Como advogado transformou a ajuda aos amigos com multas de trânsito em um negócio milionário


Help Multas, fundada em União da Vitória (PR), ajuda motoristas a recorrer de multas de trânsito

Por João Scheller
Atualização:

O advogado Roberson Alvarenga, de 35 anos, transformou o hobby de ajudar os amigos com multas de trânsito em um negócio milionário, a rede de franquias Help Multas. A empresa ajuda motoristas a recorrer de multas de trânsito, usando o descumprimento de regras dos órgãos de fiscalização e outras brechas deixadas na lei para questionar as cobranças.

O que começou como uma pequena empresa na cidade de União da Vitória, no interior do Paraná, se tornou uma rede de franquias com 55 unidades ativas em todas as regiões do País, em especial no Sul e Sudeste. Em São Paulo, a empresa conta com unidades em Campinas e Santo André.

O faturamento em 2023 foi de R$ 15,2 milhões, um crescimento de mais de 50% em comparação com 2022, quando a receita da empresa foi de R$ 10 milhões.

continua após a publicidade

“Eu era como qualquer outra pessoa, não tinha uma base grande de conhecimento, mas queria empreender”, afirma Alvarenga. Segundo ele, a assistência começou ainda na época de faculdade, quando estudava direito e ajudava amigos e colegas de maneira informal. “Não tinha pretensão nenhuma de que isso pudesse se tornar um negócio”, relembra ele.

Franquia Help Multas ajuda motoristas a recorrer de multas de trânsito Foto: Help Multas/Divulgação

Para pagar a faculdade, começou carreira como policial militar

continua após a publicidade

Alvarenga teve que trabalhar desde os 12 anos para ajudar nas contas da casa. Trabalhou por vários anos na empresa dos tios, que produzia material para pesca, mas sempre teve vontade de continuar os estudos. Entrou na faculdade de direito ao mesmo tempo em que se alistou para servir no Exército. A ideia era usar o soldo para financiar os estudos.

Depois de servir como militar, prestou concurso para ser soldado da Polícia Militar do Paraná e se manteve na corporação com o mesmo objetivo de pagar a faculdade. “Eu não sonhava em ser policial, era uma necessidade financeira. Eu era um sucesso para a família por ser concursado”, diz Alvarenga. “Mas não era um trabalho de que eu gostava, era meio inconformado nesse sentido”, completa.

Foi com os conhecimentos que adquiriu na faculdade de direito que começou a ajudar amigos a recorrer de multas de trânsito. Depois de perceber o sucesso nos pedidos, a ajuda se tornou cada vez mais frequente. “Eu precisava do dinheiro, então encarava como uma grana extra”, relembra o empresário.

continua após a publicidade

Ele nega, porém, qualquer tipo de conflito de interesse pelo fato de ser policial e ajudar os amigos a recorrer de multas. Alvarenga diz que não atendia pessoas que haviam recebido multas aplicadas por ele próprio e afirma que a aplicação da multa é de responsabilidade do órgão fiscalizador, cabendo ao policial a mera identificação da infração.

Empresa já começou com a ambição de ser franquia

Com a ajuda aos amigos se tornando cada vez mais frequente, Alvarenga passou a pensar na atividade como uma possibilidade de negócio. Ele se juntou a dois empresários da cidade para abrir a primeira unidade da então Help Recursos em 2016.

continua após a publicidade

Alvarenga já havia ouvido falar sobre o modelo de franquias e buscou se informar mais sobre o tema, já que acreditava que poderia ser uma forma rápida de expandir as operações para além da pequena cidade onde morava. Com o fim da sociedade com os outros empresários, Alvarenga buscou se informar sobre como franquear o modelo de negócio que havia criado.

“Tenho dois anos para fazer esse negócio dar certo”, pensou ao se licenciar da PM e passar a focar exclusivamente na própria empresa (depois ele saiu definitivamente da polícia). Foi nessa mesma época que a também advogada Jucelaine Alvarenga, atualmente esposa do empresário, se tornou sócia na Help Recursos.

continua após a publicidade

Negócio analisa descumprimento de regras de órgãos reguladores

O modelo de negócio da Help Multas se baseia em apontar o descumprimento de regras por parte dos órgãos reguladores e utilizar isso para recorrer de multas de trânsito, segundo o empresário. “Quando o órgão não faz o que é previsto em lei, ele deixa uma brecha na legislação”, afirma Alvarenga.

