Pamonhas Arujá: ele trocou Kombi por 7 Jeeps Renegade para impressionar e faz 25 mil vendas por mês


O empreendedor Henrique Morais Pereira teve a ideia de usar os carros top no lugar de Kombis para dar mais credibilidade ao produto e mais do que dobrou as vendas

Por Adele Robichez

Pamonhas, pamonhas, pamonhas. O anúncio do carro da pamonha em alto volume é conhecido nas ruas de São Paulo. O percurso inclui bairros nobres, como Jardins, Itaim Bibi, Moema e Pinheiros. O tradicional quitute é vendido em uma frota de sete Jeeps Renegade, SUVs com preços a partir de R$ 120 mil.

Henrique Pereira, 41 anos, é o empreendedor por trás dos “Jeeps da pamonha”, como foram apelidados nas redes sociais. O negócio é, na verdade, um braço da “Pamonhas Arujá”, criada pelo seu pai Miguel Pereira, 75, no início dos anos 1980.

Em 2017, Henrique sugeriu a mudança ao pai com a ideia de atingir novos públicos. “Só vendíamos na periferia, não tínhamos acesso aos centros ricos de São Paulo. Os carros populares, antigos, comumente são associados a sujeira e falta de qualidade. Eu queria mudar isso para atingir esse nicho”, conta.

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Henrique Pereira, filho do fundador da Pamonhas Arujá e dono do "Jeeps da pamonha", um braço do negócio Foto: Divulgação/Gabriela Araújo

A ideia causou divergências com o pai, mais metódico e tradicional, apegado aos seus antigos veículos do modelo Kombi e Chevrolet Corsa. Então Henrique lançou um braço próprio da Pamonhas Arujá em 2018.

Antes, ele trabalhava como vendedor e recebia uma porcentagem das vendas. Depois, passou a pagar o custo do produto e aproveitar a produção do pai para tocar o negócio conforme quisesse.

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Inicialmente com um Chevrolet Spin, passou de 50 pamonhas vendidas diariamente para 80. “Senti a diferença imediatamente”, destaca.

O irmão, Daniel Pereira, 30, comprou uma BMW e se juntou a Henrique. “Eram prestações absurdas, R$ 5 mil por mês em 2018, uma cifra surreal para pagarmos. Mas insistimos e fomos trabalhar”, conta.

Os sete Jeeps usados atualmente são alugados com 30% desconto, uma parceria que Henrique fez com a Localiza, empresa especializada em aluguel de carros. “Antes eu trabalhava com carros próprios, tinha que fazer manutenção e, quando quebrava, meu parceiro ficava na rua com o carro, tomava multa, perdia as vendas… No fim, eu acabava vendendo o carro pela metade do preço”, justifica.

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Henrique procurava um veículo imponente, pois queria ser facilmente identificado pelas ruas da capital paulista. “O carro seria meu cartão de visita. Quando vi o Jeep Renegade, pensei ‘é esse’.” Em 2020, alugou o primeiro, e as vendas logo dobraram. Hoje cada um dos sete carros vende cerca de 120 pamonhas por dia, ou seja, mais de 25 mil unidades por mês.

Ele não revela o faturamento mensal da empresa, mas considerando o preço de R$ 15 da pamonha, cada carro fatura cerca de R$ 1.800 por dia.

Carro da pamonha ‘Faria Limer’

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Os carros de luxo circulando ao som de “Pamonhas, pamonhas, pamonhas!” são frequentemente filmados e geram memes nas redes sociais.

“Carro da pamonha Faria Limer”, diz o título de um flagra do negócio publicado no TikTok, com mais de 60 mil visualizações. A expressão que deriva da Avenida Brigadeiro Faria Lima, centro financeiro e de negócios em São Paulo, faz menção ao estilo de vida corporativo sofisticado. Os carros, no entanto, não passam por lá em razão da dificuldade de estacionar.

Nos comentários, usuários da rede social reconhecem o negócio e comentam em quais localidades já viram os Jeeps passarem. “A primeira vez que vi eu não acreditei”, afirma um deles. “Tem uns negócios que são tão brasileiros que nem a desigualdade social tira”, brinca outro.

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Pamonhas são tradicionais, servidas na palha

Questionado sobre a pamonha, Henrique garante: “É tradicionalíssima”. Servida na palha, ele até tentou implementar uma embalagem plástica, mas não fez sucesso. “A identidade da palha é gigantesca, existe uma cultura afetiva muito forte. não consegui mudar”, admite.

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A tradição, no entanto, se soma às inovações do empreendedor. Ele inseriu no empreendimento novos sabores de pamonhas, como recheadas com queijo, linguiça, carne seca, frango e de romeu e julieta (queijo com goiabada).

“Meu pai não era a favor de adicionar sabores porque seria mais trabalhoso para a produção, mas como eu passei a vender para a classe alta, são pessoas que têm a oportunidade de conhecer pamonhas recheadas em outros estados, e senti a necessidade de ter uma gama de produtos diferenciados.”

