O capital de giro pode ser resumido como uma espécie de reserva de emergência para empresas. Sua necessidade ficou muito clara por exemplo na crise da covid-19, quando houve queda abrupta de faturamento. Quem tinha uma boa folga teve mais chances de sobreviver.
Mas qual o valor ideal do capital de giro? Onde isso está definido? O investimento inicial de uma franquia, que inclui itens como custo de aquisição de ponto, equipamentos, produtos e taxa de franquia, precisa obrigatoriamente estar presente na Circular de Oferta de Franquias (COF). Isso é definido na lei 13.966/2019, que rege o setor.
No entanto, não existe uma exigência específica sobre a necessidade de o capital de giro ser definido de maneira clara na COF.
“A lei não fala sobre o capital de giro. Mas, entre o início da operação e o dia em que você vai se estabilizar, para ter lucro, você vai precisar dele”, explica o vice-presidente de consultoria do Grupo 300 Ecossistema de Alto Impacto, Lucien Newton.
“Muitos negócios fecharam as portas porque não souberam calcular o capital de giro necessário”, completa.
Portanto, o capital de giro de um negócio vai ser o que é necessário para manter a operação do dia a dia “de pé”.
“Vai ser a sustentação no período em que você ainda não conseguiu chegar no seu ponto de equilíbrio”, comenta o sócio-diretor da Cherto Consultoria Américo José.
A partir do momento em que o faturamento mensal da empresa atinge a quantia necessária para custear a operação, o chamado ponto de equilíbrio, o negócio começa a ter condições para gerar lucro.
Com isso, o capital de giro já não é necessário obrigatoriamente para o CNPJ se manter na ativa. Mas isso não quer dizer que ele seja totalmente dispensável.
“Toda empresa, não importa o tamanho dela, deveria ter o equivalente a 60 ou 90 dias de capital de giro, para qualquer impacto que venha a sofrer (como foi o caso da pandemia)”, fala Américo.
O que pode ser considerado capital de giro?
O Estadão conversou com a consultora de negócios do Sebrae-SP Cristina Silva para entender o que pode ser considerado capital de giro.
De acordo com a especialista, é possível considerar itens que tenham rápida liquidez, ou seja, que podem ficar disponíveis sem muita dificuldade para o empreendedor.
Nesse caso, estamos falando de dinheiro em caixa, aplicações financeiras de curto prazo, contas a receber em um período não muito longo de tempo, entre outros.
E o que pode ser considerado custo da operação? “Quando falamos em operação de um negócio, citamos fornecedores, água, luz, telefone, toda a estrutura da empresa, impostos, funcionários, entre outros”, explica Cristina.
“Isso está relacionado diretamente à saúde financeira da empresa, sobre o quanto consegue honrar compromissos. E dá tranquilidade para manter o empreendimento funcionando”, complementa.