Influencers de cozinha multiplicam negócios com impulso das redes sociais


Empreendedores estão transformando receitas em lucro na internet e acumulando legiões de seguidores

Por Bianca Zanatta

Era 2019. Após um intercâmbio nos Estados Unidos, Otto Vitelleschi, então com 16 anos, voltava para o Brasil. Ele começou a namorar uma menina e precisava de dinheiro para sair com ela, então pensou em como ter renda, pois ainda ia começar a faculdade de administração, sem perspectiva de trabalhar na área tão cedo.

De família italiana, o jovem fala que sempre gostou de cozinhar e passou a infância vendo a mãe fazer massas frescas em casa ou grudado na avó, dona de uma padaria em Sorocaba, sua cidade natal. “A única coisa que eu sabia fazer era comida, então foi nisso que me joguei”, lembra.

Em pouco tempo, Otto estava ganhando de R$ 3 mil a R$ 4 mil por mês vendendo molhos caseiros de tomate fresco e pesto de porta em porta, em potes rotulados com a marca própria. O dinheiro para sair com a namorada estava garantido, mas ele enxergou além. “Aprendi a conversar e vender, aí queria crescer mais, conseguir mais clientes.”

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Ao buscar uma fonte de renda para sair com a namorada, Otto Vitelleschi encontrou na cozinha e na internet um negócio promissor Foto: Arquivo pessoal

Ele começou a estudar marketing digital e mergulhou no tema por quase um ano. Um dia, se deparou com uma frase de Bruno Perini, idealizador do canal Você Mais Rico no Youtube, dizendo que muita gente se prepara a vida inteira para fazer algo, aí chega alguém que simplesmente começa e faz acontecer. “Dali a poucos dias, comecei a publicar três vídeos por semana. Decidi aprender com a jornada”, conta.

Como empreendedor, Otto também descobriu na internet um grande nicho de mercado e acertou a mão na receita. Aos 20 anos, é conhecido como Cheff Otto e acumula mais de 7 milhões de seguidores e 150 milhões de visualizações por mês nas redes sociais, entre TikTok, Instagram e Youtube.

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Ele ensina receitas variadas, fáceis e rápidas, de forma irreverente e despojada, em vídeos de aproximadamente um minuto. Também, aborda assuntos como os melhores pratos típicos ao redor do mundo, em que faz, prova, dá nota ou comenta curiosidades sobre a origem dos alimentos.

Somados às habilidades culinárias e ao carisma, outros fatores por trás do sucesso são a equipe própria de roteiristas, editores, prospecção e comercial, que garantem a qualidade, e a dedicação constante do empreendedor. Em um ano e meio, ele pesquisou, testou e colocou no ar mais de 250 receitas.

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“Tem de achar algo que você gosta para ter prazer em fazer e aprender sempre, senão chega uma hora que você não tem mais o que falar para o público”, aponta. “A capacidade de se reinventar é fundamental. A internet é dinâmica, e as pessoas cansam, você não pode ficar parado.”

Além da renda gerada por monetização dos vídeos e ações publicitárias nas redes sociais, o jovem tem uma consultoria de marketing digital, em que ensina o que aplicou na prática, e uma produtora audiovisual, que aproveita a estrutura que ele montou. Para 2023, Otto pretende expandir para o comércio e, em um futuro próximo, criar franquias de comida. “Primeiro, quero fidelizar mais clientes e consolidar a imagem nos outros ramos.”

Cozinha com qualidade de vida

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Mãe de duas meninas, a chef e empreendedora Marina Linberger, dona do perfil Cozinha de Gente Moderna, encontrou seu lugar ao sol ensinando a cozinhar de maneira prática e prazerosa, com planejamento e organização.

Além de dar dicas, ensinar receitas e técnicas nas redes sociais, ela desenvolveu um método batizado de Cozinha sem Stress, curso digital que já teve 13 turmas, somando mais de 8 mil alunos. A proposta é que as pessoas aprendam a preparar em apenas duas horas as refeições da semana toda, evitando a correria exaustiva ou a falta de opção e tempo.

A ideia teve origem na história familiar de Marina. Ela conta que vivia fuçando os livros de culinária, fazendo pães e incrementando a receita, zapeando a TV atrás de programas de cozinha. Mas quando a mãe dela, que tem quatro filhos, decidiu voltar ao mercado de trabalho, caiu outra ficha relacionada à questão.

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“Morávamos em seis pessoas, e ela ficou meio workaholic, chegava super tarde do trabalho e ia para a cozinha preparar o jantar”, diz a empreendedora, que tinha 14 anos e se sentia incomodada com a situação. Marina decidiu assumir as refeições da noite, fazendo tortas, sopas e pães para o jantar. “Me dava uma alegria muito grande saber que minha mãe ia chegar e a comida dela ia estar pronta. Isso tem muito a ver com o que eu faço hoje.”

