Um ponto importante para quem vai abrir um negócio é definir onde será instalado.
De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Franchising (ABF), mais da metade das operações no setor de franquias no Brasil está localizadas nas ruas do País: 54,2%. Os shoppings representam uma fatia de 19,8%.
Os outros 26% são compostos por galerias e supermercados (4%), home based (7,8%), virtual (1,9%), terminais de transporte (0,5%), strip mall (0,2%) - também chamados de shoppings de vizinhança, normalmente em estruturas horizontais, semelhantes a centros de conveniência - e a categoria outros (11,7%), que não é especificada pela entidade.
Por que a maioria das franquias está nas ruas?
De acordo com especialistas, naturalmente o fato de a oferta de pontos ser maior fora de shoppings influencia muito. Porém, não é o único motivo.
O grande ponto que é ressaltado por unanimidade por consultores, Sebrae-SP e ABF é avaliar se o modelo de negócio se encaixa dentro de um shopping. Não é toda marca ou toda loja que consegue ser lucrativa dentro de um empreendimento desse tamanho.
O que levar em conta para abrir negócio num shopping:
- É vantajoso abrir as portas praticamente 365 dias do ano?
- As vendas justificam os custos mais altos?
- A loja terá estrutura para manter produtos e pessoal?
Tudo isso já leva muitas unidades para as ruas, de acordo com especialistas.
Mesmo nos casos em que o shopping pode valer a pena, alguns fatores podem tirar as lojas do local, e o principal motivo é o custo, conforme explica o consultor de negócios do Sebrae-SP Artur Shoiti Takesawa.
Confira cobertura completa de PME
A rua também tem aluguel, assim como o shopping. Seja para o proprietário do local, seja para a própria franqueadora, que pode alugar e sublocar o espaço para o franqueado ou até mesmo comprar o terreno.
Porém, nos shoppings, além do custo com o aluguel, que tende a ser mais alto, existem outras taxas como condomínio, marketing e eventuais rateios de eventos.
Por exemplo, aqueles carros sorteados para clientes em compras acima de determinado valor costumam ser pagos pelos lojistas.
Além disso, costuma existir multa se o estabelecimento não for aberto e fechado nos horários destinados para isso. “Tem que ver primeiro se a loja aguenta e precisa ficar aberta esse tempo todo. Porque, se não for o caso, não vale a pena”, explica Takesawa.
Qual a vantagem do shopping?
Público. Ter as pessoas passando em frente à loja é algo muito mais difícil de se conseguir na rua - ainda mais o público certo.
E existe também a questão da própria segurança, já que na rua as lojas ficam mais expostas.
Qual a vantagem da rua?
Além dos custos mais baixos, uma facilidade maior de moldar as lojas como a marca bem entender, sem layouts e normas técnicas tão padronizadas para seguir.
“Uma loja bem localizada na rua também funciona muito bem, assim como em shoppings”, diz o diretor de expansão da ABF, Eduardo Santinoni.
Qual a principal desvantagem da rua?
O que vai ficar mais difícil nas ruas é justamente a atração de público. O vice-presidente de consultoria da 300 Ecossistema de Alto Impacto, Lucien Newton, explica que o trabalho de geomarketing, para definição de pontos físicos é essencial, para que se consiga aproveitar da melhor maneira possível as oportunidades de vendas.
Além disso, o investimento no marketing, para divulgação de produtos e da própria loja, deverá ser um pouco mais presente e eficiente.
A loja na rua é um empreendimento solitário. Ou seja, a divulgação não tem a estrutura do shopping para ajudar. “Tem maior flexibilidade em quase tudo, aluguel, custos fixos e layout. Só que o horário de funcionamento será reduzido, por exemplo”, comenta.
