Influenciadores da própria marca: saiba como melhorar o engajamento e elevar as vendas


Empreendedores dispensam personalidades e agências de conteúdo para serem a ‘cara’ da empresa, o que melhora a conexão com o público

Por Ludimila Honorato

“Você é a melhor pessoa para falar do seu negócio”, diz a empreendedora Aline Djanikian, CEO, social media e influenciadora da própria empresa, a joalheria Macchi. Ao falar nas redes sociais sobre o produto que conhece com autoridade e dar cara ao negócio, ela vê a conexão com o público aumentar, o engajamento crescer e as vendas incrementarem.

A tática de ser o influenciador da própria marca é, por vezes, uma necessidade, pois 90% dos pequenos empreendedores não têm funcionários. Além disso, nem todos podem investir na contratação de uma personalidade ou agência de conteúdo. Mas, em outros casos, é uma escolha estratégica, porque rende melhores resultados.

“Quanto mais humano e real, maior é o engajamento”, comenta José Cirilo, diretor de marketing da Mynd. Como exemplo, ele cita o lançamento que a agência de marketing fez de perfumes com a marca Luísa Sonza e Xamã.

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Por mais que eles já sejam famosos, o fato de os cantores falarem sobre um produto próprio desperta mais interesse no público do que quando falam de outras marcas. Cirilo reforça que, para a estratégia funcionar, é importante ter conexão entre o artigo anunciado e quem apresenta o conteúdo.

Aline opta por fazer tudo hoje em dia porque já teve uma experiência oposta. Em 2018, ela teve uma marca de camisetas, que encarou mais como hobby, e contratou uma agência para gerir e criar conteúdos nas redes sociais.

Aline Djanikian, CEO da joalheria Macchi, está à frente dos conteúdos da marca nas redes sociais Foto: Felipe Rau/Estadão
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“Quando eu via minha marca no Instagram, não gostava do conteúdo. Era bonito, mas não tinha a minha essência”, lembra. “Quando lancei a Macchi, sabia que não poderia delegar algo que iria transparecer os pilares por trás da marca.”

A empreendedora Stéfani Paranhos viveu algo semelhante com a marca Vibre, Mulher!, de produtos eróticos. Desde o início da empresa, ela produz conteúdos e aparece em vídeos e fotos nas redes sociais. Mas, quando teve de se afastar por três meses para se dedicar a um programa de aceleração de empresas, viu as estatísticas declinarem.

“Estava com 3 mil visualizações nos stories, depois foi para 200. Quando voltei, bateu 2 mil”, conta. Ela diz que já contratou influenciador e uma agência para cuidar das publicações, mas nada surtiu tanto efeito quanto se mostrar e conversar com os seguidores. “Faz diferença nas vendas, porque as pessoas não compram de empresas, elas compram de outras pessoas.”

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Conte uma história

Stéfani percebe que relatos pessoais dela, que se conectam com a marca, dão mais engajamento do que os posts mais formais. Aline concorda e vê que os conteúdos “vida real” se sobressaem, principalmente no TikTok. “Eu estar ali mostrando o produto, o dia a dia, traz camada humana para a marca e gera conexão com nossa comunidade”, diz.

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Cirilo atesta que quando o público vê o influenciador usando o produto, inserido naturalmente na rotina, as chances de aderência são maiores. No caso do perfume de Luísa e Xamã, o item está associado a eventos, shows e boa performance dos artistas, projetando no consumidor o desejo de ter o mesmo sentimento desses momentos.

“Não é sobre lançar um produto, é sobre saber contar uma história, colocar o produto na rotina e ter engrenagens para comunicar”, diz o executivo, destacando que tudo demanda planejamento estratégico.

Aline exemplifica que quando fala de uma aliança, logo a equipe nota aumento de pedidos da peça no site. “Tem impacto grande por conta do algoritmo e do TikTok, que tende a mostrar mais rápido o que você gosta e se interessa.” Segundo ela, a maior parte dos acessos na loja online vem da rede social.

