Prêmio de melhor cacau especial do País destaca Bahia, Pará e Rondônia


Bahia ganha pódio pela primeira vez no Concurso Nacional de Qualidade do Cacau Especial; Espírito Santo, que já foi premiado, fica de fora

Por Ana Paula Boni

Bahia e Pará, os maiores Estados produtores de cacau do País, também disputam ano a ano uma fatia maior no mercado de cacau fino, de qualidade superior, e sempre aparecem entre os três primeiros colocados no Concurso Nacional de Qualidade do Cacau Especial. Mas, pela primeira vez, em sua terceira edição, o prêmio trouxe a Bahia em primeiro lugar, jogou luz em um produtor de Rondônia e deixou de lado produtores do Espírito Santo, que se destacaram em peso em 2020.

A premiação, que é realizada pelo Centro de Inovação do Cacau (CIC) e pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), viu também crescer neste ano o número de inscritos: dos 53 na primeira edição, em 2019, para 94 desta vez, o que revela maior empenho de cacauicultores na melhora do cultivo e do beneficiamento do fruto.

O diretor científico do CIC, Cristiano Villela, festeja a grande adesão e incentiva outros produtores para os próximos anos. “Gostaríamos de ver todas as regiões produtoras engajadas nesse processo de transformação e valorização da cadeia produtiva do cacau.” O Brasil, sexto maior produtor de cacau do mundo, registra cultivo também nos Estados de Amazonas, Mato Grosso e Roraima.

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Entre os vencedores deste ano, Robson Brogni, de Medicilândia (PA), ficou com o primeiro lugar na categoria blend, enquanto Cláudia Sá, de Itabuna (BA), ficou com o pódio na categoria varietal (confira todos os premiados mais abaixo). Depois de produtores do sul da Bahia como João Tavares já terem aparecido em outras posições do prêmio, essa foi a primeira vez que a Bahia ficou em primeiro lugar.

A produtora Cláudia Sá, 1º lugar na categoria varietal do prêmio: prioridade ao método cabruca de cultivo do cacau. Foto: Ana Lee

“Esse prêmio é uma alegria enorme para mim e para a equipe toda. Quem está de fora não tem ideia de como isso repercute no campo. Todo mundo comemora”, festeja Cláudia, que também reconhece a visibilidade que o prêmio traz para o mercado, já que mais clientes passam a procurar os premiados.

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Cláudia ganhou o título com uma variedade de cacau cultivada em sistema cabruca (em que cacaueiros se misturam com mata nativa) em uma de suas fazendas no município de Ituberá. A Agrícola Cantagalo, empresa da família sob a direção de Cláudia desde 2018, possui 14 fazendas na Bahia, com um total de 2 mil hectares de cacau que produzem 900 toneladas de amêndoas por ano. Dessas, 8% é de cacau fino (que recebe 70% a mais do valor do cacau comum) e 10% de cacau especial (40% a mais do valor).

Hoje, dentre os cerca de 25 mil produtores do sul da Bahia, 97% do cacau ainda é o mais comum (commodity), segundo estudo realizado pelo Sebrae da Bahia em parceria com o Instituto Arapyaú, divulgado em 2019.

O cacau fino, de qualidade superior aos outros, é o que tem sido usado pelas pequenas marcas que fazem chocolate bean to bar (da amêndoa à barra), já que não recebem adicionais da indústria e mostram todo o potencial do terroir e também do tratamento que o fruto recebe. Segundo levantamento do Sebrae, essas pequenas marcas dobraram nos últimos quatro anos.

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Amêndoas de cacau depois de fermentadas e secasna fazenda Cantagalo, da família Sá, no sul da Bahia, durante visita em 2019. Foto: Ana Paula Boni/Estadão

Para Cáudia Sá, o desafio no campo para os próximos anos é aumentar a produtividade do cacau em método cabruca, mantendo a mata nativa de pé. Hoje, ela faz 45 arrobas por hectare e quer chegar, em cinco anos, a 70 arrobas/ha. O cacau a pleno sol é pelo menos três vezes mais produtivo, mas não mantém a biodiversidade em seu redor.

