Uai Why: cafeteria faz sucesso na internet ao juntar ‘mineirês’, inglês, pão de queijo e café gelado


O mineiro Clau Ferreira e sua esposa, a norte-americana Kylie Ferreira, criaram uma cafeteria em Porto Alegre (RS) que mistura comidas de Minas Gerais e dos EUA e viralizaram nas redes

Por Geovanna Hora

Apaixonado por pão de queijo, o mineiro Clau Ferreira, de 33 anos, sentia falta de encontrar a versão tradicional da iguaria nas ruas de Porto Alegre (RS), onde mora há oito anos. Em uma conversa de bar com a esposa, que é norte-americana, ele decidiu abrir a Uai Why, cafeteria que mistura comidas de Minas Gerais e dos Estados Unidos. Antes de completar um mês de funcionamento, o negócio viralizou nas redes sociais, atraiu mais de dois milhões de visualizações e viu o faturamento triplicar.

Natural de Governador Valadares, cidade localizada a cerca de 300 km de Belo Horizonte, Ferreira mudou-se para Porto Alegre em 2016 em busca de novas experiências.

Ele trabalhou em diferentes áreas e chegou a ser executivo de contas da Dell, gigante de tecnologia.

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O mineiro Clau Ferreira e sua esposa, a norte-americana Kylie Ferreira, em frente à cafeteria Uay Why, em Porto Alegre (RS) que mistura comida mineira e dos EUA, como pão de queijo e café gelado. Foto: Divulgação/Uai Why

De uma conversa de bar para o sucesso viral

Há quatro anos, o empreendedor conheceu a esposa, Kylie Ferreira, de 31, em um aplicativo de namoro. Ela ainda morava em Raymond, área com menos de mil habitantes no estado de Illinois, mas já estava com as malas prontas para vir trabalhar no Rio Grande do Sul como professora em uma escola internacional.

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Ferreira conta que, em 2023, estava cansado do mercado corporativo e pediu demissão para passar um tempo com a mulher, que precisava fazer uma cirurgia nos Estados Unidos.

“A gente conversava sobre ter um negócio próprio e, no bar, eu contei que queria ter uma cafeteria para vender o verdadeiro pão de queijo, porque as opções disponíveis em Porto Alegre não me agradavam”, afirma.

O casal voltou para o Brasil em janeiro e Ferreira passou a se dedicar à criação da empresa. O cardápio da cafeteria foi pensado para unir o melhor da culinária mineira e americana, com o pão de queijo e o café gelado na linha de frente.

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A união de dois mundos em um só nome

O nome inicialmente seria em homenagem à avó do mineiro, mas ele acreditava que a marca precisava representar o casal e teve a ideia de misturar os dois idiomas: Uai Why.

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“Não tem uma explicação, simplesmente surgiu o nome na minha cabeça. Gostei da fonética, achei que era pequeno e objetivo, do jeito que eu queria. Contei para a Kylie, depois para alguns amigos e todos acharam ótimo, então já comecei a chamar de Uai Why”, explica.

Tragédia climática trouxe insegurança e adiou inauguração

A adaptação do ponto físico da cafeteria já tinha começado, no bairro do Bom Fim, quando o Rio Grande do Sul foi atingido pela maior tragédia climática da sua história.

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A área não foi diretamente afetada pelas enchentes, mas a inauguração precisou ser adiada, já que houve atrasos na finalização das obras e na entrega de materiais.

“Deu um frio na barriga, porque a economia do estado ficou desestruturada. A gente viu restaurantes antigos que não conseguiram se recuperar e fecharam as portas, então a sensação era de medo, mas o nosso principal foco no momento da crise era ajudar quem precisava, o negócio ficou em segundo plano”, comenta.

Sucesso nas redes sociais foi uma surpresa e zerou estoque

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Inaugurada no final de julho, a Uai Why precisou de menos de um mês para viralizar nas redes sociais, sem nenhum investimento em marketing. O sucesso veio depois que uma cliente comentou sobre o negócio no X (antigo Twitter) e atraiu mais de 2,5 milhões de visualizações e 90 mil curtidas.

Ferreira conta que o número de seguidores da Uai Why no Instagram começou a subir, mas ele só entendeu o que tinha acontecido quando leu a mensagem de uma cliente. “Ela mandou: ‘se preparem para o sucesso, vocês viralizaram no X’. Abri o aplicativo e levei um susto”, diz.

No primeiro domingo depois da repercussão nas redes sociais, a venda de café gelado foi seis vezes maior que a média diária e o faturamento cresceu três vezes em comparação com o final de semana anterior.

O pão de queijo e os xaropes utilizados para saborizar as bebidas esgotaram, até em sabores menos populares, como menta e canela.

Crescimento rápido e desafios iniciais

“O movimento foi tão intenso que a gente parou de vender café gelado, porque o tempo de espera já estava muito alto, o que atrapalha a experiência”, afirma.

A demora no atendimento foi a primeira crítica que o estabelecimento recebeu. Ferreira conta que eles explicaram para os clientes que o aumento do público foi uma surpresa, mas destaca que o comentário negativo serviu como um aprendizado.

O Uai Why tem seis funcionários fixos, mas já planeja contratar novos profissionais para atender às novas demandas.

Destaques do cardápio, o pão de queijo tradicional sai por R$ 8 e o recheado custa a partir de R$ 15. O café gelado sai por R$ 19,90, com 10 opções de sabores.

O futuro da Uai Why: franquias e novos projetos

Além dos seguidores e das vendas, o sucesso na internet também atraiu interessados em transformar a Uai Why em uma franquia.