Marina Linberger trocou o design gráfico e a carreira corporativa para empreender na cozinha Foto: Lucas Ishida

Anos depois, formada em design gráfico e sabendo que não queria trabalhar na área, ela foi morar em Londres para aperfeiçoar o inglês. Procurou emprego em cozinhas e se envolveu profissionalmente com o que tinha se tornado sua paixão.

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De volta ao Brasil, anunciou que havia aberto um bufê, tendo a mãe como sócia, para oferecer jantares, coquetéis, casamentos, eventos e brunches. Foram quase cinco anos à frente do negócio, período em que também cursou gastronomia.

Porém, cansada das poucas horas de sono e de não ter finais de semana livres, migrou para o corporativo. No começo de 2011, entrou na Sadia e trabalhou por quatro anos como líder da equipe de chefs consultores no Brasil.

Mas ela não se adaptou a questões do ambiente empresarial, como a forte competitividade, e pediu demissão quando engravidou da primeira filha. “Abri meu canal no Youtube, que se chamava Só Penso em Comida, e cresceu muito na época. A gente fazia vários jobs com marcas como Le Creuset, Carrefour, Dr Oetker, Coca-Cola”, conta.

Ela ficou totalmente dedicada à filha e ao canal por um ano e meio, até receber e aceitar a proposta de entrar para o time de inovação em gastronomia para a América Latina da Unilever, liderando estudos de tendências na área. Mas, novamente, o mundo corporativo ofuscou o brilho no olhar.

“Minha segunda filha nasceu e comecei a sentir que precisava deixar um legado maior no mundo. Dentro do corporativo, eu sentia que era só mais uma peça.” No meio da pandemia, ela resolveu fazer a transição de vez para a internet.

Em home office, trabalhando ao lado do marido que é cineasta e diretor de publicidade, eles decidiram lançar um curso. Mas pivotar a nova carreira não foi suave. “As crianças iam dormir umas 23h, e a gente começava a trabalhar para levantar o curso, o site, criar os scripts, as estratégias de venda, o modelo de negócio. A gente trabalhava todos os dias até umas 4h”, conta.

Em outubro de 2020, já com três turmas do Cozinha sem Stress rodando, Marina se desligou da Unilever e, após um estudo de propósito, o canal Só Penso em Comida virou o Cozinha de Gente Moderna. “É uma cozinha que liberta as pessoas, porque essa vida moderna que a gente leva não é muito justa, especialmente com as mulheres. Estamos sempre sobrecarregadas”, explica.

O “gente moderna” também incentiva a divisão de tarefas, práticas sustentáveis e redução do desperdício, o que gera uma bem-vinda economia financeira. “A pessoa aprende a comprar de forma inteligente ao mesmo tempo em que usa integralmente tudo o que compra. Tem aluna que economiza de R$ 500 a R$ 2 mil todos os meses, considerando a redução na compra de insumos e no volume de pedidos de delivery.”

Confeitaria ‘instagramável’ - e rentável

Talento por trás da Cake Lover, a confeiteira Bruna Rebelo cursou gastronomia, e a parte de confeitaria estava longe de ser sua preferida. Mais tarde, durante uma especialização em panificação, uma professora fez com que ela se apaixonasse pela área. Na época, a mãe de Bruna tinha um bufê de eventos corporativos e casamentos, onde ela trabalhava desde que se formou, e o negócio serviu de laboratório para testar bolos e doces.

Um tempo depois, ela abriu uma empresa de marmitas fit, mas o coração já estava tomado pela confeitaria. Enquanto mergulhava em cursos e livros para se aperfeiçoar, ela fala que o universo conspirou a favor: a produção do programa Mais Você, de Ana Maria Braga, a convidou para participar do reality show Fecha a Conta, em uma edição voltada a bolos.

Bruna Rebelo, empreendedora à frente da Cake Lover, apostou na venda de cursos e treinamentos na área de confeitaria Foto: Iza Costa

“Eu já dava aulas online, mas comecei a fazer vídeos e postar no meu perfil para fazer um barulho antes de gravar o programa”, conta. “Foi orgânico porque quando a edição foi ao ar, comecei a ganhar mais seguidores. Fomos construindo desde 2018, mas na pandemia rolou um boom muito grande, de 100 mil para 300 mil.”

O marido de Bruna, que tinha um cargo de diretoria em uma multinacional, se juntou a ela na empreitada. “A gente já estava com um faturamento muito bom antes da pandemia, mas nos últimos anos cresceu tudo. Hoje, temos quase 20 pessoas no time”, comemora.

Além da atuação nas redes sociais, a empreendedora tem um braço educacional com cursos online de confeitaria e treinamento em negócios, alguns com fila de espera. Ela também mantém um e-commerce com produtos e equipamentos que usa nas receitas e uma empresa de lançamentos de outros professores da área. No próximo ano, a ideia é reestruturar a parte de educação com novas tecnologias e abrir uma loja física ou um ateliê de confeitaria.

