Ela começou com R$ 200 e hoje tem 640 mil seguidores e 2 empresas, de maquiagem e bijuteria


A influenciadora Sarah Fonseca, que participou do reality “De Férias com o Ex”, é dona de duas marcas, Sr. Biju e Skin Quer, e dá dicas de empreendedorismo nas redes

Por João Scheller
Atualização:

Ainda com 18 anos, a administradora Sarah Fonseca decidiu usar os R$ 200 que restaram do último pagamento de seu estágio para comprar bijuterias e revendê-las. Pediu acesso das contas do Facebook de amigas e adicionou todas as potenciais clientes em um grupo de vendas.

O ano era 2012. Comunicando-se via SMS e entregando as encomendas pessoalmente em Niterói (RJ), a então estudante de Administração da Universidade Federal Fluminense (UFF) conseguiu triplicar o valor que tinha investido inicialmente.

”Eu tinha uma câmera digital que meu pai me deu e uma mesinha branca em casa. Tirei foto de tudo, coloquei nesse grupo com o preço e deixei o meu número disponível para me mandarem SMS”, conta, ao narrar o começo da Sr. Biju. “Eu apliquei o que aprendi na faculdade (de administração), que era encontrar o público-alvo, quem quer comprar o seu produto”

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A marca de bijuterias foi o primeiro negócio da empreendedora e influenciadora, que hoje compartilha com mais de meio milhão de seguidores dicas para quem quer ter o próprio negócio. Ela não revela faturamento nem lucro.

Atualmente, Sarah tem a sua marca de cosméticos Skin Quer, um trocadilho com o termo skin care - ”cuidados com a pele”, em inglês. A empresa aposta no tratamento completo de pele para se diferenciar no mercado - cada vez mais saturado - de marcas de beleza fundadas por influencers. Mas os 11 anos que separam o nascimento das duas empresas de Sarah são marcados pelo avanço de técnicas de venda, das redes sociais e de seu próprio perfil.

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Retrato da empreendedora e empresária, Sarah Fonseca, fundadora da Sr. Biju e da Squin Quer Foto: Sandro Mendonça

Aposta nas redes sociais

Apesar do sucesso inicial, com pouca experiência e ainda conciliando as vendas com outros trabalhos, a Sr. Biju demorou para ser vista como o negócio principal. Foi depois de alguns anos, após terminar a faculdade e com ajuda da irmã, que a empresa começou a crescer.

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Nesse meio tempo, começou a praticar corrida e a notar que alguns dos colegas angariavam seguidores nas redes, compartilhando a rotina de treinos. ”Decidi fazer uma meia maratona e também compartilhar com os meus seguidores, mesmo que de forma supertímida”, relembra. Foi com o movimento, que começou em meados de 2017, que sua conta no Instagram passou a crescer.

Nesta mesma época, percebendo o potencial das redes, apostou em anunciar a marca e seus produtos em eventos em Niterói. “Eu tentava de tudo para ir até o artista que estava cantando para poder entregar uma peça da Sr. Biju”, relembra.

Sarah Fonseca, junto com amigas, durante divulgação da Sr. Biju em festa na cidade de Niterói Foto: Sandro Mendonça
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“A gente se organizava, perguntava se tinha disponibilidade para entregar o acessório”, conta a irmã de Sarah, Carla Fonseca, que ajudou no processo de crescimento da empresa e se tornou sócia posteriormente. “Ela era muito fã do Belo, então quando a gente entregava coisas para ele, ela ficava superfeliz”, conta Carla.

Nesse período, o avanço do perfil de Sarah ocorreu junto com o crescimento da Sr. Biju. “Como eu estava ganhando público, mesmo que fossem pessoas interessadas em corrida, por que não divulgar a Sr. Biju?”, ela se questionava. Algum tempo depois, a marca já operava com site próprio e fazia entregas pelos Correios, não se restringindo ao público próximo do Rio.