Os Jeeps oferecem diariamente pamonha doce, salgada e tradicional (com queijo), além de bolo e suco de milho. Os demais sabores são comercializados apenas sob encomenda.

Negócio vende outros produtos feitos de milho, além das pamonhas Foto: Arquivo Pessoal

As pamonhas são feitas na fábrica da Pamonhas Arujá em Guarulhos, cidade da Grande São Paulo onde Henrique nasceu. Os tamanhos e valores variam conforme a localidade.

Nos bairros nobres de São Paulo, todos os produtos são vendidos a R$ 15, inclusive as pamonhas, que variam de 400 a 450 gramas. Em locais como a Rua 25 de Março e o Brás, centros comerciais populares da capital, ou na região metropolitana e interior do estado, o preço desce para R$ 10; nesse caso, as pamonhas ficam entre 180 e 280 gramas.

Os tamanhos variam porque o produto é artesanal, explica Henrique. As pamonhas podem ser congeladas e consumidas em até 60 dias, basta cozinhar na água fervente. “Paguei um engenheiro de alimentos para me ajudar com isso porque nem sempre a vontade do cliente vai casar com o horário que o carro passa. Então ele pode comprar na hora e comer quando quiser”, esclarece.

Os Jeeps rodam de segunda a sábado na cidade de São Paulo, divididos por setores entre os seguintes bairros:

  • Pinheiros
  • Vila Madalena
  • Vila Olímpia
  • Itaim bibi
  • Cerqueira Cezar
  • Jd Paulista
  • Vila Mariana
  • Saúde
  • Jabaquara
  • Campo belo
  • Brooklin
  • Paraíso
  • Jardins
  • Morumbi
  • Aeroporto
  • Moema

Durante o verão, ele passa a vender as pamonhas no litoral norte, como Ilhabela, São Sebastião, Caraguatatuba e Ubatuba, e em Paraty. “Quem mora nos Jardins tem dinheiro para viajar nas férias, então não tem porque eu ficar na capital se não tem a demanda que eu preciso”, explica.

Um fim de semana por mês, ele também comercializa pamonhas em outros estados, como Rio de Janeiro, Espírito Santo e Santa Catarina.

Os seis colaboradores que atuam no negócio, além de Henrique e o Daniel, recebem uma comissão de 20% sobre o valor da venda individual bruta. Cada carro tem um alto-falante, uma caixa de som e dois coolers para manter os produtos quentes.

Carros da pamonha são negócio familiar

A Pamonhas Arujá surgiu no início de 1980, quando Henrique ainda não tinha nascido. O seu pai, Miguel Pereira, fundador do negócio, trabalhava como táxi, mas teve que deixar o emprego após ser diagnosticado com a doença de Chagas.

Passou, então, a assar milho e vender em um carrinho com rodinhas de bicicleta. A pedido dos clientes, pegou uma receita de pamonha da mãe. Foi um sucesso.

Em 1982, ele comprou uma Kombi e colocou um alto-falante para anunciar a venda das pamonhas em Guarulhos e Arujá, cidade paulista que dá nome ao negócio. “Desde então, tocamos o negócio em família, trabalhando com a mesma receita”, destaca Henrique.

O empreendedor pretende começar a vender as pamonhas em lojas de conveniência a partir de 2025. Ele também quer abrir uma loja física em uma das principais avenidas de São Paulo, mas ainda espera um investidor para o plano se concretizar.

A Pamonhas Arujá tinha duas lojas, uma na rua Capote Valente, em Pinheiros, e outra em Ubatuba (litoral de SP), mas ambas foram fechadas durante a pandemia de coronavírus. Na época, Henrique passou a vender as pamonhas por meio de aplicativos de delivery.

Miguel Pereira, fundador da Pamonhas Arujá, é dono da voz que aparece nas gravações dos carros do negócio Foto: Arquivo Pessoal

Bordões são os mesmos há 40 anos

“Corre, corre, garotada, se não o moço vai embora e a criançada chora”. A voz da chamada já conhecida pelos clientes da Pamonhas Arujá é de Miguel, pai de Henrique. A gravação é a mesma há mais de 40 anos, quando ele começou.

Apesar dos carros de luxo, o marketing permanece tradicional, explica Henrique. “Confesso que às vezes é chato ficar ouvindo esse som o dia todo, mas é o que há para esse tipo de negócio. Os bordões são conhecidos e viraram ‘chiclete’: quando toca, todo mundo já sabe que o carro está passando.”

“O carro da pamonha está passando na sua rua”, anuncia a gravação, que garante em seguida: “Não vendemos gato no saco”. A afirmação quer dizer que o negócio não tem enganação.

Mas o som não agrada a todos. Henrique conta que moradores de ruas por onde passa já chamaram a polícia e jogaram ovos no seu carro. Nas ocasiões, foi defendido por clientes. “O carro fica dez minutos estacionado em um ponto. Não quero atrapalhar ninguém; se me pedir, ando um quarteirão para a frente, abaixo o volume”, diz.

