Go recebeu 80 pedidos. “Pretendíamos vender cerca de R$ 80 mil para sobreviver na pandemia. Mas, só em Londrina, foram R$ 270 mil. Foi quando vimos que o negócio tinha potencial”, afirma o CEO.

Ainda em 2020, Raphael inaugurou uma segunda loja em Londrina, onde investiu cerca de R$ 120 mil.

Raphael Koyama, CEO do Matsuri To Go Foto: Divulgação/Matsuri To Go

Implantação de novo modelo de negócio foi desafio

Antes da pandemia, os pais de Raphael nunca haviam trabalhado com delivery. Segundo o empresário, a adaptação ao novo modelo foi uma das maiores dificuldades. “Fizemos uma boa captação, trouxemos clientes, mas ainda não sabíamos como funcionava a operação”, diz.

No início, o Matsuri To Go contava com três entregadores, que passaram hoje para 16 aos fins de semana. A rede de comida japonesa recebe uma média de 400 pedidos em uma noite. O carro-chefe da loja são os combinados de sushi, que o cliente pode personalizar. O valor médio de uma compra gira em torno de R$ 100.

À medida que o negócio foi se expandindo, com uma nova loja inaugurada em Arapongas (PR) em 2021, a família passou a ter dificuldade de garantir a qualidade do produto. “Era um desafio padronizar para vender em escala”, diz o CEO do Matsuri To Go.

Naquele ano, a família inaugurou uma cozinha central em Londrina para produzir os molhos dos sushis e garantir que o sabor seja o mesmo em todos os lugares. “Agora, de fato, podemos dizer que conseguimos padronizar o sabor da nossa comida japonesa. Para garantir, também auditamos nossas lojas pelo menos umas vez por mês”, explica Raphael.

Com o sucesso da nova operação e a ajuda da assessoria jurídica contratada, a dívida contraída pelos pais de Raphael já foi quitada em 73%, restando cerca de R$ 1,35 milhão a ser pago. O empresário espera se livrar integralmente da dívida até 2025.

Raphael Koyama, CEO do Matsuri To Go, com sócias Maria Clara Rocha e Maria Fernanda Canizares Foto: Divulgação/Matsuri To Go

Atuação com franquias expandiu negócio

Ainda em 2021, a rede de comida japonesa passou a atuar em modelo de franchising. Uma vez que atuam apenas com delivery e retirada, as lojas padronizadas têm 50 metros quadrados. O investimento para adquirir uma delas é a partir de R$ 195 mil, já com capital de giro e taxa de franquia inclusos. Segundo Raphael, uma unidade pode faturar até R$ 220 mil mensais.

Hoje, há 18 lojas em operação no Brasil, com faturamento total de R$ 35 milhões – cresceu de R$ 1,6 milhão em 2020 para R$ 6 milhões em 2021 e R$ 16 milhões em 2022. Para 2024, a ideia é inaugurar mais 19 franquias, com a expectativa de chegar a R$ 77 milhões de faturamento até o fim do ano.

Creuza, mãe de Raphael, atua na criação de produtos e no treinamento de funcionários. O pai, Cláudio, trabalha na auditoria de qualidade da rede. Com a expansão do negócio, o Matsuri To Go também ganhou mais duas sócias em 2021: Maria Clara Rocha, 28, engenheira civil e noiva de Raphael; e sua ex-colega de ensino fundamental e ex-sócia no aplicativo Ecofood, Maria Fernanda Canizares, 27, engenheira química.

Especialista avalia se vale a pena investir

Para a consultora de negócios do Sebrae-SP Juliana Segallio, investir em uma franquia de delivery de alimentos pode ser vantajoso pela comodidade de ser um modelo de negócio já testado e com o reconhecimento da marca, o que diminui o risco do empresário. No entanto, essa facilidade não o isenta de fazer as suas próprias pesquisas para o negócio prosperar.

De acordo com Segallio, o ideal é que o investidor faça um estudo de mercado para entender se há demanda no local onde ele deseja instalar o negócio. Essa pesquisa pode ser feita por meio de consultorias, sites de negócios, além de visitas presenciais à área planejada e a concorrentes diretos nas proximidades.

“Até 2022, o delivery estava crescendo loucamente, as empresas tinham um percentual de pedidos muito grande por esse formato. Com o retorno das atividades consolidado, houve uma diminuição. Isso não exclui a modalidade de negócio, mas pede uma observação mais atenta à demanda de mercado”, pontua.

