Festivais de música com nomes como Alok e Martin Garrix agitam economia fora do eixo Rio-SP


Empresários do setor têm mirado cidades do interior e outras capitais para diversificar ofertas e atrair público

Por João Scheller
Atualização:

A expansão dos festivais de música vem ganhando força ao redor do País após a pandemia. Olhando para além de Rio de Janeiro e São Paulo, empresários do ramo passaram a apostar cada vez mais em capitais de outros Estados e cidades do interior para atrair público local.

O movimento ocorre em um momento de setor aquecido. O crescimento registrado em 2022 foi de 11,1%, segundo a Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape), mais do que o triplo do crescimento do PIB para o mesmo período.

Um exemplo é o Tomorrowland Brasil, festival de música eletrônica realizado em Itu (SP). São cerca de 190 mil pessoas que irão acompanhar os três dias de shows - cerca de 17 mil delas acampadas dentro do próprio festival. O impacto econômico esperado é de R$ 750 milhões para todo o Estado, segundo os realizadores. A rede hoteleira da cidade em outubro, quando o festival será realizado, por exemplo, já está 100% ocupada. O evento conta com nomes como Alok, Steve Angello, Steve Aoki e o atual DJ número 1 do mundo, Martin Garrix.

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Já o Coolritiba, realizado anualmente na capital paranaense, movimentou cerca de R$ 20 milhões na cidade em sua última edição, realizada em maio. O festival, que une lineup (lista de atrações) com foco em música brasileira e ênfase na agenda de sustentabilidade, ainda gerou cerca de 2 mil empregos diretos, segundo os realizadores. O festival contou com apresentações de artistas como Gilberto Gil, Alceu Valença, Mano Brown e Marisa Monte.

Show de Alceu Valença na edição 2023 do festival Coolritiba Foto: Coolritiba

Festivais são terreno fértil para patrocinadores

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Além de fornecer a possibilidade de assistir a várias apresentações, os festivais têm apostado cada vez mais na consolidação de suas marcas para atrair o público. Assim, além de vender ingressos, os eventos trazem um aumento do consumo de produtos e serviços, terreno fértil para patrocinadores.

Segundo o idealizador do Coolritiba, Gian Zambon, a ideia do evento é conectar elementos da cidade com a essência do festival. “Curitiba é um dos centros urbanos mais sustentáveis e inovadores do mundo. O nosso festival traz esses mesmos conceitos, com pilares como música, arte, moda e a sustentabilidade. Leva para o público muito mais do que só a música”, afirma.

O festival contou com o patrocínio de marcas como Boticário, Sanepar e Greenpeace, ligados às causas defendidas pelo festival, além da cervejaria Budweiser, que patrocina o Coolritiba desde sua primeira edição.

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“Por conta da economia de escala, os festivais são estratégicos no setor da música” afirma Leandro Valiati, economista e pesquisador da Universidade de Manchester, ao apontar as mudanças nos hábitos de consumo no mercado da música. Ele vê tendência de crescimento do setor e oportunidade de expansão para cidades menores, com impacto econômico relevante.

Rodrigo Mathias, CEO do DC Set Group, responsável pelo Tomorrowland Brasil menciona o espaço que existe para expansão de festivais para além das capitais paulista e fluminense.

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“O festival no interior tem um nível de penetração muito maior do que nas grandes capitais”, afirma, ao mencionar que a edição do festival na Bélgica reúne 600 mil pessoas em uma cidade de 30 mil habitantes. “Ocorre de uma forma muito intensa, tem uma relação muito forte com a comunidade e gera valor”, completa.

A versão brasileira do volta a acontecer em outubro deste ano com o patrocínio da cervejaria Beck’s e organizado por uma nova produtora, após as primeiras edições em 2015 e 2016.

Público durante última edição do festival Tomorrowland Brasil, realizado em Itu em 2016. Evento retorna à cidade este ano com impacto econômico de R$ 750 milhões Foto: Sergio Castro/Estadão
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Para além das atrações, festivais se posicionam como marca

Diferentes players do setor já vinham apostando na tendência de atrair o público não só pelo lineup. É o caso do Meca, que além de ocorrer no Rio e em São Paulo, tem uma de suas maiores edições em Brumadinho, no interior de Minas Gerais. O festival ocorre desde 2016 no museu Inhotim.