Uma enquete feita em março deste ano no programa Balanço Geral, da TV Record, usando como exemplo uma gravação de um dos “Jeeps da pamonha”, mostrou que cerca de 30% dos moradores do bairro de Vila Mariana, em São Paulo, incomodam-se com o barulho do carro da pamonha.

Apesar da polêmica, Henrique afirma que a maioria das pessoas mostra-se feliz com a chegada do Jeep. “Quando fico muito tempo sem ir, as pessoas cobram. Recebo mensagens de várias partes do Brasil com pessoas pedindo pelo Jeep na sua rua.”

Clientes denunciam som dos carros

No site Reclame Aqui, a Pamonhas Arujá recebeu quatro reclamações, três direcionadas à prefeitura de São Paulo e uma à de Praia Grande, todas relacionadas à “poluição sonora” dos carros. As queixas foram registradas há um mês, seis meses, um ano e quatro anos.

Consultor dá dicas para negócios móveis

O consultor de negócios do Sebrae-SP Davi Jerônimo dá dicas para quem também tem o desejo de empreender com negócios móveis, vendendo produtos em veículos, por exemplo, sem uma loja fixa.

No caso do ponto físico, existem custos maiores. “Vendendo ou não, há a obrigação de pagar mensalmente”, explica Jerônimo. Além disso, exige o esforço do empreendedor em atrair os clientes até o endereço da sua loja.

Já o negócio móvel é mais dinâmico, tem um custo menor e a possibilidade de o comerciante se dirigir até o cliente em pontos e dias diferentes. “O negócio vai até o cliente e não o cliente ao negócio”, frisa o consultor. Além disso, ele destaca uma estrutura de negócio reduzida.

Os custos operacionais para um negócio com veículo podem incluir o combustível; a manutenção dos carros, como troca de óleo, pneus e peças; em alguns casos, aluguel de espaço; e o pagamento de pedágios. Caso haja colaboradores, há também salários e gratificações.

Em logradouros públicos, existe a obrigatoriedade de licença municipal. Já em ambientes particulares, como condomínios e terrenos, “cabe negociação com os proprietários”, indica o especialista. No ramo de alimentação, ele também aponta a necessidade de obedecer às boas práticas de manipulação e alimentos estabelecidas pela vigilância sanitária municipal.

Comprar ou alugar? Para Jerônimo, o aluguel do veículo no início do negócio é mais vantajoso. “Além de não descapitalizar a empresa, é um baixo investimento. Sempre há necessidade de dinheiro nos três primeiros meses para fazer o negócio girar”, justifica.

O consultor recomenda ainda que o empreendedor adote algumas estratégias de marketing para alavancar o negócio. Entre as principais, ele cita a adesivação do veículo; a utilização das redes sociais para divulgar os locais pelos quais o negócio passará no dia; o uso de panfletos e folders; e parcerias com condomínios.

Nesse tipo de empreendimento, o público é “superimportante”, ressalta Jerônimo. “Se faz necessário um estudo prévio de onde o veículo será estacionado”, afirma. Ele sugere que os empreendedores interessados comecem em condomínios cujos moradores tenham interesse nos produtos para reduzir os custos e garantir as vendas.

Em espaços onde há uma grande circulação de pessoas, o consultor recomenda uma pesquisa de gostos e hábitos dos consumidores para ajudar na tomada de decisão das localidades.

Embalagens sustentáveis, uso de veículo elétrico e limpeza do local ou destinação correta dos resíduos são algumas das opções para negócios móveis adotarem práticas sustentáveis, uma tendência global de mercado.

Pamonhas, pamonhas, pamonhas. O anúncio do carro da pamonha em alto volume é conhecido nas ruas de São Paulo. O percurso inclui bairros nobres, como Jardins, Itaim Bibi, Moema e Pinheiros. O tradicional quitute é vendido em uma frota de sete Jeeps Renegade, SUVs com preços a partir de R$ 120 mil.

Henrique Pereira, 41 anos, é o empreendedor por trás dos “Jeeps da pamonha”, como foram apelidados nas redes sociais. O negócio é, na verdade, um braço da “Pamonhas Arujá”, criada pelo seu pai Miguel Pereira, 75, no início dos anos 1980.

Em 2017, Henrique sugeriu a mudança ao pai com a ideia de atingir novos públicos. “Só vendíamos na periferia, não tínhamos acesso aos centros ricos de São Paulo. Os carros populares, antigos, comumente são associados a sujeira e falta de qualidade. Eu queria mudar isso para atingir esse nicho”, conta.

Henrique Pereira, filho do fundador da Pamonhas Arujá e dono do "Jeeps da pamonha", um braço do negócio Foto: Divulgação/Gabriela Araújo

A ideia causou divergências com o pai, mais metódico e tradicional, apegado aos seus antigos veículos do modelo Kombi e Chevrolet Corsa. Então Henrique lançou um braço próprio da Pamonhas Arujá em 2018.