Era 2019. Após um intercâmbio nos Estados Unidos, Otto Vitelleschi, então com 16 anos, voltava para o Brasil. Ele começou a namorar uma menina e precisava de dinheiro para sair com ela, então pensou em como ter renda, pois ainda ia começar a faculdade de administração, sem perspectiva de trabalhar na área tão cedo.

De família italiana, o jovem fala que sempre gostou de cozinhar e passou a infância vendo a mãe fazer massas frescas em casa ou grudado na avó, dona de uma padaria em Sorocaba, sua cidade natal. “A única coisa que eu sabia fazer era comida, então foi nisso que me joguei”, lembra.

Em pouco tempo, Otto estava ganhando de R$ 3 mil a R$ 4 mil por mês vendendo molhos caseiros de tomate fresco e pesto de porta em porta, em potes rotulados com a marca própria. O dinheiro para sair com a namorada estava garantido, mas ele enxergou além. “Aprendi a conversar e vender, aí queria crescer mais, conseguir mais clientes.”

Ao buscar uma fonte de renda para sair com a namorada, Otto Vitelleschi encontrou na cozinha e na internet um negócio promissor Foto: Arquivo pessoal

Ele começou a estudar marketing digital e mergulhou no tema por quase um ano. Um dia, se deparou com uma frase de Bruno Perini, idealizador do canal Você Mais Rico no Youtube, dizendo que muita gente se prepara a vida inteira para fazer algo, aí chega alguém que simplesmente começa e faz acontecer. “Dali a poucos dias, comecei a publicar três vídeos por semana. Decidi aprender com a jornada”, conta.

Como empreendedor, Otto também descobriu na internet um grande nicho de mercado e acertou a mão na receita. Aos 20 anos, é conhecido como Cheff Otto e acumula mais de 7 milhões de seguidores e 150 milhões de visualizações por mês nas redes sociais, entre TikTok, Instagram e Youtube.

Ele ensina receitas variadas, fáceis e rápidas, de forma irreverente e despojada, em vídeos de aproximadamente um minuto. Também, aborda assuntos como os melhores pratos típicos ao redor do mundo, em que faz, prova, dá nota ou comenta curiosidades sobre a origem dos alimentos.

Somados às habilidades culinárias e ao carisma, outros fatores por trás do sucesso são a equipe própria de roteiristas, editores, prospecção e comercial, que garantem a qualidade, e a dedicação constante do empreendedor. Em um ano e meio, ele pesquisou, testou e colocou no ar mais de 250 receitas.

“Tem de achar algo que você gosta para ter prazer em fazer e aprender sempre, senão chega uma hora que você não tem mais o que falar para o público”, aponta. “A capacidade de se reinventar é fundamental. A internet é dinâmica, e as pessoas cansam, você não pode ficar parado.”

Além da renda gerada por monetização dos vídeos e ações publicitárias nas redes sociais, o jovem tem uma consultoria de marketing digital, em que ensina o que aplicou na prática, e uma produtora audiovisual, que aproveita a estrutura que ele montou. Para 2023, Otto pretende expandir para o comércio e, em um futuro próximo, criar franquias de comida. “Primeiro, quero fidelizar mais clientes e consolidar a imagem nos outros ramos.”

Cozinha com qualidade de vida

Mãe de duas meninas, a chef e empreendedora Marina Linberger, dona do perfil Cozinha de Gente Moderna, encontrou seu lugar ao sol ensinando a cozinhar de maneira prática e prazerosa, com planejamento e organização.

Além de dar dicas, ensinar receitas e técnicas nas redes sociais, ela desenvolveu um método batizado de Cozinha sem Stress, curso digital que já teve 13 turmas, somando mais de 8 mil alunos. A proposta é que as pessoas aprendam a preparar em apenas duas horas as refeições da semana toda, evitando a correria exaustiva ou a falta de opção e tempo.

A ideia teve origem na história familiar de Marina. Ela conta que vivia fuçando os livros de culinária, fazendo pães e incrementando a receita, zapeando a TV atrás de programas de cozinha. Mas quando a mãe dela, que tem quatro filhos, decidiu voltar ao mercado de trabalho, caiu outra ficha relacionada à questão.

“Morávamos em seis pessoas, e ela ficou meio workaholic, chegava super tarde do trabalho e ia para a cozinha preparar o jantar”, diz a empreendedora, que tinha 14 anos e se sentia incomodada com a situação. Marina decidiu assumir as refeições da noite, fazendo tortas, sopas e pães para o jantar. “Me dava uma alegria muito grande saber que minha mãe ia chegar e a comida dela ia estar pronta. Isso tem muito a ver com o que eu faço hoje.”

