A sua empresa vai indo bem e você quer abrir franquias para crescer? Ampliar o negócio por meio de franchising pode fazer com que os custos desse aumento de capilaridade sejam diluídos com os franqueados.
Claro que tudo vai depender do que for fechado em contrato entre as partes, mas, de maneira resumida, valores como taxa de franquia e custos com o ponto físico são cobrados diretamente do comprador.
Ou seja, o ato de levar a marca até o local em que o franqueado está sediado acaba sendo, em boa parte, pago pelo próprio franqueado em questão. Além disso, não deixa de ser uma forma de captação de recursos.
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Lucro tem de ser bom para atrair franqueados
Antes de abrir franquias, é preciso é avaliar bem o quanto existe de retorno líquido, o lucro. Caso a operação se pague, mas não sobre muito dinheiro para os bolsos dos sócios, é provável que ela não seja tão atrativa para atrair franqueados.
Segundo o vice-presidente da 300 Educação, uma das verticais do Grupo 300, Vinicius Barreto, não existe um número mágico ou uma regra específica. Porém, é preciso haver uma boa margem, para poder ter espaço para franquear. Caso contrário, não fica viável.
É preciso haver dedicação ao novo negócio
Barreto também diz que, ao se tornar franquia, a marca passa a integrar um novo modelo de negócio. Isso porque, enquanto todas as operações eram próprias, a preocupação ficava por conta do funcionamento da estrutura no dia a dia. Porém, ao abrir uma franqueadora, a dinâmica muda completamente. Tanto que uma prática comum no mercado é contratar consultorias para que possam modelar o franchising dentro da empresa.
“Eu posso ensinar uma outra pessoa a ter esse mesmo negócio em outra região? O dono da marca consegue dedicar tempo à franqueadora? Vai precisar atender muita gente”, explica. “Ser franqueador é servir pessoas, atender franqueados sobre questões da marca e, eventualmente, conversar sobre a vida”, complementa.
Negócio precisa ter maturação
Para poder mitigar as chances de erros dos franqueados, Barreto também comenta que o empreendimento precisa ser maduro, ou seja, ter tido um tempo de estruturação básica e chegado ao ponto em que a operação consegue rodar co menos dificuldades que antes.
“O quanto que esse empresário já errou no passado para que possa ajudar seus franqueados a não cometerem os mesmos erros? Então, antes de realmente vender lojas, precisa passar por essa reflexão”, fala Barreto.
Conheça seu momento de vida
De acordo com o especialista, uma pessoa que quer apenas abrir uma loja para que possa viver de renda passiva, por exemplo, dificilmente vai conseguir se adaptar à rotina de uma franqueadora.
Para Barreto, o trabalho vai aumentar muito depois que as franquias forem negociadas, já que haverá uma necessidade alta de treinamentos, ensino de práticas de gestão, assistência em relação a produtos, entre muitos outros pontos.
“Se você quer ir para uma chácara e esticar o pé na mesa enquanto seu negócio se toca sozinho, esqueça franquias”, diz.
Saiba se o negócio é replicável
Por fim, é importante saber se o negócio é replicável. Ou seja, é possível ensinar as práticas da marca para terceiros e, com isso atingir bons resultados em diferentes mercados?
Um empreendimento do Sudeste não necessariamente vai funcionar bem no Nordeste - e vice-versa. Talvez seja possível fazer com que dê bons frutos em lugares diferentes, mas com algumas adaptações, por exemplo.
É possível viver apenas de franquias?
Uma prática no mercado de franquias, explica Barreto, é começar com unidades próprias, para que haja um tempo de maturação do negócio: iniciar o processo de franquias e, com o tempo, optar por manter apenas as lojas vendidas para franqueados, diminuindo ou até zerando unidades que pertençam à marca.
“Não existe uma regra em relação a isso, mas boa parte das grandes franqueadoras costuma ter menos operações próprias. Mas isso é estratégico. Vai depender muito do intuito da marca. Acontecem casos opostos: de a empresa comprar franquias que vendeu anteriormente para se tornar dona daquela unidade. Isso vai variar de acordo com o que a marca quer.”