Pizza com Whey? Eles apostaram nesta ideia e agora projetam faturamento de R$ 4 milhões


Rafael Vieira, de 29 anos, e Iago Camacho, 32, são formados em educação física e se conheceram trabalhando de ‘personal trainer’; pizzaria existe desde 2021 e não descarta se tornar franquia no futuro

Por Felipe Siqueira
Atualização:

É difícil pensar em pizza como algo absolutamente saudável quando o assunto é dieta. Isso porque, além das calorias da massa, há também o valor energético do recheio. E foi no contexto de lockdown, em meio à pandemia de covid-19, que a ideia de deixar o produto um pouco mais fitness surgiu, como conta Rafael Vieira, de 29 anos, um dos fundadores da Pizzaria Di Monstro.

“Eu estava comendo pizza em casa, ganhando peso por conta das restrições da pandemia. E eu comentei, à época, com a minha esposa, que a pizza poderia ser fit”, relembra. Esta ideia rendeu um negócio para ele e o sócio, Iago Camacho, de 32 anos. Confira, a seguir, a história da marca.

O início da parceria

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Vieira e Camacho são formados em educação física. Cerca de dez anos atrás atuavam na área de personal trainer. Ou seja, ambos já tinham um vínculo muito forte com este universo mais fitness, voltado para treinos - tanto para emagrecimento quanto para hipertrofia, termo utilizado para ganho de massa muscular.

Foi neste contexto, inclusive, que eles se conheceram, trabalhando na mesma rede de academias.

Os fundadores da Pizzaria Di Monstro, Rafael Vieira (à esq) e Iago Camacho (à dir) Foto: Divulgação/Pizzaria Di Monstro
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O ‘pulo do gato’

A ideia inicial da pizza mais fitness pensada por Vieira era ter produtos mais saudáveis, tanto na massa quanto no recheio.

Porém, quando essa possibilidade chegou até Iago, uma outra sugestão surgiu: adição de Whey Protein à massa, que acrescenta em cerca de cinco vezes a quantidade de proteína no produto, de acordo com eles. “Foi uma insistência minha. Não era algo comum e pensamos em jogar proteína na massa para ver no que poderia dar”, relata.

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Mas o que é Whey, afinal?

Como é possível conferir nesta reportagem sobre o produto, o Whey Protein é uma proteína - como o nome já diz em inglês - extraída do leite e auxilia em uma alimentação mais saudável, especialmente no controle e equilíbrio do que é ingerido no dia a dia.

A nutricionista, especialista em transtornos alimentares e colunista do Estadão, Desire Coelho, explica que a maior contraindicação para o Whey tradicional é justamente quem possui algum tipo de intolerância à proteína do leite, já que a fonte do produto é justamente essa. Se não for o caso, o suplemento é, sim, interessante, até mesmo para pessoas com mais idade - a partir dos 60, por exemplo. Isso acontece por uma demanda maior do corpo por calorias com o passar do tempo.

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“Claro que não é somente uma refeição que vai resolver isso. Tem que tomar cuidado com o ‘nutricionismo’. Todo este processo é calculado no dia a dia do paciente”, fala Coelho.

Público-alvo

O Whey é muito conhecido no universo chamado popularmente como “maromba” - voltado para o fisiculturismo. Pessoas que treinam tendem a suplementar com o produto. E este era - e é - o principal foco da dupla.

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“O Rafael era bem ligado a esse universo ‘maromba’ e eu também gostava bastante”, conta Camacho.

Em maio de 2021, após alguns testes de massa e degustação com familiares e amigos, surgiu a Di Monstro.

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“O nome veio um pouco por acaso. Nós até tínhamos uma lista de possíveis nomes, mas um dia eu parei no semáforo, dentro do carro, e uma moto de uma pizzaria chamada ‘Di Nápoles’ ficou bem do meu lado. E aí eu pensei: ‘tá aí, Di Monstro. Já que ‘monstro’ é um termo no fisiculturismo para alguém que quer ficar grande por meio da hipertrofia muscular. Ficar ‘monstrão’”, explica Vieira.

E eles consideram que o nome foi uma parte primordial para o negócio começar a ter uma certa escalabilidade. De acordo com eles, houve uma identificação com o público. “As pessoas procuram a gente querendo pedir uma Di Monstro.”

