Empreendedores do Nordeste ganham espaço nobre em São Paulo para vender peças regionais


Casa Nordestesse, na Alameda Lorena, abriga marcas de moda, decoração e um empreendimento gastronômico que prezam por matérias-primas regionais

Por Ludimila Honorato

Apresentar a cultura do Nordeste por meio da moda, da arte e do design é a proposta do projeto Nordestesse, que reúne pequenos negócios criativos dos nove Estados da região. Depois de percorrer festivais e estar em estabelecimentos multimarcas, a iniciativa aterrissou em espaços fixos, como a Casa Nordestesse, inaugurada ontem em São Paulo. No mês passado, já havia integrado a loja colaborativa Opinião, em Ipanema, no Rio de Janeiro.

Idealizada há pouco mais de um ano, a plataforma tem uma curadoria focada em marcas que geram impacto social e ambiental positivo em suas comunidades. Além disso, o objetivo é resgatar tradições, saberes e matérias-primas regionais. Os empreendedores selecionados atuam em quatro pilares: moda, design, artes visuais e gastronomia.

Na capital paulista, o local oferece produtos de 14 marcas de moda, cinco de decoração e um empreendimento gastronômico. Ao todo, o projeto tem mais de cem parceiros e o plano é que dois outros negócios sejam “hospedados” no espaço a cada mês. Essas inaugurações, somadas à construção de um marketplace e de um festival para 2023, tiveram um investimento de R$ 1 milhão.

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Daniela Falcão, fundadora do Nordestesse, no espaço físico do projeto inaugurado em São Paulo Foto: Werther Santana/Estadão

Daniela Falcão, fundadora do Nordestesse, conta que essa rede de empreendedores se formou organicamente. Baiana, ela percorreu Estados do Nordeste num período sabático como turista, mas com um olhar curioso para descobrir a cena da moda e do design locais.

“Fui descobrindo muitos estilistas, designers, todos relativamente jovens, que não estavam inseridos em sistemas de apoio ao artesanato nem tinham a força de uma empresa sólida”, lembra.

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Karla Batista, empreendedora de Pernambuco que integra a Casa Nordestesse com a marca Azulerde, ao lado de Daniela Falcão, fundadora do projeto Foto: Werther Santana/Estadão

Conforme fazia a expedição, ela compartilhava as descobertas nas redes sociais, o que despertou o interesse dos seguidores e movimentou os negócios. “Um empreendedor ganhou 3 mil seguidores e outro teve a peça que eu postei esgotada.”

Foi aí que surgiu a ideia de criar uma plataforma que pudesse expor o trabalho criativo encontrado. Essa exposição vem acompanhada de mentorias sobre precificação, finanças e redes sociais, por exemplo. Esse suporte é necessário para que os pequenos negócios tenham uma estrutura sólida para dar conta da demanda que vem com a visibilidade.

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Nordeste em cena

Entre os resultados alcançados até agora por meio do Nordestesse, Daniela destaca a mudança de porte de algumas empresas, que deixaram de ser MEIs devido ao aumento no faturamento, e parcerias com grandes varejistas, como C&A e Magazine Luiza. Além disso, o projeto faz a ponte dos empreendedores com eventos de destaque.

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A artista e empreendedora Karla Batista é de Igarassu, região metropolitana de Recife, e faz parte do projeto com a marca Azulerde, criada há cinco anos. Ela desenvolve brincos e colares com o reaproveitamento de resíduos sólidos, peças ligadas às artes visuais que expressam ancestralidade.

Só neste mês, além da Casa Nordestesse, os acessórios dela estiveram no Brasil Eco Fashion Week, compondo os looks no desfile da Pantys, e na Feira Preta. E, entre hoje, 8, e domingo, 11, as peças estarão na Feira na Rosenbaum.

Fundadora da Azulerde, Karla Batista desenvolve brincos e colares com o reaproveitamento de resíduos sólidos Foto: Werther Santana/Estadão
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“Entrar na Casa Nordestesse nesse momento é um movimento também de pertencimento, no qual eu sei que vou levantar a bandeira nordestina em grupo. Isso faz com que tudo fique mais potente. É um momento de confraternização, comemoração e resistência”, diz Karla.

