Vendeu maquininha de cabelo na rua, investiu em marketplace e quebrou 2 vezes; hoje fatura R$ 18 mi


Empreendedor conta que teve dívida de R$ 1 milhão, perdeu imóvel, foi morar com a mãe e enfrentou uma depressão antes de se reestruturar

Por Felipe Siqueira
Atualização:

Imagine quebrar duas vezes, ter dívidas que chegam à casa de R$ 1 milhão e, mesmo assim, insistir no mesmo modelo de negócio - e ainda alcançar um faturamento anual de R$ 18 milhões.

Por mais incomum que possa parecer, este é o caso de Alex Moro. Hoje com 33 anos, o empresário começou com marketplace - mais particularmente, Mercado Livre - lá em 2007. Dois anos depois, veio a primeira quebra. Reestruturou-se, abriu loja física e, em 2012, enfrentou a segunda quebra.

“Perdi imóvel. Voltei a morar com a minha mãe. Comecei a pirar. Tive que tratar de depressão”, fala Moro. O empreendedor complementa que dar atenção à saúde mental nesse período foi o que o fez ter condições de trilhar o caminho que segue atualmente. “Ir ao psicólogo me deu ferramentas para que conseguisse me manter no foco, com objetivo, para não me perder”, diz.

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Como se sai de todo esse cenário para poder estar nas cifras atuais? O Estadão conversou com Moro e conta essa história a seguir.

Começou vendendo amaciante caseiro nas ruas

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Nascido, criado e residente em Santos, litoral de São Paulo, Moro iniciou suas atividades bem cedo, aos 15 anos, vendendo amaciantes de porta em porta. O produto caseiro era fabricado pela irmã dele.

Quando tinha cerca de 18 anos, em 2007, trabalhava como motoboy e, um dia, foi para São Paulo em uma galeria popular. Por lá, comprou 10 maquininhas de cortar cabelo, por R$ 1,50 cada uma. “Tinha R$ 15 no bolso”, lembra.

O empreendedor Alex Moro Foto: Diogo Peres/Divulgação
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Quando voltou para o litoral, vendeu cada uma por R$ 10. Conseguiu fazer R$ 100 em produtos que tiveram custo de R$ 15. “Descobri uma mina de dinheiro”, pensou.

Ele vendeu nas ruas da cidade por cerca de seis meses. Até que decidiu começar a anunciar no Mercado Livre. Passou a vender outros produtos também, como itens de saúde, beleza e acessórios.

Com isso, largou as vendas nas ruas e passou a trabalhar somente pela internet. “Faturava R$ 15 mil com a plataforma. Achei que era o caminho”, explica.

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As duas quebras

Mas não deu seis meses, segundo ele, e veio a primeira quebra. “Eu não sabia administrar as coisas.” Voltou para a casa da mãe, mas insistiu no modelo de negócio.

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Moro conseguiu se reestruturar, apostou em loja física, além do online, chegou a ter uma unidade de dois andares em um shopping de Santos, até que, em 2012, quebrou mais uma vez.

“Essa quebra foi silenciosa, durou seis meses. Você vai tomando empréstimo em banco, porque um mês você fatura o suficiente, mas no outro não”, comenta.

Segundo ele, até conseguia ter lucro nos produtos, mas algumas falhas de administração dificultaram a gestão.

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Um desses problemas foi não saber gerenciar estoque. Já contamos em outra matéria que um estoque mal planejado pode quebrar uma empresa. Isso acontece porque o empresário já gastou dinheiro para ter aquilo, seja pagando ao fornecedor, seja entrando em dívidas. Se os itens não têm saída na loja, seja física ou online, existe o custo de espaço para que tudo seja armazenado.

Além de tudo isso, pode acontecer de este estoque fazer com que a empresa não tenha dinheiro para adquirir o que, de fato, vende com maior eficiência. “Quando acabou o dinheiro, vi que tinha mais de R$ 100 mil encalhados em estoque. Tive que fazer a queima, pra vender logo”, fala Moro.

Um outro ponto crucial para a quebra foi não separar conta física de conta jurídica. Esse é um dos erros mais comuns, segundo analistas (veja nesta reportagem). “Não tinha pró-labore (salário do empresário). Cada mês eu tirava uma quantia diferente”, completa o empresário.