Ponto de equilíbrio

O chamado break even point - ponto de equilíbrio, em português - demorou um pouco para chegar à Di Monstro. Este é um momento de um empreendimento em que a operação se paga, como já explicamos neste material. Em resumo, não há lucro neste estágio, mas o famoso “zero a zero” é atingido. O faturamento é o suficiente para cobrir as despesas fixas e variáveis. E ele não é necessariamente algo rápido a ser atingido e depende de fatores como ponto físico, gastos com estrutura e demanda, por exemplo.

Este estágio chegou apenas em fevereiro de 2023, cerca de 21 meses após o início da operação. Durante este período, tiveram que usar capital de giro próprio - um colchão financeiro para empresas que pode ser usado até o break even point ou até mesmo como reserva de emergência.

Vieira fala que a falta de conhecimento em gestão, à época, fez com que este período fosse mais longo que o necessário. “A gente tentava economizar a todo custo. Só que economizamos em partes que precisávamos investir um pouco mais, como em disponibilidade de motoboys para entregas, por exemplo. A gente chegou a contratar só metade do que efetivamente precisávamos, por receio de gastarmos muito. Hoje a gente vê que não estava completamente certo.”

Negócio nichado

Não é segredo para ninguém que o negócio deles é extremamente nichado. Embora seja uma pizzaria com sabores tradicionais, o carro-chefe é o produto específico: massa proteica com ingredientes considerados mais leves. Porém, não foi desde o início que isso foi possível.

A inclusão de massa tradicional e sabores mais comuns foi uma necessidade no início da caminhada do negócio pois não havia uma demanda relevante, que segurasse a operação, pelo produto mais nichado.

O marketing, porém, foi dando certo e, atualmente, eles já conseguiram inverter este cenário. “De 70% a 80% das saídas de pedidos no mês são da massa proteica”, explica Vieira.

De acordo com o vice-presidente de consultoria da 300 Ecossistema de Alto Impacto, Lucien Newton, atender um segmento de mercado nichado não é um problema. Ao contrário, pode até facilitar a encontrar o público-alvo. Porém, é preciso entender se existe demanda suficiente para o produto ou serviço.

E, além disso, é necessário descobrir quais são as melhores formas para prospecção, ou seja, angariar novos clientes - porque, sim, o desafio da conversão também existe no mercado mais nichado. “Tem que tomar cuidado para não ser um negócio pequeno a ponto de a estrutura não conseguir ser mantida. Se for para algo home based, pode até funcionar, mas, se tiver que pagar aluguel de ponto físico, por exemplo, a conta já não fecha”, fala o especialista.

‘Dark Kitchen’

A Di Monstro, até o momento, não tem cadeiras e mesas para consumo no local. Eles trabalham como dark kitchen, ou seja, os pedidos chegam e são feitos por lá, mas atuam apenas por meio de entregas.

Para o futuro, porém, eles pretendem ampliar a operação - literalmente. Eles estão reformando a unidade inicial, que fica no bairro Vila Cruzeiro, em São Paulo, na zona sul, e construindo uma nova, que deve ser uma loja modelo, pensando até mesmo em um futuro para o mercado de franquias, com mesas, cadeiras, balcão e layout personalizado. Esta ficará localizada na Vila Mariana, mais próxima ao centro da cidade.

A projeção de faturamento para este ano é de R$ 4 milhões.

Cardápio

Que tipo de produto pode ser consumido na Di Monstro? É possível escolher se a massa será tradicional, integral ou proteica - com Whey. Esta última, inclusive, de acordo com os donos, possui 5 vezes mais proteína - sai de 3 gramas por pizza da massa tradicional para 15g.

E, a partir daí, existem os sabores mais comuns - como frango, calabresa e mussarela -, mas também há recheios mais leves, como cream cheese no lugar de catupiry, mussarela light, peito de peru, entre outros.

Todo o site tem um layout puxado para este lado “maromba”, com detalhes que remetem ao fisiculturismo. Os nomes dos sabores também. Um dos que chama mais atenção é o off season, que vai frango, cream cheese, lombo, bacon, palmito, mussarela light e molho de tomate. Este off season é o período em que atletas de fisiculturismo focam na ingestão elevada de calorias para ganho de massa muscular.

Avaliação de clientes

No momento de produção desta reportagem, havia registro de apenas duas queixas contra a empresa Pizzaria Di Monstro no site ReclameAqui, considerando todo o período disponível. As reclamações citavam problemas com atendimento e com o produto. Segundo a classificação do site, os dados são insuficientes em termos de quantidade para que uma reputação seja construída na plataforma.

No Google My Business, a nota geral é 4, sendo que o máximo é 5. Em um total de 69 avaliações, há cerca de 18 com nota até 3. Em grande parte, reclamações e comentários são respondidos pela equipe de comunicação da empresa. 48 notas são máximas, de 5 estrelas.