São Paulo representa 70% das vendas da Azulerde, mas, mais do que isso, a empreendedora avalia que o local significa o entendimento do trabalho que faz. “Não é só sobre ter um brinco, é sobre ter uma peça política que, no final das contas, é um objeto de arte.”

Karla também destaca as trocas feitas com outros empreendedores da iniciativa como “primordiais” na jornada do empreendedorismo, que torna o processo menos solitário.

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Enquanto mulher preta que desenvolve um projeto voltado para o design sustentável, é a validação da minha cor e do meu trabalho, que são dois pontos primordiais para mim”

Karla Batista, fundadora da marca de acessórios Azulerde

Daniela conta que a Casa Nordestesse veio também de uma demanda por parte dos empreendedores de ter um lugar fixo em São Paulo. Antes, participando apenas de eventos pontuais, eles tinham dificuldade de manter o relacionamento com o cliente. Mas, mesmo com o espaço, há desafios.

A distância, por exemplo, impede que eles estejam na cidade com frequência para acompanhar o negócio, e o frete é mais caro. Nesse sentido, a plataforma permite que eles monitorem o estoque em tempo real e planejem o envio das remessas.

Investimento

O primeiro ano do Nordestesse foi sustentado com investimentos próprios de Daniela. Depois, a irmã dela entrou como sócia e um aporte. Na mesma época, o projeto recebeu o investimento que possibilitou a abertura das casas e a construção dos próximos passos.

Entre o final deste ano e começo de 2023, um marketplace associado ao e-commerce será preparado para ser lançado em março. Já o festival deve ocorrer em agosto. Além disso, a sócia Gabriela Falcão cuida da estruturação e administração de um fundo de investimentos para injetar capital nas marcas que estão preparadas e em negócios de impacto positivo que atuem nos quatro pilares da iniciativa.

Apresentar a cultura do Nordeste por meio da moda, da arte e do design é a proposta do projeto Nordestesse, que reúne pequenos negócios criativos dos nove Estados da região. Depois de percorrer festivais e estar em estabelecimentos multimarcas, a iniciativa aterrissou em espaços fixos, como a Casa Nordestesse, inaugurada ontem em São Paulo. No mês passado, já havia integrado a loja colaborativa Opinião, em Ipanema, no Rio de Janeiro.

Idealizada há pouco mais de um ano, a plataforma tem uma curadoria focada em marcas que geram impacto social e ambiental positivo em suas comunidades. Além disso, o objetivo é resgatar tradições, saberes e matérias-primas regionais. Os empreendedores selecionados atuam em quatro pilares: moda, design, artes visuais e gastronomia.

Na capital paulista, o local oferece produtos de 14 marcas de moda, cinco de decoração e um empreendimento gastronômico. Ao todo, o projeto tem mais de cem parceiros e o plano é que dois outros negócios sejam “hospedados” no espaço a cada mês. Essas inaugurações, somadas à construção de um marketplace e de um festival para 2023, tiveram um investimento de R$ 1 milhão.

Daniela Falcão, fundadora do Nordestesse, no espaço físico do projeto inaugurado em São Paulo Foto: Werther Santana/Estadão

Daniela Falcão, fundadora do Nordestesse, conta que essa rede de empreendedores se formou organicamente. Baiana, ela percorreu Estados do Nordeste num período sabático como turista, mas com um olhar curioso para descobrir a cena da moda e do design locais.

“Fui descobrindo muitos estilistas, designers, todos relativamente jovens, que não estavam inseridos em sistemas de apoio ao artesanato nem tinham a força de uma empresa sólida”, lembra.

Karla Batista, empreendedora de Pernambuco que integra a Casa Nordestesse com a marca Azulerde, ao lado de Daniela Falcão, fundadora do projeto Foto: Werther Santana/Estadão

Conforme fazia a expedição, ela compartilhava as descobertas nas redes sociais, o que despertou o interesse dos seguidores e movimentou os negócios. “Um empreendedor ganhou 3 mil seguidores e outro teve a peça que eu postei esgotada.”