Marina Linberger trocou o design gráfico e a carreira corporativa para empreender na cozinha Foto: Lucas Ishida

Anos depois, formada em design gráfico e sabendo que não queria trabalhar na área, ela foi morar em Londres para aperfeiçoar o inglês. Procurou emprego em cozinhas e se envolveu profissionalmente com o que tinha se tornado sua paixão.

De volta ao Brasil, anunciou que havia aberto um bufê, tendo a mãe como sócia, para oferecer jantares, coquetéis, casamentos, eventos e brunches. Foram quase cinco anos à frente do negócio, período em que também cursou gastronomia.

Porém, cansada das poucas horas de sono e de não ter finais de semana livres, migrou para o corporativo. No começo de 2011, entrou na Sadia e trabalhou por quatro anos como líder da equipe de chefs consultores no Brasil.

Mas ela não se adaptou a questões do ambiente empresarial, como a forte competitividade, e pediu demissão quando engravidou da primeira filha. “Abri meu canal no Youtube, que se chamava Só Penso em Comida, e cresceu muito na época. A gente fazia vários jobs com marcas como Le Creuset, Carrefour, Dr Oetker, Coca-Cola”, conta.

Ela ficou totalmente dedicada à filha e ao canal por um ano e meio, até receber e aceitar a proposta de entrar para o time de inovação em gastronomia para a América Latina da Unilever, liderando estudos de tendências na área. Mas, novamente, o mundo corporativo ofuscou o brilho no olhar.

“Minha segunda filha nasceu e comecei a sentir que precisava deixar um legado maior no mundo. Dentro do corporativo, eu sentia que era só mais uma peça.” No meio da pandemia, ela resolveu fazer a transição de vez para a internet.

Em home office, trabalhando ao lado do marido que é cineasta e diretor de publicidade, eles decidiram lançar um curso. Mas pivotar a nova carreira não foi suave. “As crianças iam dormir umas 23h, e a gente começava a trabalhar para levantar o curso, o site, criar os scripts, as estratégias de venda, o modelo de negócio. A gente trabalhava todos os dias até umas 4h”, conta.

Em outubro de 2020, já com três turmas do Cozinha sem Stress rodando, Marina se desligou da Unilever e, após um estudo de propósito, o canal Só Penso em Comida virou o Cozinha de Gente Moderna. “É uma cozinha que liberta as pessoas, porque essa vida moderna que a gente leva não é muito justa, especialmente com as mulheres. Estamos sempre sobrecarregadas”, explica.

O “gente moderna” também incentiva a divisão de tarefas, práticas sustentáveis e redução do desperdício, o que gera uma bem-vinda economia financeira. “A pessoa aprende a comprar de forma inteligente ao mesmo tempo em que usa integralmente tudo o que compra. Tem aluna que economiza de R$ 500 a R$ 2 mil todos os meses, considerando a redução na compra de insumos e no volume de pedidos de delivery.”

Confeitaria ‘instagramável’ - e rentável

Talento por trás da Cake Lover, a confeiteira Bruna Rebelo cursou gastronomia, e a parte de confeitaria estava longe de ser sua preferida. Mais tarde, durante uma especialização em panificação, uma professora fez com que ela se apaixonasse pela área. Na época, a mãe de Bruna tinha um bufê de eventos corporativos e casamentos, onde ela trabalhava desde que se formou, e o negócio serviu de laboratório para testar bolos e doces.

Um tempo depois, ela abriu uma empresa de marmitas fit, mas o coração já estava tomado pela confeitaria. Enquanto mergulhava em cursos e livros para se aperfeiçoar, ela fala que o universo conspirou a favor: a produção do programa Mais Você, de Ana Maria Braga, a convidou para participar do reality show Fecha a Conta, em uma edição voltada a bolos.

Bruna Rebelo, empreendedora à frente da Cake Lover, apostou na venda de cursos e treinamentos na área de confeitaria Foto: Iza Costa

“Eu já dava aulas online, mas comecei a fazer vídeos e postar no meu perfil para fazer um barulho antes de gravar o programa”, conta. “Foi orgânico porque quando a edição foi ao ar, comecei a ganhar mais seguidores. Fomos construindo desde 2018, mas na pandemia rolou um boom muito grande, de 100 mil para 300 mil.”

O marido de Bruna, que tinha um cargo de diretoria em uma multinacional, se juntou a ela na empreitada. “A gente já estava com um faturamento muito bom antes da pandemia, mas nos últimos anos cresceu tudo. Hoje, temos quase 20 pessoas no time”, comemora.

Além da atuação nas redes sociais, a empreendedora tem um braço educacional com cursos online de confeitaria e treinamento em negócios, alguns com fila de espera. Ela também mantém um e-commerce com produtos e equipamentos que usa nas receitas e uma empresa de lançamentos de outros professores da área. No próximo ano, a ideia é reestruturar a parte de educação com novas tecnologias e abrir uma loja física ou um ateliê de confeitaria.