O próprio perfil como marca

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Com cada vez mais seguidores, viu a quantidade de ofertas para publicidade em seu perfil aumentar e chegou a participar do reality show da MTV “De Férias com o Ex” em 2019.

“Como uma pessoa que já tinha uma empresa, comecei a me ver como empresa também. Acho que isso é uma coisa que não acontece tão facilmente para quem ganha muitos seguidores de forma rápida”, diz Sarah, ao mencionar que não mistura o gerenciamento de sua imagem e perfis nas redes sociais com o das empresas.

A opinião é a mesma da gestora de projetos do Sebrae-SP, Helena Andrade. “O ideal é que as receitas sejam separadas, porque os negócios são diferentes. Até para a organização financeira ser mais fácil”, diz.

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Ela comenta ainda que a separação é importante para entender o público-alvo de cada um dos perfis e ter diferentes estratégias de comunicação para cada público.

Influenciadora compartilha dicas de empreendedorismo

Atualmente, Sarah tem cerca de 640 mil seguidores no Instagram e compartilha em suas redes diferentes momentos do dia a dia como empresária, além de falar sobre empreendedorismo e divulgar outros tipos de negócio.

“Já tive um miniprograma, por exemplo, em que entrevistava pessoas negras e empreendedoras para saber como foi a trajetória dela e dizer quais são os nossos desafios como pessoas negras”, conta, ao mencionar também sua websérie sobre empreendedorismo, onde traz mais informações e dicas para quem quer começar a empreender.

Aposta em rotina de cuidado

Após o crescimento como influencer e do avanço da Sr. Biju, Sarah aposta agora em uma nova marca. Descentralizou as operações da empresa de bijuterias, que agora opera com venda e distribuição exclusivas na Amazon, e passou a focar na sua marca de produtos para pele, Skin Quer.

Linha de produção da Skin Quer. Marca aposta em rotina completa de produtos de cuidados para a pele Foto: Valentin Aigner

“Eu percebi que o mercado, mesmo tendo muitos produtos, não focava em uma rotina passo a passo, da limpeza até a hidratação da pele”, conta Sarah, mencionando o foco da empresa para se diferenciar no mercado. “Com um monte de produtos, a gente acreditou fortemente nisso e estamos vendo que está trazendo resultado”, completa.

Ela conta que a Skin Quer, criada em março junto do namorado e sócio Valentin Aigner, levou dois anos para ser estruturada, o que envolveu a escolha do laboratório e a estruturação da plataforma de vendas.

A ideia agora, segundo ela, é pensar na marca no longo prazo, sem associá-la diretamente a sua imagem como influencer. “Daqui a 10 anos, vou fazer de tudo para estar bem e me adaptando. Quero mesmo é crescer”, conta.

Ainda com 18 anos, a administradora Sarah Fonseca decidiu usar os R$ 200 que restaram do último pagamento de seu estágio para comprar bijuterias e revendê-las. Pediu acesso das contas do Facebook de amigas e adicionou todas as potenciais clientes em um grupo de vendas.

O ano era 2012. Comunicando-se via SMS e entregando as encomendas pessoalmente em Niterói (RJ), a então estudante de Administração da Universidade Federal Fluminense (UFF) conseguiu triplicar o valor que tinha investido inicialmente.

”Eu tinha uma câmera digital que meu pai me deu e uma mesinha branca em casa. Tirei foto de tudo, coloquei nesse grupo com o preço e deixei o meu número disponível para me mandarem SMS”, conta, ao narrar o começo da Sr. Biju. “Eu apliquei o que aprendi na faculdade (de administração), que era encontrar o público-alvo, quem quer comprar o seu produto”

A marca de bijuterias foi o primeiro negócio da empreendedora e influenciadora, que hoje compartilha com mais de meio milhão de seguidores dicas para quem quer ter o próprio negócio. Ela não revela faturamento nem lucro.