Foi aí que surgiu a ideia de criar uma plataforma que pudesse expor o trabalho criativo encontrado. Essa exposição vem acompanhada de mentorias sobre precificação, finanças e redes sociais, por exemplo. Esse suporte é necessário para que os pequenos negócios tenham uma estrutura sólida para dar conta da demanda que vem com a visibilidade.

Nordeste em cena

Entre os resultados alcançados até agora por meio do Nordestesse, Daniela destaca a mudança de porte de algumas empresas, que deixaram de ser MEIs devido ao aumento no faturamento, e parcerias com grandes varejistas, como C&A e Magazine Luiza. Além disso, o projeto faz a ponte dos empreendedores com eventos de destaque.

A artista e empreendedora Karla Batista é de Igarassu, região metropolitana de Recife, e faz parte do projeto com a marca Azulerde, criada há cinco anos. Ela desenvolve brincos e colares com o reaproveitamento de resíduos sólidos, peças ligadas às artes visuais que expressam ancestralidade.

Só neste mês, além da Casa Nordestesse, os acessórios dela estiveram no Brasil Eco Fashion Week, compondo os looks no desfile da Pantys, e na Feira Preta. E, entre hoje, 8, e domingo, 11, as peças estarão na Feira na Rosenbaum.

Fundadora da Azulerde, Karla Batista desenvolve brincos e colares com o reaproveitamento de resíduos sólidos Foto: Werther Santana/Estadão

“Entrar na Casa Nordestesse nesse momento é um movimento também de pertencimento, no qual eu sei que vou levantar a bandeira nordestina em grupo. Isso faz com que tudo fique mais potente. É um momento de confraternização, comemoração e resistência”, diz Karla.

São Paulo representa 70% das vendas da Azulerde, mas, mais do que isso, a empreendedora avalia que o local significa o entendimento do trabalho que faz. “Não é só sobre ter um brinco, é sobre ter uma peça política que, no final das contas, é um objeto de arte.”

Karla também destaca as trocas feitas com outros empreendedores da iniciativa como “primordiais” na jornada do empreendedorismo, que torna o processo menos solitário.

Enquanto mulher preta que desenvolve um projeto voltado para o design sustentável, é a validação da minha cor e do meu trabalho, que são dois pontos primordiais para mim”

Karla Batista, fundadora da marca de acessórios Azulerde

Daniela conta que a Casa Nordestesse veio também de uma demanda por parte dos empreendedores de ter um lugar fixo em São Paulo. Antes, participando apenas de eventos pontuais, eles tinham dificuldade de manter o relacionamento com o cliente. Mas, mesmo com o espaço, há desafios.

A distância, por exemplo, impede que eles estejam na cidade com frequência para acompanhar o negócio, e o frete é mais caro. Nesse sentido, a plataforma permite que eles monitorem o estoque em tempo real e planejem o envio das remessas.

Investimento

O primeiro ano do Nordestesse foi sustentado com investimentos próprios de Daniela. Depois, a irmã dela entrou como sócia e um aporte. Na mesma época, o projeto recebeu o investimento que possibilitou a abertura das casas e a construção dos próximos passos.

Entre o final deste ano e começo de 2023, um marketplace associado ao e-commerce será preparado para ser lançado em março. Já o festival deve ocorrer em agosto. Além disso, a sócia Gabriela Falcão cuida da estruturação e administração de um fundo de investimentos para injetar capital nas marcas que estão preparadas e em negócios de impacto positivo que atuem nos quatro pilares da iniciativa.

Apresentar a cultura do Nordeste por meio da moda, da arte e do design é a proposta do projeto Nordestesse, que reúne pequenos negócios criativos dos nove Estados da região. Depois de percorrer festivais e estar em estabelecimentos multimarcas, a iniciativa aterrissou em espaços fixos, como a Casa Nordestesse, inaugurada ontem em São Paulo. No mês passado, já havia integrado a loja colaborativa Opinião, em Ipanema, no Rio de Janeiro.

Idealizada há pouco mais de um ano, a plataforma tem uma curadoria focada em marcas que geram impacto social e ambiental positivo em suas comunidades. Além disso, o objetivo é resgatar tradições, saberes e matérias-primas regionais. Os empreendedores selecionados atuam em quatro pilares: moda, design, artes visuais e gastronomia.

