Fundada em 2016, uma empresa da região central de São Paulo teve um crescimento exponencial ao apostar na venda de joias de prata on-line, aproveitando técnicas como marketing de influência e uma linguagem mais jovem. A Céu de Prata começou com um investimento de somente R$ 500, parte do salário do empresário Alexandre Machado, com então 18 anos, que viu nas vendas pela internet uma oportunidade para crescer.
Apostando no varejo, a plataforma cresceu e teve um faturamento de R$ 3 milhões em 2019, saltando para R$ 10 milhões no final de 2020, aproveitando o boom de vendas on-line durante a pandemia. Em 2022, faturou R$ 13 milhões.
Enquanto uma parte do varejo teve que se adaptar para oferecer seus produtos pela internet, a Céu de Prata já tinha suas operações organizadas e expandiu a quantidade de clientes atendidos - são mais de 300 mil desde o início.
“A ideia é levar as joias de prata para qualquer tipo de pessoa, de modo que ela possa pagar”, afirma Yara Machado, 29 anos, CEO da Céu de Prata, ao citar o valor das peças vendidas pelo site, que variam desde R$ 20 até R$ 500.
Irmã de Machado, ela está à frente da companhia desde 2019, quando coordenou a reorganização da Céu de Prata, redesenhando processos, setores e novas estratégias de venda.
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Empresa começou apostando na venda de pulseiras
No início, a marca apostava somente na venda de berloques - pulseiras que pode ser personalizada com diferentes pingentes.
A peça esteve em alta durante os primeiros anos de funcionamento da Céu de Prata e impulsionou as vendas iniciais da empresa.
“Meu irmão pensou nos berloques também porque você pode comprar vários acessórios para contar sua história na pulseira”, comenta Yara.
Ela menciona que a ideia de Alexandre inicialmente era criar um site para vendas no varejo dos produtos da loja da mãe.
Mas, frente à reticência das duas, pediu um mês de mercadorias emprestadas e usou parte do salário para fazer os investimentos iniciais e colocar sua própria plataforma no ar.
Com o sucesso da empresa, ele largou a faculdade de TI e focou nas operações da Céu de Prata, conseguindo mais fornecedores no centro de São Paulo e aperfeiçoando as operações de entrega.
Desde 2019, por exemplo, a marca já contava com entregas em menos de um dia para cidades da Grande São Paulo.
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Marketing de influência e presença nas redes foram diferencial
Com a chegada da irmã como sócia e CEO em 2019, as operações da Céu de Prata foram redesenhadas. O foco nos berloques deu lugar a cada vez mais peças de prata, ao mesmo tempo em que setores, processos e logística foram redesenhados. “Foi o período de organizar a casa”, resume Yara.
Foi também nesse período que a Céu de Prata apostou no marketing de influência, com ações e parcerias com influenciadores digitais e formadores de opinião.
“É um trabalho de formiguinha. Tem que acompanhar o trabalho do influencer nas redes, ver se ele tem os valores da marca e compreender qual é o público dele”, afirma.
Hoje, a empresa possui linhas próprias, desenhadas com base em itens que fazem sucesso nas redes sociais e até linhas feitas em parceria com influencers.
“Essa aqui fui eu que desenhei, porque a Anitta estava usando. A gente é muito rápido nessas tendências e novidades”, conta, apontando para a peça que usava na mão direita no momento em que recebeu o Estadão no escritório da empresa, no bairro da Liberdade.
Ao caminhar pelo local, que antes abrigava um call center de uma rede de drogarias, a veia digital da Céu de Prata fica explícita.
O depósito de produtos, escritórios e salas de reunião foram todos pensados para serem “instagramáveis”, ou seja, esteticamente convidativos para a gravação de fotos e vídeos para as redes sociais.
“A humanização da marca foi uma das chaves do negócio”, explica Yara, mencionando os conteúdos que mostram o dia a dia da empresa, compartilhados com os mais de 660 mil seguidores da empresa no Instagram.
Yara destaca que a presença nas redes permitiu uma maior conexão com os clientes, o que ajudou na fidelização e personalização de produtos.
Para conseguir personalizar a produção, além de fornecedores nacionais, a Céu de Prata importa matéria-prima da Tailândia e busca novos mercados em Bali e na China.
“As mulheres falavam que queriam produtos dourados, então buscamos expandir”, explica Kennedy Ferreira, diretor de marketing e segundo funcionário contratado pela companhia.
Ele conta orgulhoso dos anos de crescimento da empresa e da nova aposta da companhia na Violeta Joias, marca recém-lançada pela empresa, voltada para a venda de semijoias douradas.