“A gente sempre achou muito legal esse comportamento comum na Europa de as pessoas viajarem para ir aos festivais”, afirma Rodrigo Santanna, CEO do Meca. Ele conta que o evento começou com o propósito de ser mais do que apenas um festival de música, trazendo opções culturais e artísticas, como palestras, workshops e feiras de marcas independentes.

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Com esta proposta, o evento consegue lucro relevante para além da venda de ingressos. Santanna, por exemplo, estima que metade do faturamento do MECA se dê por meio de marcas e patrocinadores.

“Alguns festivais se tornam maiores do que os próprios artistas que estão neles”, afirma o pesquisador Leandro Valiati, ao apontar a tendência de que eventos do tipo buscam, cada vez mais a consolidação de suas marcas para avançar no setor.

A expansão dos festivais de música vem ganhando força ao redor do País após a pandemia. Olhando para além de Rio de Janeiro e São Paulo, empresários do ramo passaram a apostar cada vez mais em capitais de outros Estados e cidades do interior para atrair público local.

O movimento ocorre em um momento de setor aquecido. O crescimento registrado em 2022 foi de 11,1%, segundo a Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape), mais do que o triplo do crescimento do PIB para o mesmo período.

Um exemplo é o Tomorrowland Brasil, festival de música eletrônica realizado em Itu (SP). São cerca de 190 mil pessoas que irão acompanhar os três dias de shows - cerca de 17 mil delas acampadas dentro do próprio festival. O impacto econômico esperado é de R$ 750 milhões para todo o Estado, segundo os realizadores. A rede hoteleira da cidade em outubro, quando o festival será realizado, por exemplo, já está 100% ocupada. O evento conta com nomes como Alok, Steve Angello, Steve Aoki e o atual DJ número 1 do mundo, Martin Garrix.

Já o Coolritiba, realizado anualmente na capital paranaense, movimentou cerca de R$ 20 milhões na cidade em sua última edição, realizada em maio. O festival, que une lineup (lista de atrações) com foco em música brasileira e ênfase na agenda de sustentabilidade, ainda gerou cerca de 2 mil empregos diretos, segundo os realizadores. O festival contou com apresentações de artistas como Gilberto Gil, Alceu Valença, Mano Brown e Marisa Monte.

Show de Alceu Valença na edição 2023 do festival Coolritiba Foto: Coolritiba

Festivais são terreno fértil para patrocinadores

Além de fornecer a possibilidade de assistir a várias apresentações, os festivais têm apostado cada vez mais na consolidação de suas marcas para atrair o público. Assim, além de vender ingressos, os eventos trazem um aumento do consumo de produtos e serviços, terreno fértil para patrocinadores.

Segundo o idealizador do Coolritiba, Gian Zambon, a ideia do evento é conectar elementos da cidade com a essência do festival. “Curitiba é um dos centros urbanos mais sustentáveis e inovadores do mundo. O nosso festival traz esses mesmos conceitos, com pilares como música, arte, moda e a sustentabilidade. Leva para o público muito mais do que só a música”, afirma.

O festival contou com o patrocínio de marcas como Boticário, Sanepar e Greenpeace, ligados às causas defendidas pelo festival, além da cervejaria Budweiser, que patrocina o Coolritiba desde sua primeira edição.

“Por conta da economia de escala, os festivais são estratégicos no setor da música” afirma Leandro Valiati, economista e pesquisador da Universidade de Manchester, ao apontar as mudanças nos hábitos de consumo no mercado da música. Ele vê tendência de crescimento do setor e oportunidade de expansão para cidades menores, com impacto econômico relevante.

Rodrigo Mathias, CEO do DC Set Group, responsável pelo Tomorrowland Brasil menciona o espaço que existe para expansão de festivais para além das capitais paulista e fluminense.