A consultora também chama atenção para as limitações de investir em uma franquia. “O empresário tem que entender que vai seguir regras, não vai ter tanta flexibilidade para gerir o negócio do jeito que gostaria”, salienta.

Para que o retorno financeiro prometido pela rede de franquias seja atingido, ela reforça ainda que é preciso haver dedicação e estudo por parte do investidor. É interessante que a pessoa já tenha experiência prévia em gestão de negócios, por exemplo.

O engenheiro civil Raphael Koyama, 27 anos, se viu obrigado a abandonar o seu sonho profissional para ajudar os pais, Cláudio, 55 anos, e Creuza Koyama, 56, a quitar uma dívida de R$ 5 milhões. Em 2020, assumiu a gestão do restaurante Matsuri, à beira da falência, e transformou completamente o seu modelo de negócio na garagem de casa, com R$ 20 mil.

Três anos mais tarde, a rede de comida japonesa Matsuri To Go, de Londrina (PR), consolidou-se no segmento de delivery nacional, encerrando 2023 com 18 unidades e faturamento de R$ 35 milhões.

Filho largou tudo para ajudar pais a quitarem dívida

Raphael nunca quis seguir o caminho dos pais. Formado em engenharia civil, ele trabalhou durante seis anos em uma construtora em Londrina, onde os pais mantinham o restaurante Matsuri desde 2003.

Em 2019, fundou o Ecofood, um aplicativo que conectava restaurantes londrinenses com clientes para a venda de alimentos excedentes no fim do dia. O projeto chegou a ser premiado entre as 10 iniciativas mais conscientes do Brasil naquele ano.

Em janeiro de 2020, Raphael foi alertado pela família sobre a situação financeira da empresa dos pais: as três unidades do restaurante Matsuri acumulavam uma dívida de R$ 5 milhões. Preocupado, o jovem resolveu deixar a startup que havia fundado. “Quando vi a magnitude da situação, não pensei duas vezes em ajudar meus pais”, recorda-se.

Restaurante de delivery japonês se diferencia pela padronização dos sabores e embalagens com experiência "do presencial" Foto: Divulgação/Matsuri To Go

Pandemia piorou situação dos pais

Se a situação não ia bem, com o fechamento do comércio na pandemia de covid em março de 2020, ficou pior. Raphael contratou uma assessoria jurídica para lidar da melhor forma com as dívidas.

Em abril, fez uma projeção de quanto dinheiro a família teria ao fechar as três unidades do Matsuri, contando com as rescisões dos funcionários demitidos e o pagamento das dívidas junto aos fornecedores.

Pediu R$ 200 mil emprestados ao ex-chefe, diretor da construtora onde trabalhou; vendeu o seu carro e o dos pais, além do seu apartamento. “Mesmo assim, sobrariam apenas R$ 10 mil na conta bancária”, relembra.

Sem perspectivas de melhora, Raphael quis desistir do restaurante. “A minha ideia era fechar tudo, voltar a trabalhar com outras coisas e pagar essas dívidas pelo resto da vida”, revela. Por insistência da mãe, apegada ao negócio, resolveu tentar recuperá-lo.

Família inaugurou Matsuri To Go na garagem de casa, com dívida de R$ 5 milhões; hoje, negócio fatura R$ 35 milhões Foto: Divulgação/Matsuri To Go

Família vendeu marmitas e usou garagem de casa

Com os restaurantes fechados, a família passou a vender marmitas de comida brasileira para moradores de prédios vizinhos entre abril e maio de 2020.

Pais e filho compraram as primeiras embalagens de diferentes tamanhos (P, M e G) com o dinheiro arrecadado e pagaram o primeiro aluguel de uma casa em junho do mesmo ano.

Nas redes sociais, anunciaram em vídeo o fechamento da operação presencial e a inauguração do delivery e retirada. O Matsuri tornara-se o Matsuri To Go.

Toda a operação inicial foi realizada na garagem da casa. “Como já tínhamos os utensílios, apenas adaptamos a cozinha residencial”. O investimento inicial ficou em torno de R$ 20 mil.

Na primeira hora da inauguração, o Matsuri To Go recebeu 80 pedidos. “Pretendíamos vender cerca de R$ 80 mil para sobreviver na pandemia. Mas, só em Londrina, foram R$ 270 mil. Foi quando vimos que o negócio tinha potencial”, afirma o CEO.

Ainda em 2020, Raphael inaugurou uma segunda loja em Londrina, onde investiu cerca de R$ 120 mil.