Ele menciona pontos como notificar dentro do período previsto, e duas vezes, o motorista antes da aplicação final da penalidade. Além disso, o órgão fiscalizador deve cumprir determinadas regras de sinalização na pista para poder multar o motorista.

continua após a publicidade

“Enquanto dura esse processo, o motorista pode continuar dirigindo”, aponta o empresário. “A maioria das pessoas nos procura porque tem medo de ficar sem a habilitação, talvez até perder o emprego por conta disso”, diz, mencionando que o principal fator raramente é financeiro, já que os custos de tocar o processo com a ajuda da empresa, muitas vezes, se assemelham ao valor da infração em si.

Segundo ele, a taxa de sucesso da Help Multas é de cerca de 60%. “A gente democratiza o direito de trânsito para essas pessoas. Não estou aqui para julgar a multa, e sim para proteger o direito dessa pessoa de se defender”, afirma Alvarenga.

Como mostrou o Estadão, o aumento de multas de trânsito levou ao crescimento de um mercado de empresas que ajudam os motoristas a recorrer das cobranças.

As empresas exercem a atividade legalmente, mas o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de São Paulo disse à época que é preciso avaliar o serviço para evitar golpes e falsas promessas. Também informou que não há vantagens em apresentar um recurso por meio de uma empresa ou diretamente pelo cidadão.

Empresa busca expandir gama de serviços

Atualmente a Help Multas busca também expandir os serviços prestados, oferecendo outros produtos para os motoristas, como ajuda na burocracia de documentos de trânsito, reciclagem de CNH e contratos de seguro.

Para o professor de estratégia do Insper David Kallás, o movimento é acertado, já que a diversificação dos produtos e serviços oferecidos é importante para qualquer negócio. “Se há alguma mudança ambiental ou no comportamento dos consumidores, o produto dessa empresa pode se tornar obsoleto”, analisa.

Segundo Kallás, é essencial, porém, identificar o momento de expandir os serviços prestados, já que o movimento de diversificação no início da operação, pode tirar o foco do empreendedor. “No caso da empresa citada, faz sentido o movimento, por ser o mesmo tipo de cliente.”

A Help Multas já tem mais 16 unidades em fase de implementação e projeta chegar a um faturamento de R$ 22,5 milhões neste ano.

A empresa é filiada desde 2018 à ABF (Associação Brasileira de Franchising) e não tem queixas cadastradas no portal Reclame Aqui.

Quanta custa uma franquia da Help Multas?

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 92,9 mil
  • Faturamento médio mensal: R$ 40 mil
  • Lucro médio mensal: 30% a 35%
  • Prazo de retorno estimado: 6 a 12 meses
  • Prazo de contrato: 5 anos
  • Royalties/mês: R$ 1.500,00

O investimento inicial inclui taxa de franquia, comunicação visual, mobiliário, equipamento de informática e capital de giro. Além disso, a empresa informa que nos primeiros três meses a cobrança de royalties é isenta.

O advogado Roberson Alvarenga, de 35 anos, transformou o hobby de ajudar os amigos com multas de trânsito em um negócio milionário, a rede de franquias Help Multas. A empresa ajuda motoristas a recorrer de multas de trânsito, usando o descumprimento de regras dos órgãos de fiscalização e outras brechas deixadas na lei para questionar as cobranças.

O que começou como uma pequena empresa na cidade de União da Vitória, no interior do Paraná, se tornou uma rede de franquias com 55 unidades ativas em todas as regiões do País, em especial no Sul e Sudeste. Em São Paulo, a empresa conta com unidades em Campinas e Santo André.

O faturamento em 2023 foi de R$ 15,2 milhões, um crescimento de mais de 50% em comparação com 2022, quando a receita da empresa foi de R$ 10 milhões.

“Eu era como qualquer outra pessoa, não tinha uma base grande de conhecimento, mas queria empreender”, afirma Alvarenga. Segundo ele, a assistência começou ainda na época de faculdade, quando estudava direito e ajudava amigos e colegas de maneira informal. “Não tinha pretensão nenhuma de que isso pudesse se tornar um negócio”, relembra ele.

Franquia Help Multas ajuda motoristas a recorrer de multas de trânsito Foto: Help Multas/Divulgação

Para pagar a faculdade, começou carreira como policial militar

Alvarenga teve que trabalhar desde os 12 anos para ajudar nas contas da casa. Trabalhou por vários anos na empresa dos tios, que produzia material para pesca, mas sempre teve vontade de continuar os estudos. Entrou na faculdade de direito ao mesmo tempo em que se alistou para servir no Exército. A ideia era usar o soldo para financiar os estudos.