Atualmente, Sarah tem a sua marca de cosméticos Skin Quer, um trocadilho com o termo skin care - ”cuidados com a pele”, em inglês. A empresa aposta no tratamento completo de pele para se diferenciar no mercado - cada vez mais saturado - de marcas de beleza fundadas por influencers. Mas os 11 anos que separam o nascimento das duas empresas de Sarah são marcados pelo avanço de técnicas de venda, das redes sociais e de seu próprio perfil.

Retrato da empreendedora e empresária, Sarah Fonseca, fundadora da Sr. Biju e da Squin Quer Foto: Sandro Mendonça

Aposta nas redes sociais

Apesar do sucesso inicial, com pouca experiência e ainda conciliando as vendas com outros trabalhos, a Sr. Biju demorou para ser vista como o negócio principal. Foi depois de alguns anos, após terminar a faculdade e com ajuda da irmã, que a empresa começou a crescer.

Nesse meio tempo, começou a praticar corrida e a notar que alguns dos colegas angariavam seguidores nas redes, compartilhando a rotina de treinos. ”Decidi fazer uma meia maratona e também compartilhar com os meus seguidores, mesmo que de forma supertímida”, relembra. Foi com o movimento, que começou em meados de 2017, que sua conta no Instagram passou a crescer.

Nesta mesma época, percebendo o potencial das redes, apostou em anunciar a marca e seus produtos em eventos em Niterói. “Eu tentava de tudo para ir até o artista que estava cantando para poder entregar uma peça da Sr. Biju”, relembra.

Sarah Fonseca, junto com amigas, durante divulgação da Sr. Biju em festa na cidade de Niterói Foto: Sandro Mendonça

“A gente se organizava, perguntava se tinha disponibilidade para entregar o acessório”, conta a irmã de Sarah, Carla Fonseca, que ajudou no processo de crescimento da empresa e se tornou sócia posteriormente. “Ela era muito fã do Belo, então quando a gente entregava coisas para ele, ela ficava superfeliz”, conta Carla.

Nesse período, o avanço do perfil de Sarah ocorreu junto com o crescimento da Sr. Biju. “Como eu estava ganhando público, mesmo que fossem pessoas interessadas em corrida, por que não divulgar a Sr. Biju?”, ela se questionava. Algum tempo depois, a marca já operava com site próprio e fazia entregas pelos Correios, não se restringindo ao público próximo do Rio.

O próprio perfil como marca

Com cada vez mais seguidores, viu a quantidade de ofertas para publicidade em seu perfil aumentar e chegou a participar do reality show da MTV “De Férias com o Ex” em 2019.

“Como uma pessoa que já tinha uma empresa, comecei a me ver como empresa também. Acho que isso é uma coisa que não acontece tão facilmente para quem ganha muitos seguidores de forma rápida”, diz Sarah, ao mencionar que não mistura o gerenciamento de sua imagem e perfis nas redes sociais com o das empresas.

A opinião é a mesma da gestora de projetos do Sebrae-SP, Helena Andrade. “O ideal é que as receitas sejam separadas, porque os negócios são diferentes. Até para a organização financeira ser mais fácil”, diz.

Ela comenta ainda que a separação é importante para entender o público-alvo de cada um dos perfis e ter diferentes estratégias de comunicação para cada público.

Influenciadora compartilha dicas de empreendedorismo

Atualmente, Sarah tem cerca de 640 mil seguidores no Instagram e compartilha em suas redes diferentes momentos do dia a dia como empresária, além de falar sobre empreendedorismo e divulgar outros tipos de negócio.

“Já tive um miniprograma, por exemplo, em que entrevistava pessoas negras e empreendedoras para saber como foi a trajetória dela e dizer quais são os nossos desafios como pessoas negras”, conta, ao mencionar também sua websérie sobre empreendedorismo, onde traz mais informações e dicas para quem quer começar a empreender.

Aposta em rotina de cuidado

Após o crescimento como influencer e do avanço da Sr. Biju, Sarah aposta agora em uma nova marca. Descentralizou as operações da empresa de bijuterias, que agora opera com venda e distribuição exclusivas na Amazon, e passou a focar na sua marca de produtos para pele, Skin Quer.