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No caso da Vibre, Mulher!, os produtos estão diretamente ligados à vida da fundadora. “Sempre fui curiosa sobre sexualidade, mas nunca tinha me permitido”, conta Stéfani. Quando decidiu investir no autoconhecimento, ela descobriu os vibradores, começou a testar, indicar para as amigas e compartilhar experiências de empoderamento no Instagram.

Stéfani Paranhos, fundadora da Vibre, Mulher!, compartilha relatos pessoais, bastidores e dicas sobre os produtos que vende Foto: Gabriele Diola

Em pouco tempo, ela estava vendendo os produtos. Na dinâmica de publicações, a empreendedora atrai o público explicando como usar os objetos, os benefícios e variedades. “É engajamento com qualidade”, diz.

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Mas Stéfani destaca outra face de ser influenciadora da própria marca: não poder se distanciar das redes sociais no momento. Do contrário, os números podem cair novamente. “Queria fazer transição para cuidar do negócio, da estratégia, mas não dá para tirar minha imagem hoje, infelizmente”, comenta. Além disso, ela fala que lidar constantemente com redes sociais, se expondo, têm impacto na saúde mental, o que ela quer minimizar.

Como ser influenciador da própria marca

Se você quer perder a timidez ou o medo de aparecer nas redes sociais e deseja ser o influenciador do próprio negócio, confira as dicas do especialista e das empreendedoras:

  • Faça uma boa gestão das redes sociais, com planejamento estratégico de publicações;
  • Fale a língua da marca e do público, crie uma identidade;
  • Feito é melhor que perfeito, então não deixe de publicar. “É melhor ter o empreendedor falado um pouco da marca, sobre ele e o propósito do que não aparecer com receio de não ficar bom”, diz Aline.
  • Prefira ter constância a ser impecável, ou seja, mantenha uma frequência de publicações nas redes sociais, mesmo que seja algo simples;
  • A melhora vem com o tempo, então treine gravar e editar os conteúdos;
  • O público está interessado em se conectar com pessoas, então, se possível, conte curiosidades sobre sua jornada empreendedora, o que te motiva;
  • Nem sempre você precisa apostar na trend do momento e fazer dancinha. Invista em conteúdo de qualidade, fale sobre o produto que só você conhece;
  • Foque na qualidade do público, não na quantidade. “Às vezes, com menos, consegue fazer mais, porque são poucos seguidores em que todos engajam muito”, relata Stéfani;
  • Separe um tempo para ficar nas redes sociais e fora dela, pois cuidar da saúde mental é necessário.

“Você é a melhor pessoa para falar do seu negócio”, diz a empreendedora Aline Djanikian, CEO, social media e influenciadora da própria empresa, a joalheria Macchi. Ao falar nas redes sociais sobre o produto que conhece com autoridade e dar cara ao negócio, ela vê a conexão com o público aumentar, o engajamento crescer e as vendas incrementarem.

A tática de ser o influenciador da própria marca é, por vezes, uma necessidade, pois 90% dos pequenos empreendedores não têm funcionários. Além disso, nem todos podem investir na contratação de uma personalidade ou agência de conteúdo. Mas, em outros casos, é uma escolha estratégica, porque rende melhores resultados.

“Quanto mais humano e real, maior é o engajamento”, comenta José Cirilo, diretor de marketing da Mynd. Como exemplo, ele cita o lançamento que a agência de marketing fez de perfumes com a marca Luísa Sonza e Xamã.

Por mais que eles já sejam famosos, o fato de os cantores falarem sobre um produto próprio desperta mais interesse no público do que quando falam de outras marcas. Cirilo reforça que, para a estratégia funcionar, é importante ter conexão entre o artigo anunciado e quem apresenta o conteúdo.

Aline opta por fazer tudo hoje em dia porque já teve uma experiência oposta. Em 2018, ela teve uma marca de camisetas, que encarou mais como hobby, e contratou uma agência para gerir e criar conteúdos nas redes sociais.