Ferreira explica que se tornar um franqueador é a sua principal meta a longo prazo, mas que ainda é muito cedo para apostar no sistema.

“Essa é a minha primeira experiência como empreendedor, então preciso dominar como o meu negócio funciona antes de ampliar. Quero investir em franquias, mas preciso estudar e entender o mercado”, afirma.

No momento, o foco de Ferreira é fortalecer a marca na região, mas ele já estuda a possibilidade de abrir uma unidade “to go”, modelo popular no segmento de cafeterias, onde o cliente retira a bebida e consome no caminho.

“Já identificamos essa demanda em Porto Alegre e conversamos sobre a possibilidade, mas ainda está em segundo plano. Um ponto só já dá bastante trabalho, então prefiro ir com calma”, conclui.

O boom das cafeterias no Brasil

O percentual de brasileiros que frequentam cafeterias subiu de 48% em 2019 para 51% em 2023, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

A analista do Sebrae-MG Simone Lopes avalia que a influência da cultura dos Estados Unidos e da Europa no Brasil levou as pessoas a valorizarem o consumo de café fora de casa e estimulou o setor.

Ela aponta também que o acesso a grãos especiais se tornou mais fácil, o que leva o público a se interessar por um café com mais qualidade.

A especialista afirma que o primeiro passo para quem quer aproveitar a alta do mercado é justamente definir se vai apostar em bebidas tradicionais ou de alto padrão.

“Um estabelecimento focado em conveniência pode investir em cafés comuns e ter como diferencial a praticidade e agilidade, mas um negócio que quer se destacar pela experiência do cliente precisa oferecer grãos com torras variadas”, explica.

Escolher o nível de qualidade do café ajuda a determinar qual será a rede de fornecedores, já que os modelos nobres podem ser limitados.

Segundo Lopes, é importante ter uma equipe especializada tanto para o preparo dos grãos quanto para a comercialização e apresentação para o público.

Ela afirma ainda que destacar características regionais da bebida e de itens do cardápio, como a Uai Why faz, ajuda a fortalecer a identidade da marca.

“A empresa pode falar sobre o produtor do café ou contar a história por trás de alguma receita especial, para mostrar que tem uma relação íntima com a região e se aproximar do consumidor”, diz.

A importância de um bom planejamento para o sucesso

Lopes explica que, ao definir o nicho da cafeteria, é necessário desenvolver um plano de negócio, com atenção para o valor que será investido.

Essa etapa exige que o empreendedor trace o perfil do seu cliente ideal, para chegar ao cardápio final e listar o que é necessário ser comprado.

Ela afirma que, se o planejamento não for bem estruturado, o negócio pode perder dinheiro ao investir em produtos e ferramentas que não serão utilizados.

Dicas para quem quer abrir uma cafeteria

A especialista destaca que a operação pode ser simplificada, se parte da produção dos alimentos for terceirizada. “É preciso ter fornecedores de confiança, mas por serem produtos de lanche, é possível comprar o item já pronto para a venda”, aponta.

Ela recomenda que a empresa analise em qual rede social o seu público-alvo está e invista em marketing digital.

Lopes diz que o conteúdo precisa ser desenvolvido para conversar com o cliente, mas pode ser adaptado para falar com a geração Z no TikTok ou com o público corporativo no LinkedIn, por exemplo.

Segundo a especialista, o ideal é que as publicações nas plataformas sejam feitas antes da inauguração, para gerar um desejo antecipado nos consumidores e promover o conceito da marca.

A Uai Why não tem avaliações registradas no Google ou no Reclame Aqui.

Apaixonado por pão de queijo, o mineiro Clau Ferreira, de 33 anos, sentia falta de encontrar a versão tradicional da iguaria nas ruas de Porto Alegre (RS), onde mora há oito anos. Em uma conversa de bar com a esposa, que é norte-americana, ele decidiu abrir a Uai Why, cafeteria que mistura comidas de Minas Gerais e dos Estados Unidos. Antes de completar um mês de funcionamento, o negócio viralizou nas redes sociais, atraiu mais de dois milhões de visualizações e viu o faturamento triplicar.

Natural de Governador Valadares, cidade localizada a cerca de 300 km de Belo Horizonte, Ferreira mudou-se para Porto Alegre em 2016 em busca de novas experiências.

Ele trabalhou em diferentes áreas e chegou a ser executivo de contas da Dell, gigante de tecnologia.

O mineiro Clau Ferreira e sua esposa, a norte-americana Kylie Ferreira, em frente à cafeteria Uay Why, em Porto Alegre (RS) que mistura comida mineira e dos EUA, como pão de queijo e café gelado. Foto: Divulgação/Uai Why

De uma conversa de bar para o sucesso viral

Há quatro anos, o empreendedor conheceu a esposa, Kylie Ferreira, de 31, em um aplicativo de namoro. Ela ainda morava em Raymond, área com menos de mil habitantes no estado de Illinois, mas já estava com as malas prontas para vir trabalhar no Rio Grande do Sul como professora em uma escola internacional.

Ferreira conta que, em 2023, estava cansado do mercado corporativo e pediu demissão para passar um tempo com a mulher, que precisava fazer uma cirurgia nos Estados Unidos.

“A gente conversava sobre ter um negócio próprio e, no bar, eu contei que queria ter uma cafeteria para vender o verdadeiro pão de queijo, porque as opções disponíveis em Porto Alegre não me agradavam”, afirma.

