O mercado da cannabis movimenta cerca de US$ 18 bilhões globalmente, segundo a consultoria norte-americana New Frontier Data, especialista no tema. No Brasil, onde a legislação permite apenas a importação e produção de itens a partir da planta (a mesma que origina a maconha) para fins medicinais, tem se formado um mercado empreendedor em torno do tema, que atua dentro das brechas da lei, enquanto se prepara para uma possível flexibilização legal no futuro.
Com isso em mente, a startup de educação sobre o mercado de cannabis para mulheres Xah com Mariaz apresenta nos dias 14, 21 e 28 de maio o Heempreenda Xah!, programa online de capacitação para mulheres que querem empreender no setor. Durante três dias, as participantes terão workshops, exercícios práticos e mentorias com mulheres que são referência no meio canábico, como as criadoras da Xah com Mariaz, Katia Cesana e Danila Moura, além de nomes de empresas como The Green Hub e Girls in Green.
Segundo especialistas da área, existem cerca de 25 mil itens que podem ser produzidos a partir da planta cannabis nos países em que o mercado é regulamentado. No Brasil, desde junho de 2021, está parado na Câmara dos Deputados o projeto de lei 399/15, que autoriza o cultivo da planta Cannabis sativa no País, para fins medicinais, veterinários, científicos e industriais.
“Quem sair na frente, antes do PL, com certeza terá mais vantagem ao não enfrentar a concorrência enorme que será gerada depois da aprovação. Agora, existe mais chance e tempo para criar uma comunidade, fortalecer um branding e se tornar referência no setor de atuação”, explica Danila.
Para as empreendedoras ainda há muito espaço e possibilidades para as mulheres conquistaram no mercado da cannabis no País, como por exemplo, na indústria de cosméticos e bem-estar, no setor de alimentos, na própria área de educação e até na tecnologia, com produção de maquinário e soluções digitais para a indústria canábica da saúde.
“Marketing digital e conteúdo canábico são áreas muito complexas e com alta demanda por serviços e agências especializadas que atendam empresas canábicas, porque além da escassez de conhecimento sobre os benefícios da planta, existem as limitações impostas por algoritmos em relação ao tema na maioria das redes sociais e ferramentas de marketing”, explica Danila.
“Também há demanda por fintechs e serviços da área financeira voltados para câmbio, importação de medicamentos e crédito especial para empresas e instituições do setor, pois os bancos tradicionais não reconhecem e não atendem às necessidades do nicho. Escritórios de advocacia especializados em assuntos regulatórios e empresas canábicas também são vitais para viabilizar o crescimento do mercado”, continua.
Os módulos do programa podem ser comprados separadamente, por R$ 400 cada um, ou juntos por R$ 900. As inscrições podem ser feitas pelo site do evento: https://www.xahcommariaz.com/hempreenda-xah-maio.
“O mercado canábico nasceu com grande força feminina, mas conforme a maconha vira ‘mainstream’, os grandes players trazem a antiquada estrutura patriarcal, do homem branco heteronormativo, o que diminui o espaço de atuação delas. Os Estados Unidos já demonstraram que a batalha é dura, mas, cientes das dificuldades de antemão, é possível se mobilizar para que a história aqui seja diferente. No Brasil, não temos ainda dados sobre presença feminina no mercado canábico, mas o receio é que o mesmo processo se repita por aqui e com doses de crueldade”, diz Danila.
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