“A gente recupera a mata atlântica desde 1960. A cabruca está no nosso sangue, por ser uma forma de plantio em que você tem a cultura e preserva o ambiente”, diz a produtora. “Além disso, acho que o cacau na mata tem mais complexidade, mais aroma.”

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Os produtores premiados ano a ano

Para chegar aos resultados, o prêmio realiza primeiro uma análise técnica das amêndoas recebidas, a partir de aspectos físicos e químicos, depois averigua critérios de sustentabilidade da produção. Por fim, é feita uma análise sensorial com a participação de 20 jurados externos convidados e 8 jurados técnicos, a partir de barras de chocolates feitas com um padrão de receita para todos os competidores.

Entre os integrantes do júri deste ano estavam nomes como o empresário Alexandre Costa (Cacau Show), a chef chocolateira Luciana Lobo (Dengo Chocolates), a especialista em chocolates Zélia Frangioni, o especialista em cafés e colaborador do Paladar Ensei Neto e a sommelière Carolina Oda. Esta repórter também participou do júri.

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Premiados 2021

Categoria varietal

  1. lugar - Cláudia Sá (Itabuna-BA) – variedade BN34
  2. lugar - Vale do Juliana Fruticultura (Igrapiúna-BA) – variedade PH16
  3. lugar - Mauro Celso Tauffer (Buritis-RO) – SJ02

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Categoria blend

  1. lugar - Robson Brogni (Medicilândia-PA)
  2. lugar - Hélia Félix de Moura (Medicilândia-PA)
  3. lugar - José Renato Preuss (Brasil Novo-PA) e João Rios de Souza (Novo Repartimento-PA)

Premiados 2020

Categoria varietal

  1. lugar - Ana Cláudia Milanez Rigoni (ES) – variedade SJ02
  2. lugar - José Luís Fagundes (BA) – variedade PH16
  3. lugar - Gleibe Luís Torres Santos (BA) – variedade Parazinho

Categoria blend

  1. lugar - Fernando Rigo Buffon (ES)
  2. lugar - Helton Gutzeit Calasans (PA)
  3. lugar - Alexandre Buhr Magalhães (BA)

Categoria experimental

  1. lugar - Cristiane Martins Ferreira (PA) – fermentação acelerada

Premiados 2019

Categoria varietal

  1. lugar - Márcia Fonseca Alves (ES)
  2. lugar - Rogério Kamei (BA)
  3. lugar - João Tavares (BA)

Categoria blend

  1. lugar - Ervino Gutzeit (PA)
  2. lugar - Elcy Gutzeit (PA)
  3. lugar - Gleibe Luís Torres Santos (BA)

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Bahia e Pará, os maiores Estados produtores de cacau do País, também disputam ano a ano uma fatia maior no mercado de cacau fino, de qualidade superior, e sempre aparecem entre os três primeiros colocados no Concurso Nacional de Qualidade do Cacau Especial. Mas, pela primeira vez, em sua terceira edição, o prêmio trouxe a Bahia em primeiro lugar, jogou luz em um produtor de Rondônia e deixou de lado produtores do Espírito Santo, que se destacaram em peso em 2020.

A premiação, que é realizada pelo Centro de Inovação do Cacau (CIC) e pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), viu também crescer neste ano o número de inscritos: dos 53 na primeira edição, em 2019, para 94 desta vez, o que revela maior empenho de cacauicultores na melhora do cultivo e do beneficiamento do fruto.

O diretor científico do CIC, Cristiano Villela, festeja a grande adesão e incentiva outros produtores para os próximos anos. “Gostaríamos de ver todas as regiões produtoras engajadas nesse processo de transformação e valorização da cadeia produtiva do cacau.” O Brasil, sexto maior produtor de cacau do mundo, registra cultivo também nos Estados de Amazonas, Mato Grosso e Roraima.

Entre os vencedores deste ano, Robson Brogni, de Medicilândia (PA), ficou com o primeiro lugar na categoria blend, enquanto Cláudia Sá, de Itabuna (BA), ficou com o pódio na categoria varietal (confira todos os premiados mais abaixo). Depois de produtores do sul da Bahia como João Tavares já terem aparecido em outras posições do prêmio, essa foi a primeira vez que a Bahia ficou em primeiro lugar.