Antes, ele trabalhava como vendedor e recebia uma porcentagem das vendas. Depois, passou a pagar o custo do produto e aproveitar a produção do pai para tocar o negócio conforme quisesse.

Inicialmente com um Chevrolet Spin, passou de 50 pamonhas vendidas diariamente para 80. “Senti a diferença imediatamente”, destaca.

O irmão, Daniel Pereira, 30, comprou uma BMW e se juntou a Henrique. “Eram prestações absurdas, R$ 5 mil por mês em 2018, uma cifra surreal para pagarmos. Mas insistimos e fomos trabalhar”, conta.

Os sete Jeeps usados atualmente são alugados com 30% desconto, uma parceria que Henrique fez com a Localiza, empresa especializada em aluguel de carros. “Antes eu trabalhava com carros próprios, tinha que fazer manutenção e, quando quebrava, meu parceiro ficava na rua com o carro, tomava multa, perdia as vendas… No fim, eu acabava vendendo o carro pela metade do preço”, justifica.

Henrique procurava um veículo imponente, pois queria ser facilmente identificado pelas ruas da capital paulista. “O carro seria meu cartão de visita. Quando vi o Jeep Renegade, pensei ‘é esse’.” Em 2020, alugou o primeiro, e as vendas logo dobraram. Hoje cada um dos sete carros vende cerca de 120 pamonhas por dia, ou seja, mais de 25 mil unidades por mês.

Ele não revela o faturamento mensal da empresa, mas considerando o preço de R$ 15 da pamonha, cada carro fatura cerca de R$ 1.800 por dia.

Carro da pamonha ‘Faria Limer’

Os carros de luxo circulando ao som de “Pamonhas, pamonhas, pamonhas!” são frequentemente filmados e geram memes nas redes sociais.

“Carro da pamonha Faria Limer”, diz o título de um flagra do negócio publicado no TikTok, com mais de 60 mil visualizações. A expressão que deriva da Avenida Brigadeiro Faria Lima, centro financeiro e de negócios em São Paulo, faz menção ao estilo de vida corporativo sofisticado. Os carros, no entanto, não passam por lá em razão da dificuldade de estacionar.

Nos comentários, usuários da rede social reconhecem o negócio e comentam em quais localidades já viram os Jeeps passarem. “A primeira vez que vi eu não acreditei”, afirma um deles. “Tem uns negócios que são tão brasileiros que nem a desigualdade social tira”, brinca outro.

Pamonhas são tradicionais, servidas na palha

Questionado sobre a pamonha, Henrique garante: “É tradicionalíssima”. Servida na palha, ele até tentou implementar uma embalagem plástica, mas não fez sucesso. “A identidade da palha é gigantesca, existe uma cultura afetiva muito forte. não consegui mudar”, admite.

A tradição, no entanto, se soma às inovações do empreendedor. Ele inseriu no empreendimento novos sabores de pamonhas, como recheadas com queijo, linguiça, carne seca, frango e de romeu e julieta (queijo com goiabada).

“Meu pai não era a favor de adicionar sabores porque seria mais trabalhoso para a produção, mas como eu passei a vender para a classe alta, são pessoas que têm a oportunidade de conhecer pamonhas recheadas em outros estados, e senti a necessidade de ter uma gama de produtos diferenciados.”

Os Jeeps oferecem diariamente pamonha doce, salgada e tradicional (com queijo), além de bolo e suco de milho. Os demais sabores são comercializados apenas sob encomenda.

Negócio vende outros produtos feitos de milho, além das pamonhas Foto: Arquivo Pessoal

As pamonhas são feitas na fábrica da Pamonhas Arujá em Guarulhos, cidade da Grande São Paulo onde Henrique nasceu. Os tamanhos e valores variam conforme a localidade.

Nos bairros nobres de São Paulo, todos os produtos são vendidos a R$ 15, inclusive as pamonhas, que variam de 400 a 450 gramas. Em locais como a Rua 25 de Março e o Brás, centros comerciais populares da capital, ou na região metropolitana e interior do estado, o preço desce para R$ 10; nesse caso, as pamonhas ficam entre 180 e 280 gramas.

Os tamanhos variam porque o produto é artesanal, explica Henrique. As pamonhas podem ser congeladas e consumidas em até 60 dias, basta cozinhar na água fervente. “Paguei um engenheiro de alimentos para me ajudar com isso porque nem sempre a vontade do cliente vai casar com o horário que o carro passa. Então ele pode comprar na hora e comer quando quiser”, esclarece.

Os Jeeps rodam de segunda a sábado na cidade de São Paulo, divididos por setores entre os seguintes bairros:

  • Pinheiros
  • Vila Madalena
  • Vila Olímpia
  • Itaim bibi
  • Cerqueira Cezar
  • Jd Paulista
  • Vila Mariana
  • Saúde
  • Jabaquara
  • Campo belo
  • Brooklin
  • Paraíso
  • Jardins
  • Morumbi
  • Aeroporto
  • Moema

Durante o verão, ele passa a vender as pamonhas no litoral norte, como Ilhabela, São Sebastião, Caraguatatuba e Ubatuba, e em Paraty. “Quem mora nos Jardins tem dinheiro para viajar nas férias, então não tem porque eu ficar na capital se não tem a demanda que eu preciso”, explica.