“O festival no interior tem um nível de penetração muito maior do que nas grandes capitais”, afirma, ao mencionar que a edição do festival na Bélgica reúne 600 mil pessoas em uma cidade de 30 mil habitantes. “Ocorre de uma forma muito intensa, tem uma relação muito forte com a comunidade e gera valor”, completa.

A versão brasileira do volta a acontecer em outubro deste ano com o patrocínio da cervejaria Beck’s e organizado por uma nova produtora, após as primeiras edições em 2015 e 2016.

Público durante última edição do festival Tomorrowland Brasil, realizado em Itu em 2016. Evento retorna à cidade este ano com impacto econômico de R$ 750 milhões Foto: Sergio Castro/Estadão

Para além das atrações, festivais se posicionam como marca

Diferentes players do setor já vinham apostando na tendência de atrair o público não só pelo lineup. É o caso do Meca, que além de ocorrer no Rio e em São Paulo, tem uma de suas maiores edições em Brumadinho, no interior de Minas Gerais. O festival ocorre desde 2016 no museu Inhotim.

“A gente sempre achou muito legal esse comportamento comum na Europa de as pessoas viajarem para ir aos festivais”, afirma Rodrigo Santanna, CEO do Meca. Ele conta que o evento começou com o propósito de ser mais do que apenas um festival de música, trazendo opções culturais e artísticas, como palestras, workshops e feiras de marcas independentes.

Com esta proposta, o evento consegue lucro relevante para além da venda de ingressos. Santanna, por exemplo, estima que metade do faturamento do MECA se dê por meio de marcas e patrocinadores.

“Alguns festivais se tornam maiores do que os próprios artistas que estão neles”, afirma o pesquisador Leandro Valiati, ao apontar a tendência de que eventos do tipo buscam, cada vez mais a consolidação de suas marcas para avançar no setor.

A expansão dos festivais de música vem ganhando força ao redor do País após a pandemia. Olhando para além de Rio de Janeiro e São Paulo, empresários do ramo passaram a apostar cada vez mais em capitais de outros Estados e cidades do interior para atrair público local.

O movimento ocorre em um momento de setor aquecido. O crescimento registrado em 2022 foi de 11,1%, segundo a Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape), mais do que o triplo do crescimento do PIB para o mesmo período.

Um exemplo é o Tomorrowland Brasil, festival de música eletrônica realizado em Itu (SP). São cerca de 190 mil pessoas que irão acompanhar os três dias de shows - cerca de 17 mil delas acampadas dentro do próprio festival. O impacto econômico esperado é de R$ 750 milhões para todo o Estado, segundo os realizadores. A rede hoteleira da cidade em outubro, quando o festival será realizado, por exemplo, já está 100% ocupada. O evento conta com nomes como Alok, Steve Angello, Steve Aoki e o atual DJ número 1 do mundo, Martin Garrix.

Já o Coolritiba, realizado anualmente na capital paranaense, movimentou cerca de R$ 20 milhões na cidade em sua última edição, realizada em maio. O festival, que une lineup (lista de atrações) com foco em música brasileira e ênfase na agenda de sustentabilidade, ainda gerou cerca de 2 mil empregos diretos, segundo os realizadores. O festival contou com apresentações de artistas como Gilberto Gil, Alceu Valença, Mano Brown e Marisa Monte.

Show de Alceu Valença na edição 2023 do festival Coolritiba Foto: Coolritiba

Festivais são terreno fértil para patrocinadores

Além de fornecer a possibilidade de assistir a várias apresentações, os festivais têm apostado cada vez mais na consolidação de suas marcas para atrair o público. Assim, além de vender ingressos, os eventos trazem um aumento do consumo de produtos e serviços, terreno fértil para patrocinadores.

Segundo o idealizador do Coolritiba, Gian Zambon, a ideia do evento é conectar elementos da cidade com a essência do festival. “Curitiba é um dos centros urbanos mais sustentáveis e inovadores do mundo. O nosso festival traz esses mesmos conceitos, com pilares como música, arte, moda e a sustentabilidade. Leva para o público muito mais do que só a música”, afirma.