Aline Djanikian, CEO da joalheria Macchi, está à frente dos conteúdos da marca nas redes sociais Foto: Felipe Rau/Estadão

“Quando eu via minha marca no Instagram, não gostava do conteúdo. Era bonito, mas não tinha a minha essência”, lembra. “Quando lancei a Macchi, sabia que não poderia delegar algo que iria transparecer os pilares por trás da marca.”

A empreendedora Stéfani Paranhos viveu algo semelhante com a marca Vibre, Mulher!, de produtos eróticos. Desde o início da empresa, ela produz conteúdos e aparece em vídeos e fotos nas redes sociais. Mas, quando teve de se afastar por três meses para se dedicar a um programa de aceleração de empresas, viu as estatísticas declinarem.

“Estava com 3 mil visualizações nos stories, depois foi para 200. Quando voltei, bateu 2 mil”, conta. Ela diz que já contratou influenciador e uma agência para cuidar das publicações, mas nada surtiu tanto efeito quanto se mostrar e conversar com os seguidores. “Faz diferença nas vendas, porque as pessoas não compram de empresas, elas compram de outras pessoas.”

Conte uma história

Stéfani percebe que relatos pessoais dela, que se conectam com a marca, dão mais engajamento do que os posts mais formais. Aline concorda e vê que os conteúdos “vida real” se sobressaem, principalmente no TikTok. “Eu estar ali mostrando o produto, o dia a dia, traz camada humana para a marca e gera conexão com nossa comunidade”, diz.

Cirilo atesta que quando o público vê o influenciador usando o produto, inserido naturalmente na rotina, as chances de aderência são maiores. No caso do perfume de Luísa e Xamã, o item está associado a eventos, shows e boa performance dos artistas, projetando no consumidor o desejo de ter o mesmo sentimento desses momentos.

“Não é sobre lançar um produto, é sobre saber contar uma história, colocar o produto na rotina e ter engrenagens para comunicar”, diz o executivo, destacando que tudo demanda planejamento estratégico.

Aline exemplifica que quando fala de uma aliança, logo a equipe nota aumento de pedidos da peça no site. “Tem impacto grande por conta do algoritmo e do TikTok, que tende a mostrar mais rápido o que você gosta e se interessa.” Segundo ela, a maior parte dos acessos na loja online vem da rede social.

No caso da Vibre, Mulher!, os produtos estão diretamente ligados à vida da fundadora. “Sempre fui curiosa sobre sexualidade, mas nunca tinha me permitido”, conta Stéfani. Quando decidiu investir no autoconhecimento, ela descobriu os vibradores, começou a testar, indicar para as amigas e compartilhar experiências de empoderamento no Instagram.

Stéfani Paranhos, fundadora da Vibre, Mulher!, compartilha relatos pessoais, bastidores e dicas sobre os produtos que vende Foto: Gabriele Diola

Em pouco tempo, ela estava vendendo os produtos. Na dinâmica de publicações, a empreendedora atrai o público explicando como usar os objetos, os benefícios e variedades. “É engajamento com qualidade”, diz.

Mas Stéfani destaca outra face de ser influenciadora da própria marca: não poder se distanciar das redes sociais no momento. Do contrário, os números podem cair novamente. “Queria fazer transição para cuidar do negócio, da estratégia, mas não dá para tirar minha imagem hoje, infelizmente”, comenta. Além disso, ela fala que lidar constantemente com redes sociais, se expondo, têm impacto na saúde mental, o que ela quer minimizar.

