Quer abrir uma franquia no interior? Custo é até 50% menor; veja três opções


Reserva, Arezzo e Hope são algumas das empresas que oferecem oportunidades para quem quer abrir um negócio fora de grandes centros urbanos

Por Felipe Siqueira
Atualização:

Franquias de marcas famosas chegam a custar metade do preço para quem quer investir no interior, em comparação com unidades em grandes centros. As marcas desenvolveram modelos pensados exclusivamente para municípios com até 100 mil habitantes.

A estratégia das marcas passa por três pilares essenciais: investimento menor, demanda reprimida e capilaridade (expansão para outras áreas).

A vantagem para as marcas é chegar com mais facilidade a outros pontos de venda. Para os franqueados, o bom é a redução de preço para investir em lojas.

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Lojas da Reserva por metade do preço

O gerente de franquias da marca de roupas Reserva, Romulo Dias, que faz parte da Arezzo&Co. , diz que a empresa percebeu uma demanda forte no interior, principalmente, por causa das boas vendas de seus produtos em lojas multimarcas.

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Com a adaptação das lojas para o interior, o valor de investimento inicial na Reserva cai de cerca de R$ 1 milhão em cidades grandes para R$ 500 mil em municípios menores. O layout e a experiência do consumidor são mantidos, mas o tamanho da unidade é bem menor - com a metragem mínima reduzida de 80 metros quadrados para 50 m².

Fachadas de lojas Arezzo, Reserva e Hope; as três marcas possuem unidades pensadas para cidades menores  Foto: Luciana Prezia/Divulgação/Arezzo; Divulgação/Reserva e Maju Retratos/Divulgação/Grupo Hope

Outros fatores ajudam a reduzir o custo, além do tamanho da loja. O preço de aluguel no interior é mais baixo, ainda mais se for loja de rua. Além disso, também há uma redução com custo de estoque, já que há menos peças a serem armazenadas, em razão de um menor volume de vendas.

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Lingerie e praia juntas na Hope

A Hope, focada em moda íntima e de praia, tem 270 lojas, sendo que 263 são franquias. E 60% disso tudo está fora de grandes centros.

Para interiorizar a marca, foi criado o conceito Duo, juntando moda íntima, que é a Hope “tradicional”, à moda fitness/praia, com a Hope Resort.

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“Se a gente for só com uma, não viabiliza. Mas temos duas marcas. São produtos complementares. Até a sazonalidade ajuda. Em janeiro, a Hope é liquidação, só que a Resort está em alta, com a tendência de verão”, ressaltam a sócia-diretora do Grupo Hope, Sandra Chayo, e o gerente de expansão, Andre Momberg.

Enquanto em uma loja tradicional da Hope o investimento parte de R$ 450 mil, o modelo Duo custa a partir de R$ 310 mil. O tempo de retorno estimado é de até 30 meses - contra 36 meses das lojas convencionais.

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Know how local é essencial

As empresas ouvidas pelo Estadão foram unânimes: é possível alguém de uma grande capital comprar um negócio no interior, mas o ideal é o franqueado conhecer a realidade da região.

Isso porque o senso de comunidade é muito importante para o funcionamento do estabelecimento - e essa lógica ganha mais importância nas cidades menores.

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A sócia fundadora da American Cookies Francielle Faria, do ramo de alimentos, afirma que a empresa não pode “fechar os olhos” para esse tema, porque o andamento do negócio em cidades menores passa muito pelas relações e particularidades regionais.

“Isso é muito importante, porque estamos falando de rede de relacionamento local. Temos um cliente no Pará, por exemplo, que mudou a explicação do pistache para castanha verde (conceito mais familiar ao consumidor de lá). Em outro caso, já precisamos considerar açaí no cardápio, por conta da demanda. Não podemos fechar os olhos para isso.”

O CEO de Omo Lavanderia, Teo Figueiredo, complementa que, por estar no local, o franqueado vai entender muito melhor a realidade da região. Logo, vai ter mais condições de atender melhor o ambiente. “Existe um lado de criar (senso de) comunidade.”

Dificuldades de ter uma franquia no interior

É claro que nem tudo são flores, e o processo de interiorização passa por muitos percalços. De acordo com as empresas, boa parte desses problemas passam por questões de logística, infraestrutura e match de perfis entre o empreendedor e a marca.