O festival contou com o patrocínio de marcas como Boticário, Sanepar e Greenpeace, ligados às causas defendidas pelo festival, além da cervejaria Budweiser, que patrocina o Coolritiba desde sua primeira edição.

“Por conta da economia de escala, os festivais são estratégicos no setor da música” afirma Leandro Valiati, economista e pesquisador da Universidade de Manchester, ao apontar as mudanças nos hábitos de consumo no mercado da música. Ele vê tendência de crescimento do setor e oportunidade de expansão para cidades menores, com impacto econômico relevante.

Rodrigo Mathias, CEO do DC Set Group, responsável pelo Tomorrowland Brasil menciona o espaço que existe para expansão de festivais para além das capitais paulista e fluminense.

“O festival no interior tem um nível de penetração muito maior do que nas grandes capitais”, afirma, ao mencionar que a edição do festival na Bélgica reúne 600 mil pessoas em uma cidade de 30 mil habitantes. “Ocorre de uma forma muito intensa, tem uma relação muito forte com a comunidade e gera valor”, completa.

A versão brasileira do volta a acontecer em outubro deste ano com o patrocínio da cervejaria Beck’s e organizado por uma nova produtora, após as primeiras edições em 2015 e 2016.

Público durante última edição do festival Tomorrowland Brasil, realizado em Itu em 2016. Evento retorna à cidade este ano com impacto econômico de R$ 750 milhões Foto: Sergio Castro/Estadão

Para além das atrações, festivais se posicionam como marca

Diferentes players do setor já vinham apostando na tendência de atrair o público não só pelo lineup. É o caso do Meca, que além de ocorrer no Rio e em São Paulo, tem uma de suas maiores edições em Brumadinho, no interior de Minas Gerais. O festival ocorre desde 2016 no museu Inhotim.

“A gente sempre achou muito legal esse comportamento comum na Europa de as pessoas viajarem para ir aos festivais”, afirma Rodrigo Santanna, CEO do Meca. Ele conta que o evento começou com o propósito de ser mais do que apenas um festival de música, trazendo opções culturais e artísticas, como palestras, workshops e feiras de marcas independentes.

Com esta proposta, o evento consegue lucro relevante para além da venda de ingressos. Santanna, por exemplo, estima que metade do faturamento do MECA se dê por meio de marcas e patrocinadores.

“Alguns festivais se tornam maiores do que os próprios artistas que estão neles”, afirma o pesquisador Leandro Valiati, ao apontar a tendência de que eventos do tipo buscam, cada vez mais a consolidação de suas marcas para avançar no setor.

A expansão dos festivais de música vem ganhando força ao redor do País após a pandemia. Olhando para além de Rio de Janeiro e São Paulo, empresários do ramo passaram a apostar cada vez mais em capitais de outros Estados e cidades do interior para atrair público local.

O movimento ocorre em um momento de setor aquecido. O crescimento registrado em 2022 foi de 11,1%, segundo a Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape), mais do que o triplo do crescimento do PIB para o mesmo período.

Um exemplo é o Tomorrowland Brasil, festival de música eletrônica realizado em Itu (SP). São cerca de 190 mil pessoas que irão acompanhar os três dias de shows - cerca de 17 mil delas acampadas dentro do próprio festival. O impacto econômico esperado é de R$ 750 milhões para todo o Estado, segundo os realizadores. A rede hoteleira da cidade em outubro, quando o festival será realizado, por exemplo, já está 100% ocupada. O evento conta com nomes como Alok, Steve Angello, Steve Aoki e o atual DJ número 1 do mundo, Martin Garrix.

Já o Coolritiba, realizado anualmente na capital paranaense, movimentou cerca de R$ 20 milhões na cidade em sua última edição, realizada em maio. O festival, que une lineup (lista de atrações) com foco em música brasileira e ênfase na agenda de sustentabilidade, ainda gerou cerca de 2 mil empregos diretos, segundo os realizadores. O festival contou com apresentações de artistas como Gilberto Gil, Alceu Valença, Mano Brown e Marisa Monte.