Na capital paulista, o local oferece produtos de 14 marcas de moda, cinco de decoração e um empreendimento gastronômico. Ao todo, o projeto tem mais de cem parceiros e o plano é que dois outros negócios sejam “hospedados” no espaço a cada mês. Essas inaugurações, somadas à construção de um marketplace e de um festival para 2023, tiveram um investimento de R$ 1 milhão.

Daniela Falcão, fundadora do Nordestesse, no espaço físico do projeto inaugurado em São Paulo Foto: Werther Santana/Estadão

Daniela Falcão, fundadora do Nordestesse, conta que essa rede de empreendedores se formou organicamente. Baiana, ela percorreu Estados do Nordeste num período sabático como turista, mas com um olhar curioso para descobrir a cena da moda e do design locais.

“Fui descobrindo muitos estilistas, designers, todos relativamente jovens, que não estavam inseridos em sistemas de apoio ao artesanato nem tinham a força de uma empresa sólida”, lembra.

Karla Batista, empreendedora de Pernambuco que integra a Casa Nordestesse com a marca Azulerde, ao lado de Daniela Falcão, fundadora do projeto Foto: Werther Santana/Estadão

Conforme fazia a expedição, ela compartilhava as descobertas nas redes sociais, o que despertou o interesse dos seguidores e movimentou os negócios. “Um empreendedor ganhou 3 mil seguidores e outro teve a peça que eu postei esgotada.”

Foi aí que surgiu a ideia de criar uma plataforma que pudesse expor o trabalho criativo encontrado. Essa exposição vem acompanhada de mentorias sobre precificação, finanças e redes sociais, por exemplo. Esse suporte é necessário para que os pequenos negócios tenham uma estrutura sólida para dar conta da demanda que vem com a visibilidade.

Nordeste em cena

Entre os resultados alcançados até agora por meio do Nordestesse, Daniela destaca a mudança de porte de algumas empresas, que deixaram de ser MEIs devido ao aumento no faturamento, e parcerias com grandes varejistas, como C&A e Magazine Luiza. Além disso, o projeto faz a ponte dos empreendedores com eventos de destaque.

A artista e empreendedora Karla Batista é de Igarassu, região metropolitana de Recife, e faz parte do projeto com a marca Azulerde, criada há cinco anos. Ela desenvolve brincos e colares com o reaproveitamento de resíduos sólidos, peças ligadas às artes visuais que expressam ancestralidade.

Só neste mês, além da Casa Nordestesse, os acessórios dela estiveram no Brasil Eco Fashion Week, compondo os looks no desfile da Pantys, e na Feira Preta. E, entre hoje, 8, e domingo, 11, as peças estarão na Feira na Rosenbaum.

Fundadora da Azulerde, Karla Batista desenvolve brincos e colares com o reaproveitamento de resíduos sólidos Foto: Werther Santana/Estadão

“Entrar na Casa Nordestesse nesse momento é um movimento também de pertencimento, no qual eu sei que vou levantar a bandeira nordestina em grupo. Isso faz com que tudo fique mais potente. É um momento de confraternização, comemoração e resistência”, diz Karla.

São Paulo representa 70% das vendas da Azulerde, mas, mais do que isso, a empreendedora avalia que o local significa o entendimento do trabalho que faz. “Não é só sobre ter um brinco, é sobre ter uma peça política que, no final das contas, é um objeto de arte.”

Karla também destaca as trocas feitas com outros empreendedores da iniciativa como “primordiais” na jornada do empreendedorismo, que torna o processo menos solitário.

Enquanto mulher preta que desenvolve um projeto voltado para o design sustentável, é a validação da minha cor e do meu trabalho, que são dois pontos primordiais para mim”

Karla Batista, fundadora da marca de acessórios Azulerde

Daniela conta que a Casa Nordestesse veio também de uma demanda por parte dos empreendedores de ter um lugar fixo em São Paulo. Antes, participando apenas de eventos pontuais, eles tinham dificuldade de manter o relacionamento com o cliente. Mas, mesmo com o espaço, há desafios.