A produtora Cláudia Sá, 1º lugar na categoria varietal do prêmio: prioridade ao método cabruca de cultivo do cacau. Foto: Ana Lee

“Esse prêmio é uma alegria enorme para mim e para a equipe toda. Quem está de fora não tem ideia de como isso repercute no campo. Todo mundo comemora”, festeja Cláudia, que também reconhece a visibilidade que o prêmio traz para o mercado, já que mais clientes passam a procurar os premiados.

Cláudia ganhou o título com uma variedade de cacau cultivada em sistema cabruca (em que cacaueiros se misturam com mata nativa) em uma de suas fazendas no município de Ituberá. A Agrícola Cantagalo, empresa da família sob a direção de Cláudia desde 2018, possui 14 fazendas na Bahia, com um total de 2 mil hectares de cacau que produzem 900 toneladas de amêndoas por ano. Dessas, 8% é de cacau fino (que recebe 70% a mais do valor do cacau comum) e 10% de cacau especial (40% a mais do valor).

Hoje, dentre os cerca de 25 mil produtores do sul da Bahia, 97% do cacau ainda é o mais comum (commodity), segundo estudo realizado pelo Sebrae da Bahia em parceria com o Instituto Arapyaú, divulgado em 2019.

O cacau fino, de qualidade superior aos outros, é o que tem sido usado pelas pequenas marcas que fazem chocolate bean to bar (da amêndoa à barra), já que não recebem adicionais da indústria e mostram todo o potencial do terroir e também do tratamento que o fruto recebe. Segundo levantamento do Sebrae, essas pequenas marcas dobraram nos últimos quatro anos.

Amêndoas de cacau depois de fermentadas e secasna fazenda Cantagalo, da família Sá, no sul da Bahia, durante visita em 2019. Foto: Ana Paula Boni/Estadão

Para Cáudia Sá, o desafio no campo para os próximos anos é aumentar a produtividade do cacau em método cabruca, mantendo a mata nativa de pé. Hoje, ela faz 45 arrobas por hectare e quer chegar, em cinco anos, a 70 arrobas/ha. O cacau a pleno sol é pelo menos três vezes mais produtivo, mas não mantém a biodiversidade em seu redor.

“A gente recupera a mata atlântica desde 1960. A cabruca está no nosso sangue, por ser uma forma de plantio em que você tem a cultura e preserva o ambiente”, diz a produtora. “Além disso, acho que o cacau na mata tem mais complexidade, mais aroma.”

Os produtores premiados ano a ano

Para chegar aos resultados, o prêmio realiza primeiro uma análise técnica das amêndoas recebidas, a partir de aspectos físicos e químicos, depois averigua critérios de sustentabilidade da produção. Por fim, é feita uma análise sensorial com a participação de 20 jurados externos convidados e 8 jurados técnicos, a partir de barras de chocolates feitas com um padrão de receita para todos os competidores.

Entre os integrantes do júri deste ano estavam nomes como o empresário Alexandre Costa (Cacau Show), a chef chocolateira Luciana Lobo (Dengo Chocolates), a especialista em chocolates Zélia Frangioni, o especialista em cafés e colaborador do Paladar Ensei Neto e a sommelière Carolina Oda. Esta repórter também participou do júri.

Premiados 2021

Categoria varietal

  1. lugar - Cláudia Sá (Itabuna-BA) – variedade BN34
  2. lugar - Vale do Juliana Fruticultura (Igrapiúna-BA) – variedade PH16
  3. lugar - Mauro Celso Tauffer (Buritis-RO) – SJ02

Categoria blend

  1. lugar - Robson Brogni (Medicilândia-PA)
  2. lugar - Hélia Félix de Moura (Medicilândia-PA)
  3. lugar - José Renato Preuss (Brasil Novo-PA) e João Rios de Souza (Novo Repartimento-PA)