Vale ressaltar que os autores das avaliações não podem ser verificados. Eventualmente, comentários positivos ou negativos podem ser uma ação deliberada - a favor ou contra a empresa.

É difícil pensar em pizza como algo absolutamente saudável quando o assunto é dieta. Isso porque, além das calorias da massa, há também o valor energético do recheio. E foi no contexto de lockdown, em meio à pandemia de covid-19, que a ideia de deixar o produto um pouco mais fitness surgiu, como conta Rafael Vieira, de 29 anos, um dos fundadores da Pizzaria Di Monstro.

“Eu estava comendo pizza em casa, ganhando peso por conta das restrições da pandemia. E eu comentei, à época, com a minha esposa, que a pizza poderia ser fit”, relembra. Esta ideia rendeu um negócio para ele e o sócio, Iago Camacho, de 32 anos. Confira, a seguir, a história da marca.

O início da parceria

Vieira e Camacho são formados em educação física. Cerca de dez anos atrás atuavam na área de personal trainer. Ou seja, ambos já tinham um vínculo muito forte com este universo mais fitness, voltado para treinos - tanto para emagrecimento quanto para hipertrofia, termo utilizado para ganho de massa muscular.

Foi neste contexto, inclusive, que eles se conheceram, trabalhando na mesma rede de academias.

Os fundadores da Pizzaria Di Monstro, Rafael Vieira (à esq) e Iago Camacho (à dir) Foto: Divulgação/Pizzaria Di Monstro

O ‘pulo do gato’

A ideia inicial da pizza mais fitness pensada por Vieira era ter produtos mais saudáveis, tanto na massa quanto no recheio.

Porém, quando essa possibilidade chegou até Iago, uma outra sugestão surgiu: adição de Whey Protein à massa, que acrescenta em cerca de cinco vezes a quantidade de proteína no produto, de acordo com eles. “Foi uma insistência minha. Não era algo comum e pensamos em jogar proteína na massa para ver no que poderia dar”, relata.

Mas o que é Whey, afinal?

Como é possível conferir nesta reportagem sobre o produto, o Whey Protein é uma proteína - como o nome já diz em inglês - extraída do leite e auxilia em uma alimentação mais saudável, especialmente no controle e equilíbrio do que é ingerido no dia a dia.

A nutricionista, especialista em transtornos alimentares e colunista do Estadão, Desire Coelho, explica que a maior contraindicação para o Whey tradicional é justamente quem possui algum tipo de intolerância à proteína do leite, já que a fonte do produto é justamente essa. Se não for o caso, o suplemento é, sim, interessante, até mesmo para pessoas com mais idade - a partir dos 60, por exemplo. Isso acontece por uma demanda maior do corpo por calorias com o passar do tempo.

“Claro que não é somente uma refeição que vai resolver isso. Tem que tomar cuidado com o ‘nutricionismo’. Todo este processo é calculado no dia a dia do paciente”, fala Coelho.

Público-alvo

O Whey é muito conhecido no universo chamado popularmente como “maromba” - voltado para o fisiculturismo. Pessoas que treinam tendem a suplementar com o produto. E este era - e é - o principal foco da dupla.

“O Rafael era bem ligado a esse universo ‘maromba’ e eu também gostava bastante”, conta Camacho.

Em maio de 2021, após alguns testes de massa e degustação com familiares e amigos, surgiu a Di Monstro.

“O nome veio um pouco por acaso. Nós até tínhamos uma lista de possíveis nomes, mas um dia eu parei no semáforo, dentro do carro, e uma moto de uma pizzaria chamada ‘Di Nápoles’ ficou bem do meu lado. E aí eu pensei: ‘tá aí, Di Monstro. Já que ‘monstro’ é um termo no fisiculturismo para alguém que quer ficar grande por meio da hipertrofia muscular. Ficar ‘monstrão’”, explica Vieira.

E eles consideram que o nome foi uma parte primordial para o negócio começar a ter uma certa escalabilidade. De acordo com eles, houve uma identificação com o público. “As pessoas procuram a gente querendo pedir uma Di Monstro.”

Ponto de equilíbrio

O chamado break even point - ponto de equilíbrio, em português - demorou um pouco para chegar à Di Monstro. Este é um momento de um empreendimento em que a operação se paga, como já explicamos neste material. Em resumo, não há lucro neste estágio, mas o famoso “zero a zero” é atingido. O faturamento é o suficiente para cobrir as despesas fixas e variáveis. E ele não é necessariamente algo rápido a ser atingido e depende de fatores como ponto físico, gastos com estrutura e demanda, por exemplo.