Depois de servir como militar, prestou concurso para ser soldado da Polícia Militar do Paraná e se manteve na corporação com o mesmo objetivo de pagar a faculdade. “Eu não sonhava em ser policial, era uma necessidade financeira. Eu era um sucesso para a família por ser concursado”, diz Alvarenga. “Mas não era um trabalho de que eu gostava, era meio inconformado nesse sentido”, completa.

Foi com os conhecimentos que adquiriu na faculdade de direito que começou a ajudar amigos a recorrer de multas de trânsito. Depois de perceber o sucesso nos pedidos, a ajuda se tornou cada vez mais frequente. “Eu precisava do dinheiro, então encarava como uma grana extra”, relembra o empresário.

Ele nega, porém, qualquer tipo de conflito de interesse pelo fato de ser policial e ajudar os amigos a recorrer de multas. Alvarenga diz que não atendia pessoas que haviam recebido multas aplicadas por ele próprio e afirma que a aplicação da multa é de responsabilidade do órgão fiscalizador, cabendo ao policial a mera identificação da infração.

Empresa já começou com a ambição de ser franquia

Com a ajuda aos amigos se tornando cada vez mais frequente, Alvarenga passou a pensar na atividade como uma possibilidade de negócio. Ele se juntou a dois empresários da cidade para abrir a primeira unidade da então Help Recursos em 2016.

Alvarenga já havia ouvido falar sobre o modelo de franquias e buscou se informar mais sobre o tema, já que acreditava que poderia ser uma forma rápida de expandir as operações para além da pequena cidade onde morava. Com o fim da sociedade com os outros empresários, Alvarenga buscou se informar sobre como franquear o modelo de negócio que havia criado.

“Tenho dois anos para fazer esse negócio dar certo”, pensou ao se licenciar da PM e passar a focar exclusivamente na própria empresa (depois ele saiu definitivamente da polícia). Foi nessa mesma época que a também advogada Jucelaine Alvarenga, atualmente esposa do empresário, se tornou sócia na Help Recursos.

Negócio analisa descumprimento de regras de órgãos reguladores

O modelo de negócio da Help Multas se baseia em apontar o descumprimento de regras por parte dos órgãos reguladores e utilizar isso para recorrer de multas de trânsito, segundo o empresário. “Quando o órgão não faz o que é previsto em lei, ele deixa uma brecha na legislação”, afirma Alvarenga.

Ele menciona pontos como notificar dentro do período previsto, e duas vezes, o motorista antes da aplicação final da penalidade. Além disso, o órgão fiscalizador deve cumprir determinadas regras de sinalização na pista para poder multar o motorista.

“Enquanto dura esse processo, o motorista pode continuar dirigindo”, aponta o empresário. “A maioria das pessoas nos procura porque tem medo de ficar sem a habilitação, talvez até perder o emprego por conta disso”, diz, mencionando que o principal fator raramente é financeiro, já que os custos de tocar o processo com a ajuda da empresa, muitas vezes, se assemelham ao valor da infração em si.

Segundo ele, a taxa de sucesso da Help Multas é de cerca de 60%. “A gente democratiza o direito de trânsito para essas pessoas. Não estou aqui para julgar a multa, e sim para proteger o direito dessa pessoa de se defender”, afirma Alvarenga.

Como mostrou o Estadão, o aumento de multas de trânsito levou ao crescimento de um mercado de empresas que ajudam os motoristas a recorrer das cobranças.

As empresas exercem a atividade legalmente, mas o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de São Paulo disse à época que é preciso avaliar o serviço para evitar golpes e falsas promessas. Também informou que não há vantagens em apresentar um recurso por meio de uma empresa ou diretamente pelo cidadão.

Empresa busca expandir gama de serviços

Atualmente a Help Multas busca também expandir os serviços prestados, oferecendo outros produtos para os motoristas, como ajuda na burocracia de documentos de trânsito, reciclagem de CNH e contratos de seguro.

Para o professor de estratégia do Insper David Kallás, o movimento é acertado, já que a diversificação dos produtos e serviços oferecidos é importante para qualquer negócio. “Se há alguma mudança ambiental ou no comportamento dos consumidores, o produto dessa empresa pode se tornar obsoleto”, analisa.