Atenção à saúde mental

Neste momento da segunda quebra, com bens financiados, como casa e carro sendo perdidos, veio a depressão. Moro passou a olhar mais para a saúde mental, fez tratamento e passou a traçar o caminho da retomada.

“O acompanhamento com psicólogo era semanal. Passou a ser a cada 45 dias. Ainda faço essa manutenção. Você precisa disso para estar bem e, consequentemente, tocar os seus negócios. Se você não estiver bem mentalmente, sabendo o jogo que você quer jogar, não dá certo.”

Inicialmente, ele culpava a estrutura do marketplace e a concorrência, pela quebra. Depois, entendeu que o problema estrutural estava na própria empresa. Após isso, se juntou a um escritório de contabilidade, do qual é sócio até hoje, e que o ajudou na reestruturação dos negócios.

Escola para ensinar a vender

Em 2017, fundou a escola Efeito Empreendedor. O intuito, de acordo com Moro, é passar ensinamentos sobre empreendedorismo a novatos no setor. As aulas são sobre vendas, estrutura de negócios, e como se colocar no e-commerce.

Esse braço se tornou hoje o principal negócio de Moro, com o maior faturamento do grupo. Segundo ele, já passaram pelo curso cerca de 17 mil alunos online. A sede da organização é em Santos. O faturamento total de 2022 foi em R$ 18 milhões:

Atualmente, a atuação de Moro tem três frentes principais:

  • o marketplace, com vendas de produtos em geral, especialmente itens voltados para casa. O foco, segundo ele, não é necessariamente no que vende, mas, sim, como vende. O estudo do algoritmo da plataforma, entendendo como cada coisa pode ser distribuída a potenciais clientes, é o que faz mais diferença no volume de vendas;
  • a contabilidade, que o ajudou a realizar a reestruturação e presta consultorias;
  • e a escola Efeito Empreendedor, o principal faturamento - R$ 8 milhões em 2022.

Os dados citados neste texto foram coletados originalmente em outubro de 2023.

Imagine quebrar duas vezes, ter dívidas que chegam à casa de R$ 1 milhão e, mesmo assim, insistir no mesmo modelo de negócio - e ainda alcançar um faturamento anual de R$ 18 milhões.

Por mais incomum que possa parecer, este é o caso de Alex Moro. Hoje com 33 anos, o empresário começou com marketplace - mais particularmente, Mercado Livre - lá em 2007. Dois anos depois, veio a primeira quebra. Reestruturou-se, abriu loja física e, em 2012, enfrentou a segunda quebra.

“Perdi imóvel. Voltei a morar com a minha mãe. Comecei a pirar. Tive que tratar de depressão”, fala Moro. O empreendedor complementa que dar atenção à saúde mental nesse período foi o que o fez ter condições de trilhar o caminho que segue atualmente. “Ir ao psicólogo me deu ferramentas para que conseguisse me manter no foco, com objetivo, para não me perder”, diz.

Como se sai de todo esse cenário para poder estar nas cifras atuais? O Estadão conversou com Moro e conta essa história a seguir.

Começou vendendo amaciante caseiro nas ruas

Nascido, criado e residente em Santos, litoral de São Paulo, Moro iniciou suas atividades bem cedo, aos 15 anos, vendendo amaciantes de porta em porta. O produto caseiro era fabricado pela irmã dele.

Quando tinha cerca de 18 anos, em 2007, trabalhava como motoboy e, um dia, foi para São Paulo em uma galeria popular. Por lá, comprou 10 maquininhas de cortar cabelo, por R$ 1,50 cada uma. “Tinha R$ 15 no bolso”, lembra.

O empreendedor Alex Moro Foto: Diogo Peres/Divulgação

Quando voltou para o litoral, vendeu cada uma por R$ 10. Conseguiu fazer R$ 100 em produtos que tiveram custo de R$ 15. “Descobri uma mina de dinheiro”, pensou.

Ele vendeu nas ruas da cidade por cerca de seis meses. Até que decidiu começar a anunciar no Mercado Livre. Passou a vender outros produtos também, como itens de saúde, beleza e acessórios.

Com isso, largou as vendas nas ruas e passou a trabalhar somente pela internet. “Faturava R$ 15 mil com a plataforma. Achei que era o caminho”, explica.

