Startups apostam em negócios para combater a fome no Brasil


Empresas têm o objetivo de reduzir o desperdício de alimentos e também intermediar o contrato entre produtores e supermercados

Por Fernanda Bastos
Atualização:

Mulheres empreendedoras do agronegócio estão transformando as etapas de produção dos alimentos do campo à mesa. Desde a implementação de hortas hidropônicas até o uso de tecnologia para conectar pequenos produtores aos supermercados, startups atuam no combate à fome, ao desperdício de comida e à má distribuição de alimentos no Brasil.

Hoje cerca de 33 milhões de pessoas não têm o que comer no Brasil, de acordo com a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede Penssan). No Norte e Nordeste, quatro em cada dez famílias relataram redução parcial ou severa no consumo de alimentos.

“É a questão do propósito que a gente opera: atenuar problemas reais de formas reais”, diz Liliane Vicente dos Santos, uma das fundadoras da Amitis, criada em julho de 2021. A jovem de 25 anos, estudante de administração da Universidade Federal de Alagoas, viu em um projeto universitário o potencial para combater a má distribuição de alimentos.

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O negócio alagoano busca implementar hortas hidropônicas em meios urbanos e desenvolver redes de microagricultores para democratizar o acesso a alimentos saudáveis e contribuir para a geração de renda. A empresa quer formar o primeiro centro de distribuição com a instalação de cinco hortas em Alagoas e uma outra que já está em funcionamento.

Liliane Vicente, Allana Christine e Lilian Vicente são as fundadoras da Amitis, startup de hortas hidropônicas Foto: Marina Pascoalino

A Amitis trabalha com dois modelos de horta: um para produção maior, a Amitis Farm, cujo custo de implementação é de R$ 4.975; e a Amitis Home, uma horta menor para produção de temperos dentro de casa, que tem o custo de R$ 218. Para baratear a implementação do modelo de cultivo, uma unidade da horta hidropônica reutiliza 448 unidades de garrafas PET e economiza até 1.344 litros de água por mês.

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Com o slogan de ‘plantamos sementes, colhemos sonhos’, a cada quatro hortas vendidas, uma completa é doada pela Amitis para uma pessoa em situação de vulnerabilidade social. Para o próximo ano, a empresa já conta com a expansão dos serviços para o Paraná.

É a dinamização da economia local com a geração de renda para o pequeno produtor e a oferta de alimentos saudáveis para a população urbana, destaca o pesquisador da Embrapa Alimentos e Territórios Gustavo Porpino. “Esses negócios de empreendedorismo de impacto social cresceram muito durante a pandemia para para conectar melhor os elos da cadeia produtiva”, ressalta.

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Para ele, é preciso implementar políticas públicas multisetoriais com participação da sociedade civil para combater o problema da insegurança alimentar. “Políticas públicas devem ser de Estado, ou seja, permanentes e passadas de um governo para o outro. Percebemos que não há uma boa integração entre os diferentes níveis de governo do Brasil (federal, estadual e municipal), isso diz respeito à governança do sistema alimentar e que também afeta a capacidade do Brasil de enfrentar a insegurança alimentar”, afirma Porpino.

”High tech e high touch”

Depois de pedir demissão de um cargo elevado em uma empresa do terceiro setor, Priscilla Veras decidiu que queria empreender. Em 2019, junto com a sócia, Laís Xavier, ela fundou a Muda Meu Mundo, uma plataforma que conecta produtores e agricultores familiares a redes de supermercados e atua em 90 cidades. “O que resolve o problema do produtor é a constância do processo de comercialização.”

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E os números comprovam. Só em 2020, a empresa cearense cresceu 450%, se comparado ao ano de 2019 (durante a pandemia os pequenos produtores perderam os principais pontos de comercialização). “Eles não podiam sair para fazer feira, não tinham mais os programas de compra pública que levam os alimentos para escolas e hospitais públicos, eles ficaram sem nenhuma alternativa para escoar a produção.”

