Parmegiana de 4 kg que serve 5 pessoas viraliza e dispara faturamento de restaurante em SP


Point do Gordão aumentou movimento aos sábados de R$ 10 mil para R$ 47 mil; ‘exagero’ é lema do restaurante, onde o prato custa R$ 249

Por Adele Robichez
Atualização:

Luís Ferreira, 33, lavava louças em um restaurante aos 16 anos. Aos 18, faliu o boteco do avô. Não quis mais saber de negócios, muito menos do setor alimentício. “Mal sabia eu que isso tomaria conta da minha vida”, brinca. Há dez anos, ele inaugurou o Point do Gordão, um restaurante que conta hoje com dez unidades no estado de São Paulo e faturou R$ 38,5 milhões em 2023.

O negócio fez sucesso pelo tamanho “exagerado” dos pratos servidos, que pesam até quatro quilos. No Instagram, um vídeo que mostra a imensa “ilha de parmegiana” com batatas fritas ultrapassa 5,5 milhões de visualizações.

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“A internet foi a sacada que eu tive para estourar”, avalia Ferreira. O primeiro vídeo que viralizou, em 2021, mostrava a picanha com aligot (um purê francês sofisticado), com cerca de três quilos. “Foi meu primeiro prato profissional, rendeu milhões de visualizações”, relembra. A fama foi inesperada. “Tínhamos duas lojas sem estrutura para atender tanta gente”, afirma.

De acordo com ele, o faturamento do restaurante aos sábados girava em torno de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Depois de viralizar, esse valor passou para R$ 47 mil. “Foi aí que comecei a estruturar melhor o negócio, a virar empresário mesmo”, observa.

Com o vídeo da parmegiana, quase 9 mil pratos foram vendidos em dois meses, entre fevereiro e março deste ano. Ferreira assume que, mesmo com dez unidades em operação atualmente, ele não consegue atender toda a demanda vinda das redes sociais.

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Na internet, Ferreira busca sempre expor a sua imagem, diretamente atrelada à sua marca. “Fazemos brincadeiras para chamar a atenção do cliente; não queremos mostrar só a comida, buscamos sempre conduzir os conteúdos de diferentes jeitos”, diz.

Os pratos “exagerados”, como caracteriza o empresário, servem até cinco pessoas (muito bem servidas, pode-se dizer). “Nosso lema é trazer a gastronomia exageradamente, com qualidade. Não quero um prato básico, quero que as pessoas olhem e falem ‘que exagero’. É para comer bastante e pagar um preço justo”, explica.

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Prato preferido dos clientes, a picanha custa R$ 329. Já a parmegiana, R$ 249. Segundo Ferreira, as pessoas costumam levar as sobras da comida para casa após a refeição no restaurante. O ticket médio de consumo por cliente gira em torno de R$ 90.

"Ilha de parmegiana", prato de quatro quilos serve até cinco pessoas Foto: Divulgação/Point do Gordão

O cardápio do Point do Gordão tem mais de 30 pratos autorais, com diferentes tipos de peixe e carne. Todos têm uma versão menor, para duas a três pessoas, e maior, para quatro a cinco.

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Cerca de 90 mil clientes passam pelas dez lojas mensalmente, conforme Ferreira. Há sete meses, o delivery foi retirado da operação pela baixa rentabilidade e perda de qualidade dos alimentos no processo de entrega.

Todos os pratos saem do centro de distribuição da marca, em Santo André, para os restaurantes. “Eles chegam pré-prontos”, explica Ferreira. A marca tem 500 funcionários diretos e 150 indiretos.

Negócio começou na garagem do avô

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O Point do Gordão começou em 2014 na garagem da casa do avô de Luís Ferreira, em Santo André, na região metropolitana de São Paulo. Técnico em gastronomia, ele trabalhou em 2009 lavando louças em um restaurante em Mauá, município do interior paulista onde nasceu. Depois foi promovido a auxiliar de cozinha, cozinheiro e, finalmente, a gerente.

Em 2012, passou a atuar na área da metalúrgica. “Eu não queria mais nada com alimentação, a rotina como cozinheiro era muito puxada, eu não tinha fins de semana”, justifica. Ao mesmo tempo, cuidava do boteco do avô, que ficou parcialmente cego. O negócio faliu em um ano e meio na sua gestão.

Mesmo assim, ele não desistiu. Dois anos se passaram e Ferreira resolveu empreender: lançou o Point do Gordão, vendendo potes de batata frita nos 25 metros quadrados da garagem do avô.

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Luís Ferreira, dono do Point do Gordão Foto: Divulgação/Point do Gordão

No início de 2016, o empreendedor alugou o espaço do boteco falido em Sandro André. Idealizou um novo cardápio de comidas, contratou funcionários. Mas, sem saber fazer uma gestão financeira adequada, foi despejado do local no mesmo ano por atrasos nos pagamentos do aluguel.

“Investi tudo o que eu tinha lá, não tinha mais recursos. Parecia em um beco sem saída”, relembra. Insistente, ele alugou outro salão na cidade em 2017. “Mas eu não tinha nem R$ 1 para colocar o negócio em funcionamento”, conta.