As duas quebras

Mas não deu seis meses, segundo ele, e veio a primeira quebra. “Eu não sabia administrar as coisas.” Voltou para a casa da mãe, mas insistiu no modelo de negócio.

Moro conseguiu se reestruturar, apostou em loja física, além do online, chegou a ter uma unidade de dois andares em um shopping de Santos, até que, em 2012, quebrou mais uma vez.

“Essa quebra foi silenciosa, durou seis meses. Você vai tomando empréstimo em banco, porque um mês você fatura o suficiente, mas no outro não”, comenta.

Segundo ele, até conseguia ter lucro nos produtos, mas algumas falhas de administração dificultaram a gestão.

Um desses problemas foi não saber gerenciar estoque. Já contamos em outra matéria que um estoque mal planejado pode quebrar uma empresa. Isso acontece porque o empresário já gastou dinheiro para ter aquilo, seja pagando ao fornecedor, seja entrando em dívidas. Se os itens não têm saída na loja, seja física ou online, existe o custo de espaço para que tudo seja armazenado.

Além de tudo isso, pode acontecer de este estoque fazer com que a empresa não tenha dinheiro para adquirir o que, de fato, vende com maior eficiência. “Quando acabou o dinheiro, vi que tinha mais de R$ 100 mil encalhados em estoque. Tive que fazer a queima, pra vender logo”, fala Moro.

Um outro ponto crucial para a quebra foi não separar conta física de conta jurídica. Esse é um dos erros mais comuns, segundo analistas (veja nesta reportagem). “Não tinha pró-labore (salário do empresário). Cada mês eu tirava uma quantia diferente”, completa o empresário.

Atenção à saúde mental

Neste momento da segunda quebra, com bens financiados, como casa e carro sendo perdidos, veio a depressão. Moro passou a olhar mais para a saúde mental, fez tratamento e passou a traçar o caminho da retomada.

“O acompanhamento com psicólogo era semanal. Passou a ser a cada 45 dias. Ainda faço essa manutenção. Você precisa disso para estar bem e, consequentemente, tocar os seus negócios. Se você não estiver bem mentalmente, sabendo o jogo que você quer jogar, não dá certo.”

Inicialmente, ele culpava a estrutura do marketplace e a concorrência, pela quebra. Depois, entendeu que o problema estrutural estava na própria empresa. Após isso, se juntou a um escritório de contabilidade, do qual é sócio até hoje, e que o ajudou na reestruturação dos negócios.

Escola para ensinar a vender

Em 2017, fundou a escola Efeito Empreendedor. O intuito, de acordo com Moro, é passar ensinamentos sobre empreendedorismo a novatos no setor. As aulas são sobre vendas, estrutura de negócios, e como se colocar no e-commerce.

Esse braço se tornou hoje o principal negócio de Moro, com o maior faturamento do grupo. Segundo ele, já passaram pelo curso cerca de 17 mil alunos online. A sede da organização é em Santos. O faturamento total de 2022 foi em R$ 18 milhões:

Atualmente, a atuação de Moro tem três frentes principais:

  • o marketplace, com vendas de produtos em geral, especialmente itens voltados para casa. O foco, segundo ele, não é necessariamente no que vende, mas, sim, como vende. O estudo do algoritmo da plataforma, entendendo como cada coisa pode ser distribuída a potenciais clientes, é o que faz mais diferença no volume de vendas;
  • a contabilidade, que o ajudou a realizar a reestruturação e presta consultorias;
  • e a escola Efeito Empreendedor, o principal faturamento - R$ 8 milhões em 2022.

Os dados citados neste texto foram coletados originalmente em outubro de 2023.

Imagine quebrar duas vezes, ter dívidas que chegam à casa de R$ 1 milhão e, mesmo assim, insistir no mesmo modelo de negócio - e ainda alcançar um faturamento anual de R$ 18 milhões.

Por mais incomum que possa parecer, este é o caso de Alex Moro. Hoje com 33 anos, o empresário começou com marketplace - mais particularmente, Mercado Livre - lá em 2007. Dois anos depois, veio a primeira quebra. Reestruturou-se, abriu loja física e, em 2012, enfrentou a segunda quebra.