Priscilla Veras e Laís Xavier, da Muda Meu Mundo Foto: Fernando Souza

Nos últimos anos, o Alimenta Brasil, antigo PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), a principal política pública que incentiva a agricultura familiar no País, teve o orçamento reduzido. Para 2023, está previsto um corte de 97% de investimentos destinados ao programa no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), de acordo com a Consultoria de Orçamentos do Senado.

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“Buscamos olhar para todas as dores do pequeno agricultor”, ressalta Veras. E a fome é outra delas. Segundo a Rede Penssan, cerca de 38% dos lares de agricultores familiares e pequenos produtores rurais convivem diariamente com as formas mais severas de insegurança alimentar.

Em busca de mudar esse panorama, com uma equipe de 21 pessoas, divididas em duas áreas, operação e tecnologia, a Muda Meu Mundo desenvolve uma conexão rápida entre o pequeno produtor e grandes redes de supermercados. “A gente encontra o ‘match’ (combinação) perfeito entre o que o produtor tem disponível, a precificação, a qualidade e a localização dele e o que o supermercado precisa com qualidade e precificação.”

No início de 2022, a empresa contava com 100 produtores, hoje, são 600 cadastrados. E só neste ano, foram cerca de R$ 2 milhões de reais em venda direta do produtor.

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A Muda Meu Mundo atua em cerca de 90 cidades no País, nos Estados do Ceará, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro. Ao todo, cerca de 50 marcas de supermercados e startups são clientes da empresa cearense. Além disso, o negócio conta com monitoramento de indicadores ESG (ambiental, social e de governança) para levar mais transparência aos supermercados e aos consumidores finais.

Sem centro de distribuição e nem estoque, a Muda Meu Mundo tem parceiros de logística para atuar na distribuição. “O produto sai da casa do agricultor e vai para o supermercado sem nenhum intermediário. É uma relação direta entre as duas pontas”, afirma Veras.

Além da logística, a Muda Meu Mundo disponibiliza aplicativo com aulas e orientações para pequenos agricultores, assistência técnica, tradução da ficha técnica de supermercados, emissão de nota fiscal, adiantamento de recebíveis e microcrédito.

Para explicar o crescimento do negócio, Priscilla Veras destaca: a empresa é um negócio “high tech e high touch” – alta tecnologia e alta sensibilidade. “Conseguimos ser humanizado o suficiente para engajar um produtor simples, mas tecnológico o suficiente para que a gente só tenha duas pessoas comercializando – o produtor e o supermercado”, diz.

Como principal ferramenta de comunicação, a empresa utiliza o WhatsApp para captar os dados dos alimentos do produtor e o e-mail para as informações do supermercado e a plataforma da Muda Meu Mundo processa todos os dados. “É a robustez do nosso sistema que leva simplicidade para as duas pontas”, finaliza.

Mulheres empreendedoras do agronegócio estão transformando as etapas de produção dos alimentos do campo à mesa. Desde a implementação de hortas hidropônicas até o uso de tecnologia para conectar pequenos produtores aos supermercados, startups atuam no combate à fome, ao desperdício de comida e à má distribuição de alimentos no Brasil.

Hoje cerca de 33 milhões de pessoas não têm o que comer no Brasil, de acordo com a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede Penssan). No Norte e Nordeste, quatro em cada dez famílias relataram redução parcial ou severa no consumo de alimentos.

“É a questão do propósito que a gente opera: atenuar problemas reais de formas reais”, diz Liliane Vicente dos Santos, uma das fundadoras da Amitis, criada em julho de 2021. A jovem de 25 anos, estudante de administração da Universidade Federal de Alagoas, viu em um projeto universitário o potencial para combater a má distribuição de alimentos.

O negócio alagoano busca implementar hortas hidropônicas em meios urbanos e desenvolver redes de microagricultores para democratizar o acesso a alimentos saudáveis e contribuir para a geração de renda. A empresa quer formar o primeiro centro de distribuição com a instalação de cinco hortas em Alagoas e uma outra que já está em funcionamento.