O casal voltou para o Brasil em janeiro e Ferreira passou a se dedicar à criação da empresa. O cardápio da cafeteria foi pensado para unir o melhor da culinária mineira e americana, com o pão de queijo e o café gelado na linha de frente.

A união de dois mundos em um só nome

O nome inicialmente seria em homenagem à avó do mineiro, mas ele acreditava que a marca precisava representar o casal e teve a ideia de misturar os dois idiomas: Uai Why.

“Não tem uma explicação, simplesmente surgiu o nome na minha cabeça. Gostei da fonética, achei que era pequeno e objetivo, do jeito que eu queria. Contei para a Kylie, depois para alguns amigos e todos acharam ótimo, então já comecei a chamar de Uai Why”, explica.

Tragédia climática trouxe insegurança e adiou inauguração

A adaptação do ponto físico da cafeteria já tinha começado, no bairro do Bom Fim, quando o Rio Grande do Sul foi atingido pela maior tragédia climática da sua história.

A área não foi diretamente afetada pelas enchentes, mas a inauguração precisou ser adiada, já que houve atrasos na finalização das obras e na entrega de materiais.

“Deu um frio na barriga, porque a economia do estado ficou desestruturada. A gente viu restaurantes antigos que não conseguiram se recuperar e fecharam as portas, então a sensação era de medo, mas o nosso principal foco no momento da crise era ajudar quem precisava, o negócio ficou em segundo plano”, comenta.

Sucesso nas redes sociais foi uma surpresa e zerou estoque

Inaugurada no final de julho, a Uai Why precisou de menos de um mês para viralizar nas redes sociais, sem nenhum investimento em marketing. O sucesso veio depois que uma cliente comentou sobre o negócio no X (antigo Twitter) e atraiu mais de 2,5 milhões de visualizações e 90 mil curtidas.

Ferreira conta que o número de seguidores da Uai Why no Instagram começou a subir, mas ele só entendeu o que tinha acontecido quando leu a mensagem de uma cliente. “Ela mandou: ‘se preparem para o sucesso, vocês viralizaram no X’. Abri o aplicativo e levei um susto”, diz.

No primeiro domingo depois da repercussão nas redes sociais, a venda de café gelado foi seis vezes maior que a média diária e o faturamento cresceu três vezes em comparação com o final de semana anterior.

O pão de queijo e os xaropes utilizados para saborizar as bebidas esgotaram, até em sabores menos populares, como menta e canela.

Crescimento rápido e desafios iniciais

“O movimento foi tão intenso que a gente parou de vender café gelado, porque o tempo de espera já estava muito alto, o que atrapalha a experiência”, afirma.

A demora no atendimento foi a primeira crítica que o estabelecimento recebeu. Ferreira conta que eles explicaram para os clientes que o aumento do público foi uma surpresa, mas destaca que o comentário negativo serviu como um aprendizado.

O Uai Why tem seis funcionários fixos, mas já planeja contratar novos profissionais para atender às novas demandas.

Destaques do cardápio, o pão de queijo tradicional sai por R$ 8 e o recheado custa a partir de R$ 15. O café gelado sai por R$ 19,90, com 10 opções de sabores.

O futuro da Uai Why: franquias e novos projetos

Além dos seguidores e das vendas, o sucesso na internet também atraiu interessados em transformar a Uai Why em uma franquia.

Ferreira explica que se tornar um franqueador é a sua principal meta a longo prazo, mas que ainda é muito cedo para apostar no sistema.

“Essa é a minha primeira experiência como empreendedor, então preciso dominar como o meu negócio funciona antes de ampliar. Quero investir em franquias, mas preciso estudar e entender o mercado”, afirma.

No momento, o foco de Ferreira é fortalecer a marca na região, mas ele já estuda a possibilidade de abrir uma unidade “to go”, modelo popular no segmento de cafeterias, onde o cliente retira a bebida e consome no caminho.

“Já identificamos essa demanda em Porto Alegre e conversamos sobre a possibilidade, mas ainda está em segundo plano. Um ponto só já dá bastante trabalho, então prefiro ir com calma”, conclui.

O boom das cafeterias no Brasil

O percentual de brasileiros que frequentam cafeterias subiu de 48% em 2019 para 51% em 2023, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

A analista do Sebrae-MG Simone Lopes avalia que a influência da cultura dos Estados Unidos e da Europa no Brasil levou as pessoas a valorizarem o consumo de café fora de casa e estimulou o setor.

Ela aponta também que o acesso a grãos especiais se tornou mais fácil, o que leva o público a se interessar por um café com mais qualidade.

A especialista afirma que o primeiro passo para quem quer aproveitar a alta do mercado é justamente definir se vai apostar em bebidas tradicionais ou de alto padrão.

“Um estabelecimento focado em conveniência pode investir em cafés comuns e ter como diferencial a praticidade e agilidade, mas um negócio que quer se destacar pela experiência do cliente precisa oferecer grãos com torras variadas”, explica.

Escolher o nível de qualidade do café ajuda a determinar qual será a rede de fornecedores, já que os modelos nobres podem ser limitados.

Segundo Lopes, é importante ter uma equipe especializada tanto para o preparo dos grãos quanto para a comercialização e apresentação para o público.

Ela afirma ainda que destacar características regionais da bebida e de itens do cardápio, como a Uai Why faz, ajuda a fortalecer a identidade da marca.

“A empresa pode falar sobre o produtor do café ou contar a história por trás de alguma receita especial, para mostrar que tem uma relação íntima com a região e se aproximar do consumidor”, diz.