A distância, por exemplo, impede que eles estejam na cidade com frequência para acompanhar o negócio, e o frete é mais caro. Nesse sentido, a plataforma permite que eles monitorem o estoque em tempo real e planejem o envio das remessas.

Investimento

O primeiro ano do Nordestesse foi sustentado com investimentos próprios de Daniela. Depois, a irmã dela entrou como sócia e um aporte. Na mesma época, o projeto recebeu o investimento que possibilitou a abertura das casas e a construção dos próximos passos.

Entre o final deste ano e começo de 2023, um marketplace associado ao e-commerce será preparado para ser lançado em março. Já o festival deve ocorrer em agosto. Além disso, a sócia Gabriela Falcão cuida da estruturação e administração de um fundo de investimentos para injetar capital nas marcas que estão preparadas e em negócios de impacto positivo que atuem nos quatro pilares da iniciativa.

Apresentar a cultura do Nordeste por meio da moda, da arte e do design é a proposta do projeto Nordestesse, que reúne pequenos negócios criativos dos nove Estados da região. Depois de percorrer festivais e estar em estabelecimentos multimarcas, a iniciativa aterrissou em espaços fixos, como a Casa Nordestesse, inaugurada ontem em São Paulo. No mês passado, já havia integrado a loja colaborativa Opinião, em Ipanema, no Rio de Janeiro.

Idealizada há pouco mais de um ano, a plataforma tem uma curadoria focada em marcas que geram impacto social e ambiental positivo em suas comunidades. Além disso, o objetivo é resgatar tradições, saberes e matérias-primas regionais. Os empreendedores selecionados atuam em quatro pilares: moda, design, artes visuais e gastronomia.

Na capital paulista, o local oferece produtos de 14 marcas de moda, cinco de decoração e um empreendimento gastronômico. Ao todo, o projeto tem mais de cem parceiros e o plano é que dois outros negócios sejam “hospedados” no espaço a cada mês. Essas inaugurações, somadas à construção de um marketplace e de um festival para 2023, tiveram um investimento de R$ 1 milhão.

Daniela Falcão, fundadora do Nordestesse, no espaço físico do projeto inaugurado em São Paulo Foto: Werther Santana/Estadão

Daniela Falcão, fundadora do Nordestesse, conta que essa rede de empreendedores se formou organicamente. Baiana, ela percorreu Estados do Nordeste num período sabático como turista, mas com um olhar curioso para descobrir a cena da moda e do design locais.

“Fui descobrindo muitos estilistas, designers, todos relativamente jovens, que não estavam inseridos em sistemas de apoio ao artesanato nem tinham a força de uma empresa sólida”, lembra.

Karla Batista, empreendedora de Pernambuco que integra a Casa Nordestesse com a marca Azulerde, ao lado de Daniela Falcão, fundadora do projeto Foto: Werther Santana/Estadão

Conforme fazia a expedição, ela compartilhava as descobertas nas redes sociais, o que despertou o interesse dos seguidores e movimentou os negócios. “Um empreendedor ganhou 3 mil seguidores e outro teve a peça que eu postei esgotada.”

Foi aí que surgiu a ideia de criar uma plataforma que pudesse expor o trabalho criativo encontrado. Essa exposição vem acompanhada de mentorias sobre precificação, finanças e redes sociais, por exemplo. Esse suporte é necessário para que os pequenos negócios tenham uma estrutura sólida para dar conta da demanda que vem com a visibilidade.

Nordeste em cena

Entre os resultados alcançados até agora por meio do Nordestesse, Daniela destaca a mudança de porte de algumas empresas, que deixaram de ser MEIs devido ao aumento no faturamento, e parcerias com grandes varejistas, como C&A e Magazine Luiza. Além disso, o projeto faz a ponte dos empreendedores com eventos de destaque.

A artista e empreendedora Karla Batista é de Igarassu, região metropolitana de Recife, e faz parte do projeto com a marca Azulerde, criada há cinco anos. Ela desenvolve brincos e colares com o reaproveitamento de resíduos sólidos, peças ligadas às artes visuais que expressam ancestralidade.