“Perdi imóvel. Voltei a morar com a minha mãe. Comecei a pirar. Tive que tratar de depressão”, fala Moro. O empreendedor complementa que dar atenção à saúde mental nesse período foi o que o fez ter condições de trilhar o caminho que segue atualmente. “Ir ao psicólogo me deu ferramentas para que conseguisse me manter no foco, com objetivo, para não me perder”, diz.

Como se sai de todo esse cenário para poder estar nas cifras atuais? O Estadão conversou com Moro e conta essa história a seguir.

Começou vendendo amaciante caseiro nas ruas

Nascido, criado e residente em Santos, litoral de São Paulo, Moro iniciou suas atividades bem cedo, aos 15 anos, vendendo amaciantes de porta em porta. O produto caseiro era fabricado pela irmã dele.

Quando tinha cerca de 18 anos, em 2007, trabalhava como motoboy e, um dia, foi para São Paulo em uma galeria popular. Por lá, comprou 10 maquininhas de cortar cabelo, por R$ 1,50 cada uma. “Tinha R$ 15 no bolso”, lembra.

O empreendedor Alex Moro Foto: Diogo Peres/Divulgação

Quando voltou para o litoral, vendeu cada uma por R$ 10. Conseguiu fazer R$ 100 em produtos que tiveram custo de R$ 15. “Descobri uma mina de dinheiro”, pensou.

Ele vendeu nas ruas da cidade por cerca de seis meses. Até que decidiu começar a anunciar no Mercado Livre. Passou a vender outros produtos também, como itens de saúde, beleza e acessórios.

Com isso, largou as vendas nas ruas e passou a trabalhar somente pela internet. “Faturava R$ 15 mil com a plataforma. Achei que era o caminho”, explica.

As duas quebras

Mas não deu seis meses, segundo ele, e veio a primeira quebra. “Eu não sabia administrar as coisas.” Voltou para a casa da mãe, mas insistiu no modelo de negócio.

Moro conseguiu se reestruturar, apostou em loja física, além do online, chegou a ter uma unidade de dois andares em um shopping de Santos, até que, em 2012, quebrou mais uma vez.

“Essa quebra foi silenciosa, durou seis meses. Você vai tomando empréstimo em banco, porque um mês você fatura o suficiente, mas no outro não”, comenta.

Segundo ele, até conseguia ter lucro nos produtos, mas algumas falhas de administração dificultaram a gestão.

Um desses problemas foi não saber gerenciar estoque. Já contamos em outra matéria que um estoque mal planejado pode quebrar uma empresa. Isso acontece porque o empresário já gastou dinheiro para ter aquilo, seja pagando ao fornecedor, seja entrando em dívidas. Se os itens não têm saída na loja, seja física ou online, existe o custo de espaço para que tudo seja armazenado.

Além de tudo isso, pode acontecer de este estoque fazer com que a empresa não tenha dinheiro para adquirir o que, de fato, vende com maior eficiência. “Quando acabou o dinheiro, vi que tinha mais de R$ 100 mil encalhados em estoque. Tive que fazer a queima, pra vender logo”, fala Moro.

Um outro ponto crucial para a quebra foi não separar conta física de conta jurídica. Esse é um dos erros mais comuns, segundo analistas (veja nesta reportagem). “Não tinha pró-labore (salário do empresário). Cada mês eu tirava uma quantia diferente”, completa o empresário.

Atenção à saúde mental

Neste momento da segunda quebra, com bens financiados, como casa e carro sendo perdidos, veio a depressão. Moro passou a olhar mais para a saúde mental, fez tratamento e passou a traçar o caminho da retomada.

“O acompanhamento com psicólogo era semanal. Passou a ser a cada 45 dias. Ainda faço essa manutenção. Você precisa disso para estar bem e, consequentemente, tocar os seus negócios. Se você não estiver bem mentalmente, sabendo o jogo que você quer jogar, não dá certo.”

Inicialmente, ele culpava a estrutura do marketplace e a concorrência, pela quebra. Depois, entendeu que o problema estrutural estava na própria empresa. Após isso, se juntou a um escritório de contabilidade, do qual é sócio até hoje, e que o ajudou na reestruturação dos negócios.

Escola para ensinar a vender

Em 2017, fundou a escola Efeito Empreendedor. O intuito, de acordo com Moro, é passar ensinamentos sobre empreendedorismo a novatos no setor. As aulas são sobre vendas, estrutura de negócios, e como se colocar no e-commerce.