A importância de um bom planejamento para o sucesso

Lopes explica que, ao definir o nicho da cafeteria, é necessário desenvolver um plano de negócio, com atenção para o valor que será investido.

Essa etapa exige que o empreendedor trace o perfil do seu cliente ideal, para chegar ao cardápio final e listar o que é necessário ser comprado.

Ela afirma que, se o planejamento não for bem estruturado, o negócio pode perder dinheiro ao investir em produtos e ferramentas que não serão utilizados.

Dicas para quem quer abrir uma cafeteria

A especialista destaca que a operação pode ser simplificada, se parte da produção dos alimentos for terceirizada. “É preciso ter fornecedores de confiança, mas por serem produtos de lanche, é possível comprar o item já pronto para a venda”, aponta.

Ela recomenda que a empresa analise em qual rede social o seu público-alvo está e invista em marketing digital.

Lopes diz que o conteúdo precisa ser desenvolvido para conversar com o cliente, mas pode ser adaptado para falar com a geração Z no TikTok ou com o público corporativo no LinkedIn, por exemplo.

Segundo a especialista, o ideal é que as publicações nas plataformas sejam feitas antes da inauguração, para gerar um desejo antecipado nos consumidores e promover o conceito da marca.

A Uai Why não tem avaliações registradas no Google ou no Reclame Aqui.

Apaixonado por pão de queijo, o mineiro Clau Ferreira, de 33 anos, sentia falta de encontrar a versão tradicional da iguaria nas ruas de Porto Alegre (RS), onde mora há oito anos. Em uma conversa de bar com a esposa, que é norte-americana, ele decidiu abrir a Uai Why, cafeteria que mistura comidas de Minas Gerais e dos Estados Unidos. Antes de completar um mês de funcionamento, o negócio viralizou nas redes sociais, atraiu mais de dois milhões de visualizações e viu o faturamento triplicar.

Natural de Governador Valadares, cidade localizada a cerca de 300 km de Belo Horizonte, Ferreira mudou-se para Porto Alegre em 2016 em busca de novas experiências.

Ele trabalhou em diferentes áreas e chegou a ser executivo de contas da Dell, gigante de tecnologia.

O mineiro Clau Ferreira e sua esposa, a norte-americana Kylie Ferreira, em frente à cafeteria Uay Why, em Porto Alegre (RS) que mistura comida mineira e dos EUA, como pão de queijo e café gelado. Foto: Divulgação/Uai Why

De uma conversa de bar para o sucesso viral

Há quatro anos, o empreendedor conheceu a esposa, Kylie Ferreira, de 31, em um aplicativo de namoro. Ela ainda morava em Raymond, área com menos de mil habitantes no estado de Illinois, mas já estava com as malas prontas para vir trabalhar no Rio Grande do Sul como professora em uma escola internacional.

Ferreira conta que, em 2023, estava cansado do mercado corporativo e pediu demissão para passar um tempo com a mulher, que precisava fazer uma cirurgia nos Estados Unidos.

“A gente conversava sobre ter um negócio próprio e, no bar, eu contei que queria ter uma cafeteria para vender o verdadeiro pão de queijo, porque as opções disponíveis em Porto Alegre não me agradavam”, afirma.

O casal voltou para o Brasil em janeiro e Ferreira passou a se dedicar à criação da empresa. O cardápio da cafeteria foi pensado para unir o melhor da culinária mineira e americana, com o pão de queijo e o café gelado na linha de frente.

A união de dois mundos em um só nome

O nome inicialmente seria em homenagem à avó do mineiro, mas ele acreditava que a marca precisava representar o casal e teve a ideia de misturar os dois idiomas: Uai Why.

“Não tem uma explicação, simplesmente surgiu o nome na minha cabeça. Gostei da fonética, achei que era pequeno e objetivo, do jeito que eu queria. Contei para a Kylie, depois para alguns amigos e todos acharam ótimo, então já comecei a chamar de Uai Why”, explica.

Tragédia climática trouxe insegurança e adiou inauguração

A adaptação do ponto físico da cafeteria já tinha começado, no bairro do Bom Fim, quando o Rio Grande do Sul foi atingido pela maior tragédia climática da sua história.

A área não foi diretamente afetada pelas enchentes, mas a inauguração precisou ser adiada, já que houve atrasos na finalização das obras e na entrega de materiais.

“Deu um frio na barriga, porque a economia do estado ficou desestruturada. A gente viu restaurantes antigos que não conseguiram se recuperar e fecharam as portas, então a sensação era de medo, mas o nosso principal foco no momento da crise era ajudar quem precisava, o negócio ficou em segundo plano”, comenta.

Sucesso nas redes sociais foi uma surpresa e zerou estoque

Inaugurada no final de julho, a Uai Why precisou de menos de um mês para viralizar nas redes sociais, sem nenhum investimento em marketing. O sucesso veio depois que uma cliente comentou sobre o negócio no X (antigo Twitter) e atraiu mais de 2,5 milhões de visualizações e 90 mil curtidas.

Ferreira conta que o número de seguidores da Uai Why no Instagram começou a subir, mas ele só entendeu o que tinha acontecido quando leu a mensagem de uma cliente. “Ela mandou: ‘se preparem para o sucesso, vocês viralizaram no X’. Abri o aplicativo e levei um susto”, diz.

No primeiro domingo depois da repercussão nas redes sociais, a venda de café gelado foi seis vezes maior que a média diária e o faturamento cresceu três vezes em comparação com o final de semana anterior.