Linha de produção da Skin Quer. Marca aposta em rotina completa de produtos de cuidados para a pele Foto: Valentin Aigner

“Eu percebi que o mercado, mesmo tendo muitos produtos, não focava em uma rotina passo a passo, da limpeza até a hidratação da pele”, conta Sarah, mencionando o foco da empresa para se diferenciar no mercado. “Com um monte de produtos, a gente acreditou fortemente nisso e estamos vendo que está trazendo resultado”, completa.

Ela conta que a Skin Quer, criada em março junto do namorado e sócio Valentin Aigner, levou dois anos para ser estruturada, o que envolveu a escolha do laboratório e a estruturação da plataforma de vendas.

A ideia agora, segundo ela, é pensar na marca no longo prazo, sem associá-la diretamente a sua imagem como influencer. “Daqui a 10 anos, vou fazer de tudo para estar bem e me adaptando. Quero mesmo é crescer”, conta.

Ainda com 18 anos, a administradora Sarah Fonseca decidiu usar os R$ 200 que restaram do último pagamento de seu estágio para comprar bijuterias e revendê-las. Pediu acesso das contas do Facebook de amigas e adicionou todas as potenciais clientes em um grupo de vendas.

O ano era 2012. Comunicando-se via SMS e entregando as encomendas pessoalmente em Niterói (RJ), a então estudante de Administração da Universidade Federal Fluminense (UFF) conseguiu triplicar o valor que tinha investido inicialmente.

”Eu tinha uma câmera digital que meu pai me deu e uma mesinha branca em casa. Tirei foto de tudo, coloquei nesse grupo com o preço e deixei o meu número disponível para me mandarem SMS”, conta, ao narrar o começo da Sr. Biju. “Eu apliquei o que aprendi na faculdade (de administração), que era encontrar o público-alvo, quem quer comprar o seu produto”

A marca de bijuterias foi o primeiro negócio da empreendedora e influenciadora, que hoje compartilha com mais de meio milhão de seguidores dicas para quem quer ter o próprio negócio. Ela não revela faturamento nem lucro.

Atualmente, Sarah tem a sua marca de cosméticos Skin Quer, um trocadilho com o termo skin care - ”cuidados com a pele”, em inglês. A empresa aposta no tratamento completo de pele para se diferenciar no mercado - cada vez mais saturado - de marcas de beleza fundadas por influencers. Mas os 11 anos que separam o nascimento das duas empresas de Sarah são marcados pelo avanço de técnicas de venda, das redes sociais e de seu próprio perfil.

Retrato da empreendedora e empresária, Sarah Fonseca, fundadora da Sr. Biju e da Squin Quer Foto: Sandro Mendonça

Aposta nas redes sociais

Apesar do sucesso inicial, com pouca experiência e ainda conciliando as vendas com outros trabalhos, a Sr. Biju demorou para ser vista como o negócio principal. Foi depois de alguns anos, após terminar a faculdade e com ajuda da irmã, que a empresa começou a crescer.

Nesse meio tempo, começou a praticar corrida e a notar que alguns dos colegas angariavam seguidores nas redes, compartilhando a rotina de treinos. ”Decidi fazer uma meia maratona e também compartilhar com os meus seguidores, mesmo que de forma supertímida”, relembra. Foi com o movimento, que começou em meados de 2017, que sua conta no Instagram passou a crescer.

Nesta mesma época, percebendo o potencial das redes, apostou em anunciar a marca e seus produtos em eventos em Niterói. “Eu tentava de tudo para ir até o artista que estava cantando para poder entregar uma peça da Sr. Biju”, relembra.

Sarah Fonseca, junto com amigas, durante divulgação da Sr. Biju em festa na cidade de Niterói Foto: Sandro Mendonça

“A gente se organizava, perguntava se tinha disponibilidade para entregar o acessório”, conta a irmã de Sarah, Carla Fonseca, que ajudou no processo de crescimento da empresa e se tornou sócia posteriormente. “Ela era muito fã do Belo, então quando a gente entregava coisas para ele, ela ficava superfeliz”, conta Carla.