Era 2019. Após um intercâmbio nos Estados Unidos, Otto Vitelleschi, então com 16 anos, voltava para o Brasil. Ele começou a namorar uma menina e precisava de dinheiro para sair com ela, então pensou em como ter renda, pois ainda ia começar a faculdade de administração, sem perspectiva de trabalhar na área tão cedo.

De família italiana, o jovem fala que sempre gostou de cozinhar e passou a infância vendo a mãe fazer massas frescas em casa ou grudado na avó, dona de uma padaria em Sorocaba, sua cidade natal. “A única coisa que eu sabia fazer era comida, então foi nisso que me joguei”, lembra.

Em pouco tempo, Otto estava ganhando de R$ 3 mil a R$ 4 mil por mês vendendo molhos caseiros de tomate fresco e pesto de porta em porta, em potes rotulados com a marca própria. O dinheiro para sair com a namorada estava garantido, mas ele enxergou além. “Aprendi a conversar e vender, aí queria crescer mais, conseguir mais clientes.”

Ao buscar uma fonte de renda para sair com a namorada, Otto Vitelleschi encontrou na cozinha e na internet um negócio promissor Foto: Arquivo pessoal

Ele começou a estudar marketing digital e mergulhou no tema por quase um ano. Um dia, se deparou com uma frase de Bruno Perini, idealizador do canal Você Mais Rico no Youtube, dizendo que muita gente se prepara a vida inteira para fazer algo, aí chega alguém que simplesmente começa e faz acontecer. “Dali a poucos dias, comecei a publicar três vídeos por semana. Decidi aprender com a jornada”, conta.

Como empreendedor, Otto também descobriu na internet um grande nicho de mercado e acertou a mão na receita. Aos 20 anos, é conhecido como Cheff Otto e acumula mais de 7 milhões de seguidores e 150 milhões de visualizações por mês nas redes sociais, entre TikTok, Instagram e Youtube.

Ele ensina receitas variadas, fáceis e rápidas, de forma irreverente e despojada, em vídeos de aproximadamente um minuto. Também, aborda assuntos como os melhores pratos típicos ao redor do mundo, em que faz, prova, dá nota ou comenta curiosidades sobre a origem dos alimentos.

Somados às habilidades culinárias e ao carisma, outros fatores por trás do sucesso são a equipe própria de roteiristas, editores, prospecção e comercial, que garantem a qualidade, e a dedicação constante do empreendedor. Em um ano e meio, ele pesquisou, testou e colocou no ar mais de 250 receitas.

“Tem de achar algo que você gosta para ter prazer em fazer e aprender sempre, senão chega uma hora que você não tem mais o que falar para o público”, aponta. “A capacidade de se reinventar é fundamental. A internet é dinâmica, e as pessoas cansam, você não pode ficar parado.”

Além da renda gerada por monetização dos vídeos e ações publicitárias nas redes sociais, o jovem tem uma consultoria de marketing digital, em que ensina o que aplicou na prática, e uma produtora audiovisual, que aproveita a estrutura que ele montou. Para 2023, Otto pretende expandir para o comércio e, em um futuro próximo, criar franquias de comida. “Primeiro, quero fidelizar mais clientes e consolidar a imagem nos outros ramos.”

Cozinha com qualidade de vida

Mãe de duas meninas, a chef e empreendedora Marina Linberger, dona do perfil Cozinha de Gente Moderna, encontrou seu lugar ao sol ensinando a cozinhar de maneira prática e prazerosa, com planejamento e organização.

Além de dar dicas, ensinar receitas e técnicas nas redes sociais, ela desenvolveu um método batizado de Cozinha sem Stress, curso digital que já teve 13 turmas, somando mais de 8 mil alunos. A proposta é que as pessoas aprendam a preparar em apenas duas horas as refeições da semana toda, evitando a correria exaustiva ou a falta de opção e tempo.

A ideia teve origem na história familiar de Marina. Ela conta que vivia fuçando os livros de culinária, fazendo pães e incrementando a receita, zapeando a TV atrás de programas de cozinha. Mas quando a mãe dela, que tem quatro filhos, decidiu voltar ao mercado de trabalho, caiu outra ficha relacionada à questão.

“Morávamos em seis pessoas, e ela ficou meio workaholic, chegava super tarde do trabalho e ia para a cozinha preparar o jantar”, diz a empreendedora, que tinha 14 anos e se sentia incomodada com a situação. Marina decidiu assumir as refeições da noite, fazendo tortas, sopas e pães para o jantar. “Me dava uma alegria muito grande saber que minha mãe ia chegar e a comida dela ia estar pronta. Isso tem muito a ver com o que eu faço hoje.”