O pão de queijo e os xaropes utilizados para saborizar as bebidas esgotaram, até em sabores menos populares, como menta e canela.

Crescimento rápido e desafios iniciais

“O movimento foi tão intenso que a gente parou de vender café gelado, porque o tempo de espera já estava muito alto, o que atrapalha a experiência”, afirma.

A demora no atendimento foi a primeira crítica que o estabelecimento recebeu. Ferreira conta que eles explicaram para os clientes que o aumento do público foi uma surpresa, mas destaca que o comentário negativo serviu como um aprendizado.

O Uai Why tem seis funcionários fixos, mas já planeja contratar novos profissionais para atender às novas demandas.

Destaques do cardápio, o pão de queijo tradicional sai por R$ 8 e o recheado custa a partir de R$ 15. O café gelado sai por R$ 19,90, com 10 opções de sabores.

O futuro da Uai Why: franquias e novos projetos

Além dos seguidores e das vendas, o sucesso na internet também atraiu interessados em transformar a Uai Why em uma franquia.

Ferreira explica que se tornar um franqueador é a sua principal meta a longo prazo, mas que ainda é muito cedo para apostar no sistema.

“Essa é a minha primeira experiência como empreendedor, então preciso dominar como o meu negócio funciona antes de ampliar. Quero investir em franquias, mas preciso estudar e entender o mercado”, afirma.

No momento, o foco de Ferreira é fortalecer a marca na região, mas ele já estuda a possibilidade de abrir uma unidade “to go”, modelo popular no segmento de cafeterias, onde o cliente retira a bebida e consome no caminho.

“Já identificamos essa demanda em Porto Alegre e conversamos sobre a possibilidade, mas ainda está em segundo plano. Um ponto só já dá bastante trabalho, então prefiro ir com calma”, conclui.

O boom das cafeterias no Brasil

O percentual de brasileiros que frequentam cafeterias subiu de 48% em 2019 para 51% em 2023, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

A analista do Sebrae-MG Simone Lopes avalia que a influência da cultura dos Estados Unidos e da Europa no Brasil levou as pessoas a valorizarem o consumo de café fora de casa e estimulou o setor.

Ela aponta também que o acesso a grãos especiais se tornou mais fácil, o que leva o público a se interessar por um café com mais qualidade.

A especialista afirma que o primeiro passo para quem quer aproveitar a alta do mercado é justamente definir se vai apostar em bebidas tradicionais ou de alto padrão.

“Um estabelecimento focado em conveniência pode investir em cafés comuns e ter como diferencial a praticidade e agilidade, mas um negócio que quer se destacar pela experiência do cliente precisa oferecer grãos com torras variadas”, explica.

Escolher o nível de qualidade do café ajuda a determinar qual será a rede de fornecedores, já que os modelos nobres podem ser limitados.

Segundo Lopes, é importante ter uma equipe especializada tanto para o preparo dos grãos quanto para a comercialização e apresentação para o público.

Ela afirma ainda que destacar características regionais da bebida e de itens do cardápio, como a Uai Why faz, ajuda a fortalecer a identidade da marca.

“A empresa pode falar sobre o produtor do café ou contar a história por trás de alguma receita especial, para mostrar que tem uma relação íntima com a região e se aproximar do consumidor”, diz.

A importância de um bom planejamento para o sucesso

Lopes explica que, ao definir o nicho da cafeteria, é necessário desenvolver um plano de negócio, com atenção para o valor que será investido.

Essa etapa exige que o empreendedor trace o perfil do seu cliente ideal, para chegar ao cardápio final e listar o que é necessário ser comprado.

Ela afirma que, se o planejamento não for bem estruturado, o negócio pode perder dinheiro ao investir em produtos e ferramentas que não serão utilizados.

Dicas para quem quer abrir uma cafeteria

A especialista destaca que a operação pode ser simplificada, se parte da produção dos alimentos for terceirizada. “É preciso ter fornecedores de confiança, mas por serem produtos de lanche, é possível comprar o item já pronto para a venda”, aponta.

Ela recomenda que a empresa analise em qual rede social o seu público-alvo está e invista em marketing digital.

Lopes diz que o conteúdo precisa ser desenvolvido para conversar com o cliente, mas pode ser adaptado para falar com a geração Z no TikTok ou com o público corporativo no LinkedIn, por exemplo.

Segundo a especialista, o ideal é que as publicações nas plataformas sejam feitas antes da inauguração, para gerar um desejo antecipado nos consumidores e promover o conceito da marca.

A Uai Why não tem avaliações registradas no Google ou no Reclame Aqui.

Apaixonado por pão de queijo, o mineiro Clau Ferreira, de 33 anos, sentia falta de encontrar a versão tradicional da iguaria nas ruas de Porto Alegre (RS), onde mora há oito anos. Em uma conversa de bar com a esposa, que é norte-americana, ele decidiu abrir a Uai Why, cafeteria que mistura comidas de Minas Gerais e dos Estados Unidos. Antes de completar um mês de funcionamento, o negócio viralizou nas redes sociais, atraiu mais de dois milhões de visualizações e viu o faturamento triplicar.

Natural de Governador Valadares, cidade localizada a cerca de 300 km de Belo Horizonte, Ferreira mudou-se para Porto Alegre em 2016 em busca de novas experiências.

Ele trabalhou em diferentes áreas e chegou a ser executivo de contas da Dell, gigante de tecnologia.