Premiados 2020

Categoria varietal

  1. lugar - Ana Cláudia Milanez Rigoni (ES) – variedade SJ02
  2. lugar - José Luís Fagundes (BA) – variedade PH16
  3. lugar - Gleibe Luís Torres Santos (BA) – variedade Parazinho

Categoria blend

  1. lugar - Fernando Rigo Buffon (ES)
  2. lugar - Helton Gutzeit Calasans (PA)
  3. lugar - Alexandre Buhr Magalhães (BA)

Categoria experimental

  1. lugar - Cristiane Martins Ferreira (PA) – fermentação acelerada

Premiados 2019

Categoria varietal

  1. lugar - Márcia Fonseca Alves (ES)
  2. lugar - Rogério Kamei (BA)
  3. lugar - João Tavares (BA)

Categoria blend

  1. lugar - Ervino Gutzeit (PA)
  2. lugar - Elcy Gutzeit (PA)
  3. lugar - Gleibe Luís Torres Santos (BA)

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Bahia e Pará, os maiores Estados produtores de cacau do País, também disputam ano a ano uma fatia maior no mercado de cacau fino, de qualidade superior, e sempre aparecem entre os três primeiros colocados no Concurso Nacional de Qualidade do Cacau Especial. Mas, pela primeira vez, em sua terceira edição, o prêmio trouxe a Bahia em primeiro lugar, jogou luz em um produtor de Rondônia e deixou de lado produtores do Espírito Santo, que se destacaram em peso em 2020.

A premiação, que é realizada pelo Centro de Inovação do Cacau (CIC) e pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), viu também crescer neste ano o número de inscritos: dos 53 na primeira edição, em 2019, para 94 desta vez, o que revela maior empenho de cacauicultores na melhora do cultivo e do beneficiamento do fruto.

O diretor científico do CIC, Cristiano Villela, festeja a grande adesão e incentiva outros produtores para os próximos anos. “Gostaríamos de ver todas as regiões produtoras engajadas nesse processo de transformação e valorização da cadeia produtiva do cacau.” O Brasil, sexto maior produtor de cacau do mundo, registra cultivo também nos Estados de Amazonas, Mato Grosso e Roraima.

Entre os vencedores deste ano, Robson Brogni, de Medicilândia (PA), ficou com o primeiro lugar na categoria blend, enquanto Cláudia Sá, de Itabuna (BA), ficou com o pódio na categoria varietal (confira todos os premiados mais abaixo). Depois de produtores do sul da Bahia como João Tavares já terem aparecido em outras posições do prêmio, essa foi a primeira vez que a Bahia ficou em primeiro lugar.

A produtora Cláudia Sá, 1º lugar na categoria varietal do prêmio: prioridade ao método cabruca de cultivo do cacau. Foto: Ana Lee

“Esse prêmio é uma alegria enorme para mim e para a equipe toda. Quem está de fora não tem ideia de como isso repercute no campo. Todo mundo comemora”, festeja Cláudia, que também reconhece a visibilidade que o prêmio traz para o mercado, já que mais clientes passam a procurar os premiados.

Cláudia ganhou o título com uma variedade de cacau cultivada em sistema cabruca (em que cacaueiros se misturam com mata nativa) em uma de suas fazendas no município de Ituberá. A Agrícola Cantagalo, empresa da família sob a direção de Cláudia desde 2018, possui 14 fazendas na Bahia, com um total de 2 mil hectares de cacau que produzem 900 toneladas de amêndoas por ano. Dessas, 8% é de cacau fino (que recebe 70% a mais do valor do cacau comum) e 10% de cacau especial (40% a mais do valor).

Hoje, dentre os cerca de 25 mil produtores do sul da Bahia, 97% do cacau ainda é o mais comum (commodity), segundo estudo realizado pelo Sebrae da Bahia em parceria com o Instituto Arapyaú, divulgado em 2019.

O cacau fino, de qualidade superior aos outros, é o que tem sido usado pelas pequenas marcas que fazem chocolate bean to bar (da amêndoa à barra), já que não recebem adicionais da indústria e mostram todo o potencial do terroir e também do tratamento que o fruto recebe. Segundo levantamento do Sebrae, essas pequenas marcas dobraram nos últimos quatro anos.