Este estágio chegou apenas em fevereiro de 2023, cerca de 21 meses após o início da operação. Durante este período, tiveram que usar capital de giro próprio - um colchão financeiro para empresas que pode ser usado até o break even point ou até mesmo como reserva de emergência.

Vieira fala que a falta de conhecimento em gestão, à época, fez com que este período fosse mais longo que o necessário. “A gente tentava economizar a todo custo. Só que economizamos em partes que precisávamos investir um pouco mais, como em disponibilidade de motoboys para entregas, por exemplo. A gente chegou a contratar só metade do que efetivamente precisávamos, por receio de gastarmos muito. Hoje a gente vê que não estava completamente certo.”

Negócio nichado

Não é segredo para ninguém que o negócio deles é extremamente nichado. Embora seja uma pizzaria com sabores tradicionais, o carro-chefe é o produto específico: massa proteica com ingredientes considerados mais leves. Porém, não foi desde o início que isso foi possível.

A inclusão de massa tradicional e sabores mais comuns foi uma necessidade no início da caminhada do negócio pois não havia uma demanda relevante, que segurasse a operação, pelo produto mais nichado.

O marketing, porém, foi dando certo e, atualmente, eles já conseguiram inverter este cenário. “De 70% a 80% das saídas de pedidos no mês são da massa proteica”, explica Vieira.

De acordo com o vice-presidente de consultoria da 300 Ecossistema de Alto Impacto, Lucien Newton, atender um segmento de mercado nichado não é um problema. Ao contrário, pode até facilitar a encontrar o público-alvo. Porém, é preciso entender se existe demanda suficiente para o produto ou serviço.

E, além disso, é necessário descobrir quais são as melhores formas para prospecção, ou seja, angariar novos clientes - porque, sim, o desafio da conversão também existe no mercado mais nichado. “Tem que tomar cuidado para não ser um negócio pequeno a ponto de a estrutura não conseguir ser mantida. Se for para algo home based, pode até funcionar, mas, se tiver que pagar aluguel de ponto físico, por exemplo, a conta já não fecha”, fala o especialista.

‘Dark Kitchen’

A Di Monstro, até o momento, não tem cadeiras e mesas para consumo no local. Eles trabalham como dark kitchen, ou seja, os pedidos chegam e são feitos por lá, mas atuam apenas por meio de entregas.

Para o futuro, porém, eles pretendem ampliar a operação - literalmente. Eles estão reformando a unidade inicial, que fica no bairro Vila Cruzeiro, em São Paulo, na zona sul, e construindo uma nova, que deve ser uma loja modelo, pensando até mesmo em um futuro para o mercado de franquias, com mesas, cadeiras, balcão e layout personalizado. Esta ficará localizada na Vila Mariana, mais próxima ao centro da cidade.

A projeção de faturamento para este ano é de R$ 4 milhões.

Cardápio

Que tipo de produto pode ser consumido na Di Monstro? É possível escolher se a massa será tradicional, integral ou proteica - com Whey. Esta última, inclusive, de acordo com os donos, possui 5 vezes mais proteína - sai de 3 gramas por pizza da massa tradicional para 15g.

E, a partir daí, existem os sabores mais comuns - como frango, calabresa e mussarela -, mas também há recheios mais leves, como cream cheese no lugar de catupiry, mussarela light, peito de peru, entre outros.

Todo o site tem um layout puxado para este lado “maromba”, com detalhes que remetem ao fisiculturismo. Os nomes dos sabores também. Um dos que chama mais atenção é o off season, que vai frango, cream cheese, lombo, bacon, palmito, mussarela light e molho de tomate. Este off season é o período em que atletas de fisiculturismo focam na ingestão elevada de calorias para ganho de massa muscular.

Avaliação de clientes

No momento de produção desta reportagem, havia registro de apenas duas queixas contra a empresa Pizzaria Di Monstro no site ReclameAqui, considerando todo o período disponível. As reclamações citavam problemas com atendimento e com o produto. Segundo a classificação do site, os dados são insuficientes em termos de quantidade para que uma reputação seja construída na plataforma.

No Google My Business, a nota geral é 4, sendo que o máximo é 5. Em um total de 69 avaliações, há cerca de 18 com nota até 3. Em grande parte, reclamações e comentários são respondidos pela equipe de comunicação da empresa. 48 notas são máximas, de 5 estrelas.