Um fim de semana por mês, ele também comercializa pamonhas em outros estados, como Rio de Janeiro, Espírito Santo e Santa Catarina.

Os seis colaboradores que atuam no negócio, além de Henrique e o Daniel, recebem uma comissão de 20% sobre o valor da venda individual bruta. Cada carro tem um alto-falante, uma caixa de som e dois coolers para manter os produtos quentes.

Carros da pamonha são negócio familiar

A Pamonhas Arujá surgiu no início de 1980, quando Henrique ainda não tinha nascido. O seu pai, Miguel Pereira, fundador do negócio, trabalhava como táxi, mas teve que deixar o emprego após ser diagnosticado com a doença de Chagas.

Passou, então, a assar milho e vender em um carrinho com rodinhas de bicicleta. A pedido dos clientes, pegou uma receita de pamonha da mãe. Foi um sucesso.

Em 1982, ele comprou uma Kombi e colocou um alto-falante para anunciar a venda das pamonhas em Guarulhos e Arujá, cidade paulista que dá nome ao negócio. “Desde então, tocamos o negócio em família, trabalhando com a mesma receita”, destaca Henrique.

O empreendedor pretende começar a vender as pamonhas em lojas de conveniência a partir de 2025. Ele também quer abrir uma loja física em uma das principais avenidas de São Paulo, mas ainda espera um investidor para o plano se concretizar.

A Pamonhas Arujá tinha duas lojas, uma na rua Capote Valente, em Pinheiros, e outra em Ubatuba (litoral de SP), mas ambas foram fechadas durante a pandemia de coronavírus. Na época, Henrique passou a vender as pamonhas por meio de aplicativos de delivery.

Miguel Pereira, fundador da Pamonhas Arujá, é dono da voz que aparece nas gravações dos carros do negócio Foto: Arquivo Pessoal

Bordões são os mesmos há 40 anos

“Corre, corre, garotada, se não o moço vai embora e a criançada chora”. A voz da chamada já conhecida pelos clientes da Pamonhas Arujá é de Miguel, pai de Henrique. A gravação é a mesma há mais de 40 anos, quando ele começou.

Apesar dos carros de luxo, o marketing permanece tradicional, explica Henrique. “Confesso que às vezes é chato ficar ouvindo esse som o dia todo, mas é o que há para esse tipo de negócio. Os bordões são conhecidos e viraram ‘chiclete’: quando toca, todo mundo já sabe que o carro está passando.”

“O carro da pamonha está passando na sua rua”, anuncia a gravação, que garante em seguida: “Não vendemos gato no saco”. A afirmação quer dizer que o negócio não tem enganação.

Mas o som não agrada a todos. Henrique conta que moradores de ruas por onde passa já chamaram a polícia e jogaram ovos no seu carro. Nas ocasiões, foi defendido por clientes. “O carro fica dez minutos estacionado em um ponto. Não quero atrapalhar ninguém; se me pedir, ando um quarteirão para a frente, abaixo o volume”, diz.

Uma enquete feita em março deste ano no programa Balanço Geral, da TV Record, usando como exemplo uma gravação de um dos “Jeeps da pamonha”, mostrou que cerca de 30% dos moradores do bairro de Vila Mariana, em São Paulo, incomodam-se com o barulho do carro da pamonha.

Apesar da polêmica, Henrique afirma que a maioria das pessoas mostra-se feliz com a chegada do Jeep. “Quando fico muito tempo sem ir, as pessoas cobram. Recebo mensagens de várias partes do Brasil com pessoas pedindo pelo Jeep na sua rua.”

Clientes denunciam som dos carros

No site Reclame Aqui, a Pamonhas Arujá recebeu quatro reclamações, três direcionadas à prefeitura de São Paulo e uma à de Praia Grande, todas relacionadas à “poluição sonora” dos carros. As queixas foram registradas há um mês, seis meses, um ano e quatro anos.

Consultor dá dicas para negócios móveis

O consultor de negócios do Sebrae-SP Davi Jerônimo dá dicas para quem também tem o desejo de empreender com negócios móveis, vendendo produtos em veículos, por exemplo, sem uma loja fixa.

No caso do ponto físico, existem custos maiores. “Vendendo ou não, há a obrigação de pagar mensalmente”, explica Jerônimo. Além disso, exige o esforço do empreendedor em atrair os clientes até o endereço da sua loja.

Já o negócio móvel é mais dinâmico, tem um custo menor e a possibilidade de o comerciante se dirigir até o cliente em pontos e dias diferentes. “O negócio vai até o cliente e não o cliente ao negócio”, frisa o consultor. Além disso, ele destaca uma estrutura de negócio reduzida.