Um tio de Ferreira, que morreu recentemente, acreditou nele. Vendeu o carro que valia cerca de R$ 10 mil na época por R$ 6 mil para conseguir o dinheiro rapidamente, e deu o montante para o sobrinho como uma última chance de fazer dar certo.

Naquele ano, o Point do Gordão atingiu R$ 300 mil de faturamento. “Esse dinheiro virou uma chave na minha vida”, fala. Até 2020, o negócio funcionou com uma unidade e 12 funcionários, faturando R$ 1 milhão por ano.

Com a pandemia de coronavírus, o faturamento mensal caiu de R$ 80 mil para R$ 30 mil. Ferreira então expandiu o delivery e passou a investir mais na qualidade dos ingredientes. No quarto mês da crise, a estratégia rendeu um faturamento de R$ 240 mil.

No início, com a produção e venda das batatas, Luís Ferreira investiu R$ 550. Depois, foi investindo todo o dinheiro que chegava na empresa. “Eu nem fazia um controle”, assume.

Até então, ele estima que investiu cerca de R$ 20 milhões ao longo dos anos. Cada uma das lojas da marca custaram cerca de R$ 1,8 milhão. As unidades ficam na capital de São Paulo, Praia Grande, Osasco e Campinas.

Até 2025, Ferreira pretende abrir mais dez lojas no estado de São Paulo, duas neste ano e oito no próximo. O modelo de franquia do negócio está pronto e também deve começar a aceitar investidores a partir do próximo ano. “A intenção é, com elas, expandir o negócio para fora de São Paulo”, afirma.

Avaliações de clientes

A média das 9,5 mil avaliações das lojas do Point do Gordão no Google é de 4,3 de 5. A maioria das queixas negativas se referem ao atendimento dos funcionários nos estabelecimentos.

Os autores das notas concedidas não podem ser verificados. Eventualmente, comentários positivos ou negativos podem ser uma ação a favor ou a contra a empresa.

A empresa não é verificada no Reclame Aqui.

Proposta e identidade são positivas, diz consultora

Para a consultora de negócios do Sebrae-SP Michelle Melo, o conceito do Point do Gordão “tem o objetivo claro de atrair um público específico”. O negócio se destaca, na sua análise, justamente por ter uma “proposta de valor única”, que neste caso é a oferta das porções abundantes de comida. “Algo que o diferencia dos concorrentes”, observa.

Entre as possíveis razões para o sucesso do restaurante está, segundo ela, a “identidade de marca forte” do Point do Gordão. O dono utiliza os canais digitais para promover suas grandes porções e ofertas especiais. Conforme Melo, isso reforça a maneira como a empresa é reconhecida e valorizada pelos seus clientes.

Para empreendedores do ramo de alimentação que querem crescer nas redes sociais, ela recomenda “conhecer seu público-alvo e definir uma identidade de marca coerente com sua proposta de valor”.

Nas redes sociais, Melo indica “criar conteúdo de alta qualidade, interagir genuinamente com o mercado, fazer parcerias com influenciadores e promoções exclusivas”. Para isso, a consultora orienta a investir nas ferramentas de stories e reels no Instagram, manter um calendário de publicações e monitorar o desempenho das postagens.

Segundo a consultora, essas estratégias podem aumentar engajamento do público e, assim, atraí-lo para o negócio. Ela ressalta a importância de realizar ajustes contínuos para garantir a eficácia das estratégias adotadas.

Além da marca forte e única, com uma proposta de valor clara que se destaque no mercado, Melo vê como importante sobretudo manter a alta qualidade dos produtos e serviços, garantindo uma experiência consistente para os clientes.

Veja dicas da consultora para um negócio

  • Inove regularmente no cardápio e nas estratégias de marketing para manter o interesse dos consumidores.
  • Utilize as redes sociais e o marketing digital para promover o negócio, engajar os clientes e aumentar a visibilidade.
  • Adote práticas sustentáveis, como reduzir desperdícios e usar ingredientes locais, para atrair consumidores conscientes.
  • Invista na capacitação da equipe para garantir um atendimento excelente e padronizado.
  • Realize pesquisas para entender as necessidades e preferências dos consumidores e ajustar sua oferta de acordo.
  • Envolva-se com a comunidade local e apoie causas sociais, criando uma imagem positiva para a marca.
  • Aproveite os serviços de consultoria, capacitação e recursos, como os oferecidos pelo Sebrae, para desenvolver e crescer seu negócio.

Dificuldades da área de alimentação

Melo diz que os principais desafios para pequenos empreendedores no ramo de alimentação incluem gestão financeira complexa, concorrência intensa, manutenção de alta qualidade e conformidade com as normas sanitárias.

Além disso, a especialista cita dificuldades em atrair e manter clientes, lidar com a rotatividade dos colaboradores, qualificação de funcionários e enfrentar pressões de custos, como flutuações nos preços de ingredientes.

“Adaptar-se às demandas do mercado, fazer um planejamento financeiro e implementar estratégias de marketing eficazes são cruciais para o sucesso contínuo no setor”, afirma.

Antes de expandir ou franquear o negócio, é essencial que o empreendedor consiga ter estabilidade financeira, um modelo de negócio replicável, uma marca forte e processos padronizados, aponta a consultora.