Por fim, o diretor de novos negócios da rede de franquias 10 Pastéis, Lucas Nagano, resume a situação: “Se o foco está em um investimento inicial mais baixo e em maior controle de custos, o modelo de rua pode ser mais adequado. Porém, se o objetivo é aproveitar o fluxo de clientes e potencializar a lucratividade, o modelo de shopping pode oferecer retornos mais expressivos, mesmo com o investimento mais alto.”
6 opções de franquias para investir
Confira, a seguir, opções de marcas que possuem unidades em ruas, shoppings, e, em alguns casos, ambas as modalidades. As franquias estão organizadas das mais baratas para as mais caras. Vale lembrar que as opções que figuram nesta lista são oferecidas pelo mercado e não representam nenhum tipo de recomendação por parte da reportagem.
1) Sua Hora Unha
Loja de Rua
- Investimento inicial a partir de R$ 155,1 mil
- Faturamento mensal: R$ 35 mil
- Lucro mensal: em torno de 25%
- Prazo de retorno: cerca de 20 meses
- Royalties: R$ 2,3 mil
- Prazo de contrato: 5 anos
Loja de Shopping
- Investimento inicial: a partir de R$ 159,6 mil
- Faturamento mensal: R$ 60 mil
- Lucro mensal: em torno dos 25%
- Prazo de retorno: cerca de 22 meses
- Royalties: R$ 2,3 mil
- Prazo de contrato: 5 anos
2) 10 Pastéis
Modelo Loja de Rua
- Investimento inicial: a partir de R$ 200 mil
- Faturamento médio mensal: R$ 50 mil
- Lucro anual: de 15% a 20% - R$ 67 mil
- Prazo de retorno: 36 meses
- Taxa de publicidade: 2%
- Royalties: 5%
- Tempo de contrato: 5 anos
Modelo Loja de shopping
- Investimento inicial: a partir de R$ 300 mil
- Taxa de Publicidade: 2%
- Faturamento médio mensal: R$ 100 mil
- Lucro mensal : de 10% a 15%
- Royalties: 5%
- Prazo de retorno: 36 meses
- Tempo de contrato: 5 anos
3) PróRir
Clínicas odontológicas que só atendem na rua.
- Investimento inicial: R$ 300 mil (incluso taxa de franquia e instalação)
- Faturamento mensal estimado: R$ 150 mil
- Lucro mensal: 25%
- Royalties: 5% do faturamento bruto
- Prazo de retorno: 18 a 24 meses
- Prazo de contrato: 5 anos
4) Homenz
Rede de clínicas especializada em saúde e estética masculina, apenas para ruas.
Premium
- Investimento inicial estimado: R$ 344 mil
- Faturamento médio mensal: R$ 100 mil
- Lucro médio mensal: R$ 20 mil
- Prazo de retorno: 24 meses
- Prazo de contrato: 60 meses
- Royalties/mês: 6% do faturamento mensal ou R$ 4,2 mil
Full
- Investimento inicial estimado: R$ 504 mil
- Faturamento médio mensal: R$ 140 mil
- Lucro médio mensal: R$ 47 mil
- Prazo de retorno: 24 meses
- Prazo de contrato: 60 meses
- Royalties/mês: 6% do faturamento mensal ou R$ 4,2 mil
5) Cuor di Crema
Gelateria italiana, para shoppings e ruas.
- Investimento inicial: R$ 475 mil (estrutura, maquinário, utensílios e taxa de franquia)
- Faturamento médio mensal: R$ 80 mil
- Lucro mensal: 15%
- Royalties: 5%
- Prazo de retorno: de 22 a 38 meses
- Prazo do contrato: 5 anos
6) Boulangerie Carioca
Marca inspirada em restaurantes e cafés franceses, serve também opções de brunch, sopas e pratos rápidos, para shoppings e ruas.
- Investimento inicial: R$ 490 mil
- Faturamento médio mensal: R$ 130 mil
- Lucro mensal: 15%
- Royalties: 5%
- Prazo de retorno: de 18 e 36 meses
- Prazo do contrato: 5 anos