Nesse período, o avanço do perfil de Sarah ocorreu junto com o crescimento da Sr. Biju. “Como eu estava ganhando público, mesmo que fossem pessoas interessadas em corrida, por que não divulgar a Sr. Biju?”, ela se questionava. Algum tempo depois, a marca já operava com site próprio e fazia entregas pelos Correios, não se restringindo ao público próximo do Rio.

O próprio perfil como marca

Com cada vez mais seguidores, viu a quantidade de ofertas para publicidade em seu perfil aumentar e chegou a participar do reality show da MTV “De Férias com o Ex” em 2019.

“Como uma pessoa que já tinha uma empresa, comecei a me ver como empresa também. Acho que isso é uma coisa que não acontece tão facilmente para quem ganha muitos seguidores de forma rápida”, diz Sarah, ao mencionar que não mistura o gerenciamento de sua imagem e perfis nas redes sociais com o das empresas.

A opinião é a mesma da gestora de projetos do Sebrae-SP, Helena Andrade. “O ideal é que as receitas sejam separadas, porque os negócios são diferentes. Até para a organização financeira ser mais fácil”, diz.

Ela comenta ainda que a separação é importante para entender o público-alvo de cada um dos perfis e ter diferentes estratégias de comunicação para cada público.

Influenciadora compartilha dicas de empreendedorismo

Atualmente, Sarah tem cerca de 640 mil seguidores no Instagram e compartilha em suas redes diferentes momentos do dia a dia como empresária, além de falar sobre empreendedorismo e divulgar outros tipos de negócio.

“Já tive um miniprograma, por exemplo, em que entrevistava pessoas negras e empreendedoras para saber como foi a trajetória dela e dizer quais são os nossos desafios como pessoas negras”, conta, ao mencionar também sua websérie sobre empreendedorismo, onde traz mais informações e dicas para quem quer começar a empreender.

Aposta em rotina de cuidado

Após o crescimento como influencer e do avanço da Sr. Biju, Sarah aposta agora em uma nova marca. Descentralizou as operações da empresa de bijuterias, que agora opera com venda e distribuição exclusivas na Amazon, e passou a focar na sua marca de produtos para pele, Skin Quer.

Linha de produção da Skin Quer. Marca aposta em rotina completa de produtos de cuidados para a pele Foto: Valentin Aigner

“Eu percebi que o mercado, mesmo tendo muitos produtos, não focava em uma rotina passo a passo, da limpeza até a hidratação da pele”, conta Sarah, mencionando o foco da empresa para se diferenciar no mercado. “Com um monte de produtos, a gente acreditou fortemente nisso e estamos vendo que está trazendo resultado”, completa.

Ela conta que a Skin Quer, criada em março junto do namorado e sócio Valentin Aigner, levou dois anos para ser estruturada, o que envolveu a escolha do laboratório e a estruturação da plataforma de vendas.

A ideia agora, segundo ela, é pensar na marca no longo prazo, sem associá-la diretamente a sua imagem como influencer. “Daqui a 10 anos, vou fazer de tudo para estar bem e me adaptando. Quero mesmo é crescer”, conta.

Ainda com 18 anos, a administradora Sarah Fonseca decidiu usar os R$ 200 que restaram do último pagamento de seu estágio para comprar bijuterias e revendê-las. Pediu acesso das contas do Facebook de amigas e adicionou todas as potenciais clientes em um grupo de vendas.

O ano era 2012. Comunicando-se via SMS e entregando as encomendas pessoalmente em Niterói (RJ), a então estudante de Administração da Universidade Federal Fluminense (UFF) conseguiu triplicar o valor que tinha investido inicialmente.