Ela ressalta ainda que deve haver capacidade de suporte aos franqueados, demanda de mercado comprovada, equipe qualificada e conformidade legal.

“Por isso, é extremamente importante planejar cuidadosamente a expansão e as operações do negócio, baseando-se em estudos de mercado e estratégias bem definidas”, destaca.

Luís Ferreira, 33, lavava louças em um restaurante aos 16 anos. Aos 18, faliu o boteco do avô. Não quis mais saber de negócios, muito menos do setor alimentício. “Mal sabia eu que isso tomaria conta da minha vida”, brinca. Há dez anos, ele inaugurou o Point do Gordão, um restaurante que conta hoje com dez unidades no estado de São Paulo e faturou R$ 38,5 milhões em 2023.

O negócio fez sucesso pelo tamanho “exagerado” dos pratos servidos, que pesam até quatro quilos. No Instagram, um vídeo que mostra a imensa “ilha de parmegiana” com batatas fritas ultrapassa 5,5 milhões de visualizações.

“A internet foi a sacada que eu tive para estourar”, avalia Ferreira. O primeiro vídeo que viralizou, em 2021, mostrava a picanha com aligot (um purê francês sofisticado), com cerca de três quilos. “Foi meu primeiro prato profissional, rendeu milhões de visualizações”, relembra. A fama foi inesperada. “Tínhamos duas lojas sem estrutura para atender tanta gente”, afirma.

De acordo com ele, o faturamento do restaurante aos sábados girava em torno de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Depois de viralizar, esse valor passou para R$ 47 mil. “Foi aí que comecei a estruturar melhor o negócio, a virar empresário mesmo”, observa.

Com o vídeo da parmegiana, quase 9 mil pratos foram vendidos em dois meses, entre fevereiro e março deste ano. Ferreira assume que, mesmo com dez unidades em operação atualmente, ele não consegue atender toda a demanda vinda das redes sociais.

Na internet, Ferreira busca sempre expor a sua imagem, diretamente atrelada à sua marca. “Fazemos brincadeiras para chamar a atenção do cliente; não queremos mostrar só a comida, buscamos sempre conduzir os conteúdos de diferentes jeitos”, diz.

Os pratos “exagerados”, como caracteriza o empresário, servem até cinco pessoas (muito bem servidas, pode-se dizer). “Nosso lema é trazer a gastronomia exageradamente, com qualidade. Não quero um prato básico, quero que as pessoas olhem e falem ‘que exagero’. É para comer bastante e pagar um preço justo”, explica.

Prato preferido dos clientes, a picanha custa R$ 329. Já a parmegiana, R$ 249. Segundo Ferreira, as pessoas costumam levar as sobras da comida para casa após a refeição no restaurante. O ticket médio de consumo por cliente gira em torno de R$ 90.

"Ilha de parmegiana", prato de quatro quilos serve até cinco pessoas Foto: Divulgação/Point do Gordão

O cardápio do Point do Gordão tem mais de 30 pratos autorais, com diferentes tipos de peixe e carne. Todos têm uma versão menor, para duas a três pessoas, e maior, para quatro a cinco.

Cerca de 90 mil clientes passam pelas dez lojas mensalmente, conforme Ferreira. Há sete meses, o delivery foi retirado da operação pela baixa rentabilidade e perda de qualidade dos alimentos no processo de entrega.

Todos os pratos saem do centro de distribuição da marca, em Santo André, para os restaurantes. “Eles chegam pré-prontos”, explica Ferreira. A marca tem 500 funcionários diretos e 150 indiretos.

Negócio começou na garagem do avô

O Point do Gordão começou em 2014 na garagem da casa do avô de Luís Ferreira, em Santo André, na região metropolitana de São Paulo. Técnico em gastronomia, ele trabalhou em 2009 lavando louças em um restaurante em Mauá, município do interior paulista onde nasceu. Depois foi promovido a auxiliar de cozinha, cozinheiro e, finalmente, a gerente.

Em 2012, passou a atuar na área da metalúrgica. “Eu não queria mais nada com alimentação, a rotina como cozinheiro era muito puxada, eu não tinha fins de semana”, justifica. Ao mesmo tempo, cuidava do boteco do avô, que ficou parcialmente cego. O negócio faliu em um ano e meio na sua gestão.

Mesmo assim, ele não desistiu. Dois anos se passaram e Ferreira resolveu empreender: lançou o Point do Gordão, vendendo potes de batata frita nos 25 metros quadrados da garagem do avô.

Luís Ferreira, dono do Point do Gordão Foto: Divulgação/Point do Gordão

No início de 2016, o empreendedor alugou o espaço do boteco falido em Sandro André. Idealizou um novo cardápio de comidas, contratou funcionários. Mas, sem saber fazer uma gestão financeira adequada, foi despejado do local no mesmo ano por atrasos nos pagamentos do aluguel.

“Investi tudo o que eu tinha lá, não tinha mais recursos. Parecia em um beco sem saída”, relembra. Insistente, ele alugou outro salão na cidade em 2017. “Mas eu não tinha nem R$ 1 para colocar o negócio em funcionamento”, conta.

Um tio de Ferreira, que morreu recentemente, acreditou nele. Vendeu o carro que valia cerca de R$ 10 mil na época por R$ 6 mil para conseguir o dinheiro rapidamente, e deu o montante para o sobrinho como uma última chance de fazer dar certo.

