Uma das maiores dificuldades do pequeno empreendedor é organizar as atividades do próprio negócio e ter planejamento para a tomada de decisão. Para isso, existem diferentes técnicas disponíveis, que podem variar de acordo com o tamanho da operação ou objetivos específicos.
Dentre elas, uma das mais conhecidas é a matriz Swot, usada para trazer mais informações para o empreendedor, analisando as oportunidades e ameaças que o seu negócio pode ter.
O nome Swot é uma sigla para as palavras em inglês strengths (força), weaknesses (fraquezas), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças). A mesma técnica também é conhecida no Brasil como Fofa.
“Não usamos a matriz Swot para corrigir, e sim para prevenir problemas”, explica Éder Max, consultor de negócios do Sebrae-SP. Isso porque a matriz ajuda o empreendedor a mapear forças e fraquezas, considerando os ambientes internos e externos da companhia.
Como funciona a matriz Swot
A matriz consiste no desenho de dois eixos, X e Y, resultando em quatro quadrantes. Em cada um deles ficam posicionados determinados pontos do negócio analisado:
- forças;
- fraquezas;
- oportunidades;
- ameaças.
Recomenda-se colocar as forças e oportunidades de um lado e fraquezas e ameaças do outro, para facilitar a visualização.
Dentro de cada um dos quadrantes o empreendedor deve, então, escrever determinados pontos, que facilitem a visualização.
Pontos fortes e fracos
No quadrante de pontos fortes são analisadas as vantagens que o negócio tem, olhando para dentro da própria companhia. “O empreendedor deve se perguntar no que é bom, no que é especialista”, afirma Max.
É nesse espaço que devem ser anotadas as vantagens competitivas do negócio e, especialmente, pontos sobre os quais ele consiga ter algum tipo de controle.
No espaço de pontos fracos, o empreendedor deve colocar os aspectos negativos de seu negócio, pensando em questões que podem afetar o crescimento. “Mapear esses pontos e pensar em como eles podem afetar a competitividade”, diz Max.
O dono de um restaurante pode pensar, por exemplo, nos pratos oferecidos e atendimento dos clientes como ponto forte. Enquanto isso, pode ver como ponto fraco dificuldades de expansão do restaurante por conta do tamanho do ponto ou do dinheiro para contratação de mais funcionários.
Leita também
Oportunidades e ameaças
É nessa área que o empreendedor deve colocar os pontos externos à companhia que podem afetar as operações. “É importante pensar nas oportunidades como partes que o empreendedor não pode controlar”, afirma Max.
O mesmo deve ser feito com as ameaças, considerando diferentes cenários possíveis no mercado onde a empresa atua.
No exemplo do restaurante, as oportunidades podem ser o crescimento do mercado em que ele se encontre ou as oportunidades trazidas pelas entregas via apps de delivery.
Na mesma linha, possíveis ameaças podem ser a falta de um sistema próprio de entregas ou a dificuldade de encontrar pontos maiores na região.
Uso da matriz Swot
Segundo Éder Max, a matriz deve ser tratada como mais uma ferramenta de planejamento estratégico que o empreendedor pode utilizar a seu favor.
No caso do exemplo do restaurante, o empreendedor pode considerar a relevância das plataformas de entrega no seu faturamento e analisar possíveis alternativas caso as taxas cobradas pelos aplicativos aumentem, o que poderia afetar a operação.
Além disso, pode aproveitar insights para ficar atento a pontos comerciais próximos ao seu restaurante que permitam a expansão do negócio.
“O maior benefício é ganhar previsibilidade”, afirma Max. Segundo o consultor, não é necessário se preocupar com a correção de todos os problemas analisados (muitos, inclusive, podem não ter uma solução previsível), mas é importante ter esses pontos em mente.
O consultor afirma ainda que, por se tratar de uma ferramenta de planejamento estratégico, a matriz deve ser usada pelo menos uma vez por ano pelo empreendedor.
Apesar de poder ser feita por qualquer pessoa, diferentes empresas que prestam consultoria empresarial, como o Sebrae, oferecem atendimento e ajuda para a construção da Swot, além de auxílio para o uso de outras ferramentas de gestão.