Segundo Kallás, é essencial, porém, identificar o momento de expandir os serviços prestados, já que o movimento de diversificação no início da operação, pode tirar o foco do empreendedor. “No caso da empresa citada, faz sentido o movimento, por ser o mesmo tipo de cliente.”

A Help Multas já tem mais 16 unidades em fase de implementação e projeta chegar a um faturamento de R$ 22,5 milhões neste ano.

A empresa é filiada desde 2018 à ABF (Associação Brasileira de Franchising) e não tem queixas cadastradas no portal Reclame Aqui.

Quanta custa uma franquia da Help Multas?

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 92,9 mil
  • Faturamento médio mensal: R$ 40 mil
  • Lucro médio mensal: 30% a 35%
  • Prazo de retorno estimado: 6 a 12 meses
  • Prazo de contrato: 5 anos
  • Royalties/mês: R$ 1.500,00

O investimento inicial inclui taxa de franquia, comunicação visual, mobiliário, equipamento de informática e capital de giro. Além disso, a empresa informa que nos primeiros três meses a cobrança de royalties é isenta.

O advogado Roberson Alvarenga, de 35 anos, transformou o hobby de ajudar os amigos com multas de trânsito em um negócio milionário, a rede de franquias Help Multas. A empresa ajuda motoristas a recorrer de multas de trânsito, usando o descumprimento de regras dos órgãos de fiscalização e outras brechas deixadas na lei para questionar as cobranças.

O que começou como uma pequena empresa na cidade de União da Vitória, no interior do Paraná, se tornou uma rede de franquias com 55 unidades ativas em todas as regiões do País, em especial no Sul e Sudeste. Em São Paulo, a empresa conta com unidades em Campinas e Santo André.

O faturamento em 2023 foi de R$ 15,2 milhões, um crescimento de mais de 50% em comparação com 2022, quando a receita da empresa foi de R$ 10 milhões.

“Eu era como qualquer outra pessoa, não tinha uma base grande de conhecimento, mas queria empreender”, afirma Alvarenga. Segundo ele, a assistência começou ainda na época de faculdade, quando estudava direito e ajudava amigos e colegas de maneira informal. “Não tinha pretensão nenhuma de que isso pudesse se tornar um negócio”, relembra ele.

Franquia Help Multas ajuda motoristas a recorrer de multas de trânsito Foto: Help Multas/Divulgação

Para pagar a faculdade, começou carreira como policial militar

Alvarenga teve que trabalhar desde os 12 anos para ajudar nas contas da casa. Trabalhou por vários anos na empresa dos tios, que produzia material para pesca, mas sempre teve vontade de continuar os estudos. Entrou na faculdade de direito ao mesmo tempo em que se alistou para servir no Exército. A ideia era usar o soldo para financiar os estudos.

Depois de servir como militar, prestou concurso para ser soldado da Polícia Militar do Paraná e se manteve na corporação com o mesmo objetivo de pagar a faculdade. “Eu não sonhava em ser policial, era uma necessidade financeira. Eu era um sucesso para a família por ser concursado”, diz Alvarenga. “Mas não era um trabalho de que eu gostava, era meio inconformado nesse sentido”, completa.

Foi com os conhecimentos que adquiriu na faculdade de direito que começou a ajudar amigos a recorrer de multas de trânsito. Depois de perceber o sucesso nos pedidos, a ajuda se tornou cada vez mais frequente. “Eu precisava do dinheiro, então encarava como uma grana extra”, relembra o empresário.

Ele nega, porém, qualquer tipo de conflito de interesse pelo fato de ser policial e ajudar os amigos a recorrer de multas. Alvarenga diz que não atendia pessoas que haviam recebido multas aplicadas por ele próprio e afirma que a aplicação da multa é de responsabilidade do órgão fiscalizador, cabendo ao policial a mera identificação da infração.

Empresa já começou com a ambição de ser franquia

Com a ajuda aos amigos se tornando cada vez mais frequente, Alvarenga passou a pensar na atividade como uma possibilidade de negócio. Ele se juntou a dois empresários da cidade para abrir a primeira unidade da então Help Recursos em 2016.

Alvarenga já havia ouvido falar sobre o modelo de franquias e buscou se informar mais sobre o tema, já que acreditava que poderia ser uma forma rápida de expandir as operações para além da pequena cidade onde morava. Com o fim da sociedade com os outros empresários, Alvarenga buscou se informar sobre como franquear o modelo de negócio que havia criado.