Naquele ano, o Point do Gordão atingiu R$ 300 mil de faturamento. “Esse dinheiro virou uma chave na minha vida”, fala. Até 2020, o negócio funcionou com uma unidade e 12 funcionários, faturando R$ 1 milhão por ano.

Com a pandemia de coronavírus, o faturamento mensal caiu de R$ 80 mil para R$ 30 mil. Ferreira então expandiu o delivery e passou a investir mais na qualidade dos ingredientes. No quarto mês da crise, a estratégia rendeu um faturamento de R$ 240 mil.

No início, com a produção e venda das batatas, Luís Ferreira investiu R$ 550. Depois, foi investindo todo o dinheiro que chegava na empresa. “Eu nem fazia um controle”, assume.

Até então, ele estima que investiu cerca de R$ 20 milhões ao longo dos anos. Cada uma das lojas da marca custaram cerca de R$ 1,8 milhão. As unidades ficam na capital de São Paulo, Praia Grande, Osasco e Campinas.

Até 2025, Ferreira pretende abrir mais dez lojas no estado de São Paulo, duas neste ano e oito no próximo. O modelo de franquia do negócio está pronto e também deve começar a aceitar investidores a partir do próximo ano. “A intenção é, com elas, expandir o negócio para fora de São Paulo”, afirma.

Avaliações de clientes

A média das 9,5 mil avaliações das lojas do Point do Gordão no Google é de 4,3 de 5. A maioria das queixas negativas se referem ao atendimento dos funcionários nos estabelecimentos.

Os autores das notas concedidas não podem ser verificados. Eventualmente, comentários positivos ou negativos podem ser uma ação a favor ou a contra a empresa.

A empresa não é verificada no Reclame Aqui.

Proposta e identidade são positivas, diz consultora

Para a consultora de negócios do Sebrae-SP Michelle Melo, o conceito do Point do Gordão “tem o objetivo claro de atrair um público específico”. O negócio se destaca, na sua análise, justamente por ter uma “proposta de valor única”, que neste caso é a oferta das porções abundantes de comida. “Algo que o diferencia dos concorrentes”, observa.

Entre as possíveis razões para o sucesso do restaurante está, segundo ela, a “identidade de marca forte” do Point do Gordão. O dono utiliza os canais digitais para promover suas grandes porções e ofertas especiais. Conforme Melo, isso reforça a maneira como a empresa é reconhecida e valorizada pelos seus clientes.

Para empreendedores do ramo de alimentação que querem crescer nas redes sociais, ela recomenda “conhecer seu público-alvo e definir uma identidade de marca coerente com sua proposta de valor”.

Nas redes sociais, Melo indica “criar conteúdo de alta qualidade, interagir genuinamente com o mercado, fazer parcerias com influenciadores e promoções exclusivas”. Para isso, a consultora orienta a investir nas ferramentas de stories e reels no Instagram, manter um calendário de publicações e monitorar o desempenho das postagens.

Segundo a consultora, essas estratégias podem aumentar engajamento do público e, assim, atraí-lo para o negócio. Ela ressalta a importância de realizar ajustes contínuos para garantir a eficácia das estratégias adotadas.

Além da marca forte e única, com uma proposta de valor clara que se destaque no mercado, Melo vê como importante sobretudo manter a alta qualidade dos produtos e serviços, garantindo uma experiência consistente para os clientes.

Veja dicas da consultora para um negócio

  • Inove regularmente no cardápio e nas estratégias de marketing para manter o interesse dos consumidores.
  • Utilize as redes sociais e o marketing digital para promover o negócio, engajar os clientes e aumentar a visibilidade.
  • Adote práticas sustentáveis, como reduzir desperdícios e usar ingredientes locais, para atrair consumidores conscientes.
  • Invista na capacitação da equipe para garantir um atendimento excelente e padronizado.
  • Realize pesquisas para entender as necessidades e preferências dos consumidores e ajustar sua oferta de acordo.
  • Envolva-se com a comunidade local e apoie causas sociais, criando uma imagem positiva para a marca.
  • Aproveite os serviços de consultoria, capacitação e recursos, como os oferecidos pelo Sebrae, para desenvolver e crescer seu negócio.

Dificuldades da área de alimentação

Melo diz que os principais desafios para pequenos empreendedores no ramo de alimentação incluem gestão financeira complexa, concorrência intensa, manutenção de alta qualidade e conformidade com as normas sanitárias.

Além disso, a especialista cita dificuldades em atrair e manter clientes, lidar com a rotatividade dos colaboradores, qualificação de funcionários e enfrentar pressões de custos, como flutuações nos preços de ingredientes.

“Adaptar-se às demandas do mercado, fazer um planejamento financeiro e implementar estratégias de marketing eficazes são cruciais para o sucesso contínuo no setor”, afirma.

Antes de expandir ou franquear o negócio, é essencial que o empreendedor consiga ter estabilidade financeira, um modelo de negócio replicável, uma marca forte e processos padronizados, aponta a consultora.

Ela ressalta ainda que deve haver capacidade de suporte aos franqueados, demanda de mercado comprovada, equipe qualificada e conformidade legal.