Para o diretor de expansão da Arezzo&Co, Juliano Colares, em cidades menores, como há menos pessoas, é mais difícil encontrar perfis de empresários que se encaixem no conceito da marca. “A lógica é que essa pessoa esteja disposta a dedicar tempo e energia, ser um operador ativo do negócio”, comenta.

O presidente da Yes Idiomas, Clodoaldo Nascimento, diz que a conectividade também é um grande obstáculo. Muitos locais do interior, segundo ele, ainda usam conexão 3G para internet, o que dificulta muito a oferta de cursos on-line. “A solução nesses casos é que parte do ensino vá para o offline.”

O diretor de Expansão do Bob’s, Fabiano Lima, ressalta a questão logística. Quando um local é avaliado como opção para abertura de loja, é necessário saber como a mercadoria vai chegar: de carro, caminhão, barco ou avião, por exemplo. “A gente não deixa de abrir uma loja por causa da logística, a gente vai resolver o problema, mas é o maior desafio no Brasil”, explica.

Confira opções de franquias para o interior

Veja, abaixo, informações sobre franquias no interior (e compare com os preços normais de grandes centros):

Arezzo&Co

Modelo Light, pensado para o interior

  • Investimento inicial: R$ 220 mil + estoque e capital de giro (para grandes centros, a partir de R$ 300 mil + estoque e capital de giro)
  • Taxa de franquia: R$ 25 mil (para grandes centros, R$ 50 mil)
  • Faturamento médio mensal: a partir de R$ 120 mil (para grandes centros, a partir de R$ 250 mil)
  • Lucro médio mensal: 8 a 12% por mês (o mesmo para grandes centros)
  • Prazo de retorno estimado: 36 meses (o mesmo para grandes centros)

Reserva

Modelo Light, pensado para o interior

  • Investimento inicial: a partir de R$ 525 mil (para grandes centros, a partir de R$ 950 mil)
  • Taxa de franquia: R$ 25 mil (para grandes centros, R$ 50 mil)
  • Lucro médio mensal: 12% (o mesmo para grandes centros)
  • Faturamento médio mensal: R$ 120 mil (para grandes centros, R$ 250 mil)
  • Prazo de retorno estimado: 36 meses (o mesmo para grandes centros)

Hope

Modelo Duo, pensado para o interior

  • Investimento inicial: a partir de R$ 310 mil (para grandes centros, a partir de R$ 450 mil)
  • Taxa de franquia: R$ 20 mil (para grandes centros, a partir de R$ 40 mil)
  • Lucro médio mensal: de 18% a 22% (para grandes centros, de 15% a 18%)
  • Faturamento médio mensal: R$ 55 mil (para grandes centros, R$ 120 mil)
  • Prazo de retorno estimado: de 24 a 30 meses (para grandes centros, de 24 a 36 meses)

Os dados citados neste texto foram coletados originalmente em julho de 2023.

Franquias de marcas famosas chegam a custar metade do preço para quem quer investir no interior, em comparação com unidades em grandes centros. As marcas desenvolveram modelos pensados exclusivamente para municípios com até 100 mil habitantes.

A estratégia das marcas passa por três pilares essenciais: investimento menor, demanda reprimida e capilaridade (expansão para outras áreas).

A vantagem para as marcas é chegar com mais facilidade a outros pontos de venda. Para os franqueados, o bom é a redução de preço para investir em lojas.

Lojas da Reserva por metade do preço

O gerente de franquias da marca de roupas Reserva, Romulo Dias, que faz parte da Arezzo&Co. , diz que a empresa percebeu uma demanda forte no interior, principalmente, por causa das boas vendas de seus produtos em lojas multimarcas.

Com a adaptação das lojas para o interior, o valor de investimento inicial na Reserva cai de cerca de R$ 1 milhão em cidades grandes para R$ 500 mil em municípios menores. O layout e a experiência do consumidor são mantidos, mas o tamanho da unidade é bem menor - com a metragem mínima reduzida de 80 metros quadrados para 50 m².

Fachadas de lojas Arezzo, Reserva e Hope; as três marcas possuem unidades pensadas para cidades menores  Foto: Luciana Prezia/Divulgação/Arezzo; Divulgação/Reserva e Maju Retratos/Divulgação/Grupo Hope

Outros fatores ajudam a reduzir o custo, além do tamanho da loja. O preço de aluguel no interior é mais baixo, ainda mais se for loja de rua. Além disso, também há uma redução com custo de estoque, já que há menos peças a serem armazenadas, em razão de um menor volume de vendas.