“Tenho dois anos para fazer esse negócio dar certo”, pensou ao se licenciar da PM e passar a focar exclusivamente na própria empresa (depois ele saiu definitivamente da polícia). Foi nessa mesma época que a também advogada Jucelaine Alvarenga, atualmente esposa do empresário, se tornou sócia na Help Recursos.

Negócio analisa descumprimento de regras de órgãos reguladores

O modelo de negócio da Help Multas se baseia em apontar o descumprimento de regras por parte dos órgãos reguladores e utilizar isso para recorrer de multas de trânsito, segundo o empresário. “Quando o órgão não faz o que é previsto em lei, ele deixa uma brecha na legislação”, afirma Alvarenga.

Ele menciona pontos como notificar dentro do período previsto, e duas vezes, o motorista antes da aplicação final da penalidade. Além disso, o órgão fiscalizador deve cumprir determinadas regras de sinalização na pista para poder multar o motorista.

“Enquanto dura esse processo, o motorista pode continuar dirigindo”, aponta o empresário. “A maioria das pessoas nos procura porque tem medo de ficar sem a habilitação, talvez até perder o emprego por conta disso”, diz, mencionando que o principal fator raramente é financeiro, já que os custos de tocar o processo com a ajuda da empresa, muitas vezes, se assemelham ao valor da infração em si.

Segundo ele, a taxa de sucesso da Help Multas é de cerca de 60%. “A gente democratiza o direito de trânsito para essas pessoas. Não estou aqui para julgar a multa, e sim para proteger o direito dessa pessoa de se defender”, afirma Alvarenga.

Como mostrou o Estadão, o aumento de multas de trânsito levou ao crescimento de um mercado de empresas que ajudam os motoristas a recorrer das cobranças.

As empresas exercem a atividade legalmente, mas o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de São Paulo disse à época que é preciso avaliar o serviço para evitar golpes e falsas promessas. Também informou que não há vantagens em apresentar um recurso por meio de uma empresa ou diretamente pelo cidadão.

Empresa busca expandir gama de serviços

Atualmente a Help Multas busca também expandir os serviços prestados, oferecendo outros produtos para os motoristas, como ajuda na burocracia de documentos de trânsito, reciclagem de CNH e contratos de seguro.

Para o professor de estratégia do Insper David Kallás, o movimento é acertado, já que a diversificação dos produtos e serviços oferecidos é importante para qualquer negócio. “Se há alguma mudança ambiental ou no comportamento dos consumidores, o produto dessa empresa pode se tornar obsoleto”, analisa.

Segundo Kallás, é essencial, porém, identificar o momento de expandir os serviços prestados, já que o movimento de diversificação no início da operação, pode tirar o foco do empreendedor. “No caso da empresa citada, faz sentido o movimento, por ser o mesmo tipo de cliente.”

A Help Multas já tem mais 16 unidades em fase de implementação e projeta chegar a um faturamento de R$ 22,5 milhões neste ano.

A empresa é filiada desde 2018 à ABF (Associação Brasileira de Franchising) e não tem queixas cadastradas no portal Reclame Aqui.

Quanta custa uma franquia da Help Multas?

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 92,9 mil
  • Faturamento médio mensal: R$ 40 mil
  • Lucro médio mensal: 30% a 35%
  • Prazo de retorno estimado: 6 a 12 meses
  • Prazo de contrato: 5 anos
  • Royalties/mês: R$ 1.500,00

O investimento inicial inclui taxa de franquia, comunicação visual, mobiliário, equipamento de informática e capital de giro. Além disso, a empresa informa que nos primeiros três meses a cobrança de royalties é isenta.

O advogado Roberson Alvarenga, de 35 anos, transformou o hobby de ajudar os amigos com multas de trânsito em um negócio milionário, a rede de franquias Help Multas. A empresa ajuda motoristas a recorrer de multas de trânsito, usando o descumprimento de regras dos órgãos de fiscalização e outras brechas deixadas na lei para questionar as cobranças.

O que começou como uma pequena empresa na cidade de União da Vitória, no interior do Paraná, se tornou uma rede de franquias com 55 unidades ativas em todas as regiões do País, em especial no Sul e Sudeste. Em São Paulo, a empresa conta com unidades em Campinas e Santo André.

O faturamento em 2023 foi de R$ 15,2 milhões, um crescimento de mais de 50% em comparação com 2022, quando a receita da empresa foi de R$ 10 milhões.