“Por isso, é extremamente importante planejar cuidadosamente a expansão e as operações do negócio, baseando-se em estudos de mercado e estratégias bem definidas”, destaca.

Luís Ferreira, 33, lavava louças em um restaurante aos 16 anos. Aos 18, faliu o boteco do avô. Não quis mais saber de negócios, muito menos do setor alimentício. “Mal sabia eu que isso tomaria conta da minha vida”, brinca. Há dez anos, ele inaugurou o Point do Gordão, um restaurante que conta hoje com dez unidades no estado de São Paulo e faturou R$ 38,5 milhões em 2023.

O negócio fez sucesso pelo tamanho “exagerado” dos pratos servidos, que pesam até quatro quilos. No Instagram, um vídeo que mostra a imensa “ilha de parmegiana” com batatas fritas ultrapassa 5,5 milhões de visualizações.

“A internet foi a sacada que eu tive para estourar”, avalia Ferreira. O primeiro vídeo que viralizou, em 2021, mostrava a picanha com aligot (um purê francês sofisticado), com cerca de três quilos. “Foi meu primeiro prato profissional, rendeu milhões de visualizações”, relembra. A fama foi inesperada. “Tínhamos duas lojas sem estrutura para atender tanta gente”, afirma.

De acordo com ele, o faturamento do restaurante aos sábados girava em torno de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Depois de viralizar, esse valor passou para R$ 47 mil. “Foi aí que comecei a estruturar melhor o negócio, a virar empresário mesmo”, observa.

Com o vídeo da parmegiana, quase 9 mil pratos foram vendidos em dois meses, entre fevereiro e março deste ano. Ferreira assume que, mesmo com dez unidades em operação atualmente, ele não consegue atender toda a demanda vinda das redes sociais.

Na internet, Ferreira busca sempre expor a sua imagem, diretamente atrelada à sua marca. “Fazemos brincadeiras para chamar a atenção do cliente; não queremos mostrar só a comida, buscamos sempre conduzir os conteúdos de diferentes jeitos”, diz.

Os pratos “exagerados”, como caracteriza o empresário, servem até cinco pessoas (muito bem servidas, pode-se dizer). “Nosso lema é trazer a gastronomia exageradamente, com qualidade. Não quero um prato básico, quero que as pessoas olhem e falem ‘que exagero’. É para comer bastante e pagar um preço justo”, explica.

Prato preferido dos clientes, a picanha custa R$ 329. Já a parmegiana, R$ 249. Segundo Ferreira, as pessoas costumam levar as sobras da comida para casa após a refeição no restaurante. O ticket médio de consumo por cliente gira em torno de R$ 90.

"Ilha de parmegiana", prato de quatro quilos serve até cinco pessoas Foto: Divulgação/Point do Gordão

O cardápio do Point do Gordão tem mais de 30 pratos autorais, com diferentes tipos de peixe e carne. Todos têm uma versão menor, para duas a três pessoas, e maior, para quatro a cinco.

Cerca de 90 mil clientes passam pelas dez lojas mensalmente, conforme Ferreira. Há sete meses, o delivery foi retirado da operação pela baixa rentabilidade e perda de qualidade dos alimentos no processo de entrega.

Todos os pratos saem do centro de distribuição da marca, em Santo André, para os restaurantes. “Eles chegam pré-prontos”, explica Ferreira. A marca tem 500 funcionários diretos e 150 indiretos.

Negócio começou na garagem do avô

O Point do Gordão começou em 2014 na garagem da casa do avô de Luís Ferreira, em Santo André, na região metropolitana de São Paulo. Técnico em gastronomia, ele trabalhou em 2009 lavando louças em um restaurante em Mauá, município do interior paulista onde nasceu. Depois foi promovido a auxiliar de cozinha, cozinheiro e, finalmente, a gerente.

Em 2012, passou a atuar na área da metalúrgica. “Eu não queria mais nada com alimentação, a rotina como cozinheiro era muito puxada, eu não tinha fins de semana”, justifica. Ao mesmo tempo, cuidava do boteco do avô, que ficou parcialmente cego. O negócio faliu em um ano e meio na sua gestão.

Mesmo assim, ele não desistiu. Dois anos se passaram e Ferreira resolveu empreender: lançou o Point do Gordão, vendendo potes de batata frita nos 25 metros quadrados da garagem do avô.

Luís Ferreira, dono do Point do Gordão Foto: Divulgação/Point do Gordão

No início de 2016, o empreendedor alugou o espaço do boteco falido em Sandro André. Idealizou um novo cardápio de comidas, contratou funcionários. Mas, sem saber fazer uma gestão financeira adequada, foi despejado do local no mesmo ano por atrasos nos pagamentos do aluguel.

“Investi tudo o que eu tinha lá, não tinha mais recursos. Parecia em um beco sem saída”, relembra. Insistente, ele alugou outro salão na cidade em 2017. “Mas eu não tinha nem R$ 1 para colocar o negócio em funcionamento”, conta.

Um tio de Ferreira, que morreu recentemente, acreditou nele. Vendeu o carro que valia cerca de R$ 10 mil na época por R$ 6 mil para conseguir o dinheiro rapidamente, e deu o montante para o sobrinho como uma última chance de fazer dar certo.