Lingerie e praia juntas na Hope

A Hope, focada em moda íntima e de praia, tem 270 lojas, sendo que 263 são franquias. E 60% disso tudo está fora de grandes centros.

Para interiorizar a marca, foi criado o conceito Duo, juntando moda íntima, que é a Hope “tradicional”, à moda fitness/praia, com a Hope Resort.

“Se a gente for só com uma, não viabiliza. Mas temos duas marcas. São produtos complementares. Até a sazonalidade ajuda. Em janeiro, a Hope é liquidação, só que a Resort está em alta, com a tendência de verão”, ressaltam a sócia-diretora do Grupo Hope, Sandra Chayo, e o gerente de expansão, Andre Momberg.

Enquanto em uma loja tradicional da Hope o investimento parte de R$ 450 mil, o modelo Duo custa a partir de R$ 310 mil. O tempo de retorno estimado é de até 30 meses - contra 36 meses das lojas convencionais.

Know how local é essencial

As empresas ouvidas pelo Estadão foram unânimes: é possível alguém de uma grande capital comprar um negócio no interior, mas o ideal é o franqueado conhecer a realidade da região.

Isso porque o senso de comunidade é muito importante para o funcionamento do estabelecimento - e essa lógica ganha mais importância nas cidades menores.

A sócia fundadora da American Cookies Francielle Faria, do ramo de alimentos, afirma que a empresa não pode “fechar os olhos” para esse tema, porque o andamento do negócio em cidades menores passa muito pelas relações e particularidades regionais.

“Isso é muito importante, porque estamos falando de rede de relacionamento local. Temos um cliente no Pará, por exemplo, que mudou a explicação do pistache para castanha verde (conceito mais familiar ao consumidor de lá). Em outro caso, já precisamos considerar açaí no cardápio, por conta da demanda. Não podemos fechar os olhos para isso.”

O CEO de Omo Lavanderia, Teo Figueiredo, complementa que, por estar no local, o franqueado vai entender muito melhor a realidade da região. Logo, vai ter mais condições de atender melhor o ambiente. “Existe um lado de criar (senso de) comunidade.”

Dificuldades de ter uma franquia no interior

É claro que nem tudo são flores, e o processo de interiorização passa por muitos percalços. De acordo com as empresas, boa parte desses problemas passam por questões de logística, infraestrutura e match de perfis entre o empreendedor e a marca.

Para o diretor de expansão da Arezzo&Co, Juliano Colares, em cidades menores, como há menos pessoas, é mais difícil encontrar perfis de empresários que se encaixem no conceito da marca. “A lógica é que essa pessoa esteja disposta a dedicar tempo e energia, ser um operador ativo do negócio”, comenta.

O presidente da Yes Idiomas, Clodoaldo Nascimento, diz que a conectividade também é um grande obstáculo. Muitos locais do interior, segundo ele, ainda usam conexão 3G para internet, o que dificulta muito a oferta de cursos on-line. “A solução nesses casos é que parte do ensino vá para o offline.”

O diretor de Expansão do Bob’s, Fabiano Lima, ressalta a questão logística. Quando um local é avaliado como opção para abertura de loja, é necessário saber como a mercadoria vai chegar: de carro, caminhão, barco ou avião, por exemplo. “A gente não deixa de abrir uma loja por causa da logística, a gente vai resolver o problema, mas é o maior desafio no Brasil”, explica.

Confira opções de franquias para o interior

Veja, abaixo, informações sobre franquias no interior (e compare com os preços normais de grandes centros):

Arezzo&Co

Modelo Light, pensado para o interior

  • Investimento inicial: R$ 220 mil + estoque e capital de giro (para grandes centros, a partir de R$ 300 mil + estoque e capital de giro)
  • Taxa de franquia: R$ 25 mil (para grandes centros, R$ 50 mil)
  • Faturamento médio mensal: a partir de R$ 120 mil (para grandes centros, a partir de R$ 250 mil)
  • Lucro médio mensal: 8 a 12% por mês (o mesmo para grandes centros)
  • Prazo de retorno estimado: 36 meses (o mesmo para grandes centros)