Esse braço se tornou hoje o principal negócio de Moro, com o maior faturamento do grupo. Segundo ele, já passaram pelo curso cerca de 17 mil alunos online. A sede da organização é em Santos. O faturamento total de 2022 foi em R$ 18 milhões:

Atualmente, a atuação de Moro tem três frentes principais:

  • o marketplace, com vendas de produtos em geral, especialmente itens voltados para casa. O foco, segundo ele, não é necessariamente no que vende, mas, sim, como vende. O estudo do algoritmo da plataforma, entendendo como cada coisa pode ser distribuída a potenciais clientes, é o que faz mais diferença no volume de vendas;
  • a contabilidade, que o ajudou a realizar a reestruturação e presta consultorias;
  • e a escola Efeito Empreendedor, o principal faturamento - R$ 8 milhões em 2022.

Os dados citados neste texto foram coletados originalmente em outubro de 2023.

Imagine quebrar duas vezes, ter dívidas que chegam à casa de R$ 1 milhão e, mesmo assim, insistir no mesmo modelo de negócio - e ainda alcançar um faturamento anual de R$ 18 milhões.

Por mais incomum que possa parecer, este é o caso de Alex Moro. Hoje com 33 anos, o empresário começou com marketplace - mais particularmente, Mercado Livre - lá em 2007. Dois anos depois, veio a primeira quebra. Reestruturou-se, abriu loja física e, em 2012, enfrentou a segunda quebra.

“Perdi imóvel. Voltei a morar com a minha mãe. Comecei a pirar. Tive que tratar de depressão”, fala Moro. O empreendedor complementa que dar atenção à saúde mental nesse período foi o que o fez ter condições de trilhar o caminho que segue atualmente. “Ir ao psicólogo me deu ferramentas para que conseguisse me manter no foco, com objetivo, para não me perder”, diz.

Como se sai de todo esse cenário para poder estar nas cifras atuais? O Estadão conversou com Moro e conta essa história a seguir.

Começou vendendo amaciante caseiro nas ruas

Nascido, criado e residente em Santos, litoral de São Paulo, Moro iniciou suas atividades bem cedo, aos 15 anos, vendendo amaciantes de porta em porta. O produto caseiro era fabricado pela irmã dele.

Quando tinha cerca de 18 anos, em 2007, trabalhava como motoboy e, um dia, foi para São Paulo em uma galeria popular. Por lá, comprou 10 maquininhas de cortar cabelo, por R$ 1,50 cada uma. “Tinha R$ 15 no bolso”, lembra.

O empreendedor Alex Moro Foto: Diogo Peres/Divulgação

Quando voltou para o litoral, vendeu cada uma por R$ 10. Conseguiu fazer R$ 100 em produtos que tiveram custo de R$ 15. “Descobri uma mina de dinheiro”, pensou.

Ele vendeu nas ruas da cidade por cerca de seis meses. Até que decidiu começar a anunciar no Mercado Livre. Passou a vender outros produtos também, como itens de saúde, beleza e acessórios.

Com isso, largou as vendas nas ruas e passou a trabalhar somente pela internet. “Faturava R$ 15 mil com a plataforma. Achei que era o caminho”, explica.

As duas quebras

Mas não deu seis meses, segundo ele, e veio a primeira quebra. “Eu não sabia administrar as coisas.” Voltou para a casa da mãe, mas insistiu no modelo de negócio.

Moro conseguiu se reestruturar, apostou em loja física, além do online, chegou a ter uma unidade de dois andares em um shopping de Santos, até que, em 2012, quebrou mais uma vez.

“Essa quebra foi silenciosa, durou seis meses. Você vai tomando empréstimo em banco, porque um mês você fatura o suficiente, mas no outro não”, comenta.

Segundo ele, até conseguia ter lucro nos produtos, mas algumas falhas de administração dificultaram a gestão.

Um desses problemas foi não saber gerenciar estoque. Já contamos em outra matéria que um estoque mal planejado pode quebrar uma empresa. Isso acontece porque o empresário já gastou dinheiro para ter aquilo, seja pagando ao fornecedor, seja entrando em dívidas. Se os itens não têm saída na loja, seja física ou online, existe o custo de espaço para que tudo seja armazenado.