Como ser influenciador da própria marca

Se você quer perder a timidez ou o medo de aparecer nas redes sociais e deseja ser o influenciador do próprio negócio, confira as dicas do especialista e das empreendedoras:

  • Faça uma boa gestão das redes sociais, com planejamento estratégico de publicações;
  • Fale a língua da marca e do público, crie uma identidade;
  • Feito é melhor que perfeito, então não deixe de publicar. “É melhor ter o empreendedor falado um pouco da marca, sobre ele e o propósito do que não aparecer com receio de não ficar bom”, diz Aline.
  • Prefira ter constância a ser impecável, ou seja, mantenha uma frequência de publicações nas redes sociais, mesmo que seja algo simples;
  • A melhora vem com o tempo, então treine gravar e editar os conteúdos;
  • O público está interessado em se conectar com pessoas, então, se possível, conte curiosidades sobre sua jornada empreendedora, o que te motiva;
  • Nem sempre você precisa apostar na trend do momento e fazer dancinha. Invista em conteúdo de qualidade, fale sobre o produto que só você conhece;
  • Foque na qualidade do público, não na quantidade. “Às vezes, com menos, consegue fazer mais, porque são poucos seguidores em que todos engajam muito”, relata Stéfani;
  • Separe um tempo para ficar nas redes sociais e fora dela, pois cuidar da saúde mental é necessário.

“Você é a melhor pessoa para falar do seu negócio”, diz a empreendedora Aline Djanikian, CEO, social media e influenciadora da própria empresa, a joalheria Macchi. Ao falar nas redes sociais sobre o produto que conhece com autoridade e dar cara ao negócio, ela vê a conexão com o público aumentar, o engajamento crescer e as vendas incrementarem.

A tática de ser o influenciador da própria marca é, por vezes, uma necessidade, pois 90% dos pequenos empreendedores não têm funcionários. Além disso, nem todos podem investir na contratação de uma personalidade ou agência de conteúdo. Mas, em outros casos, é uma escolha estratégica, porque rende melhores resultados.

“Quanto mais humano e real, maior é o engajamento”, comenta José Cirilo, diretor de marketing da Mynd. Como exemplo, ele cita o lançamento que a agência de marketing fez de perfumes com a marca Luísa Sonza e Xamã.

Por mais que eles já sejam famosos, o fato de os cantores falarem sobre um produto próprio desperta mais interesse no público do que quando falam de outras marcas. Cirilo reforça que, para a estratégia funcionar, é importante ter conexão entre o artigo anunciado e quem apresenta o conteúdo.

Aline opta por fazer tudo hoje em dia porque já teve uma experiência oposta. Em 2018, ela teve uma marca de camisetas, que encarou mais como hobby, e contratou uma agência para gerir e criar conteúdos nas redes sociais.

Aline Djanikian, CEO da joalheria Macchi, está à frente dos conteúdos da marca nas redes sociais Foto: Felipe Rau/Estadão

“Quando eu via minha marca no Instagram, não gostava do conteúdo. Era bonito, mas não tinha a minha essência”, lembra. “Quando lancei a Macchi, sabia que não poderia delegar algo que iria transparecer os pilares por trás da marca.”

A empreendedora Stéfani Paranhos viveu algo semelhante com a marca Vibre, Mulher!, de produtos eróticos. Desde o início da empresa, ela produz conteúdos e aparece em vídeos e fotos nas redes sociais. Mas, quando teve de se afastar por três meses para se dedicar a um programa de aceleração de empresas, viu as estatísticas declinarem.

“Estava com 3 mil visualizações nos stories, depois foi para 200. Quando voltei, bateu 2 mil”, conta. Ela diz que já contratou influenciador e uma agência para cuidar das publicações, mas nada surtiu tanto efeito quanto se mostrar e conversar com os seguidores. “Faz diferença nas vendas, porque as pessoas não compram de empresas, elas compram de outras pessoas.”

Conte uma história

Stéfani percebe que relatos pessoais dela, que se conectam com a marca, dão mais engajamento do que os posts mais formais. Aline concorda e vê que os conteúdos “vida real” se sobressaem, principalmente no TikTok. “Eu estar ali mostrando o produto, o dia a dia, traz camada humana para a marca e gera conexão com nossa comunidade”, diz.