Naquele ano, o Point do Gordão atingiu R$ 300 mil de faturamento. “Esse dinheiro virou uma chave na minha vida”, fala. Até 2020, o negócio funcionou com uma unidade e 12 funcionários, faturando R$ 1 milhão por ano.

Com a pandemia de coronavírus, o faturamento mensal caiu de R$ 80 mil para R$ 30 mil. Ferreira então expandiu o delivery e passou a investir mais na qualidade dos ingredientes. No quarto mês da crise, a estratégia rendeu um faturamento de R$ 240 mil.

No início, com a produção e venda das batatas, Luís Ferreira investiu R$ 550. Depois, foi investindo todo o dinheiro que chegava na empresa. “Eu nem fazia um controle”, assume.

Até então, ele estima que investiu cerca de R$ 20 milhões ao longo dos anos. Cada uma das lojas da marca custaram cerca de R$ 1,8 milhão. As unidades ficam na capital de São Paulo, Praia Grande, Osasco e Campinas.

Até 2025, Ferreira pretende abrir mais dez lojas no estado de São Paulo, duas neste ano e oito no próximo. O modelo de franquia do negócio está pronto e também deve começar a aceitar investidores a partir do próximo ano. “A intenção é, com elas, expandir o negócio para fora de São Paulo”, afirma.

Avaliações de clientes

A média das 9,5 mil avaliações das lojas do Point do Gordão no Google é de 4,3 de 5. A maioria das queixas negativas se referem ao atendimento dos funcionários nos estabelecimentos.

Os autores das notas concedidas não podem ser verificados. Eventualmente, comentários positivos ou negativos podem ser uma ação a favor ou a contra a empresa.

A empresa não é verificada no Reclame Aqui.

Proposta e identidade são positivas, diz consultora

Para a consultora de negócios do Sebrae-SP Michelle Melo, o conceito do Point do Gordão “tem o objetivo claro de atrair um público específico”. O negócio se destaca, na sua análise, justamente por ter uma “proposta de valor única”, que neste caso é a oferta das porções abundantes de comida. “Algo que o diferencia dos concorrentes”, observa.

Entre as possíveis razões para o sucesso do restaurante está, segundo ela, a “identidade de marca forte” do Point do Gordão. O dono utiliza os canais digitais para promover suas grandes porções e ofertas especiais. Conforme Melo, isso reforça a maneira como a empresa é reconhecida e valorizada pelos seus clientes.

Para empreendedores do ramo de alimentação que querem crescer nas redes sociais, ela recomenda “conhecer seu público-alvo e definir uma identidade de marca coerente com sua proposta de valor”.

Nas redes sociais, Melo indica “criar conteúdo de alta qualidade, interagir genuinamente com o mercado, fazer parcerias com influenciadores e promoções exclusivas”. Para isso, a consultora orienta a investir nas ferramentas de stories e reels no Instagram, manter um calendário de publicações e monitorar o desempenho das postagens.

Segundo a consultora, essas estratégias podem aumentar engajamento do público e, assim, atraí-lo para o negócio. Ela ressalta a importância de realizar ajustes contínuos para garantir a eficácia das estratégias adotadas.

Além da marca forte e única, com uma proposta de valor clara que se destaque no mercado, Melo vê como importante sobretudo manter a alta qualidade dos produtos e serviços, garantindo uma experiência consistente para os clientes.

Veja dicas da consultora para um negócio

  • Inove regularmente no cardápio e nas estratégias de marketing para manter o interesse dos consumidores.
  • Utilize as redes sociais e o marketing digital para promover o negócio, engajar os clientes e aumentar a visibilidade.
  • Adote práticas sustentáveis, como reduzir desperdícios e usar ingredientes locais, para atrair consumidores conscientes.
  • Invista na capacitação da equipe para garantir um atendimento excelente e padronizado.
  • Realize pesquisas para entender as necessidades e preferências dos consumidores e ajustar sua oferta de acordo.
  • Envolva-se com a comunidade local e apoie causas sociais, criando uma imagem positiva para a marca.
  • Aproveite os serviços de consultoria, capacitação e recursos, como os oferecidos pelo Sebrae, para desenvolver e crescer seu negócio.

Dificuldades da área de alimentação

Melo diz que os principais desafios para pequenos empreendedores no ramo de alimentação incluem gestão financeira complexa, concorrência intensa, manutenção de alta qualidade e conformidade com as normas sanitárias.

Além disso, a especialista cita dificuldades em atrair e manter clientes, lidar com a rotatividade dos colaboradores, qualificação de funcionários e enfrentar pressões de custos, como flutuações nos preços de ingredientes.

“Adaptar-se às demandas do mercado, fazer um planejamento financeiro e implementar estratégias de marketing eficazes são cruciais para o sucesso contínuo no setor”, afirma.

Antes de expandir ou franquear o negócio, é essencial que o empreendedor consiga ter estabilidade financeira, um modelo de negócio replicável, uma marca forte e processos padronizados, aponta a consultora.

Ela ressalta ainda que deve haver capacidade de suporte aos franqueados, demanda de mercado comprovada, equipe qualificada e conformidade legal.