Reserva

Modelo Light, pensado para o interior

  • Investimento inicial: a partir de R$ 525 mil (para grandes centros, a partir de R$ 950 mil)
  • Taxa de franquia: R$ 25 mil (para grandes centros, R$ 50 mil)
  • Lucro médio mensal: 12% (o mesmo para grandes centros)
  • Faturamento médio mensal: R$ 120 mil (para grandes centros, R$ 250 mil)
  • Prazo de retorno estimado: 36 meses (o mesmo para grandes centros)

Hope

Modelo Duo, pensado para o interior

  • Investimento inicial: a partir de R$ 310 mil (para grandes centros, a partir de R$ 450 mil)
  • Taxa de franquia: R$ 20 mil (para grandes centros, a partir de R$ 40 mil)
  • Lucro médio mensal: de 18% a 22% (para grandes centros, de 15% a 18%)
  • Faturamento médio mensal: R$ 55 mil (para grandes centros, R$ 120 mil)
  • Prazo de retorno estimado: de 24 a 30 meses (para grandes centros, de 24 a 36 meses)

Os dados citados neste texto foram coletados originalmente em julho de 2023.

Franquias de marcas famosas chegam a custar metade do preço para quem quer investir no interior, em comparação com unidades em grandes centros. As marcas desenvolveram modelos pensados exclusivamente para municípios com até 100 mil habitantes.

A estratégia das marcas passa por três pilares essenciais: investimento menor, demanda reprimida e capilaridade (expansão para outras áreas).

A vantagem para as marcas é chegar com mais facilidade a outros pontos de venda. Para os franqueados, o bom é a redução de preço para investir em lojas.

Lojas da Reserva por metade do preço

O gerente de franquias da marca de roupas Reserva, Romulo Dias, que faz parte da Arezzo&Co. , diz que a empresa percebeu uma demanda forte no interior, principalmente, por causa das boas vendas de seus produtos em lojas multimarcas.

Com a adaptação das lojas para o interior, o valor de investimento inicial na Reserva cai de cerca de R$ 1 milhão em cidades grandes para R$ 500 mil em municípios menores. O layout e a experiência do consumidor são mantidos, mas o tamanho da unidade é bem menor - com a metragem mínima reduzida de 80 metros quadrados para 50 m².

Fachadas de lojas Arezzo, Reserva e Hope; as três marcas possuem unidades pensadas para cidades menores  Foto: Luciana Prezia/Divulgação/Arezzo; Divulgação/Reserva e Maju Retratos/Divulgação/Grupo Hope

Outros fatores ajudam a reduzir o custo, além do tamanho da loja. O preço de aluguel no interior é mais baixo, ainda mais se for loja de rua. Além disso, também há uma redução com custo de estoque, já que há menos peças a serem armazenadas, em razão de um menor volume de vendas.

Lingerie e praia juntas na Hope

A Hope, focada em moda íntima e de praia, tem 270 lojas, sendo que 263 são franquias. E 60% disso tudo está fora de grandes centros.

Para interiorizar a marca, foi criado o conceito Duo, juntando moda íntima, que é a Hope “tradicional”, à moda fitness/praia, com a Hope Resort.

“Se a gente for só com uma, não viabiliza. Mas temos duas marcas. São produtos complementares. Até a sazonalidade ajuda. Em janeiro, a Hope é liquidação, só que a Resort está em alta, com a tendência de verão”, ressaltam a sócia-diretora do Grupo Hope, Sandra Chayo, e o gerente de expansão, Andre Momberg.

Enquanto em uma loja tradicional da Hope o investimento parte de R$ 450 mil, o modelo Duo custa a partir de R$ 310 mil. O tempo de retorno estimado é de até 30 meses - contra 36 meses das lojas convencionais.

Know how local é essencial

As empresas ouvidas pelo Estadão foram unânimes: é possível alguém de uma grande capital comprar um negócio no interior, mas o ideal é o franqueado conhecer a realidade da região.

Isso porque o senso de comunidade é muito importante para o funcionamento do estabelecimento - e essa lógica ganha mais importância nas cidades menores.

A sócia fundadora da American Cookies Francielle Faria, do ramo de alimentos, afirma que a empresa não pode “fechar os olhos” para esse tema, porque o andamento do negócio em cidades menores passa muito pelas relações e particularidades regionais.