“Eu era como qualquer outra pessoa, não tinha uma base grande de conhecimento, mas queria empreender”, afirma Alvarenga. Segundo ele, a assistência começou ainda na época de faculdade, quando estudava direito e ajudava amigos e colegas de maneira informal. “Não tinha pretensão nenhuma de que isso pudesse se tornar um negócio”, relembra ele.

Franquia Help Multas ajuda motoristas a recorrer de multas de trânsito Foto: Help Multas/Divulgação

Para pagar a faculdade, começou carreira como policial militar

Alvarenga teve que trabalhar desde os 12 anos para ajudar nas contas da casa. Trabalhou por vários anos na empresa dos tios, que produzia material para pesca, mas sempre teve vontade de continuar os estudos. Entrou na faculdade de direito ao mesmo tempo em que se alistou para servir no Exército. A ideia era usar o soldo para financiar os estudos.

Depois de servir como militar, prestou concurso para ser soldado da Polícia Militar do Paraná e se manteve na corporação com o mesmo objetivo de pagar a faculdade. “Eu não sonhava em ser policial, era uma necessidade financeira. Eu era um sucesso para a família por ser concursado”, diz Alvarenga. “Mas não era um trabalho de que eu gostava, era meio inconformado nesse sentido”, completa.

Foi com os conhecimentos que adquiriu na faculdade de direito que começou a ajudar amigos a recorrer de multas de trânsito. Depois de perceber o sucesso nos pedidos, a ajuda se tornou cada vez mais frequente. “Eu precisava do dinheiro, então encarava como uma grana extra”, relembra o empresário.

Ele nega, porém, qualquer tipo de conflito de interesse pelo fato de ser policial e ajudar os amigos a recorrer de multas. Alvarenga diz que não atendia pessoas que haviam recebido multas aplicadas por ele próprio e afirma que a aplicação da multa é de responsabilidade do órgão fiscalizador, cabendo ao policial a mera identificação da infração.

Empresa já começou com a ambição de ser franquia

Com a ajuda aos amigos se tornando cada vez mais frequente, Alvarenga passou a pensar na atividade como uma possibilidade de negócio. Ele se juntou a dois empresários da cidade para abrir a primeira unidade da então Help Recursos em 2016.

Alvarenga já havia ouvido falar sobre o modelo de franquias e buscou se informar mais sobre o tema, já que acreditava que poderia ser uma forma rápida de expandir as operações para além da pequena cidade onde morava. Com o fim da sociedade com os outros empresários, Alvarenga buscou se informar sobre como franquear o modelo de negócio que havia criado.

“Tenho dois anos para fazer esse negócio dar certo”, pensou ao se licenciar da PM e passar a focar exclusivamente na própria empresa (depois ele saiu definitivamente da polícia). Foi nessa mesma época que a também advogada Jucelaine Alvarenga, atualmente esposa do empresário, se tornou sócia na Help Recursos.

Negócio analisa descumprimento de regras de órgãos reguladores

O modelo de negócio da Help Multas se baseia em apontar o descumprimento de regras por parte dos órgãos reguladores e utilizar isso para recorrer de multas de trânsito, segundo o empresário. “Quando o órgão não faz o que é previsto em lei, ele deixa uma brecha na legislação”, afirma Alvarenga.

Ele menciona pontos como notificar dentro do período previsto, e duas vezes, o motorista antes da aplicação final da penalidade. Além disso, o órgão fiscalizador deve cumprir determinadas regras de sinalização na pista para poder multar o motorista.

“Enquanto dura esse processo, o motorista pode continuar dirigindo”, aponta o empresário. “A maioria das pessoas nos procura porque tem medo de ficar sem a habilitação, talvez até perder o emprego por conta disso”, diz, mencionando que o principal fator raramente é financeiro, já que os custos de tocar o processo com a ajuda da empresa, muitas vezes, se assemelham ao valor da infração em si.

Segundo ele, a taxa de sucesso da Help Multas é de cerca de 60%. “A gente democratiza o direito de trânsito para essas pessoas. Não estou aqui para julgar a multa, e sim para proteger o direito dessa pessoa de se defender”, afirma Alvarenga.

Como mostrou o Estadão, o aumento de multas de trânsito levou ao crescimento de um mercado de empresas que ajudam os motoristas a recorrer das cobranças.