Liliane Vicente, Allana Christine e Lilian Vicente são as fundadoras da Amitis, startup de hortas hidropônicas Foto: Marina Pascoalino

A Amitis trabalha com dois modelos de horta: um para produção maior, a Amitis Farm, cujo custo de implementação é de R$ 4.975; e a Amitis Home, uma horta menor para produção de temperos dentro de casa, que tem o custo de R$ 218. Para baratear a implementação do modelo de cultivo, uma unidade da horta hidropônica reutiliza 448 unidades de garrafas PET e economiza até 1.344 litros de água por mês.

Com o slogan de ‘plantamos sementes, colhemos sonhos’, a cada quatro hortas vendidas, uma completa é doada pela Amitis para uma pessoa em situação de vulnerabilidade social. Para o próximo ano, a empresa já conta com a expansão dos serviços para o Paraná.

É a dinamização da economia local com a geração de renda para o pequeno produtor e a oferta de alimentos saudáveis para a população urbana, destaca o pesquisador da Embrapa Alimentos e Territórios Gustavo Porpino. “Esses negócios de empreendedorismo de impacto social cresceram muito durante a pandemia para para conectar melhor os elos da cadeia produtiva”, ressalta.

Para ele, é preciso implementar políticas públicas multisetoriais com participação da sociedade civil para combater o problema da insegurança alimentar. “Políticas públicas devem ser de Estado, ou seja, permanentes e passadas de um governo para o outro. Percebemos que não há uma boa integração entre os diferentes níveis de governo do Brasil (federal, estadual e municipal), isso diz respeito à governança do sistema alimentar e que também afeta a capacidade do Brasil de enfrentar a insegurança alimentar”, afirma Porpino.

”High tech e high touch”

Depois de pedir demissão de um cargo elevado em uma empresa do terceiro setor, Priscilla Veras decidiu que queria empreender. Em 2019, junto com a sócia, Laís Xavier, ela fundou a Muda Meu Mundo, uma plataforma que conecta produtores e agricultores familiares a redes de supermercados e atua em 90 cidades. “O que resolve o problema do produtor é a constância do processo de comercialização.”

E os números comprovam. Só em 2020, a empresa cearense cresceu 450%, se comparado ao ano de 2019 (durante a pandemia os pequenos produtores perderam os principais pontos de comercialização). “Eles não podiam sair para fazer feira, não tinham mais os programas de compra pública que levam os alimentos para escolas e hospitais públicos, eles ficaram sem nenhuma alternativa para escoar a produção.”

Priscilla Veras e Laís Xavier, da Muda Meu Mundo Foto: Fernando Souza

Nos últimos anos, o Alimenta Brasil, antigo PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), a principal política pública que incentiva a agricultura familiar no País, teve o orçamento reduzido. Para 2023, está previsto um corte de 97% de investimentos destinados ao programa no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), de acordo com a Consultoria de Orçamentos do Senado.

“Buscamos olhar para todas as dores do pequeno agricultor”, ressalta Veras. E a fome é outra delas. Segundo a Rede Penssan, cerca de 38% dos lares de agricultores familiares e pequenos produtores rurais convivem diariamente com as formas mais severas de insegurança alimentar.

Em busca de mudar esse panorama, com uma equipe de 21 pessoas, divididas em duas áreas, operação e tecnologia, a Muda Meu Mundo desenvolve uma conexão rápida entre o pequeno produtor e grandes redes de supermercados. “A gente encontra o ‘match’ (combinação) perfeito entre o que o produtor tem disponível, a precificação, a qualidade e a localização dele e o que o supermercado precisa com qualidade e precificação.”

No início de 2022, a empresa contava com 100 produtores, hoje, são 600 cadastrados. E só neste ano, foram cerca de R$ 2 milhões de reais em venda direta do produtor.