O mineiro Clau Ferreira e sua esposa, a norte-americana Kylie Ferreira, em frente à cafeteria Uay Why, em Porto Alegre (RS) que mistura comida mineira e dos EUA, como pão de queijo e café gelado. Foto: Divulgação/Uai Why

De uma conversa de bar para o sucesso viral

Há quatro anos, o empreendedor conheceu a esposa, Kylie Ferreira, de 31, em um aplicativo de namoro. Ela ainda morava em Raymond, área com menos de mil habitantes no estado de Illinois, mas já estava com as malas prontas para vir trabalhar no Rio Grande do Sul como professora em uma escola internacional.

Ferreira conta que, em 2023, estava cansado do mercado corporativo e pediu demissão para passar um tempo com a mulher, que precisava fazer uma cirurgia nos Estados Unidos.

“A gente conversava sobre ter um negócio próprio e, no bar, eu contei que queria ter uma cafeteria para vender o verdadeiro pão de queijo, porque as opções disponíveis em Porto Alegre não me agradavam”, afirma.

O casal voltou para o Brasil em janeiro e Ferreira passou a se dedicar à criação da empresa. O cardápio da cafeteria foi pensado para unir o melhor da culinária mineira e americana, com o pão de queijo e o café gelado na linha de frente.

A união de dois mundos em um só nome

O nome inicialmente seria em homenagem à avó do mineiro, mas ele acreditava que a marca precisava representar o casal e teve a ideia de misturar os dois idiomas: Uai Why.

“Não tem uma explicação, simplesmente surgiu o nome na minha cabeça. Gostei da fonética, achei que era pequeno e objetivo, do jeito que eu queria. Contei para a Kylie, depois para alguns amigos e todos acharam ótimo, então já comecei a chamar de Uai Why”, explica.

Tragédia climática trouxe insegurança e adiou inauguração

A adaptação do ponto físico da cafeteria já tinha começado, no bairro do Bom Fim, quando o Rio Grande do Sul foi atingido pela maior tragédia climática da sua história.

A área não foi diretamente afetada pelas enchentes, mas a inauguração precisou ser adiada, já que houve atrasos na finalização das obras e na entrega de materiais.

“Deu um frio na barriga, porque a economia do estado ficou desestruturada. A gente viu restaurantes antigos que não conseguiram se recuperar e fecharam as portas, então a sensação era de medo, mas o nosso principal foco no momento da crise era ajudar quem precisava, o negócio ficou em segundo plano”, comenta.

Sucesso nas redes sociais foi uma surpresa e zerou estoque

Inaugurada no final de julho, a Uai Why precisou de menos de um mês para viralizar nas redes sociais, sem nenhum investimento em marketing. O sucesso veio depois que uma cliente comentou sobre o negócio no X (antigo Twitter) e atraiu mais de 2,5 milhões de visualizações e 90 mil curtidas.

Ferreira conta que o número de seguidores da Uai Why no Instagram começou a subir, mas ele só entendeu o que tinha acontecido quando leu a mensagem de uma cliente. “Ela mandou: ‘se preparem para o sucesso, vocês viralizaram no X’. Abri o aplicativo e levei um susto”, diz.

No primeiro domingo depois da repercussão nas redes sociais, a venda de café gelado foi seis vezes maior que a média diária e o faturamento cresceu três vezes em comparação com o final de semana anterior.

O pão de queijo e os xaropes utilizados para saborizar as bebidas esgotaram, até em sabores menos populares, como menta e canela.

Crescimento rápido e desafios iniciais

“O movimento foi tão intenso que a gente parou de vender café gelado, porque o tempo de espera já estava muito alto, o que atrapalha a experiência”, afirma.

A demora no atendimento foi a primeira crítica que o estabelecimento recebeu. Ferreira conta que eles explicaram para os clientes que o aumento do público foi uma surpresa, mas destaca que o comentário negativo serviu como um aprendizado.

O Uai Why tem seis funcionários fixos, mas já planeja contratar novos profissionais para atender às novas demandas.

Destaques do cardápio, o pão de queijo tradicional sai por R$ 8 e o recheado custa a partir de R$ 15. O café gelado sai por R$ 19,90, com 10 opções de sabores.

O futuro da Uai Why: franquias e novos projetos

Além dos seguidores e das vendas, o sucesso na internet também atraiu interessados em transformar a Uai Why em uma franquia.

Ferreira explica que se tornar um franqueador é a sua principal meta a longo prazo, mas que ainda é muito cedo para apostar no sistema.

“Essa é a minha primeira experiência como empreendedor, então preciso dominar como o meu negócio funciona antes de ampliar. Quero investir em franquias, mas preciso estudar e entender o mercado”, afirma.

No momento, o foco de Ferreira é fortalecer a marca na região, mas ele já estuda a possibilidade de abrir uma unidade “to go”, modelo popular no segmento de cafeterias, onde o cliente retira a bebida e consome no caminho.

“Já identificamos essa demanda em Porto Alegre e conversamos sobre a possibilidade, mas ainda está em segundo plano. Um ponto só já dá bastante trabalho, então prefiro ir com calma”, conclui.

O boom das cafeterias no Brasil

O percentual de brasileiros que frequentam cafeterias subiu de 48% em 2019 para 51% em 2023, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

A analista do Sebrae-MG Simone Lopes avalia que a influência da cultura dos Estados Unidos e da Europa no Brasil levou as pessoas a valorizarem o consumo de café fora de casa e estimulou o setor.

Ela aponta também que o acesso a grãos especiais se tornou mais fácil, o que leva o público a se interessar por um café com mais qualidade.