Marina Linberger trocou o design gráfico e a carreira corporativa para empreender na cozinha Foto: Lucas Ishida

Anos depois, formada em design gráfico e sabendo que não queria trabalhar na área, ela foi morar em Londres para aperfeiçoar o inglês. Procurou emprego em cozinhas e se envolveu profissionalmente com o que tinha se tornado sua paixão.

De volta ao Brasil, anunciou que havia aberto um bufê, tendo a mãe como sócia, para oferecer jantares, coquetéis, casamentos, eventos e brunches. Foram quase cinco anos à frente do negócio, período em que também cursou gastronomia.

Porém, cansada das poucas horas de sono e de não ter finais de semana livres, migrou para o corporativo. No começo de 2011, entrou na Sadia e trabalhou por quatro anos como líder da equipe de chefs consultores no Brasil.

Mas ela não se adaptou a questões do ambiente empresarial, como a forte competitividade, e pediu demissão quando engravidou da primeira filha. “Abri meu canal no Youtube, que se chamava Só Penso em Comida, e cresceu muito na época. A gente fazia vários jobs com marcas como Le Creuset, Carrefour, Dr Oetker, Coca-Cola”, conta.

Ela ficou totalmente dedicada à filha e ao canal por um ano e meio, até receber e aceitar a proposta de entrar para o time de inovação em gastronomia para a América Latina da Unilever, liderando estudos de tendências na área. Mas, novamente, o mundo corporativo ofuscou o brilho no olhar.

“Minha segunda filha nasceu e comecei a sentir que precisava deixar um legado maior no mundo. Dentro do corporativo, eu sentia que era só mais uma peça.” No meio da pandemia, ela resolveu fazer a transição de vez para a internet.

Em home office, trabalhando ao lado do marido que é cineasta e diretor de publicidade, eles decidiram lançar um curso. Mas pivotar a nova carreira não foi suave. “As crianças iam dormir umas 23h, e a gente começava a trabalhar para levantar o curso, o site, criar os scripts, as estratégias de venda, o modelo de negócio. A gente trabalhava todos os dias até umas 4h”, conta.

Em outubro de 2020, já com três turmas do Cozinha sem Stress rodando, Marina se desligou da Unilever e, após um estudo de propósito, o canal Só Penso em Comida virou o Cozinha de Gente Moderna. “É uma cozinha que liberta as pessoas, porque essa vida moderna que a gente leva não é muito justa, especialmente com as mulheres. Estamos sempre sobrecarregadas”, explica.

O “gente moderna” também incentiva a divisão de tarefas, práticas sustentáveis e redução do desperdício, o que gera uma bem-vinda economia financeira. “A pessoa aprende a comprar de forma inteligente ao mesmo tempo em que usa integralmente tudo o que compra. Tem aluna que economiza de R$ 500 a R$ 2 mil todos os meses, considerando a redução na compra de insumos e no volume de pedidos de delivery.”

Confeitaria ‘instagramável’ - e rentável

Talento por trás da Cake Lover, a confeiteira Bruna Rebelo cursou gastronomia, e a parte de confeitaria estava longe de ser sua preferida. Mais tarde, durante uma especialização em panificação, uma professora fez com que ela se apaixonasse pela área. Na época, a mãe de Bruna tinha um bufê de eventos corporativos e casamentos, onde ela trabalhava desde que se formou, e o negócio serviu de laboratório para testar bolos e doces.

Um tempo depois, ela abriu uma empresa de marmitas fit, mas o coração já estava tomado pela confeitaria. Enquanto mergulhava em cursos e livros para se aperfeiçoar, ela fala que o universo conspirou a favor: a produção do programa Mais Você, de Ana Maria Braga, a convidou para participar do reality show Fecha a Conta, em uma edição voltada a bolos.

Bruna Rebelo, empreendedora à frente da Cake Lover, apostou na venda de cursos e treinamentos na área de confeitaria Foto: Iza Costa

“Eu já dava aulas online, mas comecei a fazer vídeos e postar no meu perfil para fazer um barulho antes de gravar o programa”, conta. “Foi orgânico porque quando a edição foi ao ar, comecei a ganhar mais seguidores. Fomos construindo desde 2018, mas na pandemia rolou um boom muito grande, de 100 mil para 300 mil.”

O marido de Bruna, que tinha um cargo de diretoria em uma multinacional, se juntou a ela na empreitada. “A gente já estava com um faturamento muito bom antes da pandemia, mas nos últimos anos cresceu tudo. Hoje, temos quase 20 pessoas no time”, comemora.

Além da atuação nas redes sociais, a empreendedora tem um braço educacional com cursos online de confeitaria e treinamento em negócios, alguns com fila de espera. Ela também mantém um e-commerce com produtos e equipamentos que usa nas receitas e uma empresa de lançamentos de outros professores da área. No próximo ano, a ideia é reestruturar a parte de educação com novas tecnologias e abrir uma loja física ou um ateliê de confeitaria.