Cirilo atesta que quando o público vê o influenciador usando o produto, inserido naturalmente na rotina, as chances de aderência são maiores. No caso do perfume de Luísa e Xamã, o item está associado a eventos, shows e boa performance dos artistas, projetando no consumidor o desejo de ter o mesmo sentimento desses momentos.

“Não é sobre lançar um produto, é sobre saber contar uma história, colocar o produto na rotina e ter engrenagens para comunicar”, diz o executivo, destacando que tudo demanda planejamento estratégico.

Aline exemplifica que quando fala de uma aliança, logo a equipe nota aumento de pedidos da peça no site. “Tem impacto grande por conta do algoritmo e do TikTok, que tende a mostrar mais rápido o que você gosta e se interessa.” Segundo ela, a maior parte dos acessos na loja online vem da rede social.

No caso da Vibre, Mulher!, os produtos estão diretamente ligados à vida da fundadora. “Sempre fui curiosa sobre sexualidade, mas nunca tinha me permitido”, conta Stéfani. Quando decidiu investir no autoconhecimento, ela descobriu os vibradores, começou a testar, indicar para as amigas e compartilhar experiências de empoderamento no Instagram.

Stéfani Paranhos, fundadora da Vibre, Mulher!, compartilha relatos pessoais, bastidores e dicas sobre os produtos que vende Foto: Gabriele Diola

Em pouco tempo, ela estava vendendo os produtos. Na dinâmica de publicações, a empreendedora atrai o público explicando como usar os objetos, os benefícios e variedades. “É engajamento com qualidade”, diz.

Mas Stéfani destaca outra face de ser influenciadora da própria marca: não poder se distanciar das redes sociais no momento. Do contrário, os números podem cair novamente. “Queria fazer transição para cuidar do negócio, da estratégia, mas não dá para tirar minha imagem hoje, infelizmente”, comenta. Além disso, ela fala que lidar constantemente com redes sociais, se expondo, têm impacto na saúde mental, o que ela quer minimizar.

Como ser influenciador da própria marca

Se você quer perder a timidez ou o medo de aparecer nas redes sociais e deseja ser o influenciador do próprio negócio, confira as dicas do especialista e das empreendedoras:

  • Faça uma boa gestão das redes sociais, com planejamento estratégico de publicações;
  • Fale a língua da marca e do público, crie uma identidade;
  • Feito é melhor que perfeito, então não deixe de publicar. “É melhor ter o empreendedor falado um pouco da marca, sobre ele e o propósito do que não aparecer com receio de não ficar bom”, diz Aline.
  • Prefira ter constância a ser impecável, ou seja, mantenha uma frequência de publicações nas redes sociais, mesmo que seja algo simples;
  • A melhora vem com o tempo, então treine gravar e editar os conteúdos;
  • O público está interessado em se conectar com pessoas, então, se possível, conte curiosidades sobre sua jornada empreendedora, o que te motiva;
  • Nem sempre você precisa apostar na trend do momento e fazer dancinha. Invista em conteúdo de qualidade, fale sobre o produto que só você conhece;
  • Foque na qualidade do público, não na quantidade. “Às vezes, com menos, consegue fazer mais, porque são poucos seguidores em que todos engajam muito”, relata Stéfani;
  • Separe um tempo para ficar nas redes sociais e fora dela, pois cuidar da saúde mental é necessário.

“Você é a melhor pessoa para falar do seu negócio”, diz a empreendedora Aline Djanikian, CEO, social media e influenciadora da própria empresa, a joalheria Macchi. Ao falar nas redes sociais sobre o produto que conhece com autoridade e dar cara ao negócio, ela vê a conexão com o público aumentar, o engajamento crescer e as vendas incrementarem.

A tática de ser o influenciador da própria marca é, por vezes, uma necessidade, pois 90% dos pequenos empreendedores não têm funcionários. Além disso, nem todos podem investir na contratação de uma personalidade ou agência de conteúdo. Mas, em outros casos, é uma escolha estratégica, porque rende melhores resultados.