Amêndoas de cacau depois de fermentadas e secasna fazenda Cantagalo, da família Sá, no sul da Bahia, durante visita em 2019. Foto: Ana Paula Boni/Estadão

Para Cáudia Sá, o desafio no campo para os próximos anos é aumentar a produtividade do cacau em método cabruca, mantendo a mata nativa de pé. Hoje, ela faz 45 arrobas por hectare e quer chegar, em cinco anos, a 70 arrobas/ha. O cacau a pleno sol é pelo menos três vezes mais produtivo, mas não mantém a biodiversidade em seu redor.

“A gente recupera a mata atlântica desde 1960. A cabruca está no nosso sangue, por ser uma forma de plantio em que você tem a cultura e preserva o ambiente”, diz a produtora. “Além disso, acho que o cacau na mata tem mais complexidade, mais aroma.”

Os produtores premiados ano a ano

Para chegar aos resultados, o prêmio realiza primeiro uma análise técnica das amêndoas recebidas, a partir de aspectos físicos e químicos, depois averigua critérios de sustentabilidade da produção. Por fim, é feita uma análise sensorial com a participação de 20 jurados externos convidados e 8 jurados técnicos, a partir de barras de chocolates feitas com um padrão de receita para todos os competidores.

Entre os integrantes do júri deste ano estavam nomes como o empresário Alexandre Costa (Cacau Show), a chef chocolateira Luciana Lobo (Dengo Chocolates), a especialista em chocolates Zélia Frangioni, o especialista em cafés e colaborador do Paladar Ensei Neto e a sommelière Carolina Oda. Esta repórter também participou do júri.

Premiados 2021

Categoria varietal

  1. lugar - Cláudia Sá (Itabuna-BA) – variedade BN34
  2. lugar - Vale do Juliana Fruticultura (Igrapiúna-BA) – variedade PH16
  3. lugar - Mauro Celso Tauffer (Buritis-RO) – SJ02

Categoria blend

  1. lugar - Robson Brogni (Medicilândia-PA)
  2. lugar - Hélia Félix de Moura (Medicilândia-PA)
  3. lugar - José Renato Preuss (Brasil Novo-PA) e João Rios de Souza (Novo Repartimento-PA)

Premiados 2020

Categoria varietal

  1. lugar - Ana Cláudia Milanez Rigoni (ES) – variedade SJ02
  2. lugar - José Luís Fagundes (BA) – variedade PH16
  3. lugar - Gleibe Luís Torres Santos (BA) – variedade Parazinho

Categoria blend

  1. lugar - Fernando Rigo Buffon (ES)
  2. lugar - Helton Gutzeit Calasans (PA)
  3. lugar - Alexandre Buhr Magalhães (BA)

Categoria experimental

  1. lugar - Cristiane Martins Ferreira (PA) – fermentação acelerada

Premiados 2019

Categoria varietal

  1. lugar - Márcia Fonseca Alves (ES)
  2. lugar - Rogério Kamei (BA)
  3. lugar - João Tavares (BA)

Categoria blend

  1. lugar - Ervino Gutzeit (PA)
  2. lugar - Elcy Gutzeit (PA)
  3. lugar - Gleibe Luís Torres Santos (BA)

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Bahia e Pará, os maiores Estados produtores de cacau do País, também disputam ano a ano uma fatia maior no mercado de cacau fino, de qualidade superior, e sempre aparecem entre os três primeiros colocados no Concurso Nacional de Qualidade do Cacau Especial. Mas, pela primeira vez, em sua terceira edição, o prêmio trouxe a Bahia em primeiro lugar, jogou luz em um produtor de Rondônia e deixou de lado produtores do Espírito Santo, que se destacaram em peso em 2020.

A premiação, que é realizada pelo Centro de Inovação do Cacau (CIC) e pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), viu também crescer neste ano o número de inscritos: dos 53 na primeira edição, em 2019, para 94 desta vez, o que revela maior empenho de cacauicultores na melhora do cultivo e do beneficiamento do fruto.