Era 2019. Após um intercâmbio nos Estados Unidos, Otto Vitelleschi, então com 16 anos, voltava para o Brasil. Ele começou a namorar uma menina e precisava de dinheiro para sair com ela, então pensou em como ter renda, pois ainda ia começar a faculdade de administração, sem perspectiva de trabalhar na área tão cedo.

De família italiana, o jovem fala que sempre gostou de cozinhar e passou a infância vendo a mãe fazer massas frescas em casa ou grudado na avó, dona de uma padaria em Sorocaba, sua cidade natal. “A única coisa que eu sabia fazer era comida, então foi nisso que me joguei”, lembra.

Em pouco tempo, Otto estava ganhando de R$ 3 mil a R$ 4 mil por mês vendendo molhos caseiros de tomate fresco e pesto de porta em porta, em potes rotulados com a marca própria. O dinheiro para sair com a namorada estava garantido, mas ele enxergou além. “Aprendi a conversar e vender, aí queria crescer mais, conseguir mais clientes.”

Ao buscar uma fonte de renda para sair com a namorada, Otto Vitelleschi encontrou na cozinha e na internet um negócio promissor Foto: Arquivo pessoal

Ele começou a estudar marketing digital e mergulhou no tema por quase um ano. Um dia, se deparou com uma frase de Bruno Perini, idealizador do canal Você Mais Rico no Youtube, dizendo que muita gente se prepara a vida inteira para fazer algo, aí chega alguém que simplesmente começa e faz acontecer. “Dali a poucos dias, comecei a publicar três vídeos por semana. Decidi aprender com a jornada”, conta.

Como empreendedor, Otto também descobriu na internet um grande nicho de mercado e acertou a mão na receita. Aos 20 anos, é conhecido como Cheff Otto e acumula mais de 7 milhões de seguidores e 150 milhões de visualizações por mês nas redes sociais, entre TikTok, Instagram e Youtube.

Ele ensina receitas variadas, fáceis e rápidas, de forma irreverente e despojada, em vídeos de aproximadamente um minuto. Também, aborda assuntos como os melhores pratos típicos ao redor do mundo, em que faz, prova, dá nota ou comenta curiosidades sobre a origem dos alimentos.

Somados às habilidades culinárias e ao carisma, outros fatores por trás do sucesso são a equipe própria de roteiristas, editores, prospecção e comercial, que garantem a qualidade, e a dedicação constante do empreendedor. Em um ano e meio, ele pesquisou, testou e colocou no ar mais de 250 receitas.

“Tem de achar algo que você gosta para ter prazer em fazer e aprender sempre, senão chega uma hora que você não tem mais o que falar para o público”, aponta. “A capacidade de se reinventar é fundamental. A internet é dinâmica, e as pessoas cansam, você não pode ficar parado.”

Além da renda gerada por monetização dos vídeos e ações publicitárias nas redes sociais, o jovem tem uma consultoria de marketing digital, em que ensina o que aplicou na prática, e uma produtora audiovisual, que aproveita a estrutura que ele montou. Para 2023, Otto pretende expandir para o comércio e, em um futuro próximo, criar franquias de comida. “Primeiro, quero fidelizar mais clientes e consolidar a imagem nos outros ramos.”

Cozinha com qualidade de vida

Mãe de duas meninas, a chef e empreendedora Marina Linberger, dona do perfil Cozinha de Gente Moderna, encontrou seu lugar ao sol ensinando a cozinhar de maneira prática e prazerosa, com planejamento e organização.

Além de dar dicas, ensinar receitas e técnicas nas redes sociais, ela desenvolveu um método batizado de Cozinha sem Stress, curso digital que já teve 13 turmas, somando mais de 8 mil alunos. A proposta é que as pessoas aprendam a preparar em apenas duas horas as refeições da semana toda, evitando a correria exaustiva ou a falta de opção e tempo.

A ideia teve origem na história familiar de Marina. Ela conta que vivia fuçando os livros de culinária, fazendo pães e incrementando a receita, zapeando a TV atrás de programas de cozinha. Mas quando a mãe dela, que tem quatro filhos, decidiu voltar ao mercado de trabalho, caiu outra ficha relacionada à questão.

“Morávamos em seis pessoas, e ela ficou meio workaholic, chegava super tarde do trabalho e ia para a cozinha preparar o jantar”, diz a empreendedora, que tinha 14 anos e se sentia incomodada com a situação. Marina decidiu assumir as refeições da noite, fazendo tortas, sopas e pães para o jantar. “Me dava uma alegria muito grande saber que minha mãe ia chegar e a comida dela ia estar pronta. Isso tem muito a ver com o que eu faço hoje.”