“Quanto mais humano e real, maior é o engajamento”, comenta José Cirilo, diretor de marketing da Mynd. Como exemplo, ele cita o lançamento que a agência de marketing fez de perfumes com a marca Luísa Sonza e Xamã.

Por mais que eles já sejam famosos, o fato de os cantores falarem sobre um produto próprio desperta mais interesse no público do que quando falam de outras marcas. Cirilo reforça que, para a estratégia funcionar, é importante ter conexão entre o artigo anunciado e quem apresenta o conteúdo.

Aline opta por fazer tudo hoje em dia porque já teve uma experiência oposta. Em 2018, ela teve uma marca de camisetas, que encarou mais como hobby, e contratou uma agência para gerir e criar conteúdos nas redes sociais.

Aline Djanikian, CEO da joalheria Macchi, está à frente dos conteúdos da marca nas redes sociais Foto: Felipe Rau/Estadão

“Quando eu via minha marca no Instagram, não gostava do conteúdo. Era bonito, mas não tinha a minha essência”, lembra. “Quando lancei a Macchi, sabia que não poderia delegar algo que iria transparecer os pilares por trás da marca.”

A empreendedora Stéfani Paranhos viveu algo semelhante com a marca Vibre, Mulher!, de produtos eróticos. Desde o início da empresa, ela produz conteúdos e aparece em vídeos e fotos nas redes sociais. Mas, quando teve de se afastar por três meses para se dedicar a um programa de aceleração de empresas, viu as estatísticas declinarem.

“Estava com 3 mil visualizações nos stories, depois foi para 200. Quando voltei, bateu 2 mil”, conta. Ela diz que já contratou influenciador e uma agência para cuidar das publicações, mas nada surtiu tanto efeito quanto se mostrar e conversar com os seguidores. “Faz diferença nas vendas, porque as pessoas não compram de empresas, elas compram de outras pessoas.”

Conte uma história

Stéfani percebe que relatos pessoais dela, que se conectam com a marca, dão mais engajamento do que os posts mais formais. Aline concorda e vê que os conteúdos “vida real” se sobressaem, principalmente no TikTok. “Eu estar ali mostrando o produto, o dia a dia, traz camada humana para a marca e gera conexão com nossa comunidade”, diz.

Cirilo atesta que quando o público vê o influenciador usando o produto, inserido naturalmente na rotina, as chances de aderência são maiores. No caso do perfume de Luísa e Xamã, o item está associado a eventos, shows e boa performance dos artistas, projetando no consumidor o desejo de ter o mesmo sentimento desses momentos.

“Não é sobre lançar um produto, é sobre saber contar uma história, colocar o produto na rotina e ter engrenagens para comunicar”, diz o executivo, destacando que tudo demanda planejamento estratégico.

Aline exemplifica que quando fala de uma aliança, logo a equipe nota aumento de pedidos da peça no site. “Tem impacto grande por conta do algoritmo e do TikTok, que tende a mostrar mais rápido o que você gosta e se interessa.” Segundo ela, a maior parte dos acessos na loja online vem da rede social.

No caso da Vibre, Mulher!, os produtos estão diretamente ligados à vida da fundadora. “Sempre fui curiosa sobre sexualidade, mas nunca tinha me permitido”, conta Stéfani. Quando decidiu investir no autoconhecimento, ela descobriu os vibradores, começou a testar, indicar para as amigas e compartilhar experiências de empoderamento no Instagram.

Stéfani Paranhos, fundadora da Vibre, Mulher!, compartilha relatos pessoais, bastidores e dicas sobre os produtos que vende Foto: Gabriele Diola

Em pouco tempo, ela estava vendendo os produtos. Na dinâmica de publicações, a empreendedora atrai o público explicando como usar os objetos, os benefícios e variedades. “É engajamento com qualidade”, diz.