A especialista afirma que o primeiro passo para quem quer aproveitar a alta do mercado é justamente definir se vai apostar em bebidas tradicionais ou de alto padrão.

“Um estabelecimento focado em conveniência pode investir em cafés comuns e ter como diferencial a praticidade e agilidade, mas um negócio que quer se destacar pela experiência do cliente precisa oferecer grãos com torras variadas”, explica.

Escolher o nível de qualidade do café ajuda a determinar qual será a rede de fornecedores, já que os modelos nobres podem ser limitados.

Segundo Lopes, é importante ter uma equipe especializada tanto para o preparo dos grãos quanto para a comercialização e apresentação para o público.

Ela afirma ainda que destacar características regionais da bebida e de itens do cardápio, como a Uai Why faz, ajuda a fortalecer a identidade da marca.

“A empresa pode falar sobre o produtor do café ou contar a história por trás de alguma receita especial, para mostrar que tem uma relação íntima com a região e se aproximar do consumidor”, diz.

A importância de um bom planejamento para o sucesso

Lopes explica que, ao definir o nicho da cafeteria, é necessário desenvolver um plano de negócio, com atenção para o valor que será investido.

Essa etapa exige que o empreendedor trace o perfil do seu cliente ideal, para chegar ao cardápio final e listar o que é necessário ser comprado.

Ela afirma que, se o planejamento não for bem estruturado, o negócio pode perder dinheiro ao investir em produtos e ferramentas que não serão utilizados.

Dicas para quem quer abrir uma cafeteria

A especialista destaca que a operação pode ser simplificada, se parte da produção dos alimentos for terceirizada. “É preciso ter fornecedores de confiança, mas por serem produtos de lanche, é possível comprar o item já pronto para a venda”, aponta.

Ela recomenda que a empresa analise em qual rede social o seu público-alvo está e invista em marketing digital.

Lopes diz que o conteúdo precisa ser desenvolvido para conversar com o cliente, mas pode ser adaptado para falar com a geração Z no TikTok ou com o público corporativo no LinkedIn, por exemplo.

Segundo a especialista, o ideal é que as publicações nas plataformas sejam feitas antes da inauguração, para gerar um desejo antecipado nos consumidores e promover o conceito da marca.

A Uai Why não tem avaliações registradas no Google ou no Reclame Aqui.

Apaixonado por pão de queijo, o mineiro Clau Ferreira, de 33 anos, sentia falta de encontrar a versão tradicional da iguaria nas ruas de Porto Alegre (RS), onde mora há oito anos. Em uma conversa de bar com a esposa, que é norte-americana, ele decidiu abrir a Uai Why, cafeteria que mistura comidas de Minas Gerais e dos Estados Unidos. Antes de completar um mês de funcionamento, o negócio viralizou nas redes sociais, atraiu mais de dois milhões de visualizações e viu o faturamento triplicar.

Natural de Governador Valadares, cidade localizada a cerca de 300 km de Belo Horizonte, Ferreira mudou-se para Porto Alegre em 2016 em busca de novas experiências.

Ele trabalhou em diferentes áreas e chegou a ser executivo de contas da Dell, gigante de tecnologia.

O mineiro Clau Ferreira e sua esposa, a norte-americana Kylie Ferreira, em frente à cafeteria Uay Why, em Porto Alegre (RS) que mistura comida mineira e dos EUA, como pão de queijo e café gelado. Foto: Divulgação/Uai Why

De uma conversa de bar para o sucesso viral

Há quatro anos, o empreendedor conheceu a esposa, Kylie Ferreira, de 31, em um aplicativo de namoro. Ela ainda morava em Raymond, área com menos de mil habitantes no estado de Illinois, mas já estava com as malas prontas para vir trabalhar no Rio Grande do Sul como professora em uma escola internacional.

Ferreira conta que, em 2023, estava cansado do mercado corporativo e pediu demissão para passar um tempo com a mulher, que precisava fazer uma cirurgia nos Estados Unidos.

“A gente conversava sobre ter um negócio próprio e, no bar, eu contei que queria ter uma cafeteria para vender o verdadeiro pão de queijo, porque as opções disponíveis em Porto Alegre não me agradavam”, afirma.

O casal voltou para o Brasil em janeiro e Ferreira passou a se dedicar à criação da empresa. O cardápio da cafeteria foi pensado para unir o melhor da culinária mineira e americana, com o pão de queijo e o café gelado na linha de frente.

A união de dois mundos em um só nome

O nome inicialmente seria em homenagem à avó do mineiro, mas ele acreditava que a marca precisava representar o casal e teve a ideia de misturar os dois idiomas: Uai Why.

“Não tem uma explicação, simplesmente surgiu o nome na minha cabeça. Gostei da fonética, achei que era pequeno e objetivo, do jeito que eu queria. Contei para a Kylie, depois para alguns amigos e todos acharam ótimo, então já comecei a chamar de Uai Why”, explica.

Tragédia climática trouxe insegurança e adiou inauguração

A adaptação do ponto físico da cafeteria já tinha começado, no bairro do Bom Fim, quando o Rio Grande do Sul foi atingido pela maior tragédia climática da sua história.

A área não foi diretamente afetada pelas enchentes, mas a inauguração precisou ser adiada, já que houve atrasos na finalização das obras e na entrega de materiais.

“Deu um frio na barriga, porque a economia do estado ficou desestruturada. A gente viu restaurantes antigos que não conseguiram se recuperar e fecharam as portas, então a sensação era de medo, mas o nosso principal foco no momento da crise era ajudar quem precisava, o negócio ficou em segundo plano”, comenta.