”Eu tinha uma câmera digital que meu pai me deu e uma mesinha branca em casa. Tirei foto de tudo, coloquei nesse grupo com o preço e deixei o meu número disponível para me mandarem SMS”, conta, ao narrar o começo da Sr. Biju. “Eu apliquei o que aprendi na faculdade (de administração), que era encontrar o público-alvo, quem quer comprar o seu produto”

A marca de bijuterias foi o primeiro negócio da empreendedora e influenciadora, que hoje compartilha com mais de meio milhão de seguidores dicas para quem quer ter o próprio negócio. Ela não revela faturamento nem lucro.

Atualmente, Sarah tem a sua marca de cosméticos Skin Quer, um trocadilho com o termo skin care - ”cuidados com a pele”, em inglês. A empresa aposta no tratamento completo de pele para se diferenciar no mercado - cada vez mais saturado - de marcas de beleza fundadas por influencers. Mas os 11 anos que separam o nascimento das duas empresas de Sarah são marcados pelo avanço de técnicas de venda, das redes sociais e de seu próprio perfil.

Retrato da empreendedora e empresária, Sarah Fonseca, fundadora da Sr. Biju e da Squin Quer Foto: Sandro Mendonça

Aposta nas redes sociais

Apesar do sucesso inicial, com pouca experiência e ainda conciliando as vendas com outros trabalhos, a Sr. Biju demorou para ser vista como o negócio principal. Foi depois de alguns anos, após terminar a faculdade e com ajuda da irmã, que a empresa começou a crescer.

Nesse meio tempo, começou a praticar corrida e a notar que alguns dos colegas angariavam seguidores nas redes, compartilhando a rotina de treinos. ”Decidi fazer uma meia maratona e também compartilhar com os meus seguidores, mesmo que de forma supertímida”, relembra. Foi com o movimento, que começou em meados de 2017, que sua conta no Instagram passou a crescer.

Nesta mesma época, percebendo o potencial das redes, apostou em anunciar a marca e seus produtos em eventos em Niterói. “Eu tentava de tudo para ir até o artista que estava cantando para poder entregar uma peça da Sr. Biju”, relembra.

Sarah Fonseca, junto com amigas, durante divulgação da Sr. Biju em festa na cidade de Niterói Foto: Sandro Mendonça

“A gente se organizava, perguntava se tinha disponibilidade para entregar o acessório”, conta a irmã de Sarah, Carla Fonseca, que ajudou no processo de crescimento da empresa e se tornou sócia posteriormente. “Ela era muito fã do Belo, então quando a gente entregava coisas para ele, ela ficava superfeliz”, conta Carla.

Nesse período, o avanço do perfil de Sarah ocorreu junto com o crescimento da Sr. Biju. “Como eu estava ganhando público, mesmo que fossem pessoas interessadas em corrida, por que não divulgar a Sr. Biju?”, ela se questionava. Algum tempo depois, a marca já operava com site próprio e fazia entregas pelos Correios, não se restringindo ao público próximo do Rio.

O próprio perfil como marca

Com cada vez mais seguidores, viu a quantidade de ofertas para publicidade em seu perfil aumentar e chegou a participar do reality show da MTV “De Férias com o Ex” em 2019.

“Como uma pessoa que já tinha uma empresa, comecei a me ver como empresa também. Acho que isso é uma coisa que não acontece tão facilmente para quem ganha muitos seguidores de forma rápida”, diz Sarah, ao mencionar que não mistura o gerenciamento de sua imagem e perfis nas redes sociais com o das empresas.

A opinião é a mesma da gestora de projetos do Sebrae-SP, Helena Andrade. “O ideal é que as receitas sejam separadas, porque os negócios são diferentes. Até para a organização financeira ser mais fácil”, diz.

Ela comenta ainda que a separação é importante para entender o público-alvo de cada um dos perfis e ter diferentes estratégias de comunicação para cada público.

Influenciadora compartilha dicas de empreendedorismo

Atualmente, Sarah tem cerca de 640 mil seguidores no Instagram e compartilha em suas redes diferentes momentos do dia a dia como empresária, além de falar sobre empreendedorismo e divulgar outros tipos de negócio.

