Tito Bessa Jr. e Anderson Birman, fundadores da TNG e da Arezzo, respectivamente, vivem momentos distintos. Enquanto Birman vai acostumando-se com a rotina de presidente do conselho da companhia que criou – em 2013 ele entregou o comando da Arezzo para o filho Alexandre –, Bessa estrutura uma estratégia para turbinar o crescimento da marca paulista, que hoje conta com pouco menos de 180 lojas, mas segundo o empresário, tem espaço para alcançar ao menos 450 unidades pelo País.
::: Estadão PME nas redes sociais ::: :: Twitter :: :: Facebook :: :: Google + ::
Contudo, suprimindo as conjunturas de momento, os dois compartilham de histórias bastante similares, basicamente por administrarem marcas já amadurecidas pelo tempo e com histórico de atuação acostumado ao sucesso.
Com 42 anos de vida, foi nos anos 1990 que a Arezzo fez sua primeira grande virada. A marca deixou de ser uma fabricante de sapatos para se transformar na maior rede varejista de calçados femininos da América Latina. Em 2007, Birman vendeu 25% do seu capital a um fundo de investimentos e, quatro anos depois, a empresa estreou na Bolsa de Valores, onde segue atualmente como um dos papéis mais bem avaliados do mercado em seu segmento.
Em março de 2013, Anderson Birman passou o comando para o filho Alexandre, de 37 anos, e começou a se concentrar apenas na presidência do conselho da companhia. "Eu considero que um bom ingrediente no sucesso de nossa empresa talvez tenha sido as mudanças constantes e realizadas no momento certo", diz ele.
Já Tito Bessa vive às turras com desafios de outra ordem. Sua marca, a TNG, ainda define as bases para uma expansão que pretende mais que duplicar seu número de unidades pelo Brasil. Com 178 lojas e produtos em 800 pontos de venda, Bessa vê oportunidades para 450 unidades e presença em até 1,5 mil pontos de venda multimarcas. Para tanto, a estruturação de um projeto de franquias faz parte dos planos do empresário, que em 2015 deve começar a se movimentar nesse sentido.
"Tenho inaugurado de oito a dez lojas por ano. Com o trabalho de consultoria, estamos repensando se vamos continuar dessa forma ou se vamos aumentar essa agressividade", diz o empresário, que hoje tem todas as lojas próprias. "Enxergo as franquias como uma força muito grande", conta ele, que costuma brincar que começou a TNG a partir de uma briga.
Na ocasião, Tito Bessa Jr. tinha acabado de montar uma assistência técnica dentro do antigo Shopping Matarazzo, onde hoje funciona o Shopping Bourbon, quando a administradora iniciou a expansão do espaço e ergueu uma parede na frente da loja.
"Todo mundo que saía do estacionamento não me via mais. Fui me informar sobre a parede e começou a briga: muda, não muda. Como tinha sobrado uma loja para vender na expansão, a condição era eu comprá-la e me mudariam de lugar", lembra o empresário, que primeiro começou vendendo bolsas, depois moda masculina e, por fim, peças femininas. "Sempre sonho alto", diz.