Os custos operacionais para um negócio com veículo podem incluir o combustível; a manutenção dos carros, como troca de óleo, pneus e peças; em alguns casos, aluguel de espaço; e o pagamento de pedágios. Caso haja colaboradores, há também salários e gratificações.

Em logradouros públicos, existe a obrigatoriedade de licença municipal. Já em ambientes particulares, como condomínios e terrenos, “cabe negociação com os proprietários”, indica o especialista. No ramo de alimentação, ele também aponta a necessidade de obedecer às boas práticas de manipulação e alimentos estabelecidas pela vigilância sanitária municipal.

Comprar ou alugar? Para Jerônimo, o aluguel do veículo no início do negócio é mais vantajoso. “Além de não descapitalizar a empresa, é um baixo investimento. Sempre há necessidade de dinheiro nos três primeiros meses para fazer o negócio girar”, justifica.

O consultor recomenda ainda que o empreendedor adote algumas estratégias de marketing para alavancar o negócio. Entre as principais, ele cita a adesivação do veículo; a utilização das redes sociais para divulgar os locais pelos quais o negócio passará no dia; o uso de panfletos e folders; e parcerias com condomínios.

Nesse tipo de empreendimento, o público é “superimportante”, ressalta Jerônimo. “Se faz necessário um estudo prévio de onde o veículo será estacionado”, afirma. Ele sugere que os empreendedores interessados comecem em condomínios cujos moradores tenham interesse nos produtos para reduzir os custos e garantir as vendas.

Em espaços onde há uma grande circulação de pessoas, o consultor recomenda uma pesquisa de gostos e hábitos dos consumidores para ajudar na tomada de decisão das localidades.

Embalagens sustentáveis, uso de veículo elétrico e limpeza do local ou destinação correta dos resíduos são algumas das opções para negócios móveis adotarem práticas sustentáveis, uma tendência global de mercado.

Pamonhas, pamonhas, pamonhas. O anúncio do carro da pamonha em alto volume é conhecido nas ruas de São Paulo. O percurso inclui bairros nobres, como Jardins, Itaim Bibi, Moema e Pinheiros. O tradicional quitute é vendido em uma frota de sete Jeeps Renegade, SUVs com preços a partir de R$ 120 mil.

Henrique Pereira, 41 anos, é o empreendedor por trás dos “Jeeps da pamonha”, como foram apelidados nas redes sociais. O negócio é, na verdade, um braço da “Pamonhas Arujá”, criada pelo seu pai Miguel Pereira, 75, no início dos anos 1980.

Em 2017, Henrique sugeriu a mudança ao pai com a ideia de atingir novos públicos. “Só vendíamos na periferia, não tínhamos acesso aos centros ricos de São Paulo. Os carros populares, antigos, comumente são associados a sujeira e falta de qualidade. Eu queria mudar isso para atingir esse nicho”, conta.

Henrique Pereira, filho do fundador da Pamonhas Arujá e dono do "Jeeps da pamonha", um braço do negócio Foto: Divulgação/Gabriela Araújo

A ideia causou divergências com o pai, mais metódico e tradicional, apegado aos seus antigos veículos do modelo Kombi e Chevrolet Corsa. Então Henrique lançou um braço próprio da Pamonhas Arujá em 2018.

Antes, ele trabalhava como vendedor e recebia uma porcentagem das vendas. Depois, passou a pagar o custo do produto e aproveitar a produção do pai para tocar o negócio conforme quisesse.

Inicialmente com um Chevrolet Spin, passou de 50 pamonhas vendidas diariamente para 80. “Senti a diferença imediatamente”, destaca.

O irmão, Daniel Pereira, 30, comprou uma BMW e se juntou a Henrique. “Eram prestações absurdas, R$ 5 mil por mês em 2018, uma cifra surreal para pagarmos. Mas insistimos e fomos trabalhar”, conta.

Os sete Jeeps usados atualmente são alugados com 30% desconto, uma parceria que Henrique fez com a Localiza, empresa especializada em aluguel de carros. “Antes eu trabalhava com carros próprios, tinha que fazer manutenção e, quando quebrava, meu parceiro ficava na rua com o carro, tomava multa, perdia as vendas… No fim, eu acabava vendendo o carro pela metade do preço”, justifica.

Henrique procurava um veículo imponente, pois queria ser facilmente identificado pelas ruas da capital paulista. “O carro seria meu cartão de visita. Quando vi o Jeep Renegade, pensei ‘é esse’.” Em 2020, alugou o primeiro, e as vendas logo dobraram. Hoje cada um dos sete carros vende cerca de 120 pamonhas por dia, ou seja, mais de 25 mil unidades por mês.

Ele não revela o faturamento mensal da empresa, mas considerando o preço de R$ 15 da pamonha, cada carro fatura cerca de R$ 1.800 por dia.

Carro da pamonha ‘Faria Limer’

Os carros de luxo circulando ao som de “Pamonhas, pamonhas, pamonhas!” são frequentemente filmados e geram memes nas redes sociais.