“Por isso, é extremamente importante planejar cuidadosamente a expansão e as operações do negócio, baseando-se em estudos de mercado e estratégias bem definidas”, destaca.

Luís Ferreira, 33, lavava louças em um restaurante aos 16 anos. Aos 18, faliu o boteco do avô. Não quis mais saber de negócios, muito menos do setor alimentício. “Mal sabia eu que isso tomaria conta da minha vida”, brinca. Há dez anos, ele inaugurou o Point do Gordão, um restaurante que conta hoje com dez unidades no estado de São Paulo e faturou R$ 38,5 milhões em 2023.

O negócio fez sucesso pelo tamanho “exagerado” dos pratos servidos, que pesam até quatro quilos. No Instagram, um vídeo que mostra a imensa “ilha de parmegiana” com batatas fritas ultrapassa 5,5 milhões de visualizações.

“A internet foi a sacada que eu tive para estourar”, avalia Ferreira. O primeiro vídeo que viralizou, em 2021, mostrava a picanha com aligot (um purê francês sofisticado), com cerca de três quilos. “Foi meu primeiro prato profissional, rendeu milhões de visualizações”, relembra. A fama foi inesperada. “Tínhamos duas lojas sem estrutura para atender tanta gente”, afirma.

De acordo com ele, o faturamento do restaurante aos sábados girava em torno de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Depois de viralizar, esse valor passou para R$ 47 mil. “Foi aí que comecei a estruturar melhor o negócio, a virar empresário mesmo”, observa.

Com o vídeo da parmegiana, quase 9 mil pratos foram vendidos em dois meses, entre fevereiro e março deste ano. Ferreira assume que, mesmo com dez unidades em operação atualmente, ele não consegue atender toda a demanda vinda das redes sociais.

Na internet, Ferreira busca sempre expor a sua imagem, diretamente atrelada à sua marca. “Fazemos brincadeiras para chamar a atenção do cliente; não queremos mostrar só a comida, buscamos sempre conduzir os conteúdos de diferentes jeitos”, diz.

Os pratos “exagerados”, como caracteriza o empresário, servem até cinco pessoas (muito bem servidas, pode-se dizer). “Nosso lema é trazer a gastronomia exageradamente, com qualidade. Não quero um prato básico, quero que as pessoas olhem e falem ‘que exagero’. É para comer bastante e pagar um preço justo”, explica.

Prato preferido dos clientes, a picanha custa R$ 329. Já a parmegiana, R$ 249. Segundo Ferreira, as pessoas costumam levar as sobras da comida para casa após a refeição no restaurante. O ticket médio de consumo por cliente gira em torno de R$ 90.

"Ilha de parmegiana", prato de quatro quilos serve até cinco pessoas Foto: Divulgação/Point do Gordão

O cardápio do Point do Gordão tem mais de 30 pratos autorais, com diferentes tipos de peixe e carne. Todos têm uma versão menor, para duas a três pessoas, e maior, para quatro a cinco.

Cerca de 90 mil clientes passam pelas dez lojas mensalmente, conforme Ferreira. Há sete meses, o delivery foi retirado da operação pela baixa rentabilidade e perda de qualidade dos alimentos no processo de entrega.

Todos os pratos saem do centro de distribuição da marca, em Santo André, para os restaurantes. “Eles chegam pré-prontos”, explica Ferreira. A marca tem 500 funcionários diretos e 150 indiretos.

Negócio começou na garagem do avô

O Point do Gordão começou em 2014 na garagem da casa do avô de Luís Ferreira, em Santo André, na região metropolitana de São Paulo. Técnico em gastronomia, ele trabalhou em 2009 lavando louças em um restaurante em Mauá, município do interior paulista onde nasceu. Depois foi promovido a auxiliar de cozinha, cozinheiro e, finalmente, a gerente.

Em 2012, passou a atuar na área da metalúrgica. “Eu não queria mais nada com alimentação, a rotina como cozinheiro era muito puxada, eu não tinha fins de semana”, justifica. Ao mesmo tempo, cuidava do boteco do avô, que ficou parcialmente cego. O negócio faliu em um ano e meio na sua gestão.

Mesmo assim, ele não desistiu. Dois anos se passaram e Ferreira resolveu empreender: lançou o Point do Gordão, vendendo potes de batata frita nos 25 metros quadrados da garagem do avô.

Luís Ferreira, dono do Point do Gordão Foto: Divulgação/Point do Gordão

No início de 2016, o empreendedor alugou o espaço do boteco falido em Sandro André. Idealizou um novo cardápio de comidas, contratou funcionários. Mas, sem saber fazer uma gestão financeira adequada, foi despejado do local no mesmo ano por atrasos nos pagamentos do aluguel.

“Investi tudo o que eu tinha lá, não tinha mais recursos. Parecia em um beco sem saída”, relembra. Insistente, ele alugou outro salão na cidade em 2017. “Mas eu não tinha nem R$ 1 para colocar o negócio em funcionamento”, conta.

Um tio de Ferreira, que morreu recentemente, acreditou nele. Vendeu o carro que valia cerca de R$ 10 mil na época por R$ 6 mil para conseguir o dinheiro rapidamente, e deu o montante para o sobrinho como uma última chance de fazer dar certo.