A Muda Meu Mundo atua em cerca de 90 cidades no País, nos Estados do Ceará, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro. Ao todo, cerca de 50 marcas de supermercados e startups são clientes da empresa cearense. Além disso, o negócio conta com monitoramento de indicadores ESG (ambiental, social e de governança) para levar mais transparência aos supermercados e aos consumidores finais.

Sem centro de distribuição e nem estoque, a Muda Meu Mundo tem parceiros de logística para atuar na distribuição. “O produto sai da casa do agricultor e vai para o supermercado sem nenhum intermediário. É uma relação direta entre as duas pontas”, afirma Veras.

Além da logística, a Muda Meu Mundo disponibiliza aplicativo com aulas e orientações para pequenos agricultores, assistência técnica, tradução da ficha técnica de supermercados, emissão de nota fiscal, adiantamento de recebíveis e microcrédito.

Para explicar o crescimento do negócio, Priscilla Veras destaca: a empresa é um negócio “high tech e high touch” – alta tecnologia e alta sensibilidade. “Conseguimos ser humanizado o suficiente para engajar um produtor simples, mas tecnológico o suficiente para que a gente só tenha duas pessoas comercializando – o produtor e o supermercado”, diz.

Como principal ferramenta de comunicação, a empresa utiliza o WhatsApp para captar os dados dos alimentos do produtor e o e-mail para as informações do supermercado e a plataforma da Muda Meu Mundo processa todos os dados. “É a robustez do nosso sistema que leva simplicidade para as duas pontas”, finaliza.

Mulheres empreendedoras do agronegócio estão transformando as etapas de produção dos alimentos do campo à mesa. Desde a implementação de hortas hidropônicas até o uso de tecnologia para conectar pequenos produtores aos supermercados, startups atuam no combate à fome, ao desperdício de comida e à má distribuição de alimentos no Brasil.

Hoje cerca de 33 milhões de pessoas não têm o que comer no Brasil, de acordo com a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede Penssan). No Norte e Nordeste, quatro em cada dez famílias relataram redução parcial ou severa no consumo de alimentos.

“É a questão do propósito que a gente opera: atenuar problemas reais de formas reais”, diz Liliane Vicente dos Santos, uma das fundadoras da Amitis, criada em julho de 2021. A jovem de 25 anos, estudante de administração da Universidade Federal de Alagoas, viu em um projeto universitário o potencial para combater a má distribuição de alimentos.

O negócio alagoano busca implementar hortas hidropônicas em meios urbanos e desenvolver redes de microagricultores para democratizar o acesso a alimentos saudáveis e contribuir para a geração de renda. A empresa quer formar o primeiro centro de distribuição com a instalação de cinco hortas em Alagoas e uma outra que já está em funcionamento.

Liliane Vicente, Allana Christine e Lilian Vicente são as fundadoras da Amitis, startup de hortas hidropônicas Foto: Marina Pascoalino

A Amitis trabalha com dois modelos de horta: um para produção maior, a Amitis Farm, cujo custo de implementação é de R$ 4.975; e a Amitis Home, uma horta menor para produção de temperos dentro de casa, que tem o custo de R$ 218. Para baratear a implementação do modelo de cultivo, uma unidade da horta hidropônica reutiliza 448 unidades de garrafas PET e economiza até 1.344 litros de água por mês.

Com o slogan de ‘plantamos sementes, colhemos sonhos’, a cada quatro hortas vendidas, uma completa é doada pela Amitis para uma pessoa em situação de vulnerabilidade social. Para o próximo ano, a empresa já conta com a expansão dos serviços para o Paraná.

É a dinamização da economia local com a geração de renda para o pequeno produtor e a oferta de alimentos saudáveis para a população urbana, destaca o pesquisador da Embrapa Alimentos e Territórios Gustavo Porpino. “Esses negócios de empreendedorismo de impacto social cresceram muito durante a pandemia para para conectar melhor os elos da cadeia produtiva”, ressalta.