“Carro da pamonha Faria Limer”, diz o título de um flagra do negócio publicado no TikTok, com mais de 60 mil visualizações. A expressão que deriva da Avenida Brigadeiro Faria Lima, centro financeiro e de negócios em São Paulo, faz menção ao estilo de vida corporativo sofisticado. Os carros, no entanto, não passam por lá em razão da dificuldade de estacionar.

Nos comentários, usuários da rede social reconhecem o negócio e comentam em quais localidades já viram os Jeeps passarem. “A primeira vez que vi eu não acreditei”, afirma um deles. “Tem uns negócios que são tão brasileiros que nem a desigualdade social tira”, brinca outro.

Pamonhas são tradicionais, servidas na palha

Questionado sobre a pamonha, Henrique garante: “É tradicionalíssima”. Servida na palha, ele até tentou implementar uma embalagem plástica, mas não fez sucesso. “A identidade da palha é gigantesca, existe uma cultura afetiva muito forte. não consegui mudar”, admite.

A tradição, no entanto, se soma às inovações do empreendedor. Ele inseriu no empreendimento novos sabores de pamonhas, como recheadas com queijo, linguiça, carne seca, frango e de romeu e julieta (queijo com goiabada).

“Meu pai não era a favor de adicionar sabores porque seria mais trabalhoso para a produção, mas como eu passei a vender para a classe alta, são pessoas que têm a oportunidade de conhecer pamonhas recheadas em outros estados, e senti a necessidade de ter uma gama de produtos diferenciados.”

Os Jeeps oferecem diariamente pamonha doce, salgada e tradicional (com queijo), além de bolo e suco de milho. Os demais sabores são comercializados apenas sob encomenda.

Negócio vende outros produtos feitos de milho, além das pamonhas Foto: Arquivo Pessoal

As pamonhas são feitas na fábrica da Pamonhas Arujá em Guarulhos, cidade da Grande São Paulo onde Henrique nasceu. Os tamanhos e valores variam conforme a localidade.

Nos bairros nobres de São Paulo, todos os produtos são vendidos a R$ 15, inclusive as pamonhas, que variam de 400 a 450 gramas. Em locais como a Rua 25 de Março e o Brás, centros comerciais populares da capital, ou na região metropolitana e interior do estado, o preço desce para R$ 10; nesse caso, as pamonhas ficam entre 180 e 280 gramas.

Os tamanhos variam porque o produto é artesanal, explica Henrique. As pamonhas podem ser congeladas e consumidas em até 60 dias, basta cozinhar na água fervente. “Paguei um engenheiro de alimentos para me ajudar com isso porque nem sempre a vontade do cliente vai casar com o horário que o carro passa. Então ele pode comprar na hora e comer quando quiser”, esclarece.

Os Jeeps rodam de segunda a sábado na cidade de São Paulo, divididos por setores entre os seguintes bairros:

  • Pinheiros
  • Vila Madalena
  • Vila Olímpia
  • Itaim bibi
  • Cerqueira Cezar
  • Jd Paulista
  • Vila Mariana
  • Saúde
  • Jabaquara
  • Campo belo
  • Brooklin
  • Paraíso
  • Jardins
  • Morumbi
  • Aeroporto
  • Moema

Durante o verão, ele passa a vender as pamonhas no litoral norte, como Ilhabela, São Sebastião, Caraguatatuba e Ubatuba, e em Paraty. “Quem mora nos Jardins tem dinheiro para viajar nas férias, então não tem porque eu ficar na capital se não tem a demanda que eu preciso”, explica.

Um fim de semana por mês, ele também comercializa pamonhas em outros estados, como Rio de Janeiro, Espírito Santo e Santa Catarina.

Os seis colaboradores que atuam no negócio, além de Henrique e o Daniel, recebem uma comissão de 20% sobre o valor da venda individual bruta. Cada carro tem um alto-falante, uma caixa de som e dois coolers para manter os produtos quentes.

Carros da pamonha são negócio familiar

A Pamonhas Arujá surgiu no início de 1980, quando Henrique ainda não tinha nascido. O seu pai, Miguel Pereira, fundador do negócio, trabalhava como táxi, mas teve que deixar o emprego após ser diagnosticado com a doença de Chagas.

Passou, então, a assar milho e vender em um carrinho com rodinhas de bicicleta. A pedido dos clientes, pegou uma receita de pamonha da mãe. Foi um sucesso.

Em 1982, ele comprou uma Kombi e colocou um alto-falante para anunciar a venda das pamonhas em Guarulhos e Arujá, cidade paulista que dá nome ao negócio. “Desde então, tocamos o negócio em família, trabalhando com a mesma receita”, destaca Henrique.

O empreendedor pretende começar a vender as pamonhas em lojas de conveniência a partir de 2025. Ele também quer abrir uma loja física em uma das principais avenidas de São Paulo, mas ainda espera um investidor para o plano se concretizar.

A Pamonhas Arujá tinha duas lojas, uma na rua Capote Valente, em Pinheiros, e outra em Ubatuba (litoral de SP), mas ambas foram fechadas durante a pandemia de coronavírus. Na época, Henrique passou a vender as pamonhas por meio de aplicativos de delivery.