Vale ressaltar que os autores das avaliações não podem ser verificados. Eventualmente, comentários positivos ou negativos podem ser uma ação deliberada - a favor ou contra a empresa.

É difícil pensar em pizza como algo absolutamente saudável quando o assunto é dieta. Isso porque, além das calorias da massa, há também o valor energético do recheio. E foi no contexto de lockdown, em meio à pandemia de covid-19, que a ideia de deixar o produto um pouco mais fitness surgiu, como conta Rafael Vieira, de 29 anos, um dos fundadores da Pizzaria Di Monstro.

“Eu estava comendo pizza em casa, ganhando peso por conta das restrições da pandemia. E eu comentei, à época, com a minha esposa, que a pizza poderia ser fit”, relembra. Esta ideia rendeu um negócio para ele e o sócio, Iago Camacho, de 32 anos. Confira, a seguir, a história da marca.

O início da parceria

Vieira e Camacho são formados em educação física. Cerca de dez anos atrás atuavam na área de personal trainer. Ou seja, ambos já tinham um vínculo muito forte com este universo mais fitness, voltado para treinos - tanto para emagrecimento quanto para hipertrofia, termo utilizado para ganho de massa muscular.

Foi neste contexto, inclusive, que eles se conheceram, trabalhando na mesma rede de academias.

Os fundadores da Pizzaria Di Monstro, Rafael Vieira (à esq) e Iago Camacho (à dir) Foto: Divulgação/Pizzaria Di Monstro

O ‘pulo do gato’

A ideia inicial da pizza mais fitness pensada por Vieira era ter produtos mais saudáveis, tanto na massa quanto no recheio.

Porém, quando essa possibilidade chegou até Iago, uma outra sugestão surgiu: adição de Whey Protein à massa, que acrescenta em cerca de cinco vezes a quantidade de proteína no produto, de acordo com eles. “Foi uma insistência minha. Não era algo comum e pensamos em jogar proteína na massa para ver no que poderia dar”, relata.

Mas o que é Whey, afinal?

Como é possível conferir nesta reportagem sobre o produto, o Whey Protein é uma proteína - como o nome já diz em inglês - extraída do leite e auxilia em uma alimentação mais saudável, especialmente no controle e equilíbrio do que é ingerido no dia a dia.

A nutricionista, especialista em transtornos alimentares e colunista do Estadão, Desire Coelho, explica que a maior contraindicação para o Whey tradicional é justamente quem possui algum tipo de intolerância à proteína do leite, já que a fonte do produto é justamente essa. Se não for o caso, o suplemento é, sim, interessante, até mesmo para pessoas com mais idade - a partir dos 60, por exemplo. Isso acontece por uma demanda maior do corpo por calorias com o passar do tempo.

“Claro que não é somente uma refeição que vai resolver isso. Tem que tomar cuidado com o ‘nutricionismo’. Todo este processo é calculado no dia a dia do paciente”, fala Coelho.

Público-alvo

O Whey é muito conhecido no universo chamado popularmente como “maromba” - voltado para o fisiculturismo. Pessoas que treinam tendem a suplementar com o produto. E este era - e é - o principal foco da dupla.

“O Rafael era bem ligado a esse universo ‘maromba’ e eu também gostava bastante”, conta Camacho.

Em maio de 2021, após alguns testes de massa e degustação com familiares e amigos, surgiu a Di Monstro.

“O nome veio um pouco por acaso. Nós até tínhamos uma lista de possíveis nomes, mas um dia eu parei no semáforo, dentro do carro, e uma moto de uma pizzaria chamada ‘Di Nápoles’ ficou bem do meu lado. E aí eu pensei: ‘tá aí, Di Monstro. Já que ‘monstro’ é um termo no fisiculturismo para alguém que quer ficar grande por meio da hipertrofia muscular. Ficar ‘monstrão’”, explica Vieira.

E eles consideram que o nome foi uma parte primordial para o negócio começar a ter uma certa escalabilidade. De acordo com eles, houve uma identificação com o público. “As pessoas procuram a gente querendo pedir uma Di Monstro.”

Ponto de equilíbrio

O chamado break even point - ponto de equilíbrio, em português - demorou um pouco para chegar à Di Monstro. Este é um momento de um empreendimento em que a operação se paga, como já explicamos neste material. Em resumo, não há lucro neste estágio, mas o famoso “zero a zero” é atingido. O faturamento é o suficiente para cobrir as despesas fixas e variáveis. E ele não é necessariamente algo rápido a ser atingido e depende de fatores como ponto físico, gastos com estrutura e demanda, por exemplo.