Só neste mês, além da Casa Nordestesse, os acessórios dela estiveram no Brasil Eco Fashion Week, compondo os looks no desfile da Pantys, e na Feira Preta. E, entre hoje, 8, e domingo, 11, as peças estarão na Feira na Rosenbaum.

Fundadora da Azulerde, Karla Batista desenvolve brincos e colares com o reaproveitamento de resíduos sólidos Foto: Werther Santana/Estadão

“Entrar na Casa Nordestesse nesse momento é um movimento também de pertencimento, no qual eu sei que vou levantar a bandeira nordestina em grupo. Isso faz com que tudo fique mais potente. É um momento de confraternização, comemoração e resistência”, diz Karla.

São Paulo representa 70% das vendas da Azulerde, mas, mais do que isso, a empreendedora avalia que o local significa o entendimento do trabalho que faz. “Não é só sobre ter um brinco, é sobre ter uma peça política que, no final das contas, é um objeto de arte.”

Karla também destaca as trocas feitas com outros empreendedores da iniciativa como “primordiais” na jornada do empreendedorismo, que torna o processo menos solitário.

Enquanto mulher preta que desenvolve um projeto voltado para o design sustentável, é a validação da minha cor e do meu trabalho, que são dois pontos primordiais para mim”

Karla Batista, fundadora da marca de acessórios Azulerde

Daniela conta que a Casa Nordestesse veio também de uma demanda por parte dos empreendedores de ter um lugar fixo em São Paulo. Antes, participando apenas de eventos pontuais, eles tinham dificuldade de manter o relacionamento com o cliente. Mas, mesmo com o espaço, há desafios.

A distância, por exemplo, impede que eles estejam na cidade com frequência para acompanhar o negócio, e o frete é mais caro. Nesse sentido, a plataforma permite que eles monitorem o estoque em tempo real e planejem o envio das remessas.

Investimento

O primeiro ano do Nordestesse foi sustentado com investimentos próprios de Daniela. Depois, a irmã dela entrou como sócia e um aporte. Na mesma época, o projeto recebeu o investimento que possibilitou a abertura das casas e a construção dos próximos passos.

Entre o final deste ano e começo de 2023, um marketplace associado ao e-commerce será preparado para ser lançado em março. Já o festival deve ocorrer em agosto. Além disso, a sócia Gabriela Falcão cuida da estruturação e administração de um fundo de investimentos para injetar capital nas marcas que estão preparadas e em negócios de impacto positivo que atuem nos quatro pilares da iniciativa.

Apresentar a cultura do Nordeste por meio da moda, da arte e do design é a proposta do projeto Nordestesse, que reúne pequenos negócios criativos dos nove Estados da região. Depois de percorrer festivais e estar em estabelecimentos multimarcas, a iniciativa aterrissou em espaços fixos, como a Casa Nordestesse, inaugurada ontem em São Paulo. No mês passado, já havia integrado a loja colaborativa Opinião, em Ipanema, no Rio de Janeiro.

Idealizada há pouco mais de um ano, a plataforma tem uma curadoria focada em marcas que geram impacto social e ambiental positivo em suas comunidades. Além disso, o objetivo é resgatar tradições, saberes e matérias-primas regionais. Os empreendedores selecionados atuam em quatro pilares: moda, design, artes visuais e gastronomia.

Na capital paulista, o local oferece produtos de 14 marcas de moda, cinco de decoração e um empreendimento gastronômico. Ao todo, o projeto tem mais de cem parceiros e o plano é que dois outros negócios sejam “hospedados” no espaço a cada mês. Essas inaugurações, somadas à construção de um marketplace e de um festival para 2023, tiveram um investimento de R$ 1 milhão.

Daniela Falcão, fundadora do Nordestesse, no espaço físico do projeto inaugurado em São Paulo Foto: Werther Santana/Estadão

Daniela Falcão, fundadora do Nordestesse, conta que essa rede de empreendedores se formou organicamente. Baiana, ela percorreu Estados do Nordeste num período sabático como turista, mas com um olhar curioso para descobrir a cena da moda e do design locais.