As empresas exercem a atividade legalmente, mas o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de São Paulo disse à época que é preciso avaliar o serviço para evitar golpes e falsas promessas. Também informou que não há vantagens em apresentar um recurso por meio de uma empresa ou diretamente pelo cidadão.

Empresa busca expandir gama de serviços

Atualmente a Help Multas busca também expandir os serviços prestados, oferecendo outros produtos para os motoristas, como ajuda na burocracia de documentos de trânsito, reciclagem de CNH e contratos de seguro.

Para o professor de estratégia do Insper David Kallás, o movimento é acertado, já que a diversificação dos produtos e serviços oferecidos é importante para qualquer negócio. “Se há alguma mudança ambiental ou no comportamento dos consumidores, o produto dessa empresa pode se tornar obsoleto”, analisa.

Segundo Kallás, é essencial, porém, identificar o momento de expandir os serviços prestados, já que o movimento de diversificação no início da operação, pode tirar o foco do empreendedor. “No caso da empresa citada, faz sentido o movimento, por ser o mesmo tipo de cliente.”

A Help Multas já tem mais 16 unidades em fase de implementação e projeta chegar a um faturamento de R$ 22,5 milhões neste ano.

A empresa é filiada desde 2018 à ABF (Associação Brasileira de Franchising) e não tem queixas cadastradas no portal Reclame Aqui.

Quanta custa uma franquia da Help Multas?

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 92,9 mil
  • Faturamento médio mensal: R$ 40 mil
  • Lucro médio mensal: 30% a 35%
  • Prazo de retorno estimado: 6 a 12 meses
  • Prazo de contrato: 5 anos
  • Royalties/mês: R$ 1.500,00

O investimento inicial inclui taxa de franquia, comunicação visual, mobiliário, equipamento de informática e capital de giro. Além disso, a empresa informa que nos primeiros três meses a cobrança de royalties é isenta.

O advogado Roberson Alvarenga, de 35 anos, transformou o hobby de ajudar os amigos com multas de trânsito em um negócio milionário, a rede de franquias Help Multas. A empresa ajuda motoristas a recorrer de multas de trânsito, usando o descumprimento de regras dos órgãos de fiscalização e outras brechas deixadas na lei para questionar as cobranças.

O que começou como uma pequena empresa na cidade de União da Vitória, no interior do Paraná, se tornou uma rede de franquias com 55 unidades ativas em todas as regiões do País, em especial no Sul e Sudeste. Em São Paulo, a empresa conta com unidades em Campinas e Santo André.

O faturamento em 2023 foi de R$ 15,2 milhões, um crescimento de mais de 50% em comparação com 2022, quando a receita da empresa foi de R$ 10 milhões.

“Eu era como qualquer outra pessoa, não tinha uma base grande de conhecimento, mas queria empreender”, afirma Alvarenga. Segundo ele, a assistência começou ainda na época de faculdade, quando estudava direito e ajudava amigos e colegas de maneira informal. “Não tinha pretensão nenhuma de que isso pudesse se tornar um negócio”, relembra ele.

Franquia Help Multas ajuda motoristas a recorrer de multas de trânsito Foto: Help Multas/Divulgação

Para pagar a faculdade, começou carreira como policial militar

Alvarenga teve que trabalhar desde os 12 anos para ajudar nas contas da casa. Trabalhou por vários anos na empresa dos tios, que produzia material para pesca, mas sempre teve vontade de continuar os estudos. Entrou na faculdade de direito ao mesmo tempo em que se alistou para servir no Exército. A ideia era usar o soldo para financiar os estudos.

Depois de servir como militar, prestou concurso para ser soldado da Polícia Militar do Paraná e se manteve na corporação com o mesmo objetivo de pagar a faculdade. “Eu não sonhava em ser policial, era uma necessidade financeira. Eu era um sucesso para a família por ser concursado”, diz Alvarenga. “Mas não era um trabalho de que eu gostava, era meio inconformado nesse sentido”, completa.

Foi com os conhecimentos que adquiriu na faculdade de direito que começou a ajudar amigos a recorrer de multas de trânsito. Depois de perceber o sucesso nos pedidos, a ajuda se tornou cada vez mais frequente. “Eu precisava do dinheiro, então encarava como uma grana extra”, relembra o empresário.

Ele nega, porém, qualquer tipo de conflito de interesse pelo fato de ser policial e ajudar os amigos a recorrer de multas. Alvarenga diz que não atendia pessoas que haviam recebido multas aplicadas por ele próprio e afirma que a aplicação da multa é de responsabilidade do órgão fiscalizador, cabendo ao policial a mera identificação da infração.