Show de Alceu Valença na edição 2023 do festival Coolritiba Foto: Coolritiba

Festivais são terreno fértil para patrocinadores

Além de fornecer a possibilidade de assistir a várias apresentações, os festivais têm apostado cada vez mais na consolidação de suas marcas para atrair o público. Assim, além de vender ingressos, os eventos trazem um aumento do consumo de produtos e serviços, terreno fértil para patrocinadores.

Segundo o idealizador do Coolritiba, Gian Zambon, a ideia do evento é conectar elementos da cidade com a essência do festival. “Curitiba é um dos centros urbanos mais sustentáveis e inovadores do mundo. O nosso festival traz esses mesmos conceitos, com pilares como música, arte, moda e a sustentabilidade. Leva para o público muito mais do que só a música”, afirma.

O festival contou com o patrocínio de marcas como Boticário, Sanepar e Greenpeace, ligados às causas defendidas pelo festival, além da cervejaria Budweiser, que patrocina o Coolritiba desde sua primeira edição.

“Por conta da economia de escala, os festivais são estratégicos no setor da música” afirma Leandro Valiati, economista e pesquisador da Universidade de Manchester, ao apontar as mudanças nos hábitos de consumo no mercado da música. Ele vê tendência de crescimento do setor e oportunidade de expansão para cidades menores, com impacto econômico relevante.

Rodrigo Mathias, CEO do DC Set Group, responsável pelo Tomorrowland Brasil menciona o espaço que existe para expansão de festivais para além das capitais paulista e fluminense.

“O festival no interior tem um nível de penetração muito maior do que nas grandes capitais”, afirma, ao mencionar que a edição do festival na Bélgica reúne 600 mil pessoas em uma cidade de 30 mil habitantes. “Ocorre de uma forma muito intensa, tem uma relação muito forte com a comunidade e gera valor”, completa.

A versão brasileira do volta a acontecer em outubro deste ano com o patrocínio da cervejaria Beck’s e organizado por uma nova produtora, após as primeiras edições em 2015 e 2016.

Público durante última edição do festival Tomorrowland Brasil, realizado em Itu em 2016. Evento retorna à cidade este ano com impacto econômico de R$ 750 milhões Foto: Sergio Castro/Estadão

Para além das atrações, festivais se posicionam como marca

Diferentes players do setor já vinham apostando na tendência de atrair o público não só pelo lineup. É o caso do Meca, que além de ocorrer no Rio e em São Paulo, tem uma de suas maiores edições em Brumadinho, no interior de Minas Gerais. O festival ocorre desde 2016 no museu Inhotim.

“A gente sempre achou muito legal esse comportamento comum na Europa de as pessoas viajarem para ir aos festivais”, afirma Rodrigo Santanna, CEO do Meca. Ele conta que o evento começou com o propósito de ser mais do que apenas um festival de música, trazendo opções culturais e artísticas, como palestras, workshops e feiras de marcas independentes.

Com esta proposta, o evento consegue lucro relevante para além da venda de ingressos. Santanna, por exemplo, estima que metade do faturamento do MECA se dê por meio de marcas e patrocinadores.

“Alguns festivais se tornam maiores do que os próprios artistas que estão neles”, afirma o pesquisador Leandro Valiati, ao apontar a tendência de que eventos do tipo buscam, cada vez mais a consolidação de suas marcas para avançar no setor.

A expansão dos festivais de música vem ganhando força ao redor do País após a pandemia. Olhando para além de Rio de Janeiro e São Paulo, empresários do ramo passaram a apostar cada vez mais em capitais de outros Estados e cidades do interior para atrair público local.

O movimento ocorre em um momento de setor aquecido. O crescimento registrado em 2022 foi de 11,1%, segundo a Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape), mais do que o triplo do crescimento do PIB para o mesmo período.

Um exemplo é o Tomorrowland Brasil, festival de música eletrônica realizado em Itu (SP). São cerca de 190 mil pessoas que irão acompanhar os três dias de shows - cerca de 17 mil delas acampadas dentro do próprio festival. O impacto econômico esperado é de R$ 750 milhões para todo o Estado, segundo os realizadores. A rede hoteleira da cidade em outubro, quando o festival será realizado, por exemplo, já está 100% ocupada. O evento conta com nomes como Alok, Steve Angello, Steve Aoki e o atual DJ número 1 do mundo, Martin Garrix.