Este estágio chegou apenas em fevereiro de 2023, cerca de 21 meses após o início da operação. Durante este período, tiveram que usar capital de giro próprio - um colchão financeiro para empresas que pode ser usado até o break even point ou até mesmo como reserva de emergência.

Vieira fala que a falta de conhecimento em gestão, à época, fez com que este período fosse mais longo que o necessário. “A gente tentava economizar a todo custo. Só que economizamos em partes que precisávamos investir um pouco mais, como em disponibilidade de motoboys para entregas, por exemplo. A gente chegou a contratar só metade do que efetivamente precisávamos, por receio de gastarmos muito. Hoje a gente vê que não estava completamente certo.”

Negócio nichado

Não é segredo para ninguém que o negócio deles é extremamente nichado. Embora seja uma pizzaria com sabores tradicionais, o carro-chefe é o produto específico: massa proteica com ingredientes considerados mais leves. Porém, não foi desde o início que isso foi possível.

A inclusão de massa tradicional e sabores mais comuns foi uma necessidade no início da caminhada do negócio pois não havia uma demanda relevante, que segurasse a operação, pelo produto mais nichado.

O marketing, porém, foi dando certo e, atualmente, eles já conseguiram inverter este cenário. “De 70% a 80% das saídas de pedidos no mês são da massa proteica”, explica Vieira.

De acordo com o vice-presidente de consultoria da 300 Ecossistema de Alto Impacto, Lucien Newton, atender um segmento de mercado nichado não é um problema. Ao contrário, pode até facilitar a encontrar o público-alvo. Porém, é preciso entender se existe demanda suficiente para o produto ou serviço.

E, além disso, é necessário descobrir quais são as melhores formas para prospecção, ou seja, angariar novos clientes - porque, sim, o desafio da conversão também existe no mercado mais nichado. “Tem que tomar cuidado para não ser um negócio pequeno a ponto de a estrutura não conseguir ser mantida. Se for para algo home based, pode até funcionar, mas, se tiver que pagar aluguel de ponto físico, por exemplo, a conta já não fecha”, fala o especialista.

‘Dark Kitchen’

A Di Monstro, até o momento, não tem cadeiras e mesas para consumo no local. Eles trabalham como dark kitchen, ou seja, os pedidos chegam e são feitos por lá, mas atuam apenas por meio de entregas.

Para o futuro, porém, eles pretendem ampliar a operação - literalmente. Eles estão reformando a unidade inicial, que fica no bairro Vila Cruzeiro, em São Paulo, na zona sul, e construindo uma nova, que deve ser uma loja modelo, pensando até mesmo em um futuro para o mercado de franquias, com mesas, cadeiras, balcão e layout personalizado. Esta ficará localizada na Vila Mariana, mais próxima ao centro da cidade.

A projeção de faturamento para este ano é de R$ 4 milhões.

Cardápio

Que tipo de produto pode ser consumido na Di Monstro? É possível escolher se a massa será tradicional, integral ou proteica - com Whey. Esta última, inclusive, de acordo com os donos, possui 5 vezes mais proteína - sai de 3 gramas por pizza da massa tradicional para 15g.

E, a partir daí, existem os sabores mais comuns - como frango, calabresa e mussarela -, mas também há recheios mais leves, como cream cheese no lugar de catupiry, mussarela light, peito de peru, entre outros.

Todo o site tem um layout puxado para este lado “maromba”, com detalhes que remetem ao fisiculturismo. Os nomes dos sabores também. Um dos que chama mais atenção é o off season, que vai frango, cream cheese, lombo, bacon, palmito, mussarela light e molho de tomate. Este off season é o período em que atletas de fisiculturismo focam na ingestão elevada de calorias para ganho de massa muscular.

Avaliação de clientes

No momento de produção desta reportagem, havia registro de apenas duas queixas contra a empresa Pizzaria Di Monstro no site ReclameAqui, considerando todo o período disponível. As reclamações citavam problemas com atendimento e com o produto. Segundo a classificação do site, os dados são insuficientes em termos de quantidade para que uma reputação seja construída na plataforma.

No Google My Business, a nota geral é 4, sendo que o máximo é 5. Em um total de 69 avaliações, há cerca de 18 com nota até 3. Em grande parte, reclamações e comentários são respondidos pela equipe de comunicação da empresa. 48 notas são máximas, de 5 estrelas.