Para ele, é preciso implementar políticas públicas multisetoriais com participação da sociedade civil para combater o problema da insegurança alimentar. “Políticas públicas devem ser de Estado, ou seja, permanentes e passadas de um governo para o outro. Percebemos que não há uma boa integração entre os diferentes níveis de governo do Brasil (federal, estadual e municipal), isso diz respeito à governança do sistema alimentar e que também afeta a capacidade do Brasil de enfrentar a insegurança alimentar”, afirma Porpino.

”High tech e high touch”

Depois de pedir demissão de um cargo elevado em uma empresa do terceiro setor, Priscilla Veras decidiu que queria empreender. Em 2019, junto com a sócia, Laís Xavier, ela fundou a Muda Meu Mundo, uma plataforma que conecta produtores e agricultores familiares a redes de supermercados e atua em 90 cidades. “O que resolve o problema do produtor é a constância do processo de comercialização.”

E os números comprovam. Só em 2020, a empresa cearense cresceu 450%, se comparado ao ano de 2019 (durante a pandemia os pequenos produtores perderam os principais pontos de comercialização). “Eles não podiam sair para fazer feira, não tinham mais os programas de compra pública que levam os alimentos para escolas e hospitais públicos, eles ficaram sem nenhuma alternativa para escoar a produção.”

Priscilla Veras e Laís Xavier, da Muda Meu Mundo Foto: Fernando Souza

Nos últimos anos, o Alimenta Brasil, antigo PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), a principal política pública que incentiva a agricultura familiar no País, teve o orçamento reduzido. Para 2023, está previsto um corte de 97% de investimentos destinados ao programa no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), de acordo com a Consultoria de Orçamentos do Senado.

“Buscamos olhar para todas as dores do pequeno agricultor”, ressalta Veras. E a fome é outra delas. Segundo a Rede Penssan, cerca de 38% dos lares de agricultores familiares e pequenos produtores rurais convivem diariamente com as formas mais severas de insegurança alimentar.

Em busca de mudar esse panorama, com uma equipe de 21 pessoas, divididas em duas áreas, operação e tecnologia, a Muda Meu Mundo desenvolve uma conexão rápida entre o pequeno produtor e grandes redes de supermercados. “A gente encontra o ‘match’ (combinação) perfeito entre o que o produtor tem disponível, a precificação, a qualidade e a localização dele e o que o supermercado precisa com qualidade e precificação.”

No início de 2022, a empresa contava com 100 produtores, hoje, são 600 cadastrados. E só neste ano, foram cerca de R$ 2 milhões de reais em venda direta do produtor.

A Muda Meu Mundo atua em cerca de 90 cidades no País, nos Estados do Ceará, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro. Ao todo, cerca de 50 marcas de supermercados e startups são clientes da empresa cearense. Além disso, o negócio conta com monitoramento de indicadores ESG (ambiental, social e de governança) para levar mais transparência aos supermercados e aos consumidores finais.

Sem centro de distribuição e nem estoque, a Muda Meu Mundo tem parceiros de logística para atuar na distribuição. “O produto sai da casa do agricultor e vai para o supermercado sem nenhum intermediário. É uma relação direta entre as duas pontas”, afirma Veras.

Além da logística, a Muda Meu Mundo disponibiliza aplicativo com aulas e orientações para pequenos agricultores, assistência técnica, tradução da ficha técnica de supermercados, emissão de nota fiscal, adiantamento de recebíveis e microcrédito.

Para explicar o crescimento do negócio, Priscilla Veras destaca: a empresa é um negócio “high tech e high touch” – alta tecnologia e alta sensibilidade. “Conseguimos ser humanizado o suficiente para engajar um produtor simples, mas tecnológico o suficiente para que a gente só tenha duas pessoas comercializando – o produtor e o supermercado”, diz.

Como principal ferramenta de comunicação, a empresa utiliza o WhatsApp para captar os dados dos alimentos do produtor e o e-mail para as informações do supermercado e a plataforma da Muda Meu Mundo processa todos os dados. “É a robustez do nosso sistema que leva simplicidade para as duas pontas”, finaliza.

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