Mas Stéfani destaca outra face de ser influenciadora da própria marca: não poder se distanciar das redes sociais no momento. Do contrário, os números podem cair novamente. “Queria fazer transição para cuidar do negócio, da estratégia, mas não dá para tirar minha imagem hoje, infelizmente”, comenta. Além disso, ela fala que lidar constantemente com redes sociais, se expondo, têm impacto na saúde mental, o que ela quer minimizar.

Como ser influenciador da própria marca

Se você quer perder a timidez ou o medo de aparecer nas redes sociais e deseja ser o influenciador do próprio negócio, confira as dicas do especialista e das empreendedoras:

  • Faça uma boa gestão das redes sociais, com planejamento estratégico de publicações;
  • Fale a língua da marca e do público, crie uma identidade;
  • Feito é melhor que perfeito, então não deixe de publicar. “É melhor ter o empreendedor falado um pouco da marca, sobre ele e o propósito do que não aparecer com receio de não ficar bom”, diz Aline.
  • Prefira ter constância a ser impecável, ou seja, mantenha uma frequência de publicações nas redes sociais, mesmo que seja algo simples;
  • A melhora vem com o tempo, então treine gravar e editar os conteúdos;
  • O público está interessado em se conectar com pessoas, então, se possível, conte curiosidades sobre sua jornada empreendedora, o que te motiva;
  • Nem sempre você precisa apostar na trend do momento e fazer dancinha. Invista em conteúdo de qualidade, fale sobre o produto que só você conhece;
  • Foque na qualidade do público, não na quantidade. “Às vezes, com menos, consegue fazer mais, porque são poucos seguidores em que todos engajam muito”, relata Stéfani;
  • Separe um tempo para ficar nas redes sociais e fora dela, pois cuidar da saúde mental é necessário.

“Você é a melhor pessoa para falar do seu negócio”, diz a empreendedora Aline Djanikian, CEO, social media e influenciadora da própria empresa, a joalheria Macchi. Ao falar nas redes sociais sobre o produto que conhece com autoridade e dar cara ao negócio, ela vê a conexão com o público aumentar, o engajamento crescer e as vendas incrementarem.

A tática de ser o influenciador da própria marca é, por vezes, uma necessidade, pois 90% dos pequenos empreendedores não têm funcionários. Além disso, nem todos podem investir na contratação de uma personalidade ou agência de conteúdo. Mas, em outros casos, é uma escolha estratégica, porque rende melhores resultados.

“Quanto mais humano e real, maior é o engajamento”, comenta José Cirilo, diretor de marketing da Mynd. Como exemplo, ele cita o lançamento que a agência de marketing fez de perfumes com a marca Luísa Sonza e Xamã.

Por mais que eles já sejam famosos, o fato de os cantores falarem sobre um produto próprio desperta mais interesse no público do que quando falam de outras marcas. Cirilo reforça que, para a estratégia funcionar, é importante ter conexão entre o artigo anunciado e quem apresenta o conteúdo.

Aline opta por fazer tudo hoje em dia porque já teve uma experiência oposta. Em 2018, ela teve uma marca de camisetas, que encarou mais como hobby, e contratou uma agência para gerir e criar conteúdos nas redes sociais.

Aline Djanikian, CEO da joalheria Macchi, está à frente dos conteúdos da marca nas redes sociais Foto: Felipe Rau/Estadão

“Quando eu via minha marca no Instagram, não gostava do conteúdo. Era bonito, mas não tinha a minha essência”, lembra. “Quando lancei a Macchi, sabia que não poderia delegar algo que iria transparecer os pilares por trás da marca.”

A empreendedora Stéfani Paranhos viveu algo semelhante com a marca Vibre, Mulher!, de produtos eróticos. Desde o início da empresa, ela produz conteúdos e aparece em vídeos e fotos nas redes sociais. Mas, quando teve de se afastar por três meses para se dedicar a um programa de aceleração de empresas, viu as estatísticas declinarem.