“Já tive um miniprograma, por exemplo, em que entrevistava pessoas negras e empreendedoras para saber como foi a trajetória dela e dizer quais são os nossos desafios como pessoas negras”, conta, ao mencionar também sua websérie sobre empreendedorismo, onde traz mais informações e dicas para quem quer começar a empreender.

Aposta em rotina de cuidado

Após o crescimento como influencer e do avanço da Sr. Biju, Sarah aposta agora em uma nova marca. Descentralizou as operações da empresa de bijuterias, que agora opera com venda e distribuição exclusivas na Amazon, e passou a focar na sua marca de produtos para pele, Skin Quer.

Linha de produção da Skin Quer. Marca aposta em rotina completa de produtos de cuidados para a pele Foto: Valentin Aigner

“Eu percebi que o mercado, mesmo tendo muitos produtos, não focava em uma rotina passo a passo, da limpeza até a hidratação da pele”, conta Sarah, mencionando o foco da empresa para se diferenciar no mercado. “Com um monte de produtos, a gente acreditou fortemente nisso e estamos vendo que está trazendo resultado”, completa.

Ela conta que a Skin Quer, criada em março junto do namorado e sócio Valentin Aigner, levou dois anos para ser estruturada, o que envolveu a escolha do laboratório e a estruturação da plataforma de vendas.

A ideia agora, segundo ela, é pensar na marca no longo prazo, sem associá-la diretamente a sua imagem como influencer. “Daqui a 10 anos, vou fazer de tudo para estar bem e me adaptando. Quero mesmo é crescer”, conta.

Ainda com 18 anos, a administradora Sarah Fonseca decidiu usar os R$ 200 que restaram do último pagamento de seu estágio para comprar bijuterias e revendê-las. Pediu acesso das contas do Facebook de amigas e adicionou todas as potenciais clientes em um grupo de vendas.

O ano era 2012. Comunicando-se via SMS e entregando as encomendas pessoalmente em Niterói (RJ), a então estudante de Administração da Universidade Federal Fluminense (UFF) conseguiu triplicar o valor que tinha investido inicialmente.

”Eu tinha uma câmera digital que meu pai me deu e uma mesinha branca em casa. Tirei foto de tudo, coloquei nesse grupo com o preço e deixei o meu número disponível para me mandarem SMS”, conta, ao narrar o começo da Sr. Biju. “Eu apliquei o que aprendi na faculdade (de administração), que era encontrar o público-alvo, quem quer comprar o seu produto”

A marca de bijuterias foi o primeiro negócio da empreendedora e influenciadora, que hoje compartilha com mais de meio milhão de seguidores dicas para quem quer ter o próprio negócio. Ela não revela faturamento nem lucro.

Atualmente, Sarah tem a sua marca de cosméticos Skin Quer, um trocadilho com o termo skin care - ”cuidados com a pele”, em inglês. A empresa aposta no tratamento completo de pele para se diferenciar no mercado - cada vez mais saturado - de marcas de beleza fundadas por influencers. Mas os 11 anos que separam o nascimento das duas empresas de Sarah são marcados pelo avanço de técnicas de venda, das redes sociais e de seu próprio perfil.

Retrato da empreendedora e empresária, Sarah Fonseca, fundadora da Sr. Biju e da Squin Quer Foto: Sandro Mendonça

Aposta nas redes sociais

Apesar do sucesso inicial, com pouca experiência e ainda conciliando as vendas com outros trabalhos, a Sr. Biju demorou para ser vista como o negócio principal. Foi depois de alguns anos, após terminar a faculdade e com ajuda da irmã, que a empresa começou a crescer.

Nesse meio tempo, começou a praticar corrida e a notar que alguns dos colegas angariavam seguidores nas redes, compartilhando a rotina de treinos. ”Decidi fazer uma meia maratona e também compartilhar com os meus seguidores, mesmo que de forma supertímida”, relembra. Foi com o movimento, que começou em meados de 2017, que sua conta no Instagram passou a crescer.