Marina Linberger trocou o design gráfico e a carreira corporativa para empreender na cozinha Foto: Lucas Ishida

Anos depois, formada em design gráfico e sabendo que não queria trabalhar na área, ela foi morar em Londres para aperfeiçoar o inglês. Procurou emprego em cozinhas e se envolveu profissionalmente com o que tinha se tornado sua paixão.

De volta ao Brasil, anunciou que havia aberto um bufê, tendo a mãe como sócia, para oferecer jantares, coquetéis, casamentos, eventos e brunches. Foram quase cinco anos à frente do negócio, período em que também cursou gastronomia.

Porém, cansada das poucas horas de sono e de não ter finais de semana livres, migrou para o corporativo. No começo de 2011, entrou na Sadia e trabalhou por quatro anos como líder da equipe de chefs consultores no Brasil.

Mas ela não se adaptou a questões do ambiente empresarial, como a forte competitividade, e pediu demissão quando engravidou da primeira filha. “Abri meu canal no Youtube, que se chamava Só Penso em Comida, e cresceu muito na época. A gente fazia vários jobs com marcas como Le Creuset, Carrefour, Dr Oetker, Coca-Cola”, conta.

Ela ficou totalmente dedicada à filha e ao canal por um ano e meio, até receber e aceitar a proposta de entrar para o time de inovação em gastronomia para a América Latina da Unilever, liderando estudos de tendências na área. Mas, novamente, o mundo corporativo ofuscou o brilho no olhar.

“Minha segunda filha nasceu e comecei a sentir que precisava deixar um legado maior no mundo. Dentro do corporativo, eu sentia que era só mais uma peça.” No meio da pandemia, ela resolveu fazer a transição de vez para a internet.

Em home office, trabalhando ao lado do marido que é cineasta e diretor de publicidade, eles decidiram lançar um curso. Mas pivotar a nova carreira não foi suave. “As crianças iam dormir umas 23h, e a gente começava a trabalhar para levantar o curso, o site, criar os scripts, as estratégias de venda, o modelo de negócio. A gente trabalhava todos os dias até umas 4h”, conta.

Em outubro de 2020, já com três turmas do Cozinha sem Stress rodando, Marina se desligou da Unilever e, após um estudo de propósito, o canal Só Penso em Comida virou o Cozinha de Gente Moderna. “É uma cozinha que liberta as pessoas, porque essa vida moderna que a gente leva não é muito justa, especialmente com as mulheres. Estamos sempre sobrecarregadas”, explica.

O “gente moderna” também incentiva a divisão de tarefas, práticas sustentáveis e redução do desperdício, o que gera uma bem-vinda economia financeira. “A pessoa aprende a comprar de forma inteligente ao mesmo tempo em que usa integralmente tudo o que compra. Tem aluna que economiza de R$ 500 a R$ 2 mil todos os meses, considerando a redução na compra de insumos e no volume de pedidos de delivery.”

Confeitaria ‘instagramável’ - e rentável

Talento por trás da Cake Lover, a confeiteira Bruna Rebelo cursou gastronomia, e a parte de confeitaria estava longe de ser sua preferida. Mais tarde, durante uma especialização em panificação, uma professora fez com que ela se apaixonasse pela área. Na época, a mãe de Bruna tinha um bufê de eventos corporativos e casamentos, onde ela trabalhava desde que se formou, e o negócio serviu de laboratório para testar bolos e doces.

Um tempo depois, ela abriu uma empresa de marmitas fit, mas o coração já estava tomado pela confeitaria. Enquanto mergulhava em cursos e livros para se aperfeiçoar, ela fala que o universo conspirou a favor: a produção do programa Mais Você, de Ana Maria Braga, a convidou para participar do reality show Fecha a Conta, em uma edição voltada a bolos.

Bruna Rebelo, empreendedora à frente da Cake Lover, apostou na venda de cursos e treinamentos na área de confeitaria Foto: Iza Costa

“Eu já dava aulas online, mas comecei a fazer vídeos e postar no meu perfil para fazer um barulho antes de gravar o programa”, conta. “Foi orgânico porque quando a edição foi ao ar, comecei a ganhar mais seguidores. Fomos construindo desde 2018, mas na pandemia rolou um boom muito grande, de 100 mil para 300 mil.”

O marido de Bruna, que tinha um cargo de diretoria em uma multinacional, se juntou a ela na empreitada. “A gente já estava com um faturamento muito bom antes da pandemia, mas nos últimos anos cresceu tudo. Hoje, temos quase 20 pessoas no time”, comemora.

Além da atuação nas redes sociais, a empreendedora tem um braço educacional com cursos online de confeitaria e treinamento em negócios, alguns com fila de espera. Ela também mantém um e-commerce com produtos e equipamentos que usa nas receitas e uma empresa de lançamentos de outros professores da área. No próximo ano, a ideia é reestruturar a parte de educação com novas tecnologias e abrir uma loja física ou um ateliê de confeitaria.

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