Além de tudo isso, pode acontecer de este estoque fazer com que a empresa não tenha dinheiro para adquirir o que, de fato, vende com maior eficiência. “Quando acabou o dinheiro, vi que tinha mais de R$ 100 mil encalhados em estoque. Tive que fazer a queima, pra vender logo”, fala Moro.

Um outro ponto crucial para a quebra foi não separar conta física de conta jurídica. Esse é um dos erros mais comuns, segundo analistas (veja nesta reportagem). “Não tinha pró-labore (salário do empresário). Cada mês eu tirava uma quantia diferente”, completa o empresário.

Atenção à saúde mental

Neste momento da segunda quebra, com bens financiados, como casa e carro sendo perdidos, veio a depressão. Moro passou a olhar mais para a saúde mental, fez tratamento e passou a traçar o caminho da retomada.

“O acompanhamento com psicólogo era semanal. Passou a ser a cada 45 dias. Ainda faço essa manutenção. Você precisa disso para estar bem e, consequentemente, tocar os seus negócios. Se você não estiver bem mentalmente, sabendo o jogo que você quer jogar, não dá certo.”

Inicialmente, ele culpava a estrutura do marketplace e a concorrência, pela quebra. Depois, entendeu que o problema estrutural estava na própria empresa. Após isso, se juntou a um escritório de contabilidade, do qual é sócio até hoje, e que o ajudou na reestruturação dos negócios.

Escola para ensinar a vender

Em 2017, fundou a escola Efeito Empreendedor. O intuito, de acordo com Moro, é passar ensinamentos sobre empreendedorismo a novatos no setor. As aulas são sobre vendas, estrutura de negócios, e como se colocar no e-commerce.

Esse braço se tornou hoje o principal negócio de Moro, com o maior faturamento do grupo. Segundo ele, já passaram pelo curso cerca de 17 mil alunos online. A sede da organização é em Santos. O faturamento total de 2022 foi em R$ 18 milhões:

Atualmente, a atuação de Moro tem três frentes principais:

  • o marketplace, com vendas de produtos em geral, especialmente itens voltados para casa. O foco, segundo ele, não é necessariamente no que vende, mas, sim, como vende. O estudo do algoritmo da plataforma, entendendo como cada coisa pode ser distribuída a potenciais clientes, é o que faz mais diferença no volume de vendas;
  • a contabilidade, que o ajudou a realizar a reestruturação e presta consultorias;
  • e a escola Efeito Empreendedor, o principal faturamento - R$ 8 milhões em 2022.

Os dados citados neste texto foram coletados originalmente em outubro de 2023.

Imagine quebrar duas vezes, ter dívidas que chegam à casa de R$ 1 milhão e, mesmo assim, insistir no mesmo modelo de negócio - e ainda alcançar um faturamento anual de R$ 18 milhões.

Por mais incomum que possa parecer, este é o caso de Alex Moro. Hoje com 33 anos, o empresário começou com marketplace - mais particularmente, Mercado Livre - lá em 2007. Dois anos depois, veio a primeira quebra. Reestruturou-se, abriu loja física e, em 2012, enfrentou a segunda quebra.

“Perdi imóvel. Voltei a morar com a minha mãe. Comecei a pirar. Tive que tratar de depressão”, fala Moro. O empreendedor complementa que dar atenção à saúde mental nesse período foi o que o fez ter condições de trilhar o caminho que segue atualmente. “Ir ao psicólogo me deu ferramentas para que conseguisse me manter no foco, com objetivo, para não me perder”, diz.

Como se sai de todo esse cenário para poder estar nas cifras atuais? O Estadão conversou com Moro e conta essa história a seguir.

Começou vendendo amaciante caseiro nas ruas

Nascido, criado e residente em Santos, litoral de São Paulo, Moro iniciou suas atividades bem cedo, aos 15 anos, vendendo amaciantes de porta em porta. O produto caseiro era fabricado pela irmã dele.

Quando tinha cerca de 18 anos, em 2007, trabalhava como motoboy e, um dia, foi para São Paulo em uma galeria popular. Por lá, comprou 10 maquininhas de cortar cabelo, por R$ 1,50 cada uma. “Tinha R$ 15 no bolso”, lembra.