O diretor científico do CIC, Cristiano Villela, festeja a grande adesão e incentiva outros produtores para os próximos anos. “Gostaríamos de ver todas as regiões produtoras engajadas nesse processo de transformação e valorização da cadeia produtiva do cacau.” O Brasil, sexto maior produtor de cacau do mundo, registra cultivo também nos Estados de Amazonas, Mato Grosso e Roraima.

Entre os vencedores deste ano, Robson Brogni, de Medicilândia (PA), ficou com o primeiro lugar na categoria blend, enquanto Cláudia Sá, de Itabuna (BA), ficou com o pódio na categoria varietal (confira todos os premiados mais abaixo). Depois de produtores do sul da Bahia como João Tavares já terem aparecido em outras posições do prêmio, essa foi a primeira vez que a Bahia ficou em primeiro lugar.

A produtora Cláudia Sá, 1º lugar na categoria varietal do prêmio: prioridade ao método cabruca de cultivo do cacau. Foto: Ana Lee

“Esse prêmio é uma alegria enorme para mim e para a equipe toda. Quem está de fora não tem ideia de como isso repercute no campo. Todo mundo comemora”, festeja Cláudia, que também reconhece a visibilidade que o prêmio traz para o mercado, já que mais clientes passam a procurar os premiados.

Cláudia ganhou o título com uma variedade de cacau cultivada em sistema cabruca (em que cacaueiros se misturam com mata nativa) em uma de suas fazendas no município de Ituberá. A Agrícola Cantagalo, empresa da família sob a direção de Cláudia desde 2018, possui 14 fazendas na Bahia, com um total de 2 mil hectares de cacau que produzem 900 toneladas de amêndoas por ano. Dessas, 8% é de cacau fino (que recebe 70% a mais do valor do cacau comum) e 10% de cacau especial (40% a mais do valor).

Hoje, dentre os cerca de 25 mil produtores do sul da Bahia, 97% do cacau ainda é o mais comum (commodity), segundo estudo realizado pelo Sebrae da Bahia em parceria com o Instituto Arapyaú, divulgado em 2019.

O cacau fino, de qualidade superior aos outros, é o que tem sido usado pelas pequenas marcas que fazem chocolate bean to bar (da amêndoa à barra), já que não recebem adicionais da indústria e mostram todo o potencial do terroir e também do tratamento que o fruto recebe. Segundo levantamento do Sebrae, essas pequenas marcas dobraram nos últimos quatro anos.

Amêndoas de cacau depois de fermentadas e secasna fazenda Cantagalo, da família Sá, no sul da Bahia, durante visita em 2019. Foto: Ana Paula Boni/Estadão

Para Cáudia Sá, o desafio no campo para os próximos anos é aumentar a produtividade do cacau em método cabruca, mantendo a mata nativa de pé. Hoje, ela faz 45 arrobas por hectare e quer chegar, em cinco anos, a 70 arrobas/ha. O cacau a pleno sol é pelo menos três vezes mais produtivo, mas não mantém a biodiversidade em seu redor.

“A gente recupera a mata atlântica desde 1960. A cabruca está no nosso sangue, por ser uma forma de plantio em que você tem a cultura e preserva o ambiente”, diz a produtora. “Além disso, acho que o cacau na mata tem mais complexidade, mais aroma.”

Os produtores premiados ano a ano

Para chegar aos resultados, o prêmio realiza primeiro uma análise técnica das amêndoas recebidas, a partir de aspectos físicos e químicos, depois averigua critérios de sustentabilidade da produção. Por fim, é feita uma análise sensorial com a participação de 20 jurados externos convidados e 8 jurados técnicos, a partir de barras de chocolates feitas com um padrão de receita para todos os competidores.

Entre os integrantes do júri deste ano estavam nomes como o empresário Alexandre Costa (Cacau Show), a chef chocolateira Luciana Lobo (Dengo Chocolates), a especialista em chocolates Zélia Frangioni, o especialista em cafés e colaborador do Paladar Ensei Neto e a sommelière Carolina Oda. Esta repórter também participou do júri.