“Isso é muito importante, porque estamos falando de rede de relacionamento local. Temos um cliente no Pará, por exemplo, que mudou a explicação do pistache para castanha verde (conceito mais familiar ao consumidor de lá). Em outro caso, já precisamos considerar açaí no cardápio, por conta da demanda. Não podemos fechar os olhos para isso.”

O CEO de Omo Lavanderia, Teo Figueiredo, complementa que, por estar no local, o franqueado vai entender muito melhor a realidade da região. Logo, vai ter mais condições de atender melhor o ambiente. “Existe um lado de criar (senso de) comunidade.”

Dificuldades de ter uma franquia no interior

É claro que nem tudo são flores, e o processo de interiorização passa por muitos percalços. De acordo com as empresas, boa parte desses problemas passam por questões de logística, infraestrutura e match de perfis entre o empreendedor e a marca.

Para o diretor de expansão da Arezzo&Co, Juliano Colares, em cidades menores, como há menos pessoas, é mais difícil encontrar perfis de empresários que se encaixem no conceito da marca. “A lógica é que essa pessoa esteja disposta a dedicar tempo e energia, ser um operador ativo do negócio”, comenta.

O presidente da Yes Idiomas, Clodoaldo Nascimento, diz que a conectividade também é um grande obstáculo. Muitos locais do interior, segundo ele, ainda usam conexão 3G para internet, o que dificulta muito a oferta de cursos on-line. “A solução nesses casos é que parte do ensino vá para o offline.”

O diretor de Expansão do Bob’s, Fabiano Lima, ressalta a questão logística. Quando um local é avaliado como opção para abertura de loja, é necessário saber como a mercadoria vai chegar: de carro, caminhão, barco ou avião, por exemplo. “A gente não deixa de abrir uma loja por causa da logística, a gente vai resolver o problema, mas é o maior desafio no Brasil”, explica.

Confira opções de franquias para o interior

Veja, abaixo, informações sobre franquias no interior (e compare com os preços normais de grandes centros):

Arezzo&Co

Modelo Light, pensado para o interior

  • Investimento inicial: R$ 220 mil + estoque e capital de giro (para grandes centros, a partir de R$ 300 mil + estoque e capital de giro)
  • Taxa de franquia: R$ 25 mil (para grandes centros, R$ 50 mil)
  • Faturamento médio mensal: a partir de R$ 120 mil (para grandes centros, a partir de R$ 250 mil)
  • Lucro médio mensal: 8 a 12% por mês (o mesmo para grandes centros)
  • Prazo de retorno estimado: 36 meses (o mesmo para grandes centros)

Reserva

Modelo Light, pensado para o interior

  • Investimento inicial: a partir de R$ 525 mil (para grandes centros, a partir de R$ 950 mil)
  • Taxa de franquia: R$ 25 mil (para grandes centros, R$ 50 mil)
  • Lucro médio mensal: 12% (o mesmo para grandes centros)
  • Faturamento médio mensal: R$ 120 mil (para grandes centros, R$ 250 mil)
  • Prazo de retorno estimado: 36 meses (o mesmo para grandes centros)

Hope

Modelo Duo, pensado para o interior

  • Investimento inicial: a partir de R$ 310 mil (para grandes centros, a partir de R$ 450 mil)
  • Taxa de franquia: R$ 20 mil (para grandes centros, a partir de R$ 40 mil)
  • Lucro médio mensal: de 18% a 22% (para grandes centros, de 15% a 18%)
  • Faturamento médio mensal: R$ 55 mil (para grandes centros, R$ 120 mil)
  • Prazo de retorno estimado: de 24 a 30 meses (para grandes centros, de 24 a 36 meses)

Os dados citados neste texto foram coletados originalmente em julho de 2023.

Franquias de marcas famosas chegam a custar metade do preço para quem quer investir no interior, em comparação com unidades em grandes centros. As marcas desenvolveram modelos pensados exclusivamente para municípios com até 100 mil habitantes.

A estratégia das marcas passa por três pilares essenciais: investimento menor, demanda reprimida e capilaridade (expansão para outras áreas).

A vantagem para as marcas é chegar com mais facilidade a outros pontos de venda. Para os franqueados, o bom é a redução de preço para investir em lojas.

Lojas da Reserva por metade do preço

O gerente de franquias da marca de roupas Reserva, Romulo Dias, que faz parte da Arezzo&Co. , diz que a empresa percebeu uma demanda forte no interior, principalmente, por causa das boas vendas de seus produtos em lojas multimarcas.