“Fui descobrindo muitos estilistas, designers, todos relativamente jovens, que não estavam inseridos em sistemas de apoio ao artesanato nem tinham a força de uma empresa sólida”, lembra.

Karla Batista, empreendedora de Pernambuco que integra a Casa Nordestesse com a marca Azulerde, ao lado de Daniela Falcão, fundadora do projeto Foto: Werther Santana/Estadão

Conforme fazia a expedição, ela compartilhava as descobertas nas redes sociais, o que despertou o interesse dos seguidores e movimentou os negócios. “Um empreendedor ganhou 3 mil seguidores e outro teve a peça que eu postei esgotada.”

Foi aí que surgiu a ideia de criar uma plataforma que pudesse expor o trabalho criativo encontrado. Essa exposição vem acompanhada de mentorias sobre precificação, finanças e redes sociais, por exemplo. Esse suporte é necessário para que os pequenos negócios tenham uma estrutura sólida para dar conta da demanda que vem com a visibilidade.

Nordeste em cena

Entre os resultados alcançados até agora por meio do Nordestesse, Daniela destaca a mudança de porte de algumas empresas, que deixaram de ser MEIs devido ao aumento no faturamento, e parcerias com grandes varejistas, como C&A e Magazine Luiza. Além disso, o projeto faz a ponte dos empreendedores com eventos de destaque.

A artista e empreendedora Karla Batista é de Igarassu, região metropolitana de Recife, e faz parte do projeto com a marca Azulerde, criada há cinco anos. Ela desenvolve brincos e colares com o reaproveitamento de resíduos sólidos, peças ligadas às artes visuais que expressam ancestralidade.

Só neste mês, além da Casa Nordestesse, os acessórios dela estiveram no Brasil Eco Fashion Week, compondo os looks no desfile da Pantys, e na Feira Preta. E, entre hoje, 8, e domingo, 11, as peças estarão na Feira na Rosenbaum.

Fundadora da Azulerde, Karla Batista desenvolve brincos e colares com o reaproveitamento de resíduos sólidos Foto: Werther Santana/Estadão

“Entrar na Casa Nordestesse nesse momento é um movimento também de pertencimento, no qual eu sei que vou levantar a bandeira nordestina em grupo. Isso faz com que tudo fique mais potente. É um momento de confraternização, comemoração e resistência”, diz Karla.

São Paulo representa 70% das vendas da Azulerde, mas, mais do que isso, a empreendedora avalia que o local significa o entendimento do trabalho que faz. “Não é só sobre ter um brinco, é sobre ter uma peça política que, no final das contas, é um objeto de arte.”

Karla também destaca as trocas feitas com outros empreendedores da iniciativa como “primordiais” na jornada do empreendedorismo, que torna o processo menos solitário.

Enquanto mulher preta que desenvolve um projeto voltado para o design sustentável, é a validação da minha cor e do meu trabalho, que são dois pontos primordiais para mim”

Karla Batista, fundadora da marca de acessórios Azulerde

Daniela conta que a Casa Nordestesse veio também de uma demanda por parte dos empreendedores de ter um lugar fixo em São Paulo. Antes, participando apenas de eventos pontuais, eles tinham dificuldade de manter o relacionamento com o cliente. Mas, mesmo com o espaço, há desafios.

A distância, por exemplo, impede que eles estejam na cidade com frequência para acompanhar o negócio, e o frete é mais caro. Nesse sentido, a plataforma permite que eles monitorem o estoque em tempo real e planejem o envio das remessas.

Investimento

O primeiro ano do Nordestesse foi sustentado com investimentos próprios de Daniela. Depois, a irmã dela entrou como sócia e um aporte. Na mesma época, o projeto recebeu o investimento que possibilitou a abertura das casas e a construção dos próximos passos.

Entre o final deste ano e começo de 2023, um marketplace associado ao e-commerce será preparado para ser lançado em março. Já o festival deve ocorrer em agosto. Além disso, a sócia Gabriela Falcão cuida da estruturação e administração de um fundo de investimentos para injetar capital nas marcas que estão preparadas e em negócios de impacto positivo que atuem nos quatro pilares da iniciativa.

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