Premiados 2021

Categoria varietal

  1. lugar - Cláudia Sá (Itabuna-BA) – variedade BN34
  2. lugar - Vale do Juliana Fruticultura (Igrapiúna-BA) – variedade PH16
  3. lugar - Mauro Celso Tauffer (Buritis-RO) – SJ02

Categoria blend

  1. lugar - Robson Brogni (Medicilândia-PA)
  2. lugar - Hélia Félix de Moura (Medicilândia-PA)
  3. lugar - José Renato Preuss (Brasil Novo-PA) e João Rios de Souza (Novo Repartimento-PA)

Premiados 2020

Categoria varietal

  1. lugar - Ana Cláudia Milanez Rigoni (ES) – variedade SJ02
  2. lugar - José Luís Fagundes (BA) – variedade PH16
  3. lugar - Gleibe Luís Torres Santos (BA) – variedade Parazinho

Categoria blend

  1. lugar - Fernando Rigo Buffon (ES)
  2. lugar - Helton Gutzeit Calasans (PA)
  3. lugar - Alexandre Buhr Magalhães (BA)

Categoria experimental

  1. lugar - Cristiane Martins Ferreira (PA) – fermentação acelerada

Premiados 2019

Categoria varietal

  1. lugar - Márcia Fonseca Alves (ES)
  2. lugar - Rogério Kamei (BA)
  3. lugar - João Tavares (BA)

Categoria blend

  1. lugar - Ervino Gutzeit (PA)
  2. lugar - Elcy Gutzeit (PA)
  3. lugar - Gleibe Luís Torres Santos (BA)

Quer debater assuntos de Carreira e Empreendedorismo? Entre para o nosso grupo no Telegram pelo link ou digite @gruposuacarreira na barra de pesquisa do aplicativo

Bahia e Pará, os maiores Estados produtores de cacau do País, também disputam ano a ano uma fatia maior no mercado de cacau fino, de qualidade superior, e sempre aparecem entre os três primeiros colocados no Concurso Nacional de Qualidade do Cacau Especial. Mas, pela primeira vez, em sua terceira edição, o prêmio trouxe a Bahia em primeiro lugar, jogou luz em um produtor de Rondônia e deixou de lado produtores do Espírito Santo, que se destacaram em peso em 2020.

A premiação, que é realizada pelo Centro de Inovação do Cacau (CIC) e pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), viu também crescer neste ano o número de inscritos: dos 53 na primeira edição, em 2019, para 94 desta vez, o que revela maior empenho de cacauicultores na melhora do cultivo e do beneficiamento do fruto.

O diretor científico do CIC, Cristiano Villela, festeja a grande adesão e incentiva outros produtores para os próximos anos. “Gostaríamos de ver todas as regiões produtoras engajadas nesse processo de transformação e valorização da cadeia produtiva do cacau.” O Brasil, sexto maior produtor de cacau do mundo, registra cultivo também nos Estados de Amazonas, Mato Grosso e Roraima.

Entre os vencedores deste ano, Robson Brogni, de Medicilândia (PA), ficou com o primeiro lugar na categoria blend, enquanto Cláudia Sá, de Itabuna (BA), ficou com o pódio na categoria varietal (confira todos os premiados mais abaixo). Depois de produtores do sul da Bahia como João Tavares já terem aparecido em outras posições do prêmio, essa foi a primeira vez que a Bahia ficou em primeiro lugar.

A produtora Cláudia Sá, 1º lugar na categoria varietal do prêmio: prioridade ao método cabruca de cultivo do cacau. Foto: Ana Lee

“Esse prêmio é uma alegria enorme para mim e para a equipe toda. Quem está de fora não tem ideia de como isso repercute no campo. Todo mundo comemora”, festeja Cláudia, que também reconhece a visibilidade que o prêmio traz para o mercado, já que mais clientes passam a procurar os premiados.

Cláudia ganhou o título com uma variedade de cacau cultivada em sistema cabruca (em que cacaueiros se misturam com mata nativa) em uma de suas fazendas no município de Ituberá. A Agrícola Cantagalo, empresa da família sob a direção de Cláudia desde 2018, possui 14 fazendas na Bahia, com um total de 2 mil hectares de cacau que produzem 900 toneladas de amêndoas por ano. Dessas, 8% é de cacau fino (que recebe 70% a mais do valor do cacau comum) e 10% de cacau especial (40% a mais do valor).