Com a adaptação das lojas para o interior, o valor de investimento inicial na Reserva cai de cerca de R$ 1 milhão em cidades grandes para R$ 500 mil em municípios menores. O layout e a experiência do consumidor são mantidos, mas o tamanho da unidade é bem menor - com a metragem mínima reduzida de 80 metros quadrados para 50 m².

Fachadas de lojas Arezzo, Reserva e Hope; as três marcas possuem unidades pensadas para cidades menores  Foto: Luciana Prezia/Divulgação/Arezzo; Divulgação/Reserva e Maju Retratos/Divulgação/Grupo Hope

Outros fatores ajudam a reduzir o custo, além do tamanho da loja. O preço de aluguel no interior é mais baixo, ainda mais se for loja de rua. Além disso, também há uma redução com custo de estoque, já que há menos peças a serem armazenadas, em razão de um menor volume de vendas.

Lingerie e praia juntas na Hope

A Hope, focada em moda íntima e de praia, tem 270 lojas, sendo que 263 são franquias. E 60% disso tudo está fora de grandes centros.

Para interiorizar a marca, foi criado o conceito Duo, juntando moda íntima, que é a Hope “tradicional”, à moda fitness/praia, com a Hope Resort.

“Se a gente for só com uma, não viabiliza. Mas temos duas marcas. São produtos complementares. Até a sazonalidade ajuda. Em janeiro, a Hope é liquidação, só que a Resort está em alta, com a tendência de verão”, ressaltam a sócia-diretora do Grupo Hope, Sandra Chayo, e o gerente de expansão, Andre Momberg.

Enquanto em uma loja tradicional da Hope o investimento parte de R$ 450 mil, o modelo Duo custa a partir de R$ 310 mil. O tempo de retorno estimado é de até 30 meses - contra 36 meses das lojas convencionais.

Know how local é essencial

As empresas ouvidas pelo Estadão foram unânimes: é possível alguém de uma grande capital comprar um negócio no interior, mas o ideal é o franqueado conhecer a realidade da região.

Isso porque o senso de comunidade é muito importante para o funcionamento do estabelecimento - e essa lógica ganha mais importância nas cidades menores.

A sócia fundadora da American Cookies Francielle Faria, do ramo de alimentos, afirma que a empresa não pode “fechar os olhos” para esse tema, porque o andamento do negócio em cidades menores passa muito pelas relações e particularidades regionais.

“Isso é muito importante, porque estamos falando de rede de relacionamento local. Temos um cliente no Pará, por exemplo, que mudou a explicação do pistache para castanha verde (conceito mais familiar ao consumidor de lá). Em outro caso, já precisamos considerar açaí no cardápio, por conta da demanda. Não podemos fechar os olhos para isso.”

O CEO de Omo Lavanderia, Teo Figueiredo, complementa que, por estar no local, o franqueado vai entender muito melhor a realidade da região. Logo, vai ter mais condições de atender melhor o ambiente. “Existe um lado de criar (senso de) comunidade.”

Dificuldades de ter uma franquia no interior

É claro que nem tudo são flores, e o processo de interiorização passa por muitos percalços. De acordo com as empresas, boa parte desses problemas passam por questões de logística, infraestrutura e match de perfis entre o empreendedor e a marca.

Para o diretor de expansão da Arezzo&Co, Juliano Colares, em cidades menores, como há menos pessoas, é mais difícil encontrar perfis de empresários que se encaixem no conceito da marca. “A lógica é que essa pessoa esteja disposta a dedicar tempo e energia, ser um operador ativo do negócio”, comenta.

O presidente da Yes Idiomas, Clodoaldo Nascimento, diz que a conectividade também é um grande obstáculo. Muitos locais do interior, segundo ele, ainda usam conexão 3G para internet, o que dificulta muito a oferta de cursos on-line. “A solução nesses casos é que parte do ensino vá para o offline.”

O diretor de Expansão do Bob’s, Fabiano Lima, ressalta a questão logística. Quando um local é avaliado como opção para abertura de loja, é necessário saber como a mercadoria vai chegar: de carro, caminhão, barco ou avião, por exemplo. “A gente não deixa de abrir uma loja por causa da logística, a gente vai resolver o problema, mas é o maior desafio no Brasil”, explica.