Miguel Pereira, fundador da Pamonhas Arujá, é dono da voz que aparece nas gravações dos carros do negócio Foto: Arquivo Pessoal

Bordões são os mesmos há 40 anos

“Corre, corre, garotada, se não o moço vai embora e a criançada chora”. A voz da chamada já conhecida pelos clientes da Pamonhas Arujá é de Miguel, pai de Henrique. A gravação é a mesma há mais de 40 anos, quando ele começou.

Apesar dos carros de luxo, o marketing permanece tradicional, explica Henrique. “Confesso que às vezes é chato ficar ouvindo esse som o dia todo, mas é o que há para esse tipo de negócio. Os bordões são conhecidos e viraram ‘chiclete’: quando toca, todo mundo já sabe que o carro está passando.”

“O carro da pamonha está passando na sua rua”, anuncia a gravação, que garante em seguida: “Não vendemos gato no saco”. A afirmação quer dizer que o negócio não tem enganação.

Mas o som não agrada a todos. Henrique conta que moradores de ruas por onde passa já chamaram a polícia e jogaram ovos no seu carro. Nas ocasiões, foi defendido por clientes. “O carro fica dez minutos estacionado em um ponto. Não quero atrapalhar ninguém; se me pedir, ando um quarteirão para a frente, abaixo o volume”, diz.

Uma enquete feita em março deste ano no programa Balanço Geral, da TV Record, usando como exemplo uma gravação de um dos “Jeeps da pamonha”, mostrou que cerca de 30% dos moradores do bairro de Vila Mariana, em São Paulo, incomodam-se com o barulho do carro da pamonha.

Apesar da polêmica, Henrique afirma que a maioria das pessoas mostra-se feliz com a chegada do Jeep. “Quando fico muito tempo sem ir, as pessoas cobram. Recebo mensagens de várias partes do Brasil com pessoas pedindo pelo Jeep na sua rua.”

Clientes denunciam som dos carros

No site Reclame Aqui, a Pamonhas Arujá recebeu quatro reclamações, três direcionadas à prefeitura de São Paulo e uma à de Praia Grande, todas relacionadas à “poluição sonora” dos carros. As queixas foram registradas há um mês, seis meses, um ano e quatro anos.

Consultor dá dicas para negócios móveis

O consultor de negócios do Sebrae-SP Davi Jerônimo dá dicas para quem também tem o desejo de empreender com negócios móveis, vendendo produtos em veículos, por exemplo, sem uma loja fixa.

No caso do ponto físico, existem custos maiores. “Vendendo ou não, há a obrigação de pagar mensalmente”, explica Jerônimo. Além disso, exige o esforço do empreendedor em atrair os clientes até o endereço da sua loja.

Já o negócio móvel é mais dinâmico, tem um custo menor e a possibilidade de o comerciante se dirigir até o cliente em pontos e dias diferentes. “O negócio vai até o cliente e não o cliente ao negócio”, frisa o consultor. Além disso, ele destaca uma estrutura de negócio reduzida.

Os custos operacionais para um negócio com veículo podem incluir o combustível; a manutenção dos carros, como troca de óleo, pneus e peças; em alguns casos, aluguel de espaço; e o pagamento de pedágios. Caso haja colaboradores, há também salários e gratificações.

Em logradouros públicos, existe a obrigatoriedade de licença municipal. Já em ambientes particulares, como condomínios e terrenos, “cabe negociação com os proprietários”, indica o especialista. No ramo de alimentação, ele também aponta a necessidade de obedecer às boas práticas de manipulação e alimentos estabelecidas pela vigilância sanitária municipal.

Comprar ou alugar? Para Jerônimo, o aluguel do veículo no início do negócio é mais vantajoso. “Além de não descapitalizar a empresa, é um baixo investimento. Sempre há necessidade de dinheiro nos três primeiros meses para fazer o negócio girar”, justifica.

O consultor recomenda ainda que o empreendedor adote algumas estratégias de marketing para alavancar o negócio. Entre as principais, ele cita a adesivação do veículo; a utilização das redes sociais para divulgar os locais pelos quais o negócio passará no dia; o uso de panfletos e folders; e parcerias com condomínios.

Nesse tipo de empreendimento, o público é “superimportante”, ressalta Jerônimo. “Se faz necessário um estudo prévio de onde o veículo será estacionado”, afirma. Ele sugere que os empreendedores interessados comecem em condomínios cujos moradores tenham interesse nos produtos para reduzir os custos e garantir as vendas.

Em espaços onde há uma grande circulação de pessoas, o consultor recomenda uma pesquisa de gostos e hábitos dos consumidores para ajudar na tomada de decisão das localidades.

Embalagens sustentáveis, uso de veículo elétrico e limpeza do local ou destinação correta dos resíduos são algumas das opções para negócios móveis adotarem práticas sustentáveis, uma tendência global de mercado.

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