Já o Coolritiba, realizado anualmente na capital paranaense, movimentou cerca de R$ 20 milhões na cidade em sua última edição, realizada em maio. O festival, que une lineup (lista de atrações) com foco em música brasileira e ênfase na agenda de sustentabilidade, ainda gerou cerca de 2 mil empregos diretos, segundo os realizadores. O festival contou com apresentações de artistas como Gilberto Gil, Alceu Valença, Mano Brown e Marisa Monte.

Show de Alceu Valença na edição 2023 do festival Coolritiba Foto: Coolritiba

Festivais são terreno fértil para patrocinadores

Além de fornecer a possibilidade de assistir a várias apresentações, os festivais têm apostado cada vez mais na consolidação de suas marcas para atrair o público. Assim, além de vender ingressos, os eventos trazem um aumento do consumo de produtos e serviços, terreno fértil para patrocinadores.

Segundo o idealizador do Coolritiba, Gian Zambon, a ideia do evento é conectar elementos da cidade com a essência do festival. “Curitiba é um dos centros urbanos mais sustentáveis e inovadores do mundo. O nosso festival traz esses mesmos conceitos, com pilares como música, arte, moda e a sustentabilidade. Leva para o público muito mais do que só a música”, afirma.

O festival contou com o patrocínio de marcas como Boticário, Sanepar e Greenpeace, ligados às causas defendidas pelo festival, além da cervejaria Budweiser, que patrocina o Coolritiba desde sua primeira edição.

“Por conta da economia de escala, os festivais são estratégicos no setor da música” afirma Leandro Valiati, economista e pesquisador da Universidade de Manchester, ao apontar as mudanças nos hábitos de consumo no mercado da música. Ele vê tendência de crescimento do setor e oportunidade de expansão para cidades menores, com impacto econômico relevante.

Rodrigo Mathias, CEO do DC Set Group, responsável pelo Tomorrowland Brasil menciona o espaço que existe para expansão de festivais para além das capitais paulista e fluminense.

“O festival no interior tem um nível de penetração muito maior do que nas grandes capitais”, afirma, ao mencionar que a edição do festival na Bélgica reúne 600 mil pessoas em uma cidade de 30 mil habitantes. “Ocorre de uma forma muito intensa, tem uma relação muito forte com a comunidade e gera valor”, completa.

A versão brasileira do volta a acontecer em outubro deste ano com o patrocínio da cervejaria Beck’s e organizado por uma nova produtora, após as primeiras edições em 2015 e 2016.

Público durante última edição do festival Tomorrowland Brasil, realizado em Itu em 2016. Evento retorna à cidade este ano com impacto econômico de R$ 750 milhões Foto: Sergio Castro/Estadão

Para além das atrações, festivais se posicionam como marca

Diferentes players do setor já vinham apostando na tendência de atrair o público não só pelo lineup. É o caso do Meca, que além de ocorrer no Rio e em São Paulo, tem uma de suas maiores edições em Brumadinho, no interior de Minas Gerais. O festival ocorre desde 2016 no museu Inhotim.

“A gente sempre achou muito legal esse comportamento comum na Europa de as pessoas viajarem para ir aos festivais”, afirma Rodrigo Santanna, CEO do Meca. Ele conta que o evento começou com o propósito de ser mais do que apenas um festival de música, trazendo opções culturais e artísticas, como palestras, workshops e feiras de marcas independentes.

Com esta proposta, o evento consegue lucro relevante para além da venda de ingressos. Santanna, por exemplo, estima que metade do faturamento do MECA se dê por meio de marcas e patrocinadores.

“Alguns festivais se tornam maiores do que os próprios artistas que estão neles”, afirma o pesquisador Leandro Valiati, ao apontar a tendência de que eventos do tipo buscam, cada vez mais a consolidação de suas marcas para avançar no setor.

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