Raphael Koyama, CEO do Matsuri To Go Foto: Divulgação/Matsuri To Go

Implantação de novo modelo de negócio foi desafio

Antes da pandemia, os pais de Raphael nunca haviam trabalhado com delivery. Segundo o empresário, a adaptação ao novo modelo foi uma das maiores dificuldades. “Fizemos uma boa captação, trouxemos clientes, mas ainda não sabíamos como funcionava a operação”, diz.

No início, o Matsuri To Go contava com três entregadores, que passaram hoje para 16 aos fins de semana. A rede de comida japonesa recebe uma média de 400 pedidos em uma noite. O carro-chefe da loja são os combinados de sushi, que o cliente pode personalizar. O valor médio de uma compra gira em torno de R$ 100.

À medida que o negócio foi se expandindo, com uma nova loja inaugurada em Arapongas (PR) em 2021, a família passou a ter dificuldade de garantir a qualidade do produto. “Era um desafio padronizar para vender em escala”, diz o CEO do Matsuri To Go.

Naquele ano, a família inaugurou uma cozinha central em Londrina para produzir os molhos dos sushis e garantir que o sabor seja o mesmo em todos os lugares. “Agora, de fato, podemos dizer que conseguimos padronizar o sabor da nossa comida japonesa. Para garantir, também auditamos nossas lojas pelo menos umas vez por mês”, explica Raphael.

Com o sucesso da nova operação e a ajuda da assessoria jurídica contratada, a dívida contraída pelos pais de Raphael já foi quitada em 73%, restando cerca de R$ 1,35 milhão a ser pago. O empresário espera se livrar integralmente da dívida até 2025.

Raphael Koyama, CEO do Matsuri To Go, com sócias Maria Clara Rocha e Maria Fernanda Canizares Foto: Divulgação/Matsuri To Go

Atuação com franquias expandiu negócio

Ainda em 2021, a rede de comida japonesa passou a atuar em modelo de franchising. Uma vez que atuam apenas com delivery e retirada, as lojas padronizadas têm 50 metros quadrados. O investimento para adquirir uma delas é a partir de R$ 195 mil, já com capital de giro e taxa de franquia inclusos. Segundo Raphael, uma unidade pode faturar até R$ 220 mil mensais.

Hoje, há 18 lojas em operação no Brasil, com faturamento total de R$ 35 milhões – cresceu de R$ 1,6 milhão em 2020 para R$ 6 milhões em 2021 e R$ 16 milhões em 2022. Para 2024, a ideia é inaugurar mais 19 franquias, com a expectativa de chegar a R$ 77 milhões de faturamento até o fim do ano.

Creuza, mãe de Raphael, atua na criação de produtos e no treinamento de funcionários. O pai, Cláudio, trabalha na auditoria de qualidade da rede. Com a expansão do negócio, o Matsuri To Go também ganhou mais duas sócias em 2021: Maria Clara Rocha, 28, engenheira civil e noiva de Raphael; e sua ex-colega de ensino fundamental e ex-sócia no aplicativo Ecofood, Maria Fernanda Canizares, 27, engenheira química.

Especialista avalia se vale a pena investir

Para a consultora de negócios do Sebrae-SP Juliana Segallio, investir em uma franquia de delivery de alimentos pode ser vantajoso pela comodidade de ser um modelo de negócio já testado e com o reconhecimento da marca, o que diminui o risco do empresário. No entanto, essa facilidade não o isenta de fazer as suas próprias pesquisas para o negócio prosperar.

De acordo com Segallio, o ideal é que o investidor faça um estudo de mercado para entender se há demanda no local onde ele deseja instalar o negócio. Essa pesquisa pode ser feita por meio de consultorias, sites de negócios, além de visitas presenciais à área planejada e a concorrentes diretos nas proximidades.

“Até 2022, o delivery estava crescendo loucamente, as empresas tinham um percentual de pedidos muito grande por esse formato. Com o retorno das atividades consolidado, houve uma diminuição. Isso não exclui a modalidade de negócio, mas pede uma observação mais atenta à demanda de mercado”, pontua.

A consultora também chama atenção para as limitações de investir em uma franquia. “O empresário tem que entender que vai seguir regras, não vai ter tanta flexibilidade para gerir o negócio do jeito que gostaria”, salienta.

Para que o retorno financeiro prometido pela rede de franquias seja atingido, ela reforça ainda que é preciso haver dedicação e estudo por parte do investidor. É interessante que a pessoa já tenha experiência prévia em gestão de negócios, por exemplo.

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