Nesta mesma época, percebendo o potencial das redes, apostou em anunciar a marca e seus produtos em eventos em Niterói. “Eu tentava de tudo para ir até o artista que estava cantando para poder entregar uma peça da Sr. Biju”, relembra.

Sarah Fonseca, junto com amigas, durante divulgação da Sr. Biju em festa na cidade de Niterói Foto: Sandro Mendonça

“A gente se organizava, perguntava se tinha disponibilidade para entregar o acessório”, conta a irmã de Sarah, Carla Fonseca, que ajudou no processo de crescimento da empresa e se tornou sócia posteriormente. “Ela era muito fã do Belo, então quando a gente entregava coisas para ele, ela ficava superfeliz”, conta Carla.

Nesse período, o avanço do perfil de Sarah ocorreu junto com o crescimento da Sr. Biju. “Como eu estava ganhando público, mesmo que fossem pessoas interessadas em corrida, por que não divulgar a Sr. Biju?”, ela se questionava. Algum tempo depois, a marca já operava com site próprio e fazia entregas pelos Correios, não se restringindo ao público próximo do Rio.

O próprio perfil como marca

Com cada vez mais seguidores, viu a quantidade de ofertas para publicidade em seu perfil aumentar e chegou a participar do reality show da MTV “De Férias com o Ex” em 2019.

“Como uma pessoa que já tinha uma empresa, comecei a me ver como empresa também. Acho que isso é uma coisa que não acontece tão facilmente para quem ganha muitos seguidores de forma rápida”, diz Sarah, ao mencionar que não mistura o gerenciamento de sua imagem e perfis nas redes sociais com o das empresas.

A opinião é a mesma da gestora de projetos do Sebrae-SP, Helena Andrade. “O ideal é que as receitas sejam separadas, porque os negócios são diferentes. Até para a organização financeira ser mais fácil”, diz.

Ela comenta ainda que a separação é importante para entender o público-alvo de cada um dos perfis e ter diferentes estratégias de comunicação para cada público.

Influenciadora compartilha dicas de empreendedorismo

Atualmente, Sarah tem cerca de 640 mil seguidores no Instagram e compartilha em suas redes diferentes momentos do dia a dia como empresária, além de falar sobre empreendedorismo e divulgar outros tipos de negócio.

“Já tive um miniprograma, por exemplo, em que entrevistava pessoas negras e empreendedoras para saber como foi a trajetória dela e dizer quais são os nossos desafios como pessoas negras”, conta, ao mencionar também sua websérie sobre empreendedorismo, onde traz mais informações e dicas para quem quer começar a empreender.

Aposta em rotina de cuidado

Após o crescimento como influencer e do avanço da Sr. Biju, Sarah aposta agora em uma nova marca. Descentralizou as operações da empresa de bijuterias, que agora opera com venda e distribuição exclusivas na Amazon, e passou a focar na sua marca de produtos para pele, Skin Quer.

Linha de produção da Skin Quer. Marca aposta em rotina completa de produtos de cuidados para a pele Foto: Valentin Aigner

“Eu percebi que o mercado, mesmo tendo muitos produtos, não focava em uma rotina passo a passo, da limpeza até a hidratação da pele”, conta Sarah, mencionando o foco da empresa para se diferenciar no mercado. “Com um monte de produtos, a gente acreditou fortemente nisso e estamos vendo que está trazendo resultado”, completa.

Ela conta que a Skin Quer, criada em março junto do namorado e sócio Valentin Aigner, levou dois anos para ser estruturada, o que envolveu a escolha do laboratório e a estruturação da plataforma de vendas.

A ideia agora, segundo ela, é pensar na marca no longo prazo, sem associá-la diretamente a sua imagem como influencer. “Daqui a 10 anos, vou fazer de tudo para estar bem e me adaptando. Quero mesmo é crescer”, conta.

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