Empresa já começou com a ambição de ser franquia

Com a ajuda aos amigos se tornando cada vez mais frequente, Alvarenga passou a pensar na atividade como uma possibilidade de negócio. Ele se juntou a dois empresários da cidade para abrir a primeira unidade da então Help Recursos em 2016.

Alvarenga já havia ouvido falar sobre o modelo de franquias e buscou se informar mais sobre o tema, já que acreditava que poderia ser uma forma rápida de expandir as operações para além da pequena cidade onde morava. Com o fim da sociedade com os outros empresários, Alvarenga buscou se informar sobre como franquear o modelo de negócio que havia criado.

“Tenho dois anos para fazer esse negócio dar certo”, pensou ao se licenciar da PM e passar a focar exclusivamente na própria empresa (depois ele saiu definitivamente da polícia). Foi nessa mesma época que a também advogada Jucelaine Alvarenga, atualmente esposa do empresário, se tornou sócia na Help Recursos.

Negócio analisa descumprimento de regras de órgãos reguladores

O modelo de negócio da Help Multas se baseia em apontar o descumprimento de regras por parte dos órgãos reguladores e utilizar isso para recorrer de multas de trânsito, segundo o empresário. “Quando o órgão não faz o que é previsto em lei, ele deixa uma brecha na legislação”, afirma Alvarenga.

Ele menciona pontos como notificar dentro do período previsto, e duas vezes, o motorista antes da aplicação final da penalidade. Além disso, o órgão fiscalizador deve cumprir determinadas regras de sinalização na pista para poder multar o motorista.

“Enquanto dura esse processo, o motorista pode continuar dirigindo”, aponta o empresário. “A maioria das pessoas nos procura porque tem medo de ficar sem a habilitação, talvez até perder o emprego por conta disso”, diz, mencionando que o principal fator raramente é financeiro, já que os custos de tocar o processo com a ajuda da empresa, muitas vezes, se assemelham ao valor da infração em si.

Segundo ele, a taxa de sucesso da Help Multas é de cerca de 60%. “A gente democratiza o direito de trânsito para essas pessoas. Não estou aqui para julgar a multa, e sim para proteger o direito dessa pessoa de se defender”, afirma Alvarenga.

Como mostrou o Estadão, o aumento de multas de trânsito levou ao crescimento de um mercado de empresas que ajudam os motoristas a recorrer das cobranças.

As empresas exercem a atividade legalmente, mas o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de São Paulo disse à época que é preciso avaliar o serviço para evitar golpes e falsas promessas. Também informou que não há vantagens em apresentar um recurso por meio de uma empresa ou diretamente pelo cidadão.

Empresa busca expandir gama de serviços

Atualmente a Help Multas busca também expandir os serviços prestados, oferecendo outros produtos para os motoristas, como ajuda na burocracia de documentos de trânsito, reciclagem de CNH e contratos de seguro.

Para o professor de estratégia do Insper David Kallás, o movimento é acertado, já que a diversificação dos produtos e serviços oferecidos é importante para qualquer negócio. “Se há alguma mudança ambiental ou no comportamento dos consumidores, o produto dessa empresa pode se tornar obsoleto”, analisa.

Segundo Kallás, é essencial, porém, identificar o momento de expandir os serviços prestados, já que o movimento de diversificação no início da operação, pode tirar o foco do empreendedor. “No caso da empresa citada, faz sentido o movimento, por ser o mesmo tipo de cliente.”

A Help Multas já tem mais 16 unidades em fase de implementação e projeta chegar a um faturamento de R$ 22,5 milhões neste ano.

A empresa é filiada desde 2018 à ABF (Associação Brasileira de Franchising) e não tem queixas cadastradas no portal Reclame Aqui.

Quanta custa uma franquia da Help Multas?

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 92,9 mil
  • Faturamento médio mensal: R$ 40 mil
  • Lucro médio mensal: 30% a 35%
  • Prazo de retorno estimado: 6 a 12 meses
  • Prazo de contrato: 5 anos
  • Royalties/mês: R$ 1.500,00

O investimento inicial inclui taxa de franquia, comunicação visual, mobiliário, equipamento de informática e capital de giro. Além disso, a empresa informa que nos primeiros três meses a cobrança de royalties é isenta.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.