Confira opções de franquias para o interior

Veja, abaixo, informações sobre franquias no interior (e compare com os preços normais de grandes centros):

Arezzo&Co

Modelo Light, pensado para o interior

  • Investimento inicial: R$ 220 mil + estoque e capital de giro (para grandes centros, a partir de R$ 300 mil + estoque e capital de giro)
  • Taxa de franquia: R$ 25 mil (para grandes centros, R$ 50 mil)
  • Faturamento médio mensal: a partir de R$ 120 mil (para grandes centros, a partir de R$ 250 mil)
  • Lucro médio mensal: 8 a 12% por mês (o mesmo para grandes centros)
  • Prazo de retorno estimado: 36 meses (o mesmo para grandes centros)

Reserva

Modelo Light, pensado para o interior

  • Investimento inicial: a partir de R$ 525 mil (para grandes centros, a partir de R$ 950 mil)
  • Taxa de franquia: R$ 25 mil (para grandes centros, R$ 50 mil)
  • Lucro médio mensal: 12% (o mesmo para grandes centros)
  • Faturamento médio mensal: R$ 120 mil (para grandes centros, R$ 250 mil)
  • Prazo de retorno estimado: 36 meses (o mesmo para grandes centros)

Hope

Modelo Duo, pensado para o interior

  • Investimento inicial: a partir de R$ 310 mil (para grandes centros, a partir de R$ 450 mil)
  • Taxa de franquia: R$ 20 mil (para grandes centros, a partir de R$ 40 mil)
  • Lucro médio mensal: de 18% a 22% (para grandes centros, de 15% a 18%)
  • Faturamento médio mensal: R$ 55 mil (para grandes centros, R$ 120 mil)
  • Prazo de retorno estimado: de 24 a 30 meses (para grandes centros, de 24 a 36 meses)

Os dados citados neste texto foram coletados originalmente em julho de 2023.

Franquias de marcas famosas chegam a custar metade do preço para quem quer investir no interior, em comparação com unidades em grandes centros. As marcas desenvolveram modelos pensados exclusivamente para municípios com até 100 mil habitantes.

A estratégia das marcas passa por três pilares essenciais: investimento menor, demanda reprimida e capilaridade (expansão para outras áreas).

A vantagem para as marcas é chegar com mais facilidade a outros pontos de venda. Para os franqueados, o bom é a redução de preço para investir em lojas.

Lojas da Reserva por metade do preço

O gerente de franquias da marca de roupas Reserva, Romulo Dias, que faz parte da Arezzo&Co. , diz que a empresa percebeu uma demanda forte no interior, principalmente, por causa das boas vendas de seus produtos em lojas multimarcas.

Com a adaptação das lojas para o interior, o valor de investimento inicial na Reserva cai de cerca de R$ 1 milhão em cidades grandes para R$ 500 mil em municípios menores. O layout e a experiência do consumidor são mantidos, mas o tamanho da unidade é bem menor - com a metragem mínima reduzida de 80 metros quadrados para 50 m².

Fachadas de lojas Arezzo, Reserva e Hope; as três marcas possuem unidades pensadas para cidades menores  Foto: Luciana Prezia/Divulgação/Arezzo; Divulgação/Reserva e Maju Retratos/Divulgação/Grupo Hope

Outros fatores ajudam a reduzir o custo, além do tamanho da loja. O preço de aluguel no interior é mais baixo, ainda mais se for loja de rua. Além disso, também há uma redução com custo de estoque, já que há menos peças a serem armazenadas, em razão de um menor volume de vendas.

Lingerie e praia juntas na Hope

A Hope, focada em moda íntima e de praia, tem 270 lojas, sendo que 263 são franquias. E 60% disso tudo está fora de grandes centros.

Para interiorizar a marca, foi criado o conceito Duo, juntando moda íntima, que é a Hope “tradicional”, à moda fitness/praia, com a Hope Resort.

“Se a gente for só com uma, não viabiliza. Mas temos duas marcas. São produtos complementares. Até a sazonalidade ajuda. Em janeiro, a Hope é liquidação, só que a Resort está em alta, com a tendência de verão”, ressaltam a sócia-diretora do Grupo Hope, Sandra Chayo, e o gerente de expansão, Andre Momberg.

Enquanto em uma loja tradicional da Hope o investimento parte de R$ 450 mil, o modelo Duo custa a partir de R$ 310 mil. O tempo de retorno estimado é de até 30 meses - contra 36 meses das lojas convencionais.