“Estava com 3 mil visualizações nos stories, depois foi para 200. Quando voltei, bateu 2 mil”, conta. Ela diz que já contratou influenciador e uma agência para cuidar das publicações, mas nada surtiu tanto efeito quanto se mostrar e conversar com os seguidores. “Faz diferença nas vendas, porque as pessoas não compram de empresas, elas compram de outras pessoas.”

Conte uma história

Stéfani percebe que relatos pessoais dela, que se conectam com a marca, dão mais engajamento do que os posts mais formais. Aline concorda e vê que os conteúdos “vida real” se sobressaem, principalmente no TikTok. “Eu estar ali mostrando o produto, o dia a dia, traz camada humana para a marca e gera conexão com nossa comunidade”, diz.

Cirilo atesta que quando o público vê o influenciador usando o produto, inserido naturalmente na rotina, as chances de aderência são maiores. No caso do perfume de Luísa e Xamã, o item está associado a eventos, shows e boa performance dos artistas, projetando no consumidor o desejo de ter o mesmo sentimento desses momentos.

“Não é sobre lançar um produto, é sobre saber contar uma história, colocar o produto na rotina e ter engrenagens para comunicar”, diz o executivo, destacando que tudo demanda planejamento estratégico.

Aline exemplifica que quando fala de uma aliança, logo a equipe nota aumento de pedidos da peça no site. “Tem impacto grande por conta do algoritmo e do TikTok, que tende a mostrar mais rápido o que você gosta e se interessa.” Segundo ela, a maior parte dos acessos na loja online vem da rede social.

No caso da Vibre, Mulher!, os produtos estão diretamente ligados à vida da fundadora. “Sempre fui curiosa sobre sexualidade, mas nunca tinha me permitido”, conta Stéfani. Quando decidiu investir no autoconhecimento, ela descobriu os vibradores, começou a testar, indicar para as amigas e compartilhar experiências de empoderamento no Instagram.

Stéfani Paranhos, fundadora da Vibre, Mulher!, compartilha relatos pessoais, bastidores e dicas sobre os produtos que vende Foto: Gabriele Diola

Em pouco tempo, ela estava vendendo os produtos. Na dinâmica de publicações, a empreendedora atrai o público explicando como usar os objetos, os benefícios e variedades. “É engajamento com qualidade”, diz.

Mas Stéfani destaca outra face de ser influenciadora da própria marca: não poder se distanciar das redes sociais no momento. Do contrário, os números podem cair novamente. “Queria fazer transição para cuidar do negócio, da estratégia, mas não dá para tirar minha imagem hoje, infelizmente”, comenta. Além disso, ela fala que lidar constantemente com redes sociais, se expondo, têm impacto na saúde mental, o que ela quer minimizar.

Como ser influenciador da própria marca

Se você quer perder a timidez ou o medo de aparecer nas redes sociais e deseja ser o influenciador do próprio negócio, confira as dicas do especialista e das empreendedoras:

  • Faça uma boa gestão das redes sociais, com planejamento estratégico de publicações;
  • Fale a língua da marca e do público, crie uma identidade;
  • Feito é melhor que perfeito, então não deixe de publicar. “É melhor ter o empreendedor falado um pouco da marca, sobre ele e o propósito do que não aparecer com receio de não ficar bom”, diz Aline.
  • Prefira ter constância a ser impecável, ou seja, mantenha uma frequência de publicações nas redes sociais, mesmo que seja algo simples;
  • A melhora vem com o tempo, então treine gravar e editar os conteúdos;
  • O público está interessado em se conectar com pessoas, então, se possível, conte curiosidades sobre sua jornada empreendedora, o que te motiva;
  • Nem sempre você precisa apostar na trend do momento e fazer dancinha. Invista em conteúdo de qualidade, fale sobre o produto que só você conhece;
  • Foque na qualidade do público, não na quantidade. “Às vezes, com menos, consegue fazer mais, porque são poucos seguidores em que todos engajam muito”, relata Stéfani;
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