Vale ressaltar que os autores das avaliações não podem ser verificados. Eventualmente, comentários positivos ou negativos podem ser uma ação deliberada - a favor ou contra a empresa.

É difícil pensar em pizza como algo absolutamente saudável quando o assunto é dieta. Isso porque, além das calorias da massa, há também o valor energético do recheio. E foi no contexto de lockdown, em meio à pandemia de covid-19, que a ideia de deixar o produto um pouco mais fitness surgiu, como conta Rafael Vieira, de 29 anos, um dos fundadores da Pizzaria Di Monstro.

“Eu estava comendo pizza em casa, ganhando peso por conta das restrições da pandemia. E eu comentei, à época, com a minha esposa, que a pizza poderia ser fit”, relembra. Esta ideia rendeu um negócio para ele e o sócio, Iago Camacho, de 32 anos. Confira, a seguir, a história da marca.

O início da parceria

Vieira e Camacho são formados em educação física. Cerca de dez anos atrás atuavam na área de personal trainer. Ou seja, ambos já tinham um vínculo muito forte com este universo mais fitness, voltado para treinos - tanto para emagrecimento quanto para hipertrofia, termo utilizado para ganho de massa muscular.

Foi neste contexto, inclusive, que eles se conheceram, trabalhando na mesma rede de academias.

Os fundadores da Pizzaria Di Monstro, Rafael Vieira (à esq) e Iago Camacho (à dir) Foto: Divulgação/Pizzaria Di Monstro

O ‘pulo do gato’

A ideia inicial da pizza mais fitness pensada por Vieira era ter produtos mais saudáveis, tanto na massa quanto no recheio.

Porém, quando essa possibilidade chegou até Iago, uma outra sugestão surgiu: adição de Whey Protein à massa, que acrescenta em cerca de cinco vezes a quantidade de proteína no produto, de acordo com eles. “Foi uma insistência minha. Não era algo comum e pensamos em jogar proteína na massa para ver no que poderia dar”, relata.

Mas o que é Whey, afinal?

Como é possível conferir nesta reportagem sobre o produto, o Whey Protein é uma proteína - como o nome já diz em inglês - extraída do leite e auxilia em uma alimentação mais saudável, especialmente no controle e equilíbrio do que é ingerido no dia a dia.

A nutricionista, especialista em transtornos alimentares e colunista do Estadão, Desire Coelho, explica que a maior contraindicação para o Whey tradicional é justamente quem possui algum tipo de intolerância à proteína do leite, já que a fonte do produto é justamente essa. Se não for o caso, o suplemento é, sim, interessante, até mesmo para pessoas com mais idade - a partir dos 60, por exemplo. Isso acontece por uma demanda maior do corpo por calorias com o passar do tempo.

“Claro que não é somente uma refeição que vai resolver isso. Tem que tomar cuidado com o ‘nutricionismo’. Todo este processo é calculado no dia a dia do paciente”, fala Coelho.

Público-alvo

O Whey é muito conhecido no universo chamado popularmente como “maromba” - voltado para o fisiculturismo. Pessoas que treinam tendem a suplementar com o produto. E este era - e é - o principal foco da dupla.

“O Rafael era bem ligado a esse universo ‘maromba’ e eu também gostava bastante”, conta Camacho.

Em maio de 2021, após alguns testes de massa e degustação com familiares e amigos, surgiu a Di Monstro.

“O nome veio um pouco por acaso. Nós até tínhamos uma lista de possíveis nomes, mas um dia eu parei no semáforo, dentro do carro, e uma moto de uma pizzaria chamada ‘Di Nápoles’ ficou bem do meu lado. E aí eu pensei: ‘tá aí, Di Monstro. Já que ‘monstro’ é um termo no fisiculturismo para alguém que quer ficar grande por meio da hipertrofia muscular. Ficar ‘monstrão’”, explica Vieira.

E eles consideram que o nome foi uma parte primordial para o negócio começar a ter uma certa escalabilidade. De acordo com eles, houve uma identificação com o público. “As pessoas procuram a gente querendo pedir uma Di Monstro.”

Ponto de equilíbrio

O chamado break even point - ponto de equilíbrio, em português - demorou um pouco para chegar à Di Monstro. Este é um momento de um empreendimento em que a operação se paga, como já explicamos neste material. Em resumo, não há lucro neste estágio, mas o famoso “zero a zero” é atingido. O faturamento é o suficiente para cobrir as despesas fixas e variáveis. E ele não é necessariamente algo rápido a ser atingido e depende de fatores como ponto físico, gastos com estrutura e demanda, por exemplo.