Sucesso nas redes sociais foi uma surpresa e zerou estoque

Inaugurada no final de julho, a Uai Why precisou de menos de um mês para viralizar nas redes sociais, sem nenhum investimento em marketing. O sucesso veio depois que uma cliente comentou sobre o negócio no X (antigo Twitter) e atraiu mais de 2,5 milhões de visualizações e 90 mil curtidas.

Ferreira conta que o número de seguidores da Uai Why no Instagram começou a subir, mas ele só entendeu o que tinha acontecido quando leu a mensagem de uma cliente. “Ela mandou: ‘se preparem para o sucesso, vocês viralizaram no X’. Abri o aplicativo e levei um susto”, diz.

No primeiro domingo depois da repercussão nas redes sociais, a venda de café gelado foi seis vezes maior que a média diária e o faturamento cresceu três vezes em comparação com o final de semana anterior.

O pão de queijo e os xaropes utilizados para saborizar as bebidas esgotaram, até em sabores menos populares, como menta e canela.

Crescimento rápido e desafios iniciais

“O movimento foi tão intenso que a gente parou de vender café gelado, porque o tempo de espera já estava muito alto, o que atrapalha a experiência”, afirma.

A demora no atendimento foi a primeira crítica que o estabelecimento recebeu. Ferreira conta que eles explicaram para os clientes que o aumento do público foi uma surpresa, mas destaca que o comentário negativo serviu como um aprendizado.

O Uai Why tem seis funcionários fixos, mas já planeja contratar novos profissionais para atender às novas demandas.

Destaques do cardápio, o pão de queijo tradicional sai por R$ 8 e o recheado custa a partir de R$ 15. O café gelado sai por R$ 19,90, com 10 opções de sabores.

O futuro da Uai Why: franquias e novos projetos

Além dos seguidores e das vendas, o sucesso na internet também atraiu interessados em transformar a Uai Why em uma franquia.

Ferreira explica que se tornar um franqueador é a sua principal meta a longo prazo, mas que ainda é muito cedo para apostar no sistema.

“Essa é a minha primeira experiência como empreendedor, então preciso dominar como o meu negócio funciona antes de ampliar. Quero investir em franquias, mas preciso estudar e entender o mercado”, afirma.

No momento, o foco de Ferreira é fortalecer a marca na região, mas ele já estuda a possibilidade de abrir uma unidade “to go”, modelo popular no segmento de cafeterias, onde o cliente retira a bebida e consome no caminho.

“Já identificamos essa demanda em Porto Alegre e conversamos sobre a possibilidade, mas ainda está em segundo plano. Um ponto só já dá bastante trabalho, então prefiro ir com calma”, conclui.

O boom das cafeterias no Brasil

O percentual de brasileiros que frequentam cafeterias subiu de 48% em 2019 para 51% em 2023, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

A analista do Sebrae-MG Simone Lopes avalia que a influência da cultura dos Estados Unidos e da Europa no Brasil levou as pessoas a valorizarem o consumo de café fora de casa e estimulou o setor.

Ela aponta também que o acesso a grãos especiais se tornou mais fácil, o que leva o público a se interessar por um café com mais qualidade.

A especialista afirma que o primeiro passo para quem quer aproveitar a alta do mercado é justamente definir se vai apostar em bebidas tradicionais ou de alto padrão.

“Um estabelecimento focado em conveniência pode investir em cafés comuns e ter como diferencial a praticidade e agilidade, mas um negócio que quer se destacar pela experiência do cliente precisa oferecer grãos com torras variadas”, explica.

Escolher o nível de qualidade do café ajuda a determinar qual será a rede de fornecedores, já que os modelos nobres podem ser limitados.

Segundo Lopes, é importante ter uma equipe especializada tanto para o preparo dos grãos quanto para a comercialização e apresentação para o público.

Ela afirma ainda que destacar características regionais da bebida e de itens do cardápio, como a Uai Why faz, ajuda a fortalecer a identidade da marca.

“A empresa pode falar sobre o produtor do café ou contar a história por trás de alguma receita especial, para mostrar que tem uma relação íntima com a região e se aproximar do consumidor”, diz.

A importância de um bom planejamento para o sucesso

Lopes explica que, ao definir o nicho da cafeteria, é necessário desenvolver um plano de negócio, com atenção para o valor que será investido.

Essa etapa exige que o empreendedor trace o perfil do seu cliente ideal, para chegar ao cardápio final e listar o que é necessário ser comprado.

Ela afirma que, se o planejamento não for bem estruturado, o negócio pode perder dinheiro ao investir em produtos e ferramentas que não serão utilizados.

Dicas para quem quer abrir uma cafeteria

A especialista destaca que a operação pode ser simplificada, se parte da produção dos alimentos for terceirizada. “É preciso ter fornecedores de confiança, mas por serem produtos de lanche, é possível comprar o item já pronto para a venda”, aponta.

Ela recomenda que a empresa analise em qual rede social o seu público-alvo está e invista em marketing digital.

Lopes diz que o conteúdo precisa ser desenvolvido para conversar com o cliente, mas pode ser adaptado para falar com a geração Z no TikTok ou com o público corporativo no LinkedIn, por exemplo.

Segundo a especialista, o ideal é que as publicações nas plataformas sejam feitas antes da inauguração, para gerar um desejo antecipado nos consumidores e promover o conceito da marca.

A Uai Why não tem avaliações registradas no Google ou no Reclame Aqui.

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