Know how local é essencial

As empresas ouvidas pelo Estadão foram unânimes: é possível alguém de uma grande capital comprar um negócio no interior, mas o ideal é o franqueado conhecer a realidade da região.

Isso porque o senso de comunidade é muito importante para o funcionamento do estabelecimento - e essa lógica ganha mais importância nas cidades menores.

A sócia fundadora da American Cookies Francielle Faria, do ramo de alimentos, afirma que a empresa não pode “fechar os olhos” para esse tema, porque o andamento do negócio em cidades menores passa muito pelas relações e particularidades regionais.

“Isso é muito importante, porque estamos falando de rede de relacionamento local. Temos um cliente no Pará, por exemplo, que mudou a explicação do pistache para castanha verde (conceito mais familiar ao consumidor de lá). Em outro caso, já precisamos considerar açaí no cardápio, por conta da demanda. Não podemos fechar os olhos para isso.”

O CEO de Omo Lavanderia, Teo Figueiredo, complementa que, por estar no local, o franqueado vai entender muito melhor a realidade da região. Logo, vai ter mais condições de atender melhor o ambiente. “Existe um lado de criar (senso de) comunidade.”

Dificuldades de ter uma franquia no interior

É claro que nem tudo são flores, e o processo de interiorização passa por muitos percalços. De acordo com as empresas, boa parte desses problemas passam por questões de logística, infraestrutura e match de perfis entre o empreendedor e a marca.

Para o diretor de expansão da Arezzo&Co, Juliano Colares, em cidades menores, como há menos pessoas, é mais difícil encontrar perfis de empresários que se encaixem no conceito da marca. “A lógica é que essa pessoa esteja disposta a dedicar tempo e energia, ser um operador ativo do negócio”, comenta.

O presidente da Yes Idiomas, Clodoaldo Nascimento, diz que a conectividade também é um grande obstáculo. Muitos locais do interior, segundo ele, ainda usam conexão 3G para internet, o que dificulta muito a oferta de cursos on-line. “A solução nesses casos é que parte do ensino vá para o offline.”

O diretor de Expansão do Bob’s, Fabiano Lima, ressalta a questão logística. Quando um local é avaliado como opção para abertura de loja, é necessário saber como a mercadoria vai chegar: de carro, caminhão, barco ou avião, por exemplo. “A gente não deixa de abrir uma loja por causa da logística, a gente vai resolver o problema, mas é o maior desafio no Brasil”, explica.

Confira opções de franquias para o interior

Veja, abaixo, informações sobre franquias no interior (e compare com os preços normais de grandes centros):

Arezzo&Co

Modelo Light, pensado para o interior

  • Investimento inicial: R$ 220 mil + estoque e capital de giro (para grandes centros, a partir de R$ 300 mil + estoque e capital de giro)
  • Taxa de franquia: R$ 25 mil (para grandes centros, R$ 50 mil)
  • Faturamento médio mensal: a partir de R$ 120 mil (para grandes centros, a partir de R$ 250 mil)
  • Lucro médio mensal: 8 a 12% por mês (o mesmo para grandes centros)
  • Prazo de retorno estimado: 36 meses (o mesmo para grandes centros)

Reserva

Modelo Light, pensado para o interior

  • Investimento inicial: a partir de R$ 525 mil (para grandes centros, a partir de R$ 950 mil)
  • Taxa de franquia: R$ 25 mil (para grandes centros, R$ 50 mil)
  • Lucro médio mensal: 12% (o mesmo para grandes centros)
  • Faturamento médio mensal: R$ 120 mil (para grandes centros, R$ 250 mil)
  • Prazo de retorno estimado: 36 meses (o mesmo para grandes centros)

Hope

Modelo Duo, pensado para o interior

  • Investimento inicial: a partir de R$ 310 mil (para grandes centros, a partir de R$ 450 mil)
  • Taxa de franquia: R$ 20 mil (para grandes centros, a partir de R$ 40 mil)
  • Lucro médio mensal: de 18% a 22% (para grandes centros, de 15% a 18%)
  • Faturamento médio mensal: R$ 55 mil (para grandes centros, R$ 120 mil)
  • Prazo de retorno estimado: de 24 a 30 meses (para grandes centros, de 24 a 36 meses)

Os dados citados neste texto foram coletados originalmente em julho de 2023.

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