Este estágio chegou apenas em fevereiro de 2023, cerca de 21 meses após o início da operação. Durante este período, tiveram que usar capital de giro próprio - um colchão financeiro para empresas que pode ser usado até o break even point ou até mesmo como reserva de emergência.

Vieira fala que a falta de conhecimento em gestão, à época, fez com que este período fosse mais longo que o necessário. “A gente tentava economizar a todo custo. Só que economizamos em partes que precisávamos investir um pouco mais, como em disponibilidade de motoboys para entregas, por exemplo. A gente chegou a contratar só metade do que efetivamente precisávamos, por receio de gastarmos muito. Hoje a gente vê que não estava completamente certo.”

Negócio nichado

Não é segredo para ninguém que o negócio deles é extremamente nichado. Embora seja uma pizzaria com sabores tradicionais, o carro-chefe é o produto específico: massa proteica com ingredientes considerados mais leves. Porém, não foi desde o início que isso foi possível.

A inclusão de massa tradicional e sabores mais comuns foi uma necessidade no início da caminhada do negócio pois não havia uma demanda relevante, que segurasse a operação, pelo produto mais nichado.

O marketing, porém, foi dando certo e, atualmente, eles já conseguiram inverter este cenário. “De 70% a 80% das saídas de pedidos no mês são da massa proteica”, explica Vieira.

De acordo com o vice-presidente de consultoria da 300 Ecossistema de Alto Impacto, Lucien Newton, atender um segmento de mercado nichado não é um problema. Ao contrário, pode até facilitar a encontrar o público-alvo. Porém, é preciso entender se existe demanda suficiente para o produto ou serviço.

E, além disso, é necessário descobrir quais são as melhores formas para prospecção, ou seja, angariar novos clientes - porque, sim, o desafio da conversão também existe no mercado mais nichado. “Tem que tomar cuidado para não ser um negócio pequeno a ponto de a estrutura não conseguir ser mantida. Se for para algo home based, pode até funcionar, mas, se tiver que pagar aluguel de ponto físico, por exemplo, a conta já não fecha”, fala o especialista.

‘Dark Kitchen’

A Di Monstro, até o momento, não tem cadeiras e mesas para consumo no local. Eles trabalham como dark kitchen, ou seja, os pedidos chegam e são feitos por lá, mas atuam apenas por meio de entregas.

Para o futuro, porém, eles pretendem ampliar a operação - literalmente. Eles estão reformando a unidade inicial, que fica no bairro Vila Cruzeiro, em São Paulo, na zona sul, e construindo uma nova, que deve ser uma loja modelo, pensando até mesmo em um futuro para o mercado de franquias, com mesas, cadeiras, balcão e layout personalizado. Esta ficará localizada na Vila Mariana, mais próxima ao centro da cidade.

A projeção de faturamento para este ano é de R$ 4 milhões.

Cardápio

Que tipo de produto pode ser consumido na Di Monstro? É possível escolher se a massa será tradicional, integral ou proteica - com Whey. Esta última, inclusive, de acordo com os donos, possui 5 vezes mais proteína - sai de 3 gramas por pizza da massa tradicional para 15g.

E, a partir daí, existem os sabores mais comuns - como frango, calabresa e mussarela -, mas também há recheios mais leves, como cream cheese no lugar de catupiry, mussarela light, peito de peru, entre outros.

Todo o site tem um layout puxado para este lado “maromba”, com detalhes que remetem ao fisiculturismo. Os nomes dos sabores também. Um dos que chama mais atenção é o off season, que vai frango, cream cheese, lombo, bacon, palmito, mussarela light e molho de tomate. Este off season é o período em que atletas de fisiculturismo focam na ingestão elevada de calorias para ganho de massa muscular.

Avaliação de clientes

No momento de produção desta reportagem, havia registro de apenas duas queixas contra a empresa Pizzaria Di Monstro no site ReclameAqui, considerando todo o período disponível. As reclamações citavam problemas com atendimento e com o produto. Segundo a classificação do site, os dados são insuficientes em termos de quantidade para que uma reputação seja construída na plataforma.

No Google My Business, a nota geral é 4, sendo que o máximo é 5. Em um total de 69 avaliações, há cerca de 18 com nota até 3. Em grande parte, reclamações e comentários são respondidos pela equipe de comunicação da empresa. 48 notas são máximas, de 5 estrelas.

Vale ressaltar que os autores das avaliações não podem ser verificados. Eventualmente, comentários positivos ou negativos podem ser uma ação deliberada - a favor ou contra a empresa.

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