O empreendedor Alex Moro Foto: Diogo Peres/Divulgação

Quando voltou para o litoral, vendeu cada uma por R$ 10. Conseguiu fazer R$ 100 em produtos que tiveram custo de R$ 15. “Descobri uma mina de dinheiro”, pensou.

Ele vendeu nas ruas da cidade por cerca de seis meses. Até que decidiu começar a anunciar no Mercado Livre. Passou a vender outros produtos também, como itens de saúde, beleza e acessórios.

Com isso, largou as vendas nas ruas e passou a trabalhar somente pela internet. “Faturava R$ 15 mil com a plataforma. Achei que era o caminho”, explica.

As duas quebras

Mas não deu seis meses, segundo ele, e veio a primeira quebra. “Eu não sabia administrar as coisas.” Voltou para a casa da mãe, mas insistiu no modelo de negócio.

Moro conseguiu se reestruturar, apostou em loja física, além do online, chegou a ter uma unidade de dois andares em um shopping de Santos, até que, em 2012, quebrou mais uma vez.

“Essa quebra foi silenciosa, durou seis meses. Você vai tomando empréstimo em banco, porque um mês você fatura o suficiente, mas no outro não”, comenta.

Segundo ele, até conseguia ter lucro nos produtos, mas algumas falhas de administração dificultaram a gestão.

Um desses problemas foi não saber gerenciar estoque. Já contamos em outra matéria que um estoque mal planejado pode quebrar uma empresa. Isso acontece porque o empresário já gastou dinheiro para ter aquilo, seja pagando ao fornecedor, seja entrando em dívidas. Se os itens não têm saída na loja, seja física ou online, existe o custo de espaço para que tudo seja armazenado.

Além de tudo isso, pode acontecer de este estoque fazer com que a empresa não tenha dinheiro para adquirir o que, de fato, vende com maior eficiência. “Quando acabou o dinheiro, vi que tinha mais de R$ 100 mil encalhados em estoque. Tive que fazer a queima, pra vender logo”, fala Moro.

Um outro ponto crucial para a quebra foi não separar conta física de conta jurídica. Esse é um dos erros mais comuns, segundo analistas (veja nesta reportagem). “Não tinha pró-labore (salário do empresário). Cada mês eu tirava uma quantia diferente”, completa o empresário.

Atenção à saúde mental

Neste momento da segunda quebra, com bens financiados, como casa e carro sendo perdidos, veio a depressão. Moro passou a olhar mais para a saúde mental, fez tratamento e passou a traçar o caminho da retomada.

“O acompanhamento com psicólogo era semanal. Passou a ser a cada 45 dias. Ainda faço essa manutenção. Você precisa disso para estar bem e, consequentemente, tocar os seus negócios. Se você não estiver bem mentalmente, sabendo o jogo que você quer jogar, não dá certo.”

Inicialmente, ele culpava a estrutura do marketplace e a concorrência, pela quebra. Depois, entendeu que o problema estrutural estava na própria empresa. Após isso, se juntou a um escritório de contabilidade, do qual é sócio até hoje, e que o ajudou na reestruturação dos negócios.

Escola para ensinar a vender

Em 2017, fundou a escola Efeito Empreendedor. O intuito, de acordo com Moro, é passar ensinamentos sobre empreendedorismo a novatos no setor. As aulas são sobre vendas, estrutura de negócios, e como se colocar no e-commerce.

Esse braço se tornou hoje o principal negócio de Moro, com o maior faturamento do grupo. Segundo ele, já passaram pelo curso cerca de 17 mil alunos online. A sede da organização é em Santos. O faturamento total de 2022 foi em R$ 18 milhões:

Atualmente, a atuação de Moro tem três frentes principais:

  • o marketplace, com vendas de produtos em geral, especialmente itens voltados para casa. O foco, segundo ele, não é necessariamente no que vende, mas, sim, como vende. O estudo do algoritmo da plataforma, entendendo como cada coisa pode ser distribuída a potenciais clientes, é o que faz mais diferença no volume de vendas;
  • a contabilidade, que o ajudou a realizar a reestruturação e presta consultorias;
  • e a escola Efeito Empreendedor, o principal faturamento - R$ 8 milhões em 2022.

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