Naquele ano, o Point do Gordão atingiu R$ 300 mil de faturamento. “Esse dinheiro virou uma chave na minha vida”, fala. Até 2020, o negócio funcionou com uma unidade e 12 funcionários, faturando R$ 1 milhão por ano.

Com a pandemia de coronavírus, o faturamento mensal caiu de R$ 80 mil para R$ 30 mil. Ferreira então expandiu o delivery e passou a investir mais na qualidade dos ingredientes. No quarto mês da crise, a estratégia rendeu um faturamento de R$ 240 mil.

No início, com a produção e venda das batatas, Luís Ferreira investiu R$ 550. Depois, foi investindo todo o dinheiro que chegava na empresa. “Eu nem fazia um controle”, assume.

Até então, ele estima que investiu cerca de R$ 20 milhões ao longo dos anos. Cada uma das lojas da marca custaram cerca de R$ 1,8 milhão. As unidades ficam na capital de São Paulo, Praia Grande, Osasco e Campinas.

Até 2025, Ferreira pretende abrir mais dez lojas no estado de São Paulo, duas neste ano e oito no próximo. O modelo de franquia do negócio está pronto e também deve começar a aceitar investidores a partir do próximo ano. “A intenção é, com elas, expandir o negócio para fora de São Paulo”, afirma.

Avaliações de clientes

A média das 9,5 mil avaliações das lojas do Point do Gordão no Google é de 4,3 de 5. A maioria das queixas negativas se referem ao atendimento dos funcionários nos estabelecimentos.

Os autores das notas concedidas não podem ser verificados. Eventualmente, comentários positivos ou negativos podem ser uma ação a favor ou a contra a empresa.

A empresa não é verificada no Reclame Aqui.

Proposta e identidade são positivas, diz consultora

Para a consultora de negócios do Sebrae-SP Michelle Melo, o conceito do Point do Gordão “tem o objetivo claro de atrair um público específico”. O negócio se destaca, na sua análise, justamente por ter uma “proposta de valor única”, que neste caso é a oferta das porções abundantes de comida. “Algo que o diferencia dos concorrentes”, observa.

Entre as possíveis razões para o sucesso do restaurante está, segundo ela, a “identidade de marca forte” do Point do Gordão. O dono utiliza os canais digitais para promover suas grandes porções e ofertas especiais. Conforme Melo, isso reforça a maneira como a empresa é reconhecida e valorizada pelos seus clientes.

Para empreendedores do ramo de alimentação que querem crescer nas redes sociais, ela recomenda “conhecer seu público-alvo e definir uma identidade de marca coerente com sua proposta de valor”.

Nas redes sociais, Melo indica “criar conteúdo de alta qualidade, interagir genuinamente com o mercado, fazer parcerias com influenciadores e promoções exclusivas”. Para isso, a consultora orienta a investir nas ferramentas de stories e reels no Instagram, manter um calendário de publicações e monitorar o desempenho das postagens.

Segundo a consultora, essas estratégias podem aumentar engajamento do público e, assim, atraí-lo para o negócio. Ela ressalta a importância de realizar ajustes contínuos para garantir a eficácia das estratégias adotadas.

Além da marca forte e única, com uma proposta de valor clara que se destaque no mercado, Melo vê como importante sobretudo manter a alta qualidade dos produtos e serviços, garantindo uma experiência consistente para os clientes.

Veja dicas da consultora para um negócio

  • Inove regularmente no cardápio e nas estratégias de marketing para manter o interesse dos consumidores.
  • Utilize as redes sociais e o marketing digital para promover o negócio, engajar os clientes e aumentar a visibilidade.
  • Adote práticas sustentáveis, como reduzir desperdícios e usar ingredientes locais, para atrair consumidores conscientes.
  • Invista na capacitação da equipe para garantir um atendimento excelente e padronizado.
  • Realize pesquisas para entender as necessidades e preferências dos consumidores e ajustar sua oferta de acordo.
  • Envolva-se com a comunidade local e apoie causas sociais, criando uma imagem positiva para a marca.
  • Aproveite os serviços de consultoria, capacitação e recursos, como os oferecidos pelo Sebrae, para desenvolver e crescer seu negócio.

Dificuldades da área de alimentação

Melo diz que os principais desafios para pequenos empreendedores no ramo de alimentação incluem gestão financeira complexa, concorrência intensa, manutenção de alta qualidade e conformidade com as normas sanitárias.

Além disso, a especialista cita dificuldades em atrair e manter clientes, lidar com a rotatividade dos colaboradores, qualificação de funcionários e enfrentar pressões de custos, como flutuações nos preços de ingredientes.

“Adaptar-se às demandas do mercado, fazer um planejamento financeiro e implementar estratégias de marketing eficazes são cruciais para o sucesso contínuo no setor”, afirma.

Antes de expandir ou franquear o negócio, é essencial que o empreendedor consiga ter estabilidade financeira, um modelo de negócio replicável, uma marca forte e processos padronizados, aponta a consultora.

Ela ressalta ainda que deve haver capacidade de suporte aos franqueados, demanda de mercado comprovada, equipe qualificada e conformidade legal.

“Por isso, é extremamente importante planejar cuidadosamente a expansão e as operações do negócio, baseando-se em estudos de mercado e estratégias bem definidas”, destaca.

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