Hoje, dentre os cerca de 25 mil produtores do sul da Bahia, 97% do cacau ainda é o mais comum (commodity), segundo estudo realizado pelo Sebrae da Bahia em parceria com o Instituto Arapyaú, divulgado em 2019.

O cacau fino, de qualidade superior aos outros, é o que tem sido usado pelas pequenas marcas que fazem chocolate bean to bar (da amêndoa à barra), já que não recebem adicionais da indústria e mostram todo o potencial do terroir e também do tratamento que o fruto recebe. Segundo levantamento do Sebrae, essas pequenas marcas dobraram nos últimos quatro anos.

Amêndoas de cacau depois de fermentadas e secasna fazenda Cantagalo, da família Sá, no sul da Bahia, durante visita em 2019. Foto: Ana Paula Boni/Estadão

Para Cáudia Sá, o desafio no campo para os próximos anos é aumentar a produtividade do cacau em método cabruca, mantendo a mata nativa de pé. Hoje, ela faz 45 arrobas por hectare e quer chegar, em cinco anos, a 70 arrobas/ha. O cacau a pleno sol é pelo menos três vezes mais produtivo, mas não mantém a biodiversidade em seu redor.

“A gente recupera a mata atlântica desde 1960. A cabruca está no nosso sangue, por ser uma forma de plantio em que você tem a cultura e preserva o ambiente”, diz a produtora. “Além disso, acho que o cacau na mata tem mais complexidade, mais aroma.”

Os produtores premiados ano a ano

Para chegar aos resultados, o prêmio realiza primeiro uma análise técnica das amêndoas recebidas, a partir de aspectos físicos e químicos, depois averigua critérios de sustentabilidade da produção. Por fim, é feita uma análise sensorial com a participação de 20 jurados externos convidados e 8 jurados técnicos, a partir de barras de chocolates feitas com um padrão de receita para todos os competidores.

Entre os integrantes do júri deste ano estavam nomes como o empresário Alexandre Costa (Cacau Show), a chef chocolateira Luciana Lobo (Dengo Chocolates), a especialista em chocolates Zélia Frangioni, o especialista em cafés e colaborador do Paladar Ensei Neto e a sommelière Carolina Oda. Esta repórter também participou do júri.

Premiados 2021

Categoria varietal

  1. lugar - Cláudia Sá (Itabuna-BA) – variedade BN34
  2. lugar - Vale do Juliana Fruticultura (Igrapiúna-BA) – variedade PH16
  3. lugar - Mauro Celso Tauffer (Buritis-RO) – SJ02

Categoria blend

  1. lugar - Robson Brogni (Medicilândia-PA)
  2. lugar - Hélia Félix de Moura (Medicilândia-PA)
  3. lugar - José Renato Preuss (Brasil Novo-PA) e João Rios de Souza (Novo Repartimento-PA)

Premiados 2020

Categoria varietal

  1. lugar - Ana Cláudia Milanez Rigoni (ES) – variedade SJ02
  2. lugar - José Luís Fagundes (BA) – variedade PH16
  3. lugar - Gleibe Luís Torres Santos (BA) – variedade Parazinho

Categoria blend

  1. lugar - Fernando Rigo Buffon (ES)
  2. lugar - Helton Gutzeit Calasans (PA)
  3. lugar - Alexandre Buhr Magalhães (BA)

Categoria experimental

  1. lugar - Cristiane Martins Ferreira (PA) – fermentação acelerada

Premiados 2019

Categoria varietal

  1. lugar - Márcia Fonseca Alves (ES)
  2. lugar - Rogério Kamei (BA)
  3. lugar - João Tavares (BA)

Categoria blend

  1. lugar - Ervino Gutzeit (PA)
  2. lugar - Elcy Gutzeit (PA)
  3. lugar - Gleibe Luís Torres Santos (BA)

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